Batata Movies – Rogue One (Parte 4)

 

 

Uma estátua que troca de posição

Vamos hoje terminar nossa análise de “Rogue One”. Quais são os problemas da película? Em primeiro lugar, o pouco tempo dado a dois atores consagrados. Tem gente que acha que dar mais tempo a Whitaker ou Mikkelsen poderia muito alongar o filme. Entretanto, eu creio que se a película dispõe de tais talentos, eles devem ser aproveitados. A atuação de Mads Mikkelsen como Galen Erso foi muito boa, mas caiu no lugar comum da morte do pai da heroína, se tornando uma vítima dos vilões algozes. Quando ficou sabido que Galen Erso era pai de Jyn e que construiria a Estrela da Morte, já ficou na cara que ele morreria durante o filme. Pelo menos, a morte pelo “fogo amigo” dos X-Wings foi um ponto curioso para a história. Mas um outro desfecho para o personagem que pudesse se encaixar nos eventos de “Uma Nova Esperança” poderia tornar a coisa um pouco mais interessante. Agora, o que eu achei extremamente lamentável foi o que fizeram com o personagem de Whitaker no filme. Tudo bem que ele era um extremista que ficou todo mutilado depois de anos de batalha. Mas ele não precisava ficar com aquela voz de Yogurt de “Spaceballs” do Mel Brooks. E aquele respirador, então? Ficou muito ridículo e ruim. Sua pouca participação no filme e morte muito prematura deram uma sensação de que tanto o personagem como o ator foram muito mal aproveitados. Que se arrumasse um jeito dele fugir de Jedha com Jyn e os demais. E que ele ajudasse Jyn a criar coragem quando a Aliança Rebelde tinha desistido de enfrentar a Estrela da Morte. Isso daria uma condição mais digna ao personagem. Adoraria, por exemplo vê-lo batendo boca com Mon Mothma.

Galen Erso…

Uma coisa que foi extremamente lamentável foi a ausência de Wedge Antilles no filme. Mas eu soube de fonte muito segura que o ator que faz Wedge Antilles, Denis Lawson, renegou “Guerra nas Estrelas” de sua vida, o que é uma pena, já que nos livros do Universo Expandido, o Esquadrão Rogue é um grupo de pilotos de X-wing liderados por Wedge Antilles, e sua presença seria muito querida por todos em “Rogue One”. Foi triste ver Wedge sendo apenas chamado por Bail Organa num cantinho obscuro.

…e Saw Gerrera. Poderiam aparecer mais….

O fato de se construir uma base de armazenamento de dados num planeta com muito mar e maresia também incomodou. Ficou parecendo a construção do Museu da Imagem e do Som em plena Praia de Copacabana (isso sim de doer por ser algo real). E a Estrela da Morte destruindo todo o complexo de armazenamento de dados do Império? Será que eles tinham back-up de tudo?

Um erro de continuidade também ficou claro em Jedha. A estátua do Jedi semienterrada no deserto estava com sua parte esquerda enterrada na areia quando ela aparece pela primeira vez. Depois, quando vemos uma imagem panorâmica da estátua mais do alto, ela aparece com sua parte direita enterrada na areia. Eu sei que são alguns detalhes irrelevantes, mas precisam ser mencionados. Foi dito por aí também que a posição do respirador de Saw Gerrera foi trocada de uma cena para outra.

O diretor Krennic foi um vilão que incomodou. Em primeiro lugar, o trailer mostrava uma visão mais austera do personagem, algo que foi desmentido na exibição do filme, onde ele tinha momentos de um bom cinismo com outros de afetação extrema e muito descontrole emocional que caíram muito mal e denegriram um pouco a imagem do personagem. E, perceberam como esse vilão apanhou no filme? Tomou tiro da esposa de Galen Erso no início da história, foi arremessado por uma explosão provocada por um X-Wing, foi sufocado por Vader, teve o comando da Estrela da Morte tomado por Tarkin, tomou um tiro de Andor e, finalmente, foi pulverizado pelo raio da Estrela da Morte. Sei não, mas nunca vi Vader e Palpatine passarem por tantos vexames. E para piorar, o diretor Krennic ainda tinha uma roupa que lembrava muito a do Grão Almirante Thrawn. Definitivamente não gostei muito da forma como o vilão foi tratado nesse filme. Eu acho que o personagem merecia um pouco mais de respeito. Agora, as poucas aparições de Vader também levaram a galera ao delírio. Só ficou um pouco complicada sua aparição final quando o “vento” vindo do espaço sideral esvoaçava sua capa negra. Enfim, que seja liberdade poética. O som não se propaga no espaço mesmo???

Wedge Antilles fez falta…

Após essa breve análise de “Rogue One, Uma História Guerra nas Estrelas”, podemos finalmente responder as perguntas que fizemos no início dessa série de artigos. Em primeiro lugar, “Rogue One” foi um dos melhores filmes de “Guerra nas Estrelas” já feitos, embora eu não vá me arriscar a dizer que foi o melhor (“O Império Contra Ataca” ainda povoa os corações de muitos fãs e, na minha opinião pessoal, “Uma Nova Esperança” sempre será o melhor de todos, pois foi lá que tudo começou). E “Rogue One” foi melhor que “O Despertar da Força”? Pode-se até dizer que sim, mas não podemos em hipótese alguma dar pouca importância para “O Despertar da Força” nessa retomada de “Guerra nas Estrelas”. Se este filme teve problemas, “Rogue One” também teve os seus, como todos os filmes têm problemas. Mas ficou nítida mais uma subida no degrau de amadurecimento de “Guerra nas Estrelas” com “Rogue One”. Elogios ou críticas à parte, “Rogue One” está provando ser um sucesso de bilheteria nas semanas que se sucederam à sua estreia e com certeza esse será mais um filme que ficará no coração dos fãs de “Guerra nas Estrelas”. Que venha o “Episódio VIII” ao final de 2017!!!

Diretor Krennic. Mais respeito para o vilão
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