Batata Movies – Lumière, A Aventura Começa. Uma Linda Homenagem.

                 Cartaz do Filme

Esse final de ano nos brindou com um excelente documentário. Eu diria mesmo um grande presente de Natal. “Lumière, A Aventura Começa”, é um deleite para os olhos de qualquer fã de cinema. Realizado de forma muito simples por Thierry Frémaux e contando com a presença mais que ilustre de Bertrand Tavernier e Martin Scorsese, esse singelo documentário é uma homenagem aos irmãos Lumière, que são considerados os pais fundadores do cinema moderno.

    O famoso filme da saída da fábrica Lumière

O filme consiste basicamente em apresentar 108 dos cerca de 1400 filmes dos irmãos Lumière, com a narração de Frémaux. Essas 108 películas de cerca de cinquenta segundos cada uma foram divididas em vários assuntos. Tivemos a oportunidade de ver a famosa saída dos trabalhadores da empresa Lumière, considerada o primeiro filme de cinema, e saber que houve várias versões desse filme. Outras películas onde apareciam crianças da família dos irmãos cineastas já ensaiavam os primeiros closes.

            Dando tchauzinho para a câmara…

O documentário também deixa claro que, apesar dos filmes terem a intenção, na maioria das vezes, de registrar a vida cotidiana, os irmãos Lumière sempre os faziam com alguma encenação, mesmo que fosse mínima. O filme que mostrava a demolição de uma parede teve a curiosidade de ser rebobinado numa sessão com a luz do projetor acesa, o que provocou grande espanto do público ao ver a parede sendo “remontada”.

              Um dos primeiros filmes de humor…

Outra curiosidade foi o fato de que os dois cineastas começaram a viajar pelo mundo para tirar “vistas” de outros países considerados mais exóticos aos olhos dos europeus, como o Egito. Mas tomadas da Inglaterra, Estados Unidos e do próprio sul da França também estão entre essas tomadas “estrangeiras”. Os irmãos Lumière também fizeram filmes de enredo, geralmente comédias, onde sempre aparecia uma pessoa rindo da situação para mostrar de que se tratava de um filme cômico que terminava, na maioria das vezes, em cenas de pancadaria deliciosamente simulada. Era muito interessante ver que existia ainda toda uma preocupação em se mostrar alguns tipos de trabalho ou então detalhes da modernidade que assolava aqueles dias do fim do século 19 ou também alguns esportes como o ciclismo. Um filme em específico choca bastante: duas ricas francesas, na Indochina, às risadas, jogando moedas para uma população local faminta e desesperada por algum dinheiro que pudesse amenizar sua pobreza.

Uma das salas de cinema dos Lumière na Inglaterra

Frémaux é categórico ao dizer que esse filme hoje é um documento ícone do neocolonialismo francês na Ásia. Mas, cá para nós, isso também não lembra uma situação muito específica que vemos num programa de TV de um país sul-americano cujo nome começa com “B” e não é a Bolívia?

                                     Os caras!!!

Assim, “Lumière, A Aventura Começa” é um programa obrigatório para todos os cinéfilos de plantão, pois descortina com maestria parte da prolífica produção dos irmãos Lumiére, sendo um testemunho do nascimento do cinema e uma fonte histórica inestimável de tempos muito antigos, mas nem por isso, menos interessantes. É o tipo do filme para ver, ter e guardar.

 

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