Batata Books – Bowie. Mais Pessoal, Menos Profissional.

 

Um cantor muito amado por todos

 

Hoje a seção Batata Books vai falar de “Bowie”, uma biografia escrita por Wendy Leigh. Dessa vez, vamos fazer uma coisa um pouco diferente. Segue agora um vídeo com minhas impressões do livro e, logo depois, a resenha escrita para fornecer a vocês informações adicionais.

E, agora, o texto…

A editora Best Seller lançou a biografia de David Bowie. Escrita por Wendy Leigh, podemos ver aqui a trajetória completa do cantor, desde os seus dias de infância até a sua morte, no início do ano passado. É uma biografia onde podemos conhecer o lado mais pessoal e humano do cantor, em detrimento de sua carreira profissional, que foi pouco explorada.

Bowie e seus pais

Em todas as 287 páginas do livro, podemos perceber como a autora se debulha em elogios ao cantor, chegando a chamá-lo de deus grego em algumas passagens. Tudo bem que a escritora seja uma fã do artista, mas tal idolatria pode ser perigosa, deixando a obra tendenciosa. No livro, vemos um Bowie totalmente educado, delicado e sensível, embora haja também o cuidado de se mostrar que ele era humano e tinha os seus defeitos. Bowie, por exemplo, não media esforços em chegar aos seus objetivos e se tivesse que ter relações homossexuais com empresários para atingir o estrelato, ele o fazia. Aliás, esse é o grande mote do livro. A autora se preocupa muito mais na coleção de amantes e casos do cantor do que em sua carreira profissional, o que tornou a leitura um pouco maçante. A bissexualidade de Bowie é muito bem explorada, assim como seu amor livre e descompromissado. Foi também mencionada sua forte dependência química com a cocaína em meados dos anos 70, onde o cantor tinha sérias alucinações. Sua generosidade, inclusive, ajudou o guitarrista Slash a lidar melhor com o vicio que ele também tinha com cocaína, pois Bowie muito o aconselhou a largar a droga quando jovem (a mãe de Slash foi um dos muitos casos de Bowie).

Com Angie, sua primeira esposa. Ah, a Angie é a sentada e o Bowie está em pé com vestido e cara de tia

O livro também se preocupou em falar do relacionamento de Bowie com suas pessoas mais próximas, desde sua mãe, com quem mantinha um relacionamento muito frio, seu pai, que muito incentivou sua carreira, passando por seus empresários, sua esposa Angie, com quem teve um casamento aberto, sua melhor amiga Coco Schwab, que era uma espécie de guardiã, e seu casamento altamente estável com a modelo Iman. Pudemos ver ainda a relação conturbada de Bowie com Mick Jagger ou a forma com que o cantor foi destratado por Andy Warhol. A carreira cinematográfica de Bowie também foi contada, embora pudessem ser mostrados maiores detalhes. Só é de se lamentar que a parte musical, tão prolífica e rica, tenha sido menos explorada.

Coco Schwab, sua fiel escudeira

O livro parece ter um corte abrupto mais ao final. Ou seja, ele ficou muito focado na vida de Bowie durante a década de 70. Já as décadas de 80, 90, passaram mais rapidamente, e quando nos demos conta, já estávamos no álbum Lazarus e em sua morte, que parece que foi rapidamente acrescentada para aproveitar a enxurrada certa de vendas que a biografia teria imediatamente após sua morte, o que é uma pena, pois sentimos que essa biografia não ficou muito bem acabada. De qualquer forma, é uma oportunidade para os fãs conhecerem um pouquinho mais de Bowie e sua vida, embora eu ache que o leitor precise procurar outras fontes depois para ter um panorama mais completo desse cantor que muita saudade deixou.

Relacionamento feliz e duradouro com Iman

 

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