Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Enterprise (S01, Ep 06), O Incidente Andoriano. E Surgem Peles Azuis E Antenas, Juntamente Com Mentiras Vulcanas.

Star Trek: Enterprise" The Andorian Incident (TV Episode 2001) - IMDb
Um monastério vulcano…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos a Enterprise e seu sexto episódio da primeira temporada, intitulado “O Incidente Andoriano”.

Qual é o plot? A história começa com um templo vulcano sendo invadido por andorianos. Na Enterprise, Archer encontra um planeta com um posto vulcano. Ele pergunta a T’Pol o que é o posto e ela diz que é P’Jem, um monastério onde os vulcanos fazem o Kolinahr. Archer quer fazer uma visita, mas T’Pol crê que os humanos não serão bem vindos. Archer insiste e T’Pol diz que vai fazer os protocolos.

Watch Star Trek: Enterprise Season 1 Episode 7: The Andorian Incident -  Full show on Paramount Plus
Anfitriões pouco simpáticos…

Num almoço, Phlox fala da oportunidade de T’Pol apresentar sua tripulação humana aos vulcanos. Ela acha que isso é algo embaraçante. Phlox lembra então de um lema dos vulcanos: “Infinitas diversidades em infinitas combinações”. E que a missão da nave é destinada aos humanos fazerem contato com espécies. T’Pol é obrigada a dar o braço a torcer.

Eles chegarão sem avisar, pois o templo não tem qualquer aparato tecnológico. T’Pol diz que, se os protocolos forem respeitados, não haverá problemas. E deu uma série de instruções para Archer e Trip não cometerem gafes, muito parecidas com aquelas que as nossas mães nos davam antes de chegar a casa dos avós, como se os humanos fossem realmente crianças. Archer diz ironicamente a Trip que o treinamento da Frota foi mais fácil.

The Angriest: Free Enterprise #6: "The Andorian Incident"
E surgem os andorianos!!!

Ao chegarem ao templo, eles encontram sinais de que ele foi violado e somente um membro no átrio principal, quando deveriam haver dois. Ele diz a T’Pol que os vulcanos estão em silêncio pelo Kolinahr. T’Pol desconfia da situação e Archer, de forma deliberadamente inconveniente, começa a falar com o membro vulcano. Archer percebe que há um andoriano escondido atrás de um biombo e ele combina com Trip para imobilizá-lo. Só que outros andorianos armados aparecem. Eles são agressivos, não conheciam os terráqueos (a quem chamam de “peles rosadas”) e não gostam de saber que os terráqueos trabalham com os vulcanos. Os andorianos não acreditam em Archer, que diz que só foi ao santuário por curiosidade e que a presença da Enterprise lá só confirma que há algo além do santuário ali. T’Pol diz a Archer que eles são andorianos, vivem num sistema vizinho a Vulcano e que estão em conflito com eles há anos. Um tratado de paz foi negociado, mas nem todos os andorianos acreditam nele (Os andorianos acham que os vulcanos ainda são conquistadores). Os andorianos acreditam que os vulcanos escondem um sensor de longo alcance no templo. Os vulcanos do templo dizem que, geralmente os andorianos aparecem por lá e, quando não acham nada, vão embora. Mas a presença dos humanos aumentou as suspeitas deles dessa vez.

Na Enterprise, Reed percebe outra nave na superfície do planeta e demonstra preocupação. Archer é espancado num interrogatório dos andorianos e demonstra raiva, o que os surpreende. Eles querem saber por que T’Pol está com eles. Archer diz que o Alto Comando Vulcano a selecionou para viajar com eles. O comunicador de Archer toca e este diz ao andoriano que é a Enterprise, a nave dele, que tenta contactá-lo. O andoriano (que é Shran) diz que os humanos estão como reféns dos andorianos e, se a Enterprise tentar atacar, que matará os reféns. E destrói todos os comuniccadores. Reed manda uma nave auxiliar e quer saber o que tem sobre os andorianos no banco de dados da nave.

Star Trek Enterprise S 01 E 07 The Andorian Incident / Recap - TV Tropes
Uma cultura bem agressiva…

Archer é colocado de volta com os demais prisioneiros e disse que os andorianos estão vasculhando os quartos e que pretende matar os reféns para obrigá-los a falar. Tambem diz que os andorianos falaram com Reed e destruíram os comunicadores, e tem certeza que seu oficial tático descerá numa nave auxiliar bem armado. E pede sugestões. Um dos vulcanos diz que há um transmissor muito antigo que não é usado há anos. E que esse transmissor está em catacumbas que não podem ser violadas pelos andorianos. Trip desce às catacumbas com um vulcano numa passagem secreta. Eles pegam o transmissor e levam de volta para a cela. Archer diz a T’Pol que talvez só uma saída violenta salve a vida deles. T’Pol é contra a violência. Archer pergunta se pode contar com T’Pol. Ela diz, com raiva, que nunca desobedeceu as ordens de Archer.

Trip consegue fazer contato com a Enterprise e pede para que Reed não ataque e aguarde, pois isso pioraria muito a situação. Eles procuram uma saída pelas passagens secretas e descobrem que um dos túneis leva ao átrio principal, onde há um grande rosto de pedra. Archer consegue despistar os andorianos e atesta que a saída do túnel é pelo rosto de pedra. Ele ordena que Reed e alguns seguranças desçam via teletransporte para o planeta. Os tripulantes estão receosos, pois o teletransporte é só usado para carga, mas Reed é taxativo e ordena que eles se posicionem. Os andorianos, que não conhecem a tecnologia de teletransporte, detectam uma energia flutuante e voltam correndo para a cela. O grupo avançado se esconde na passagem secreta. T’Pol fala que a flutuação de energia que os andorianos detectaram pode ser um problema nos instrumentos deles. Shran deixa um andoriano vigiando a cela.

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Beligerância com os vulcanos…

Reed explode a face de pedra e o grupo avançado ataca os andorianos. Alguns deles fogem em direção às catacumbas. Na cela, Archer está em luta corporal com o andoriano que ficou para vigiar os prisioneiros, conseguindo imobilizar o alienígena. Reed chega e diz que os andorianos fugiram às catacumbas. O líder vulcano critica a atitude violenta dos humanos, mas um vulcano se arma e diz que eles precisam defender o templo, indo com os humanos. Os andorianos foram justamente para o relicário, o local mais sagrado das catacumbas. Começa um tiroteio no relicário, que revela uma porta de metal que guarda um enorme sensor de longo alcance. Archer, revoltado, ordena a T’Pol que escaneie tudo e entregue as informações ao andoriano, pois os vulcanos violaram o tratado e os andorianos precisam saber. Archer pergunta se T’Pol tem alguma objeção e ela pega o comunicador para dar a ordem a Enterprise de deixar os andorianos irem embora sem ataques, para aliviar a desconfiança de Shran, que diz a Archer que os andorianos lhe devem uma. O episódio termina com a nave auxiliar deixando o templo.

