Dando sequência às nossas análises de filmes que concorrem ao Oscar desse ano de 2021, vamos falar hoje de mais uma produção da Pixar que está na Disney + : a animação “Dois Irmãos”, que concorre à estatueta de Melhor Animação. Para podermos analisar esse filme, vamos lançar mão dos spoilers de sempre.
O filme fala de um mundo de elfos, centauros, unicórnios e outras figuras mitológicas. No início, todas as coisas eram feitas com mágicas, mas a descoberta da ciência trouxe a tecnologia e as práticas mágicas ancestrais foram esquecidas. Nesse mundo dominado pela ciência, vemos dois irmãos elfos: Ian e Barley. Ian é mais novo e está chegando à vida adulta, cheio de inseguranças e metas ainda a cumprir para se tornar uma pessoa mais descolada. Já Barley é mais velho, muito expansivo, adora RPG e magia e tem um grande coração para com seu irmão. O pai deles morreu quando Barley ainda era uma criança e Ian não tem lembranças dele. Os dois encontraram uma carta do pai, que também gostava de magia, e tinha uma mágica que o reviveria por um dia. Barley, que gosta de fazer mágicas, pegou uma espécie de cajado com uma gema na ponta deixado pelo pai e tentou trazê-lo de volta, mas não conseguiu, para a decepção de Ian. Este vai tentar fazer a magia e consegue, mas a gema explode quando o pai ainda estava pela metade. Ian e Barley então vão atrás de outra gema para restaurar inteiramente o pai, mas eles precisam fazer isso até o pôr-do-sol do dia seguinte, quando o encanto termina e o pai vai desaparecer. Detalhe: a metade do pai vai junto com eles, o que só vai trazer mais situações inusitadas e atrapalhadas.
O filme faz uma mistura entre nosso mundo real e um mundo de elfos e figuras mitológicas, o que torna a coisa muito divertida. O ritmo da animação também é muito intenso e engraçado, com Ian sempre precisando fazer as mágicas para superar os obstáculos dessa busca pela gema, orientado pelo irmão Barley. Ian, que se considera um fracassado, pois não consegue cumprir as metas de uma lista que criou para se tornar uma pessoa adulta e mais descolada, vai cumprindo todas essas metas quando da busca pela gema com o irmão, numa jornada onde ele acaba se reinventando e aprofundando a relação com Barley, com Ian no início o achando muito inconveniente.
Se pudermos fazer uma comparação com “Soul”, outra animação da Pixar que concorre ao Oscar desse ano, “Dois Irmãos” nem traz uma questão mais reflexiva como “Soul”, mas, por outro lado, puxa muito pela aventura, ação e diversão, sendo uma animação que flui muito mais rápido e é altamente atrativa aos olhos do espectador. A gente realmente se diverte, e muito, com a saga de Ivan e Barley pela gema, com o objetivo de restaurar totalmente a figura do pai, nem que seja por apenas alguns momentos.
Dessa forma, “Dois Irmãos” é uma animação que de repente nem vai ganhar o Oscar, mas traz uma história muito cativante e engraçada, cheia de lances de ação, além de externar o amor entre dois irmãos elfos, por mais diferentes que eles sejam um do outro nos seus comportamentos.