Batata Movies – A Grande Muralha. O Problema Foi Com Os Bichinhos.

Cartaz do Filme

Pegue um grande diretor chinês do naipe de Zhang Yimou. Dê a ele toda a estrutura do mundo de Hollywood para trabalhar. Dê, ainda, atores consagrados de um porte de um Matt Damon e Willen Dafoe. Puxa vida, um filme produzido nessas condições vai ser de muita qualidade e de muito sucesso, não é? Errado!!! Acabou sendo uma coisa muito bobinha, pois os CGIs também entraram em ação. E fabricaram coisas altamente inverossímeis e, principalmente, bichinhos, muitos bichinhos, ainda por cima numa História de Época que se passa na Idade Média, para degringolar tudo de uma vez. Essas foram as impressões de “A Grande Muralha”, que passa em nossas telonas. Um fiasco total de onde poderia sair algo de muito bom.

William tomará um novo rumo em sua vida

Vemos aqui a história de dois europeus, William (interpretado por Matt Damon) e Tovar (interpretado por Pedro Pascal), em jornada ao oriente em busca de uma poeira negra que explode e pode ser usada como uma perigosa arma (a tal da pólvora). Por estar em território estrangeiro tentando tomar as coisas dos outros, nem é preciso dizer que esses dois caras são hostilizados em qualquer lugar que passam. Até que um dia, chegam à Grande Muralha da China, e são aprisionados pelo exército chinês. Enquanto eles estão como prisioneiros, veem esse exército lutando contra uns bichinhos verdes muito feios. Como William é muito bom no arco e flecha e ajuda os chineses, ele e seu amigo Pascal caem nas graças dos defensores da muralha e do Império. Mas há outro ocidental que vive com os chineses há anos, Ballard (interpretado por Willen Dafoe), que é mantido preso por lá para não espalhar o segredo da pólvora para o Ocidente.

Tovar…

Ballard organiza com Tovar um plano de roubo da pólvora e de fuga, enquanto que William fica cada vez mais envolvido com os chineses, já que finalmente encontra uma razão para lutar e, ainda por cima, o exército chinês tem uma bela general, Lin Mae (interpretada por Tian Jing). Assim, William terá a dupla tarefa de ajudar os chineses a evitar que os monstrinhos verdes e feios atravessem a Grande Muralha para atacar a capital do Império e, ao mesmo tempo, lidar com os planos inescrupulosos de seus dois colegas ocidentais.

…e Ballard. Pensando numa fuga e roubo de pólvora

A história até que não é de se jogar fora, mas… bichinhos? A coisa ficou muito caricata e forçada. Que se colocassem hunos para atacar a Grande Muralha, como vimos em “Mulan”, que foi algo muito mais digno e plausível. O pior é que sentimos que a película teve ares de grande produção, principalmente nas indumentárias coloridas do exército chinês, que ficaram simplesmente deslumbrantes (o figurino desse filme estava realmente muito bonito). Mas o filme ficou com cara de blockbuster B, do tipo de “Deuses do Egito”, algo imperdoável quando você tem um cara da qualidade de Zhang Yimou na direção. Ou seja, tinha que sair coisa muito melhor que isso. Era para se fazer um filme hollywoodiano de ação com CGIs? Não tem problema. Mas que se fizesse algo que fosse um pouco mais digno do talento dos atores usados e do diretor.

General Lin Mae. Um bom motivo para ficar na China

Do jeito que a coisa foi produzida, ficou uma cara de filme de Sessão da Tarde, mas daqueles descartáveis que são totalmente editados e que só tem a função de preencher buracos na programação, o que é extremamente lamentável. Só não vou dizer que esse filme não é totalmente recomendável pelos bons atores usados, tanto do lado hollywoodiano quando do lado chinês, e pelo belo figurino. Mas isso é muito pouco para essa película, que tinha que ser muito mais ambiciosa.

Muitos bichinhos

Assim, “A Grande Muralha” foi uma sucessão de equívocos, mas pelo menos você vai poder dizer que viu Zhang Yimou trabalhando em Hollywood, embora não tenha dado muito certo. Vá, mas não espere muito.

%d blogueiros gostam disto: