Guillaume Canet está de volta assinando o roteiro e a direção do bom “Estaremos Sempre Juntos”. Continuação do filme “Até a Eternidade”, de 2010, a película conta com um grande elenco: François Cluzet, Marion Cotillard, Gilles Lellouche, Laurent Lafitte, entre outros. Para podermos falar desse filme, vamos precisar de spoilers.
O plot é simples. Max (interpretado por Cluzet) está em sua casa, acertando a venda da mesma com um corretor de imóveis. Outrora um rico homem de negócios, Max faliu, perdeu a esposa, restaurante, hotel e, agora, precisa vender a casa. Só que seus amigos invadem a casa para fazer uma festa de aniversario surpresa pelos seus 60 anos. Max tem algumas rusgas com esse grupo de amigos e o reencontro é constrangedor. Mas Max vai esfriando a cabeça e aceita o grupo. Seu amigo Eric (interpretado por Lellouche) sugere ficar numa casa alugada à beira mar, ao invés da casa de Max onde os amigos se encontravam. É que a ex-esposa de Max aparecerá em dois dias e ele não quer vê-la. Max pede a Eric que seja dito aos amigos que foi Max que alugou a casa à beira mar. Assim, os amigos se reúnem, onde eles recordam os bons tempos do passado, mas também aparam muitas arestas, provocando tremendas saias justas.
O filme tem uma história muito cativante e prende a atenção do espectador do início ao fim. Um destaque todo especial para François Cluzet, cujo personagem Max, por ser extremamente sensível, rouba a cena. Apesar de todo o destaque do personagem-protagonista, os demais atores do filme também tiveram atuações magníficas, com um destaque especial para pequenos núcleos de personagens que tinham que acertar as diferenças do passado. O mais interessante no filme é que esse grupo estava inicialmente numa espécie de litígio com Max, mas buscou a reconciliação com o mesmo. É claro que isso já provocou um terreno um tanto tenso logo no início do filme que, gradativamente, foi se tornando mais leve, até todos chegarem num entendimento e na volta da amizade. Entretanto, uma ou outra declaração mal colocada de um ou outro personagem levava a situações constrangedoras e saias justas que poderiam, a qualquer momento, estragar o clima entre todos novamente. Tal situação poderia levar a um contexto um tanto tragicômico, como a ridícula tentativa de suicídio de Max, seguida por uma crise de choro comovente do protagonista, despertando rápidos sentimentos contraditórios no espectador.
Por ser um filme que destaca as relações humanas e a amizade entre personagens bem construídos, é praticamente obvia a opção pelo happy end, onde Max decide anular a venda da casa, espaço onde os amigos se encontravam no passado e termina com ele indo atrás dos amigos para reuni-los novamente, agora em seu lar.
Dessa forma, “Estaremos Sempre Juntos” confirma a grande versatilidade de Guillaume Canet, que consegue ser um bom ator, mas também diretor e roteirista. E ainda há a vantagem de que os filmes em que ele tem o controle da produção são cravejados de grandes atores franceses, o que é um atrativo a mais e ajuda a cimentar o bom roteiro escrito. É uma película comovente e um programa imperdível.