Batata Antiqualhas – Battlestar Galactica. Visões De Um Passado Antigo E Recente (Parte 1).

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Por Carlos Lohse

Quando o filme “Guerra nas Estrelas” estreou lá nos fins da década de 70, surgiram algumas séries para televisão nos Estados Unidos que se inspiraram em ficção científica espacial. A gente via na Globo, nos domingos à tarde, especificamente dois “enlatados” (era assim que se denominavam as séries de tv americanas na época): “Buck Rogers” e “Galáctica, Astronave de Combate”. A série “Buck Rogers” era mais fajuta. Todo mundo já conhece a história do americano que, em 1987 (a série passou por aqui em 1982), foi ao espaço numa nave, ficou congelado por cerca de 400 anos e voltou para a Terra em 2492, ou seja, em pleno século 25. Já a série “Galáctica” era bem mais interessante. Ela foi inspirada naquela ideia que algumas pessoas meio doidas defendem por aí de que a raça humana tem origem no espaço.  Assim, os humanos teriam formado 12 tribos pelo Universo. Mas o Império Cylon (ou cilônio, para os mais antigos), formado daqueles robôs em formato de centurião romano (eram chamados assim mesmo, de centuriões) e com aquele olho vermelho que ficava andando para lá e para cá (do mesmo jeito que a Supermáquina, do Michael Knight), travou uma guerra de mil anos contra os humanos. Vendo que não conseguiam a vitória, os cilônios simularam uma trégua para fazer um ataque surpresa, o que praticamente dizimou a raça humana, destruindo as 12 tribos. Todas as naves de combate haviam sido destruídas, exceto a Galáctica. Assim, ela passou a liderar pelo espaço uma frota de 1220 naves com os remanescentes da raça humana, enquanto os cilônios as perseguiam. Havia uma lenda de que, quando os humanos deixaram seu mundo de origem, Kobol, um grupo teria formado uma 13ª tribo, que seria justamente o planeta Terra. E assim, a Galáctica viajava pelo espaço em busca do nosso planeta.

Apolo, Adama e Starbuck
Apolo, Adama e Starbuck

Essa série de Glen A. Larson era muito interessante, pois vários elementos da História Antiga da Terra estão presentes. As 12 tribos são uma referência aos judeus. Os cilônios são descaradamente uma referência ao Império Romano. Os capacetes dos pilotos de caça da Galáctica tinham um design que lembrava a cultura egípcia antiga. A religião desses humanos, apesar da influência judaica, era politeísta como várias culturas antigas (eles adoravam “os senhores de Kobol”). Um dos robôs que estavam no alto comando dos cilônios se chamava Lúcifer, e por aí vai. O elenco contava com nomes como Lorne Greene (que ficou famoso na série “Bonanza”), interpretando o Comandante Adama, que liderava a Galáctica, e Dirk Benedict (conhecido por ser o Cara de Pau do Esquadrão Classe A, que passava no SBT), o tenente Starbuck, amigo do capitão Apolo (interpretado por Richard Hatch), filho de Adama. Eles pilotavam os caças que faziam batalhas espaciais contra os caças dos cilônios. Não podemos nos esquecer de John Colicos, que foi o primeiro klingon na série clássica de “Jornada nas Estrelas”, fazia o traiçoeiro Baltar, que se descambou para o lado dos cilônios e perseguia a Galáctica.

Os cilônios!!!
Os cilônios!!!

A série ainda contou com Lloyd Bridges como ator convidado, no episódio duplo onde a Galáctica encontra a astronave de combate Pegasus, comandada justamente pelo Comandante Caim (olha outra referência às culturas antigas), interpretado por Bridges. A Manchete reprisou “Galáctica” na década de 90, juntamente com “Buck Rogers” e a série clássica de “Jornada nas Estrelas”. E aí, pudemos ver alguns episódios novos que não haviam passado na Globo. Nesses episódios, a Galáctica já havia chegado à Terra, mas não podia entrar em contato com os humanos de nosso planeta, pois se os cilônios os descobrissem, teriam tecnologia suficiente para destruir tudo. No lado dos cilônios, já havia robôs com aparências humanas. Do elenco original só havia restado praticamente Lorne Greene, agora ostentando uma elegante barba branca, e o ator Herbert Jefferson Jr, que interpretava o tenente Boomer, um piloto de caça, que meio que foi “promovido” e assumiu um posto de comando na ponte da Galáctica nesses novos episódios. Os efeitos especiais sumiram e víamos dois pilotos de caça andando com suas motos pelas estradas da Terra fazendo missões secretas para defender o planeta dos cilônios. Ah, sim, me esqueci de dizer, as motos voavam (!).

Na conclusão desse artigo, vamos falar um pouco sobre a nova versão de “Battlestar Galactica”, produzida em 2004. Até lá! Mas antes, não deixe de ver o vídeo abaixo!!!

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