Batata Movies – Atômica. Um Videoclipe Sem A Cereja.

 

                                 Cartaz do Filme

E estreou “Atômica”, um filme que era cercado de grande expectativa. O trailer prometia muito! Charlize Theron encarnando uma agente secreta inglesa totalmente louraça e descendo a porrada num monte de homens. Mais empoderamento feminino impossível. O trailer também era altamente provocante, pois nossa loura dava uns pegas numa linda morena. Como se não bastasse, James McAvoy também apareceu no trailer como parceiro de Theron. Isso sem falar nas boas presenças de John Goodman (que dispensa apresentações) e Toby Jones (que já trabalhou em filmes da franquia da Marvel como “Capitão América”). Ou seja, tinha tudo para ser um filmaço.

       Uma louraça com a cara da Debbie Harry

E as expectativas foram correspondidas? Mais ou menos. “Atômica” teve um roteiro um tanto descontínuo, onde cenas de ação altamente explosivas mais ao final da película dividiram a trama com partes bem mais morosas, onde a história ficava até um tanto confusa. Tudo girava em torno de uma lista secreta de espiões que vazou em Berlim no ano de 1989, bem nos dias que antecediam a queda do muro. O MI6 (Serviço Secreto Britânico) tinha como objetivo recuperar a lista antes que ela caísse nas mãos da KGB, o que poderia prolongar a Guerra Fria em mais uns quarenta anos. Assim, nossa agente Lorraine  Broughton (interpretada por Theron) vai a Berlim onde ela deve se encontrar com seu contato, David Percival (interpretado por McAvoy). Só que, ao chegar a Berlim, ela já cai nas mãos da KGB e as cenas de porrada, bomba e tiro começam. O problema é que a história quis ser, além de um filme de ação convencional, uma trama de espionagem e suspense, onde vários jogos de gato e rato, assim como traições implícitas rechearam a história, e a solução de tais tramoias tornou a coisa um tanto enfadonha. Sei lá, acho que o peixe vendido no trailer foi o de um filme de ação mais tradicional, regado a CGIs e entretenimento puro, e o que se viu no filme não foi o mesmo, o que pode ter decepcionado um pouco o espectador (eu vi até uma pessoa abandonando o filme no meio da sessão que assistia no São Luiz 3). Outra coisa que muito decepcionou foi que a película tinha uma baita duma trilha sonora, com hits da época do naipe de um “Major Tom” e um “99 Luftbaloons”, chegando ao auge com um “Under Pressure”. Isso deu à película uma grande cara de videoclipe, de balanço irresistível para quarentões e cinquentões. Mas é imperdoável que “Atomic”, do Blondie, não estivesse na trilha sonora. Cacilda, um filme cujo título original é “Atomic Blonde” e Charlize Theron com a cara da Debbie Harry tem que ter “Atomic” em sua trilha sonora, mesmo que seja nos créditos finais! Esse foi um erro imperdoável que lamentei profundamente. Ainda tive alguma esperança de escutar um leve arremedo de “Atomic” nos créditos finais (fui o último a sair da sala) mas, nem assim…

                James McAvoy. Boa participação.

Pelo menos, o filme foi provocador.  Colocar a protagonista do filme em tórridas cenas de sexo explícito com uma agente francesa foi algo muito corajoso até para os padrões de hoje, ainda mais quando nos lembramos de que esta é uma co-produção Estados Unidos, Alemanha e Suécia, anglo-saxã demais para tocar em tal assunto num circuito comercial. E ainda mais que a agente francesa foi, ninguém mais, ninguém menos que Sofia Boutella, que ficou famosa como a múmia de Tom Cruise, onde já havia chamado bastante a atenção. Dessa vez, tivemos mais chance de vê-la atuando e, se seu talento como atriz é relativamente mediano, sua beleza ajudou em muito a recuperar o interesse pelo filme.

                         Um flerte e tanto…

Assim, “Atômica” infelizmente acabou decepcionando, pois os trailers traziam grandes expectativas, mas o filme acabou mostrando algo um pouco mais fraco. Mais ação, menos trama e a mesma dose de sensualidade poderiam ter talvez trazido um resultado bem melhor. Uma pena, mas vale dar uma conferida assim mesmo.

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