Um filme francês passou em nossas telonas. “50 São Os Novos 30”, de Valérie Lemercier, é uma película que nada mais é do que uma comédia despretensiosa de amor na meia idade. Um filme que, pura e simplesmente, tem o objetivo de entretenimento e nada mais.
A história começa com a decepção de Marie-Francine (interpretada por Valérie Lemercier), uma cientista cinquentona especialista em células-tronco, ao saber que seu marido a trocou por uma instrutora de tênis bem mais nova. Marie sai de casa e fica morando em um quartinho até descobrir que será mandada embora de seu emprego, o que a obriga a viver na casa dos pais, que a tratam como uma criança. Como não consegue emprego, ela começa a trabalhar numa lojinha de cigarros eletrônicos, onde vai conhecer Miguel (interpretado por Patrick Timsit), um cozinheiro português que trabalha no restaurante ao lado. A simpatia cativante de Miguel irá conquistar Marie paulatinamente. Mas esse amor será marcado por muitos desencontros e confusões que alimentam essa comédia romântica.
Realmente, não há muito o que dizer sobre esse filme. Não que ele seja ruim. O filme presta bem ao que se propõe fazer, que é provocar algumas risadas na plateia. Mas não passa muito mais do que isso. Pode-se falar, ainda, das boas atuações de Valérie Lemercier e Patrick Timsit, o casal protagonista, que esbanjou simpatia e teve uma excelente química. O mais curioso é que Lemercier interpretou também a irmã gêmea de Marie-Francine, Marie-Noelle, que era bem mais elegante e geniosa, o que ajudou a arrancar mais algumas risadas.
Já Timsit fez um português super bem humorado e de bem com a vida, sendo altamente cativante. Aproveitando o gancho lusitano do filme, a trilha sonora é bem exótica, com fados em português e francês (!) além de uma música latina bem quente, com direito a uma versão em francês de “No balancê”.
Ou seja, a parte musical é que acaba sendo a coisa mais original de um filme que segue aquela receitinha de bolo básica das comédias românticas: um começo de relacionamento regado a piadas, uma série de desencontros e mal-entendidos que geram mais situações cômicas e tensas, e o desfecho com uma cara de happy end, onde se resolve todos os problemas que aparecem ao longo da película, embora, no caso desse filme, os possíveis mal-entendidos que poderiam abalar o relacionamento do casal até se resolvem muito rápido, dando pouco espaço para o desenvolvimento de mais intrigas e situações inusitadas. Ou seja, uma história simples e rápida, de fácil digestão, para ser consumida num piscar de olhos.
Assim, “50 São Os Novos 30” é o tipo do filme que você vê apenas para distrair sua cabeça e nada mais. Um puro entretenimento para você passar uma tarde animada e ficar com a cabeça levinha, levinha. De vez em quando, até é bom.