O que podemos falar do episódio “O Incidente Andoriano”? Em primeiro lugar, é um baita de um episódio, pois nos apresenta os andorianos como bons antagonistas e sua querela com os vulcanos. Uma herança de “Jornada para Babel”, episódio de TOS. Os humanos não conheciam os andorianos e sentiram na pele essa versão bem agressiva desses alienígenas, o que trouxe um elemento interessante para essa série, até porque sabemos que os andorianos seriam importantes em muitos episódios de Enterprise. A saída para que os reféns fossem resgatados também trouxe elementos interessantes, pois um grupo avançado teve que descer com o teletransporte para a superfície do planeta, algo que não era utilizado para transportar humanos, somente cargas, e que era visto com muita desconfiança pela novidade. Para se ter uma ideia, os andorianos não conheciam a tecnologia de teletransporte. A questão dos interrogatórios sob tortura e as cenas de tiroteios deram um quê de ação ao episódio. Mas o grande destaque aqui foi o fato de que os vulcanos mantinham realmente um transmissor de longo alcance no templo para espionar os andorianos, violando um tratado que eles mesmo estabeleceram juntamente com o povo inimigo. Se a gente via, em TOS, Spock dizendo categoricamente que os vulcanos não mentem no século 23, os vulcanos do século 22 mentem, e muito. Isso provocou uma baita de uma revolta em Archer contra os vulcanos, a ponto dele entregar de mãos beijadas a Shran todas as informações que ele buscava no templo sobre o sensor de longo alcance. Tal situação também deixou T’Pol muito surpresa e ela não teve outra alternativa a não ser obedecer o seu capitão. Ou seja, se os vulcanos vestiam uma carapuça de totalmente lógicos e que tinham autoridade suficiente para tutelar humanos, este episódio nos mostra que os vulcanos não são tão virtuosos assim, o que vai afetar as relações de T’Pol com a tripulação da Enterprise, pois ela não poderá ser mais tão arrogante para com os humanos.

Star Trek: Enterprise (2001) – The Andorian Incident, and Breaking the Ice  – The Mind Reels
Shran e Archer iniciarão um relacionamento que seria muito importante para a série…

Dessa forma, “O Incidente Andoriano” é mais um bom episódio de Enterprise, o que mostra como a série começava muito bem lá nos idos de 2001. Ao apresentar os andorianos de uma forma mais agressiva que o esperado, se colocar defeitos nos vulcanos e Archer apoiar os andorianos perante a mentira vulcana, houve uma abertura de possibilidades para episódios muito bons na série como veríamos futuramente. Vale a pena revisitar esse ótimo episódio.

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Voyager (S01 Ep05), A Nuvem. Sutura Tamanho Família.

Star Trek Voyager S 1 E 5 The Cloud / Recap - TV Tropes
Há café nessa nebulosa

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, vamos hoje revisitar Voyager no quinto episódio da primeira temporada, intitulado “Nuvem”

Qual é o plot? Janeway sente, com o passar do tempo, e pelas circunstâncias de se estar muito longe de casa, que terá que ver a tripulação com outros olhos, tal como ela se fosse uma família. Mas, pelo seu temperamento, ela tem dificuldades de se aproximar da tripulação. Uma nebulosa com partículas ômicron aparece adiante e essas partículas serão úteis na produção de antimatéria para a nave, gerando mais energia. Será aqui que Janeway dirá a famosa frase; “Há café nessa nebulosa”.

Addicted to Star Trek: Episode Review - The Cloud (Voyager, Season 1)
A necessidade de uma sutura gigante…

Janeway se vira para Chakotay e pergunta sobre o moral da tripulação. Ele diz que as pessoas estão passando por uma espécie de luto, mas que vão melhorar. Chakotay também diz que alguns membros da tripulação seguem uma tradição indígena americana onde eles têm um animal que os escolhe e os segue, orientando-os. Chakotay não pode falar qual é o seu animal, que é uma fêmea, para não ofendê-la, mas ela o orienta muito bem. Chakotay convida a capitã a orientá-la a entrar em contato com o seu guia.

A nebulosa não parece apresentar qualquer problema e eles traçam um curso para um depósito de partículas ômicron. Mas a nave é parada por uma barreira de energia. Janeway ordena que a nave vá contra a barreira de energia e consegue atravessá-la. Do outro lado, há uns pedaços de matéria azulada que grudam no casco e tiram a energia da nave. Janeway ordena que a nave volte pela barreira, mas agora ela só foi perfurada com um torpedo fotônico. A nave consegue atravessar a barreira, mas a Voyager, ao invés de ganhar energia, perdeu onze por cento dela.

Janeway and Neelix | Fandom star trek, Star trek voyager, Star trek  characters
Um oficial de moral…

Kim está dormindo quando Paris o acorda e o leva ao holodeck, que simula um bar em Marselha que Paris freqüentava quando estava na Academia da Frota Estelar.

B’Elanna analisa a matéria azulada e vai fazer uma consulta ao Doutor. Depois, vai ao escritório da capitã, que está procurando o seu animal-guia com Chakotay (sugestivamente é uma lagartixa, ainda mais se nos lembrarmos do episódio “Threshold”, mas isso é outra história) e diz a Janeway que a matéria é orgânica e a nebulosa parece ser um organismo vivo. E a Voyager o feriu. A cura, segundo o Doutor é usar um raio nuclear na fenda que a nave abriu na barreira.

Neelix, contrariado que a Voyager voltará para o ser vivo, reclama com a capitã que diz que vai ajudar a recuperar os ferimentos da nebulosa e não abre mão disso.

Star Trek: Voyager | Netflix
Paris e seu uso criativo do holodeck…

A Voyager tenta chegar próxima à fenda na barreira, mas descargas elétricas atingem a nave e a jogam para longe da ferida. Com os propulsores da Voyager desligados, a nave não mais é atacada pela nebulosa. Eles examinam a nebulosa e descobrem que ela tem uma espécie de sistema circulatório para transportar as partículas ômicron. Janeway decide entrar nesse sistema circulatório para se reaproximar da fenda. Nisso, Neelix e Kes entram na ponte com comida para servir à tripulação, para levantar a moral. Ele se intitula oficial de moral. Janeway, inicialmente a contragosto, e depois aceitando os argumentos do talaxiano, aceita uma iguariazinha.

A nave se aproxima da fenda e os raios nucleares não conseguem grande coisa O Doutor, então, sugere uma espécie de “sutura” na fenda. A Voyager iria “costurar” a ferida com energia. Janeway decide lançar uma microssonda para distrair a nebulosa enquanto eles fazem a sutura, que é um sucesso. Houve uma perda de 20% da energia da nave em todo o processo e agora a Voyager vai para um planeta a 14 anos-luz, por sugestão de Neelix, para buscar fontes de energia.

O episódio termina com Kim levando Janeway para o holodeck, onde há vários tripulantes se divertindo no bar em Marselha. Janeway começa a interagir mais com a tripulação. E se mostra uma excelente jogadora de sinuca. Fim do episódio.

Star Trek: Voyager Rewatch: “The Cloud” | Tor.com
Buscando um animal-guia…

O que podemos dizer do episódio “A Nuvem”? Em primeiro lugar, vamos aqui uma construção a mais na personagem Janeway. Ela, que sempre foi uma capitã que nutriu um certo distanciamento com a tripulação, agora precisa ver seus comandados como uma grande família, dada a força das circunstâncias de se estar no quadrante Delta. E ela faz progressos. Busca um animal guia com Chakotay, aceita a sugestão de Neelix de ser um oficial da moral, joga sinuca com a tripulação no holodeck, se divertindo com os personagens de Paris (essa parte foi um excelente alívio cômico e desfecho para o episódio). Tudo isso deu uma oportunidade de ouro para o fã de Jornada nas Estrelas se afeiçoar mais à capitã.  

Esse também foi um episódio de Neelix, que não gostou de ver a Voyager exposta ao perigo. Mas a ânsia exploradora da tripulação fez com que ele tivesse que aceitar a tripulação e, no seu melhor estilo atabalhoado e altruísta, distribuiu comida na ponte para aliviar a tensão, intitulando-se oficial de moral. Neelix definitivamente é o chato mais simpático que existe. O episódio também foi mais um em que o Doutor teve um destaque especial, sendo engraçado e sarcástico, além de sugerir uma sutura para uma nebulosa viva, uma curiosidade interessante para o episódio, onde a principal mensagem foi recuperar a ferida em um organismo vivo que a própria Voyager provocou acidentalmente. Seria imoral a nave deixar a nebulosa ferida para lá, e mesmo se arriscando a enfrentar novamente as defesas do organismo da nebulosa, o erro acabou sendo reparado.

