Isabelle Huppert está de volta, mas agora numa produção americana. “Obsessão” é o clássico filme de suspense onde alguém tem aquela fixação por uma pessoa e, paranoicamente, começa a persegui-la. Cabe aqui a paranoia (e, infelizmente, alguns clichês) a Huppert, enquanto que a perseguida inocente será interpretada por Chloë Grace Moretz. Vamos lançar mão dos spoilers aqui.
O plot é muito simples e é o seguinte: Frances (interpretada por Moretz) perdeu a mãe e tem uma relação conflituosa com o pai desde então. Um belo dia, a moça encontra uma bolsa perdida no metrô e o nome de Greta Hideg (interpretada por Huppert) num documento de identidade. Ela consegue localizar a senhora e elas se tornam amigas.
Mas Frances descobre um monte de bolsas iguaizinhas a que ela achou, com nomes e telefones coladas na parte de trás delas. Frances irá entrar em pânico e vai tentar se desvencilhar de Greta, que diz ser viúva e ter uma filha estudando no exterior. Logo, logo, Greta irá começar a perseguir Frances até conseguir mantê-la em cárcere privado. Tudo isso regado a muito suspense e lances, digamos, violentos e neurastênicos.
A primeira coisa a se lamentar no filme é a forma como se tratou a personagem de Huppert. Inicialmente uma francesa, descobre-se posteriormente que Greta é, na verdade, húngara, o que abriu margem para estereótipos e uma visão mais caricata e ridicularizada da personagem, o que foi uma pena. Suas citações em húngaro tiraram um pouco o terror da personagem, embora seus passinhos de balé num momento bem tenso do filme tenham sido muito engraçados e bem encaixados no contexto.
Já Chloë Grace Moretz acompanhou Huppert como pôde mas fazia mais a cara de um bebezinho assustado do que qualquer outra coisa. É, realmente, um filme de Huppert em toda a sua plenitude. Típico filme que a gente vai ver para cultuar a artista que a gente gosta, mesmo que a película não seja de boa qualidade, como vemos nesse thriller cheio de clichês.
Assim, “Obsessão” é mais um filme de suspense com mais do mesmo. Pelo menos, veio a Isabelle Huppert como atriz principal (não foi a Moretz a protagonista de jeito nenhum), embora sua vilã tenha sido estereotipada com uma série de clichês que nossa diva francesa não merecia. Fazer o que? Filme americano, diriam alguns. Mas valeu pela diversão e por ver um pouco de Huppert em ação.