Batata Literária – Infernos Azuis

Vem chegando a tempestade

Manto negro sem caridade

Encobre o céu formoso

Com a repugnância do leproso

Primeiro, a leve brisa

Que vem como quem avisa

A tormenta só irá mais crescer

E, sem piedade, tudo vai varrer

Vento vem violento

A fúria é o seu elemento

Raios sonoros de brilhos

Trovões de cores azuis sobre milhos

A lavoura testemunha a tragédia

Destruída ela é, sem média

O negro desaba em água

Da moça indefesa, nem sobra anágua

O céu abre, chega a bonança

Agora impera a temperança

Firmamento se torna azul claro

O arco-íris descreve seu aro

O silêncio impera no vale

Nenhuma voz, não há quem fale

Essa é a outra face da natureza

Que faz da calma sua ode a beleza

Estranha sina, a da azul cor

Num momento, ela traz dor

Na brutalidade de raios e trovões

Que destroem vidas e corações

Noutro momento, ela traz alegria sem par

Estampada em céu e mar

É o azul, a cor da vida

Em altos e baixos, passa destemida

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