Star Trek: Voyager Rewatch: “The Cloud” | Tor.com
Janeway boa de sinuca…

O mais interessante aqui é que essa revisita a Jornada nas Estrelas nos faz ver os episódios com outros olhos. Se eu achei chata essa história do animal-guia quando vi esse episódio há cerca de vinte anos (ou mais), hoje achei interessante essa ligação da capitã com Chakotay, um ex-maqui que mostra a sua cultura indígena em toda a sua plenitude. Valeu a pena rever essa perspectiva culturalista do episódio.

Assim, “A Nuvem” é um interessante episódio de Voyager, pois ela nos oferece uma série de fatores para serem apreciados. Mais um avanço na construção dos personagens, sobretudo Janeway, a questão moral de se recuperar um ser vivo ferido acidentalmente, uma olhada em elementos da cultura indígena. Vale a pena a revisita. E fique agora com o vídeo publicado no canal “Diário do Capitão”.

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas DS9 (S01 Ep 05), Caça E Caçador. Diplomacia De Cowboy.

Star Trek: Deep Space Nine | Netflix
Um alienígena estranho…

Voltamos às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, revisitando DS9 e o quinto episódio da primeira temporada, intitulado “Caça e Caçador”.

Qual é o plot? Sisko recebe uma queixa de assédio. Quark estaria assediando uma dabo girl. Mas uma nave desconhecida veio pela fenda espacial. O alienígena disse que estava perseguindo uma nave que entrou no buraco de minhoca. Sisko disse que a nave era da estação e que ele viajou 90 mil anos-luz pelo buraco de minhoca. Ele é o primeiro alienígena do quadrante Gama a chegar a estação. O alienígena, nervoso, disse que queria voltar, mas sua nave estava perdendo integridade estrutural. O’Brien foi obrigado a trazer a nave para a estação com um raio de grávitons para ela não se despedaçar.

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O’Brien fará amizade com Tosk…

O’Brien vai à nave e entra nela, não vendo ninguém. Ele tenta consertá-la e o alienígena aparece. Ele se chama Tosk e é todo ressabiado. O’Brien procura ser o mais amistoso possível e o leva para a estação, pois, para fazer reparos na nave, seus reatores precisam esfriar. O’Brien apresenta a Tosk a estação e o leva a um aposento, dizendo que, se ele quiser algo, é só pedir para o computador. Tosk, ainda ressabiado, agradece a O’Brien e, depois que o chefe sai, ele pergunta ao computador onde estão as armas na estação.

O’Brien fala a Sisko que está desconfiado de Tosk, pois a nave dele apresenta uma marca de tiro e o alienígena diz que isso foi provocado pelo buraco de minhoca. Tosk e O’Brien consertam a nave e o chefe diz que ela ficará pronta em dois dias no máximo. Tosk insiste na sua pressa para deixar a estação. O’Brien leva Tosk ao Quark’s Bar e Quark oferece uma holosuíte ao alienígena. Tosk diz que está fazendo uma espécie de grande aventura e jornada. O’Brien pergunta que jornada é essa e Tosk diz que não pode falar sobre isso.

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O caçador vem buscar a caça…

Tosk mexe em alguns circuitos de segurança e é flagrado por Odo, que o leva para uma cela. Sisko quer saber por que ele estava mexendo no sistema de segurança e Tosk diz que não pode contar. Sisko pede para mantê-lo preso. O’Brien tenta convencer Tosk a dizer o que está acontecendo e Tosk diz para O’Brien deixá-lo morrer em paz.

Uma nave igual de Tosk vem pelo buraco de minhoca. Eles tentam transportar alguém da nave, mas Sisko ordena que levantem os escudos. A nave bombardeia os escudos com um pulso de energia e os neutraliza. Três alienígenas se teletransportam para o Promenade. Um tiroteio começa e um dos alienígenas explode a porta da prisão, localizando Tosk, que está camuflado. O alienígena tira o capacete e ele também é um Tosk. Sua espécie faz uma espécie de caçadas a membros de sua própria espécie e a honra é o membro caçado morrer durante a caça. Ser aprisionado vivo é uma tremenda vergonha e o Tosk aprisionado vivo é sujeito a humilhação pública. Sisko se recusa a entregar o Tosk por achar isso muito bárbaro. O Tosk caçador diz que os Tosks considerados caça são preparados a vida toda para a caça e honram a sua tradição. O Tosk caçador faz um acordo, proibindo futuramente as atividades de caça atravessarem pelo buraco de minhoca, desde que o Tosk aprisionado seja entregue. Sisko, sendo obrigado a respeitar a Primeira Diretriz, concorda com isso, O’Brien diz que é uma espécie viva consciente. Kira sugere que o Tosk possa pedir asilo político. O’Brien leva a sugestão de asilo a Tosk mas ele nega, pois ficar com a Federação seria uma grande desonra para ele, que deve enfrentar seus predadores e morrer com honra.

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Tramóias com Quark…

O’Brien não desiste e, depois de uma conversa com Quark, decide desobedecer as regras. Ele se oferece para escoltar Tosk mas prepara uma armadilha para libertá-lo. Sisko ordena que eles sejam capturados, mas pede a Odo que não tenha muita pressa. O’Brien consegue libertar Tosk, que diz que O’Brien também é um Tosk e pede que o chefe morra com dignidade. Depois da fuga de Tosk, Sisko dá um esporro federal em O’Brien, dizendo que mais um deslize desses e ele está fora da estação. O’Brien diz a Sisko que achava que Odo logo colocaria um campo de força para prender Tosk e O’Brien em sua fuga, mas isso não aconteceu. Sisko, desconversando, disse que pode ter se esquecido de um ou outro campo de força. Fim do episódio.

O que podemos dizer do episódio “Caça e Caçador”? Foi um baita de um episódio, com diplomacia de cowboy pura, chutando a Primeira Diretriz para escanteio, dessa vez por uma boa causa e de forma um tanto salomônica, pois a meu ver, ela foi parcialmente desrespeitada. Nas palavras do próprio O’Brien, mesmo que ele tenha feito uma intervenção na cultura alienígena (pós-dobra, diga-se de passagem), ele transformou uma caçada falida e vergonhosa numa caçada com potencial para uma morte honrosa novamente, mesmo que isso tenha custado a vida dos caçadores. Pelo menos, eles morreram dignamente. Assim, se os Tosk queriam uma caçada honrosa, O’Brien deu a eles essa possibilidade. De qualquer forma, Sisko estava também correto, pois não foi a melhor forma de se estabelecer um primeiro contato, ainda mais com uma espécie do quadrante Gama, algo que despertava uma curiosidade muito grande da Federação por causa do buraco de minhoca estável, sendo uma batata muito quente a lidar fazer um relatório de toda essa confusão para a Federação. Mas como a caçada nos lembra o mais repugnante do humano em tempos pretéritos (ou seja, a nossa realidade atual), Sisko acaba realmente dando uma mãozinha para a fuga arquitetada por O’Brien, que foi maroto o suficiente para dar uma de João Sem Braço e perguntar a Sisko porque ele e Tosk não foram pegos por campos de força, sabendo que o comandante ajudou indiretamente na fuga.

Assim, “Caça e Caçador” é mais um bom episódio de DS9, onde a Primeira Diretriz é novamente abordada com uma diplomacia de cowboy típica do século 23 sendo aplicada numa região de pós-conflito no século 24. Tem horas que é bom estar longe do espaço da Federação, o que possibilita uma chutadinha de pau da barraca. E fique com o vídeo que analisa esse episódio abaixo.

