Sabe quando você vai ao cinema com o único intuito de ver os atores que você gosta? Já falamos disso aqui umas mil vezes. E creio que será a milésima-primeira agora. Pois hoje vamos nos ater à análise de “Do Jeito Que Elas Querem”, uma comédia romântica bem convencional, mas que conta com atores para lá de consagrados e que não aparecem nas nossas telonas há algum tempo.
A história é muito simples. Quatro distintas senhoras de meia-idade, amigas antigas, fazem uma espécie de clube do livro para se encontrarem periodicamente, onde em cada reunião uma delas seleciona um livro para lerem e debaterem. Até que, um belo dia, uma delas seleciona “Cinquenta Tons de Cinza”, o que desperta um pouco a libido das jovens senhoras, que irão enveredar por casos amorosos, seja com seus maridos, com amantes obtidos via internet, antigos casos ou até novos casos, não necessariamente de uma nova idade. Esses pequenos casos amorosos é que servirão de combustível para a comédia romântica.
Já dá para sentir que é uma história muito bobinha, mas agradável, que dá para passar o tempo numa tarde chuvosa e dar algumas risadas. Ou seja, cinema para o único e exclusivo objetivo de entretenimento, nada mais.
E o elenco? Ah, sim, o grande trunfo do filme. Anota aí: Diane Keaton, Jane Fonda, Candice Bergen, Mary Steenburgen (a namorada do professor Brown em “De Volta Para o Futuro 3”, lembram?), Don Johnson (o policial de “Miami Vice” e sua Ferrari branca), Richard Dreyfuss, Andy Garcia, Craig T. Nelson (o pai do filme “Poltergeist”) e ainda Alicia Silverstone. Dá para perceber como a gente vai para o cinema somente para rever esses atores. As quatro atrizes protagonistas foram muito bem, destaques para Keaton e Fonda, obviamente. Dentre o staff masculino, Garcia parecia um robô, com uma interpretação muito rígida e pouco adequada à situação. Ele já foi melhor em outros papéis recentes. Dreyfuss apareceu muito pouco mas correspondeu quando foi exigido. Nelson foi muito bem na pele do marido inseguro e dançando ao som de Meatloaf (outra grata surpresa). Agora, quem roubou a cena foi Don Johnson, fazendo um excelente par romântico com Jane Fonda, destilando muito carisma. O que chama a atenção é o papel altamente periférico de Alicia Silverstone. Para quem já foi a Batgirl, parece que a moça está recomeçando bem por baixo. Vamos ver se ela dá a volta por cima.
É claro que, numa historinha simplória como essa, o happy end é garantido. Acho que nem seria um spoiler eu dizer isso aqui, tamanha a obviedade de filmes do naipe da comédia romântica. Afinal de contas, uma coisa que é feita para rir geralmente não pode terminar de forma triste. Seria um plot twist de proporções galácticas…
Assim, esse é o tipo de filme para se passar uma tarde leve e agradável, pois a gente se diverte na pouco mais de hora e quarenta de duração com uma historinha banal, mesmo que ela abarque alguns problemas do cotidiano das pessoas, e isso com um elenco que todos nós já conhecemos de longa data e que gostamos. No mais, o filme não apresenta muitas atrações.