A dupla Eric Toledano e Olivier Nakache (de “Os Intocáveis”) está de volta com a boa comédia “Assim é a Vida”. Desta vez, os diretores e roteiristas se superaram em fazer rir. No filme “Intocáveis” já tivemos uma boa comédia, embora houvesse pitadas de drama em alguns momentos. Já em “Assim é a Vida”, deu-se liberdade total à arte de fazer rir.
O enredo da película é muito simples. Uma pequena empresa organiza uma festa de casamento num castelo do século XVII e vemos os bastidores dessa organização. Temos uma grande equipe liderada por Max (interpretado por Jean-Pierre Bacri), um chefe bem estressado. Também pudera. Sua trupe de funcionários provoca as mais confusas situações, colocando nosso patrão em maus lençóis várias vezes. A organização da festa em si é uma sucessão de problemas para se resolver, onde todos correm contra o tempo. E, para piorar, o noivo (interpretado por Benjamin Lavernhe) é, ainda, um cara extremamente exigente, egocêntrico e até megalomaníaco, o que somente coloca mais pressão em todos.
Contado dessa forma extremamente simplória (até para se evitar os spoilers), a coisa parece muito sem graça. Mas Toledano e Nakache conseguem transformar o filme em algo muito divertido, onde a comédia vai paulatinamente tomando conta da película até o momento da festa em si, onde a sequência de eventos provoca gargalhadas no público. Outra coisa que ajudou muito o filme foi a grande variedade de funcionários e, consequentemente, de bons personagens e oportunidades diferentes para se fazer rir, deixando a comédia sempre com um ar de ineditismo.
E até as piadas repetidas foram inseridas na película em horas oportunas, o que só serviu para melhorar a comédia. Dentro dos vários personagens do filme, podemos destacar um fotógrafo que se irrita com pessoas tirando fotos pelo celular quando ele trabalha, um garçom que é apaixonado pela noiva (ela é uma antiga colega de escola dele), uma mãe do noivo toda deslumbrada, um músico grosseirão e inconveniente (magistralmente interpretado por Gilles Lellouche), um garçom que não sabe cortar robalo (na verdade, ele nem sabe que um robalo é um peixe), dois paquistaneses que riem das situações mais constrangedoras (até porque não sabem falar francês direito) e outros casos.
Assim, se você está com vontade de curtir uma boa comédia de dois competentes diretores e roteiristas do cinema francês atual, não deixe de ver “Assim é a Vida”. Embora haja no elenco poucos nomes conhecidos pelo público brasileiro de atores, todos eles trabalharam muito bem, não deixando o ritmo do filme cair e provocando muitos risos no espectador. Vale a pena dar uma conferida nessa boa película francesa.