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas TNG (S01 Ep 05), Onde Ninguém Jamais Esteve. Pensando Positivo.

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Um teste suspeito com a nave…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, voltemos a TNG, mais especificamente para o quinto episódio da primeira temporada intitulado “Onde Ninguém Jamais Esteve”.

Qual é o plot? A Enterprise passará por testes em seus propulsores de dobra com o objetivo de aumentar a eficiência, mas Riker está ressabiado com isso, pois ele fez uma simulação que não mostrou melhoras. Esses testes foram feitos em outras duas naves e houve melhoras. Riker acredita que, por serem mais velhas, alguma ineficiência foi corrigida com os testes. Já a Enterprise, por ser uma nave nova, não apresentou melhoras na simulação. O cientista, de nome Kosinski, chega para fazer os testes e mostra grande antipatia e arrogância. Ele vem com um auxiliar alienígena e Troi não consegue detectar nada da personalidade dele, o que é algo que incomoda muito a conselheira e Riker.

Ao chegar à engenharia, Kosinski fala algumas coisas que parecem ser sem sentido para o chefe de engenharia enquanto seu auxiliar alienígena começa a trocar figurinhas com Wesley sobre o campo de dobra e começa a se interessar pelas habilidades do garoto.

Wesley Crusher: Mycelial Network Traveler | Fandom
Wesley vai desenvolver uma grande amizade…

O teste começa. De repente, o alienígena faz menção de desaparecer mas continua nos controles. A nave passa de dobra dez. Picard manda reverter os motores e, quando estão parados, eles constatam que saíram da Via Láctea e que atravessaram mais duas galáxias, viajando dois milhões e setecentos mil anos-luz. Para retornar à Terra em dobra máxima, a viagem duraria cerca de trezentos anos. Picard, ao conversar com Kosinski, se mostra preocupado em saber se o cientista pode levá-los de volta e este diz com toda a propriedade que sim. Mas o capitão e toda a tripulação estão muito ressabiados. Wesley, que acha que o assistente de Kosisnki foi o responsável pela viagem, tenta comunicar o fato a Riker, mas este nem dá bola para o garoto, o que mostra aqui um pouco caso com o menino prodígio que percebe tudo antes (Wesley, numa conversa com o assistente alienígena, cita que espaço, tempo e pensamento parecem não estar dissociados). A volta começa e o assistente alienígena, que mostra dar sinais de exaustão, começa a desaparecer de novo, e agora Riker nota tal anomalia. Depois da parada total, Data constata que a nave nunca saiu de dobra 1,5 e eles estão num lugar totalmente estranho, nas palavras de Data “Onde Ninguém Jamais Esteve”. Os sensores indicam que a Enterprise está a um bilhão de anos-luz da Via Láctea. Worf vê um targ de estimação, Tasha vê um gatinho, tendo uma ilusão com a colônia onde nasceu e Picard, ao descer de elevador, se depara com o espaço em dobra quando a porta se abre. Outros tripulantes têm ilusões. Picard tem outra ilusão com a mãe morta.  Ao chegar a Engenharia, Picard presencia o assistente alienígena de Kosinski desacordado e atendido pela Doutora Crusher. Com o alerta vermelho acionado, Picard diz que a tripulação que a nave está numa situação onde o que o os tripulantes pensam se torna realidade e pede para a tripulação controlar os pensamentos. Riker diz a Picard que é o assistente de Kosinski o responsável por tudo que está acontecendo. Wesley falou dos desaparecimentos do assistente e a doutora diz que o assistente está morrendo. Picard pede que a doutora acorde o assistente, pois com o tempo, a tripulação poderá não distinguir mais os próprios pensamentos da realidade. O alienígena acorda e diz que é um viajante que usa a força do pensamento para isso, pegando carona nas naves da Frota Estelar e dando todo o mérito das viagens a Kosinski. Picard aceita a explicação, já que eles estão numa situação tão extrema e até absurda. Riker pergunta por que a Federação nunca detectou a espécie do alienígena. Este responde que os humanos nunca foram muito interessantes (e ainda dá uma espetada necessária dizendo que os humanos são arrogantes). Picard pergunta se o alienígena não pode mandá-los de volta. Ele diz que sim, mas Wesley se opõe, pois seu amigo está muito fraco. O alienígena diz que quer ajudar, mas antes quer falar em particular com Picard. O alienígena diz que ele deve incentivar Wesley em suas habilidades com a nave, mas sem que o garoto perceba.

Para que a volta da Enterprise para a Via Láctea aconteça, toda a tripulação tem que pensar na sua missão e no bem-estar do alienígena. Ou seja, vamos pensar positivo aí, meu povo. A viagem é feita e a Enterprise volta à Via Láctea. Entretanto, o alienígena desapareceu definitivamente. Picard chama Wesley para a ponte e o nomeia alferes honorário, com todos os privilégios e obrigações do serviço. Fim do episódio.

Star Trek: The Next Generation – Season 1 Episode 6 – Where No One Has Gone  Before | Earl Grey Jot
A força do pensamento faz o alienígena desaparecer…

O que podemos falar do episódio “Onde Ninguém Jamais Esteve”? Em primeiro lugar, tivemos uma ficção científica que abordou a questão da força do pensamento, um tema que era debatido no quarto final do século XX. Ou seja, o uso da força do pensamento para se tornar o que é pensado realidade. No caso, temos um alienígena de uma espécie muito avançada que consegue tornar realidade aquilo que pensa. Entretanto, esse alienígena tem uma limitação e acaba desaparecendo de nossa realidade ao usar demasiadamente essa habilidade. Esse também vai ser um episódio para ajudar na construção de Wesley Crusher, onde continuamos a ver as suas habilidades de jovem superdotado sendo desenvolvidas. Tal construção é um pouco controversa, pois alguns fãs acham Wesley chato demais por ser um adolescente com capacidades acima da média. Mas ainda assim um adolescente, em toda a sua insegurança e receio perante Riker e Picard. De qualquer forma, o rapaz cansou um pouco da postura do capitão e primeiro oficial que se referiam a ele como “o garoto” e ainda sob sua presença, tal como se ele não estivesse ali. Wesley reagirá, dizendo que ele não é um garoto, seu nome é Wesley e ele está presente. Pelo menos o alienígena pede para conversar a sós com Picard e pede ao capitão para estimular Wesley a desenvolver suas habilidades de forma que isso não fique evidente para que ele não suba nas tamancas da arrogância. Aliás, falando em arrogância, nunca foi tão pertinente essa discussão, principalmente depois dos episódios anteriores onde a tripulação da Enterprise mostrou uma certa arrogância em algumas ocasiões e o alienígena chama a atenção para essa arrogância.

Assim, “Onde Ninguém Jamais Esteve” é um episódio razoável de TNG, onde foi abordada a questão da força do pensamento, houve um avanço na construção de Wesley Crusher e tivemos um alienígena para quebrar um pouco a arrogância da tripulação da Enterprise, que estava exagerando um pouco nesse quesito nos episódios anteriores.

Star Trek: The Next Generation – Season 1 Episode 6 – Where No One Has Gone  Before | Earl Grey Jot
Picard recebe dicas de como tratar Wesley…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Série Clássica (S01 Ep05), Tempo De Nudez. E Spock Chora…

Flashback | Star Trek: The Original Series S1E4: The Naked Time | RSC

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos à série clássica e vamos falar do quinto episódio da primeira temporada, intitulado “Tempo de Nudez”.

A Enterprise chega a um planeta congelado que está prestes a se destruir. Há uma base com cientistas que precisam ser resgatados. Mas quando Spock e um camisa vermelha lá chegam, estão todos mortos. Uma mulher está estrangulada e um homem está vestido no chuveiro. Enquanto Spock averigua, o camisa vermelha se contamina todo, passando a mão no rosto por baixo de toda a roupa de proteção. Foi constatado que a equipe de cientistas estranhamente desligou os suportes de vida e a base congelou, matando a todos.

The Naked Time” Screenshots and Video [UPDATED] – TrekMovie.com
Mortes estranhas num planeta…

Quando Spock e o camisa vermelha chegam à nave, Spock pede a descontaminação no transporte. Exames médicos são feitos nos dois e tudo acusa normal, mas o camisa vermelha está incomodado com tantas mortes e apresenta uma coceira no corpo.

Na sala de reuniões, há um estranhamento com relação ao comportamento da equipe de cientistas (houve até cientistas dando tiros de phaser). Não há sinais de contaminação ou de qualquer outra coisa que justifique o comportamento estranho dos cientistas. E a Enterprise terá que ficar numa órbita mais baixa para analisar a destruição do planeta. Haverá risco?

Star Trek Prop, Costume & Auction Authority: TOS BioHazard Suit Helmet from  "The Naked Time"
Roupas de proteção não impedem a contaminação…

Sulu e um tripulante (O’Reiley) chegam à sala de recreação, onde o camisa vermelha que desceu à superfície com Spock está. Este tem um comportamento agressivo e irracional, apontando uma faca para os dois, que o imobilizam, mas acabam-no ferindo. O’Reiley começa a sentir coceiras, como o camisa vermelha. Sulu fica com os mesmos sintomas. Eles estão na ponte enfrentando as instabilidades do planeta e tal interferência na órbita da nave. Kirk acaba tocando nos botões que O’Reiley toca e se infecta também. McCoy opera o camisa vermelha e ele morre, mesmo com o ferimento não sendo sério. Sulu começa a mostrar alterações, assim como O’Reiley, e deixam a ponte. O primeiro vai embora sem avisar e o segundo é enviado à enfermaria por Spock. Isso vai ser suficiente para a contaminação se espalhar pela nave (é nesse momento do episódio em que há a famosa sequência onde Sulu mostra a sua competência na esgrima). Sulu sobe à ponte com a espada, ameaçando a todos, mas é colocado para dormir com o toque neural vulcano de Spock. A engenharia está tomada por O’Reiley e os controles não respondem, colocando a nave sob ameaça em virtude da instabilidade do planeta. O’Reiley, aparentando estar embriagado, liga a comunicação interna da nave e fica cantando em voz alta, para desespero de Kirk. Uhura identifica confusões por toda a nave. E grita com Kirk quando este grita com ela. Os dois perceberam que se excederam em virtude do stress e praticamente pedem desculpas um ao outro.

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Sulu, o espadachim…

McCoy e Christine estão cuidando de Sulu e o doutor vai pegar a biópsia. Christine já apresenta sintomas e toca na mão de Spock quando este vai à enfermaria, dizendo que está apaixonada por ele, que fica sem reação e percebe que foi contaminado. Spock sai da enfermaria abalado com a declaração de Christine e engole o choro. Ele se esconde numa sala de reuniões e começa a chorar.

Scotty consegue abrir a engenharia e Kirk toma de volta seu controle. Mas os propulsores estão frios e eles não aquecerão a tempo de impedir que a nave desça à atmosfera e queime. Por outro lado, McCoy descobre a cura. A água do planeta tem moléculas complexas que entram pela transpiração e reagem no corpo como embriaguez. O doutor desenvolveu um soro e Sulu foi o primeiro a ser curado, depois de gritar muito na frente de McCoy com uma injeção na mão (cena muito engraçada, por sinal).

Kirk encontra Spock na sala de reuniões e propõe a ele uma mistura de matéria-antimatéria mais rápida para acionar os propulsores mais rapidamente. Mas isso também pode explodir a nave. Spock está mergulhado em seus problemas emocionais e não escuta Kirk, que começa a dar tapas na cara do vulcano. Spock, então, dá um tapão que joga Kirk longe (lembrando sempre que um vulcano tem três vezes a força de um humano). Kirk também se contamina e fica reclamando que não consegue pegar a Ordenança Rand por causa da Enterprise. E os dois, nesse meio tempo discutem a tal da equação ideal para a mistura matéria-antimatéria. Scotty entra na sala de reuniões e todos conseguem manter uma sanidade temporária. Spock vai dar a tal equação e Kirk dá as ordens para fazer a mistura. Kirk chega à ponte e McCoy rasga a camisa do capitão para aplicar a injeção de soro (os tecidos do século XXIII não parecem muito bons).

Star Trek Re-Watch: “The Naked Time”
Tripulantes se comportam como bêbados…

Spock conseguiu a mistura e a nave fugiu do planeta numa velocidade maior que a possível, o que fez a nave regredir no tempo três dias. Ou seja, eles conseguiram uma dobra temporal, que seria usada como artifício na série posteriormente. Fim do episódio.

O que podemos dizer do episódio “Tempo de Nudez”. Em primeiro lugar, ao contrário do que vimos em TNG, onde o episódio de mesmo tema pareceu fora de hora, aqui esse episódio funcionou bem na construção dos personagens, principalmente Spock e Christine. O vulcano deixou suas emoções aflorarem onde ele chorou por não poder engatar um romance com Christine e sentiu por sua mãe, uma terráquea com emoções, viver em Vulcano, onde a espécie vulcana reprimia as emoções. Esse foi o primeiro episódio onde Spock ficou muito em evidência, passando a receber centenas de cartas dos fãs depois de “Tempo de Nudez”. Já Christine se declara abertamente ao vulcano, algo que seria aproveitado em outros episódios. A doença afeta também Kirk que reclama que a responsabilidade sobre a Enterprise o impede de engatar um relacionamento com uma mulher, sobretudo a Ordenança Rand, que ele confessa estar apaixonado. Todas essas instabilidades emocionais desses personagens específicos tiveram um bom grau de dramaticidade, ajudando o público a desenvolver uma empatia com os personagens. As outras situações de instabilidades de personagens ficaram mais como alívios cômicos. Em TNG, a coisa chegou a um ponto em que todos os personagens caíram no ridículo, mesmo quando eles falavam de suas vulnerabilidades, parecendo algo mais inconveniente.

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Christine se declara a Spock…

“Tempo de Nudez” também mostrou um certo humor, o que seria uma das características de Jornada nas Estrelas. Em alguns momentos, esse humor foi voluntário, como as impaciências de Kirk e Spock para com a cantoria alterada de O’Reiley. Mas também tivemos momentos de humor um tanto involuntário, como na troca de tapas no rosto entre Kirk e Spock e no grito retumbante de Sulu perante um McCoy com uma injeção na mão. Ou seja, eu acredito que tenha sido um humor involuntário, pois se foi um humor voluntário, ele foi também muito escrachado.

No mais, foi criada a tecnobabble da dobra temporal, o que abria à série as possibilidades de viagens no tempo, que seriam também usadas nos longas de Jornada nas Estrelas.

Dessa forma, “Tempo de Nudez” é um episódio de Jornada nas Estrelas que trabalha de forma dramática os personagens de Kirk, Spock e Christine Chapel. O episódio também lançou mão de humores voluntários e involuntários, além de criar a tecnobabble de viagem no tempo. Vale a pena dar uma conferida nesse episódio.

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O famoso choro de Spock, que hiperpopularizou o personagem…

Batata Séries – The Orville (S01 Ep 02), Assumindo O Comando. Mais Referências A Jornada Nas Estrelas.

The Orville Episode 2 Review: Command Performance | Den of Geek
Alara vai enfrentar seu primeiro comando…

Dando sequência às análises de episódios da primeira temporada de The Orville, falemos do segundo episódio intitulado “Assumindo o Comando”. Lembrando que vamos lançar mão de spoilers aqui.

Qual é o plot? Borthos pede ao capitão Ed uma licença porque botou um ovo e precisa chocá-lo por vinte e um dias.  A Orville também recebe um pedido de socorro de uma nave que foi atacada pelos krills e que está com os pais do capitão Ed que, ao falar pelo filho nas frequências de saudação, colocam ele numa tremenda saia justa como alguns pais fazem por aí. Alara, a responsável pela segurança, vai ficar com o comando da ponte, pois o Ed e a primeira oficial Kelly irão para a nave atacada. Vai ser a primeira vez que Alara irá assumir o comando de uma nave e ela fica bem ressabiada com isso. Enquanto Ed e Kelly vão para a outra nave na nave auxiliar, a DR e as saias justas continuam em virtude do adultério cometido. Kelly pede uma canabis comestível para aguentar a parada de falar com a mãe de Ed que, segundo ele, a xingou muito depois que soube do ocorrido. Ao entrarem na nave, eles foram teletransportados para outro lugar. A nave era apenas uma projeção holográfica e capitão e primeira oficial caíram numa espécie de armadilha. Alara abandona a ponte (e seu posto) e vai pedir ajuda de Borthos, mas ele está chocando o seu ovo e praticamente fala para ela se virar, pois ela está no comando.

The Orville Season 1 Episode 2 Review - 'Command Performance'
Ed e Kelly vão ser sequestrados…

Gordon sugere que a nave auxiliar pode ser trazida por controle remoto. Alara concorda e Gordon o faz. Ela também ordena que a bóia onde estava acoplada a nave auxiliar seja trazida à nave por raio trator para ser examinada. Isaac, o andróide não recomenda isso, mas Alara insiste. Quando a bóia está próxima à Orville, ela explode. A Orville ficou cheia de avarias e feridos. Alara sai da ponte novamente e Isaac recomendou que ela não abandonasse seu posto, mas a moça sai toda esbaforida nave adentro. Alara vai para o hangar e para a enfermaria, onde todos trabalham. Alara conversa com a doutora e diz que não pode assumir o comando da nave. A doutora diz que não vai dar dispensa a ela e ainda complementa que comandar uma nave tem a ver com equilíbrio e aprendizado. Ela não vai cochichar respostas certas às perguntas de Alara, mas será a Obi Wan dela como puder.

Isaac descobre um pulso de transporte que saiu da bóia e precisa de energia extra para rastreá-lo. Alara decide transferir energia para a ponte para isso, mesmo comprometendo outras partes da nave e depois de consultar a doutora que concorda com a cabeça. Isaac identifica para onde foi o pulso. E ele está numa região proibida que tem um sistema solar com uma civilização avançada que repudia qualquer cultura com um desenvolvimento tecnológico menor. Os superiores não permitem que o resgate do capitão e da primeira oficial sejam feitos e Alara vi ter que desobedecer ordens superiores para resgatá-los.  Mas ela decide voltar para a Terra como ordenado, o que vai gerar atritos entre a capitã interina e a tripulação. Ela conversa sobre esse dilema com a doutora e esta diz que a moça tem que fazer sua escolha, que tem um risco e pode até destruir sua carreira no caso de se desrespeitar a ordem superior e invadir o sistema solar proibido. Ela fala com Gordon e este diz que o capitão arriscaria a carreira para salvá-la se ela estivesse numa situação de perigo. Alara decide, então invadir o sistema solar. Mas a Orville ia camuflada para ser aceita pela espécie alienígena que se considera superior. Ao chegar ao sistema, eles passam pela sondagem da patrulha. Isaac detectou dois sinais de vida. Alara desce com um grupo avançado numa nave auxiliar e coloca a doutora no comando, que solta um “filha da mãe”.

Bob Canada's BlogWorld: The Orville Season 1, Episode 2: Command Performance
Alara terá que fazer escolhas muito difíceis…

Ed e Kelly acordam em seu antigo apartamento. Será a chance para os dois ficarem juntos e se aproximarem um pouco (mas nem tanto). Ed vê dois alienígenas olhando-os numa vitrine e acaba descobrindo que está numa espécie de zoológico com outras espécies alienígenas atrás de vitrines. Estressados, capitão e primeira oficial começam a brigar. Mas eis que surge Alara e Isaac, que vão conversar com o encarregado do zoológico. Isaac diz que os humanos da jaula estão infectados e o encarregado inicia uma atividade de eutanásia na jaula. Raios começam a ser emitidos na jaula e Ed e Kelly precisam se desviar deles. Alara propõe uma troca com o encarregado do zoológico: liberar todas espécies em troca de milhares de arquivos de reality shows (sugestão do Gordon). O episódio termina com o bebê de Borthos saindo do ovo. É uma menina e Borthos diz que isso é impossível (um gancho para o terceiro episódio). Fim do episódio.

O que podemos dizer desse segundo episódio de The Orville, “Assumindo o Comando”? Em primeiro lugar, ele lembra demais dois episódios de Jornada nas Estrelas TOS: “O Primeiro Comando” (“The Galileo Seven”), onde Spock assume o comando de uma nave auxiliar sob ataque e o clássico “The Cage”, o primeiro episódio piloto de Jornada nas Estrelas. O fato de Ed e Kelly serem aprisionados por uma espécie alienígena que se considera superior nos remete imediatamente a Talos IV, embora sem o nível intelectual do que vimos em “The Cage”. Em “Assumindo o Comando”, a ideia de “The Cage” é mais usada como uma espécie de motivação para os alienígenas aprisionarem Ed e Kelly, não indo muito além disso. Já a alusão a “O Primeiro Comando” é bem maior, pois o episódio trabalhou muito todo o aprendizado de Alara na cadeira de capitão, com suas falhas e acertos, assim como já tínhamos visto com Spock. Ou seja, “Assumindo o Comando” foi um ótimo episódio de construção de personagem, assim como “O Primeiro Comando”.

The Orville" Command Performance (TV Episode 2017) - IMDb
Ed na jaula…

E o humor do episódio? Ele começou um tanto constrangedor, com os problemas de Ed e Kelly em lidar com o adultério e os pais do capitão. Mas o desfecho do episódio foi muito engraçado, onde Alara foi cínica com a empáfia dos alienígenas que se consideram superiores, com seu latido cheio de deboche. A ideia do reality show como moeda de troca na liberação das espécies do zoológico também foi uma boa piada.

Dessa forma, “Assumindo o Comando” foi um bom episódio de “The Orville”, com referências diretas a Jornada nas Estrelas TOS, com um humor ainda constrangedor em seu início, mas com piadas melhores e mais criativas ao final. Vale a pena dar uma conferida.  

Kari Byron - Tory Belleci and I make an incognito... | Facebook
Alienígenas que se acham muito inteligentes…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Enterprise (S01 Ep 05), Terra Nova. Vidas Subterrâneas.

Star Trek Enterprise - 1x06 - Terra Nova
Procurando membros de uma colônia ancestral…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos à Enterprise para falar do quinto episódio da primeira temporada, intitulado “Terra Nova”.

Qual é o plot desse episódio? A Enterprise vai para Terra Nova, uma colônia humana fora do sistema solar, a menos de vinte anos-luz de distância. Os colonos levaram nove anos para ir, nove anos para voltar. Ninguém ouviu falar de Terra Nova nos últimos setenta anos. Houve um desentendimento entre os colonos e a Terra, que mandou mais 200 colonos. Os colonos de Terra Nova não  queriam mais ninguém, pois já estavam lá há cinco anos. A Terra disse que não havia outro planeta habitável. Os colonos insistiram e houve trocas de mensagens agressivas, até que não se ouviu mais falar dos colonos. Ao chegarem ao planeta, ninguém respondeu às frequências de saudação e T’Pol identificou uma radiação na superfície do planeta. Uma nave auxiliar desce para ver o que está acontecendo. Eles encontram uma cidade abandonada. Mas Reed encontra alguém na floresta. A pessoa se esconde numa caverna. Dentro da caverna, vários humanóides estão escondidos e atacam o grupo avançado com armas de fogo. Reed é capturado e o resto do grupo avançado foge com a nave auxiliar. T’Pol consegue tontear um humanóide e o analisa com o tricorder, constatando que ele é humano.

Terra Nova | Star Trek: Enterprise | The Pensky Podcast
Uma cultura que descende dos humanos…

Archer e Phlox voltam à superfície para estabelecer um Primeiro Contato e são rendidos pelos humanos. Eles se intitulan novans e dizem que seu povo foi dizimado pelos humanos que lançaram uma chuva venenosa sobre eles (a radiação), forçando-os a viver nos subterrâneos. Archer diz aos novans que eles são descendentes dos humanos que chegaram lá há setenta anos e eles unidos podem descobrir o que aconteceu no planeta. Archer e Phlox oferecem assistência médica à mãe do líder dos novans que está com câncer de pulmão para conquistar a confiança deles. Mas os novans são muito ressabiados e agressivos.

T’Pol descobre a fonte de radiação. Ela veio de um impacto de um asteróide há exatos setenta anos, quando a expedição humana à Terra Nova havia chegado.

Reed, que é mantido refém nas profundezas, tenta interagir com os novans, mas eles respondem de forma agressiva. Entretanto, Reed percebe que eles gostam de música, começando a ver aquela cultura com outros olhos.

Hoshi consegue decifrar uma transmissão antiga dos humanos e ficamos sabendo que as crianças do planeta sobreviveram à radiação enquanto que os adultos morreram. Antes de morrerem, no entanto, os adultos confundiram a queda do asteróide com um ataque da Terra, já que os colonos estavam em litígio com seu planeta natal, culpando os humanos da Terra pelo acidente. E aqueles novans de agora são descendentes dessas crianças que viram seus adultos culpando o povo da Terra. Assim, conquistar a confiança dos novans seria algo muito difícil.

Star Trek: Enterprise Season 1 Episode 6
Como mudar o habito de um povo que, há muito, vive nas profundezas???

Phlox consegue curar o câncer da mãe do líder dos novans, mas descobre uma doença oriunda da radiação do meio ambiente do planeta, o que vai obrigar a evacuação dos novans. Eles não querem ir embora, mas Archer mostra uma foto antiga dos colonos humanos à mãe do líder e fala de um nome: Vera Fuller. Uma menininha está no colo dela e é a mãe do líder. Como o líder exige que eles voltem à superfície do planeta, Archer desanima com a situação e ordena os procedimentos para a volta dos novans. Revoltado, Archer diz que precisa convencê-los a sair do planeta. T’Pol atenta para o fato de que reeducá-los como humanos na Terra vai destruir a cultura deles de viverem nos túneis há duas gerações.

Trip descobre que a chuva radioativa não atingiu o hemisfério sul do planeta e Archer propõe aos novans que eles vivam nessa parte não afetada, podendo viver tanto nas profundezas quanto na superfície. O capitão retorna com os novans na nave auxiliar e, quando esta pousa, o solo cede e a nave afunda uns oito metros buraco abaixo. Com a queda da nave, os túneis cederam e um novan ficou preso com uma perna quebrada. Archer e o líder novan tiveram que se unir e confiar um no outro para tirar o novan ferido de um buraco bem fundo. A mãe do líder lembrou de seu passado como filha de Vera Fuller e obriga seu filho a falar a seu povo que o hemisfério sul do planeta é mais seguro. Fim do episódio.

Star Trek: Enterprise – Terra Nova (Review) | the m0vie blog
Archer vai precisar evacuar toda uma civilização…

O que podemos falar do episódio “Terra Nova”? Em primeiro lugar, esse episódio lembra muito o filme “Máquina do Tempo”, de 1960, estrelado por Rod Taylor e inspirado numa história de H. G. Wells, onde humanos foram obrigados a viver nos subterrâneos. Entretanto, se em “Máquina do Tempo” os humanos foram obrigados a viver nas profundezas em virtude de uma guerra nuclear, em “Terra Nova” os humanos foram obrigados a viver nas profundezas em virtude da queda de um asteróide. Vimos, também, a batata quente que cai no colo de Archer, que precisa estabelecer um contato amistoso com os novans, mas as querelas ancestrais entre os colonos de Terra Nova e as pessoas do planeta Terra tornam essa empreitada muito complicada. Esse foi, também, um episódio que trabalha um tema muito caro a Jornada nas Estrelas, que é a questão do respeito às diferenças. Archer quer salvar os novans da situação complicada em que vivem, onde a radiação contamina e adoece a todos. Mas T’Pol atenta para o fato de que tal intervenção vai obrigar os novans a viver de uma forma que não querem, pois já viviam nos subterrâneos há duas gerações e simplesmente trasladá-los para o planeta Terra e obrigá-los a viver na superfície de um planeta que não conhecem seria uma intervenção muito violenta na cultura e estilo de vida dos novans. Até que ponto Archer teria o direito de, sob o pretexto de salvar os novans da extinção, intervir tão violentamente em sua cultura? Debates de uma época pré-Primeira Diretriz. Essa questão poderia ser bem espinhosa caso os roteiristas não tivessem encontrado uma solução conveniente para o episódio, que foi a não contaminação do hemisfério sul de Terra Nova pela radiação, onde os novans puderam confortavelmente viver.  Mas eu fico imaginando a questão espinhosa entre escolher o respeito à cultura dos novans, o que significaria a destruição de sua espécie, ou salvar essa espécie intervindo à força em sua cultura. Sabemos muito bem quais seriam as opções de Archer e T’Pol. Esse também é um episódio que apela à memória, quando Archer mostra à mãe do líder dos novans, uma foto dela criança com os colonos humanos da Terra Nova de setenta anos atrás.

Dessa forma, “Terra Nova” é um interessante episódio de Jornada nas Estrelas Enterprise, onde a referência a “Máquina do Tempo” torna a coisa muito interessante, além de termos aqui mais uma discussão sobre respeito a outras culturas, mesmo que isso possa significar a extinção destas. Vale a pena a revisita.  

Enterprise - "Terra Nova" Season 1 Episode 6 (8/10) Malcolm Reed | Star  trek enterprise, Dominic keating, Star trek characters
Reed aprende com a diferença…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Voyager (S01, Ep 04), Fagia. Um Insolúvel Dilema Moral.

Star Trek: Voyager Rewatch: “Phage” | Tor.com
Neelix terá seu pulmão roubado…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, revisitemos Voyager no quarto episódio da primeira temporada, intitulado Fagia.

Qual é o plot desse episódio? A Voyager se aproxima, por indicação de Neelix, de um planetóide Classe M rico em dilítio. Quando o grupo avançado desce ao planetóide, suas cavernas parecem totalmente naturais aos olhos do grupo, mas na verdade há toda uma construção com uma espécie alienígena. Neelix, em sua busca por dilítio, encontra um dos alienígenas, que o alveja com uma pistola de raios. Chakotay e Kim o levam para a enfermaria e o Doutor, depois de sedá-lo, constata que Neelix não tem mais seus pulmões e morrerá em cerca de uma hora, depois que a oxigenação que o Doutor fez no corpo de Neelix acabar.  A única opção é Neelix ter implantado seu pulmão de volta. Janeway, Tuvok e Kim voltam ao planetóide para isso e descobrem a construção depois de perceberem uma diferença de temperatura nas rochas e desfazer o campo de força com um phaser.

Star Trek: Voyager | Netflix
Kes vai ajudar o Doutor a lidar com uma situação difícil…

O Doutor, usando o padrão de Neelix do teletransporte, cria um pulmão holográfico para mantê-lo vivo, mas em estado vegetativo. Kes, que está na enfermaria, aceita essa intervenção, pois a alternativa é a morte de Neelix. A implementação do pulmão holográfico é um sucesso. Neelix recobra consciência e ele fica sabendo de sua condição. Sua reação é ele zoar o teto da enfermaria e perguntar para o Doutor se ele não sabe cantar (olha só, no quarto episódio da primeira temporada). Mal humorado, o Doutor não responde às brincadeiras. Neelix demonstra ciúmes para com Kes, pois Paris está a apoiando nessa situação drástica. Kes diz que Neelix esta com medo do que está acontecendo e que não é para ele se preocupar.

O grupo avançado descobriu um laboratório e os tricorders mostram que os sinais de dilítio vêm desse laboratório, que tem uma série de órgãos guardados, mas os pulmões de Neelix não estão lá. Janeway descobre que uma forma de vida esteve no laboratório há poucos minutos e o grupo avançado vai atrás dela. Eles encontram o alienígena, que consegue fugir para a sua nave e entrar em dobra. Janeway ordena o teletransporte do grupo avançado e a perseguição à nave em dobra máxima. O alienígena deixou para trás um dispositivo que parece ter a função de extrair órgãos de seres vivos.

Star Trek: Voyager | Netflix
Os vidianos. Argh!!!

Neelix fica muito ansioso por estar preso ao pulmão holográfico e começa a hiperventilar. O Doutor é obrigado a sedá-lo e chama Kes para acalmar o talaxiano. Kes pergunta se o Doutor está bem e ele se mostra incomodado por ser uma unidade médica de emergência que não está preparada para amparar psicologicamente um paciente na condição de Neelix. Kes diz ao Doutor que ele está indo muito bem e que pode aprender, com sua experiência a suprir essa deficiência.

A nave perseguida pela Voyager sai de dobra e entra num asteróide. Janeway decide levar a Voyager também para o interior do asteróide. A nave entra numa grande câmara dentro do asteróide e eles veem várias imagens da Voyager e da nave alienígena, que são uma espécie de reflexão das naves originais. As naceles de dobra da Voyager passaram a ter a sua energia drenada pela câmara. Kim acha as coordenadas e Janeway manda dar um tiro de phaser enfraquecido nessas coordenadas somente para identificar a nave alienígena e não provocar danos na Voyager caso o phaser ricocheteie e atinja a nave. Eles acham a nave com dois sinais de vida e Janeway ordena que se trave o teletransporte neles. Eles são os vidianos, que precisam roubar órgãos de outras espécies, já que são atacados por microorganismos que consomem seus corpos. Janeway pede o pulmão de Neelix de volta, mas ele já foi enxertado em um dos vidianos. Os vidianos falam que a capitã não pode entender a situação, pois os vidianos eram um povo educador e amante das artes e teve que tomar atitudes tão deploráveis para poder sobreviver. Janeway diz que, agora está numa escolha muito difícil, pois não sabe como vai escolher entre a vida de Neelix ou do vidiano, pois isso é deplorável na cultura dela. Ela, inclusive, por estar muito longe da Terra, nem pode prendê-los e levar a julgamento. Assim, ela só tem uma alternativa, que é deixar os vidianos irem embora. Mas, caso eles voltem para roubar órgãos, ela vai responder enérgica e mortalmente. O vidiano que está com o pulmão de Neelix, diz que quer ver o talaxiano, pois a medicina dos vidianos é muito avançada e pode fazer algo. Janeway concorda. Os vidianos percebem que um pulmão pode ser doado para Neelix com todas as adaptações necessárias que eles sabem fazer. Kes se oferece para a doação. A operação é um sucesso e o episódio termina com o Doutor dizendo a Kes, ainda no leito da enfermaria, que ele conseguiu a autorização de Janeway para treinar a moça como assistente de enfermaria. A ocampa agradece ao Doutor e o Doutor agradece a ela, pois a moça o fez pensar em muitas coisas. Fim do episódio.

Watch Star Trek: Voyager Season 1 Episode 5: Phage - Full show on Paramount  Plus
Belo episódio de construção de personagens…

O que podemos falar do episódio “Fagia”? Em primeiro lugar, temos um excelente episódio aqui. Devo confessar uma coisa: sempre gostei muito do Neelix. Apesar de muitas pessoas acharem que o talaxiano é um chato, ele tem um espírito altamente altruísta e, na minha modesta opinião, ele é o personagem que encarna com mais perfeição os ideais utópicos da Federação, pois sempre está às ordens para ajudar a todos. E aí, vemos Neelix preso numa cama de enfermaria e isso pode acontecer para o resto da vida. É Jornada nas Estrelas trabalhando, mais uma vez por metáforas, questões da vida real, pois sabemos da existência de pacientes em estados vegetativos e fica a questão de se praticar ou não a eutanásia neles. No caso de Neelix, ele desejou a sua morte ao invés de ficar num estado vegetativo. E o Doutor, um holograma com uma multiplicidade de programas médicos, não sabia como tratar de forma mais humana um paciente nessa situação. O toque para isso veio justamente com Kes, que ajuda o Doutor a lidar com essa situação e, consequentemente, ele quer a Ocampa por perto, para ser a sua assistente na enfermaria. Ou seja, foi um baita dum episódio de construção desses três personagens (Neelix, o Doutor e Kes). Hoje, sabendo o que aconteceu com a personagem Ocampa na série, a gente lamenta muito que Kes não tenha dado certo na série depois que vemos um episódio tão bem escrito como esse.

Mas o episódio foi além. A introdução dos vidianos na série trouxe junto um pesado dilema moral que é a reflexão principal do episódio. Tidos como uma civilização amante da educação e das artes, a bactéria que destrói o corpo dos vidianos os mergulhou numa barbárie imperdoável na luta pela sobrevivência, que é roubar órgãos de outros seres para garantir a manutenção de seus corpos. Janeway entende a situação dolorosa dos vidianos e lamenta profundamente o que aconteceu com eles, mas não dá para perdoar a atitude de destruir a vida de um ser vivo para salvar a de outro. E a força das circunstâncias a obrigou a fazer escolha semelhante, o que a deixou profundamente revoltada com a espécie vidiana, a ponto dela ameaçá-los de morte caso se deparasse com eles de novo. È a distopia dando o ar de sua graça em Voyager já no seu quarto episódio. A situação é tão dramática e sem solução aparente que até o vidiano que recebeu o corpo de Neelix aceita a pena de morte caso seja a solução da querela. Só que isso não alivia a complexidade da questão, não havendo uma saída que não provoque dor. Qualquer que seja a opção para tentar resolver o que vemos vai provocar alguma dor em algum lugar. Um problema praticamente insolúvel, que foi muito bem pensado antes de ser escrito (foi um episódio escrito por Skye Dent, Brannon Braga e Tim de Haas).

Dessa forma, podemos dizer que “Fagia” é um episódio de excelente qualidade de Jornada nas Estrelas Voyager, pois fez um bom trabalho de construção de três personagens (Neelix, Kes e o Doutor) e ainda levantou uma reflexão de uma questão de ordem moral completamente insolúvel, num dilema que não nos deixa alheios e que mostra Janeway nos primeiros passos para uma distopia na série. Esse episódio merece demais ser revisto, dada a sua grande qualidade.  

Watch Star Trek: Voyager Season 1 Episode 5: Phage - Full show on Paramount  Plus
Janeway vai ficar danada da vida com os vidianos…
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