Uma carequinha que cantava muito…
Autor: Carlos Lohse
Batata Arts – Tesouros da Batata (28)
Batata Jukebox – Just the Way You Are (Barry White)
Outro cara inesquecível…
Batata Arts – Tesouros da Batata (27)
Batata Jukebox – Shaft (Isaac Hayes)
Taí um cara que faz falta…
Batata Movies – Clone Wars, O Longa. Uma Guerra E Uma Padawan.
“Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante”. Todo mundo conhece o prólogo de “Guerra nas Estrelas”. A saga criada por George Lucas, que começou no longínquo “Uma Nova Esperança”, lá em 1977, expandiu seu Universo de uma tal forma que passou por um processo de amadurecimento ao longo do tempo. Os fãs da trilogia original até torceram o nariz para esse amadurecimento (leia-se a trilogia Prequel). Mas sem dúvida a coisa se enriqueceu e se variou bastante. Se na trilogia original houve um tom mais lúdico de fantasia espacial, a trilogia Prequel buscou dar um conteúdo maior de trama política, com uma história mais densa dividindo o espaço com as empolgantes cenas de ação de sempre.
O espaço entre as trilogias e os episódios das trilogias também passou a ser ocupado por novas histórias em várias mídias. Videogames, quadrinhos, livros, animações. Uma dessas tentativas foi o longa de animação “Clone Wars”, que se passa entre os episódios II e III da trilogia Prequel. Temos aqui uma história de muito boa qualidade, que nada fica a dever aos filmes das duas trilogias. O ambiente da animação está nas famosas Guerras Clônicas e há toda uma disputa estratégica entre o Conde Dooku (faça-me o favor de tirar o nome Dookan daqui para bem longe; devemos respeitar o original, mesmo que em português soe ridículo) e as forças da República. Jabba, o Hutt, controla todo o tráfego da Orla Exterior e é imperativo que se tenha o livre acesso a esse tráfego para se poder ter vantagem na guerra. Só que o filhinho de Jabba, um bebezinho Hutt (que fofinho!) foi sequestrado por Dooku. Obi Wan Kenobi e Anakin Skywalker, que estão na linha de frente da guerra, são chamados para salvar o pimpolho Hutt. Mas Dooku fará de tudo para culpar os dois jedis pelo sequestro. Assim, Kenobi e Anakin terão a dura missão de salvar o Huttzinho enquanto participam de uma violenta e sangrenta guerra contra o exército droide de Dooku.
Essa animação traz alguns elementos interessantes. Em primeiro lugar, priorizou-se bastante as cenas de ação em detrimento das tramas políticas, que ficaram muito mais simplificadas. Já foi dito aqui que a trilogia Prequel foi muito criticada pela densidade política da história, colocando as cenas de ação da fantasia espacial mais em segundo plano. Parece que buscou-se dar mais um ar de trilogia original e seu espírito de aventura à animação, ambientada na trilogia Prequel. E o resultado foi muito bom. Até as costumeiras piadinhas ao longo dos filmes da trilogia original apareceram. Em segundo lugar, a introdução de novos personagens. O Conde Dooku tem ao seu lado Asajj Ventress, uma assassina que lembra um Darth Maul de saias, fazendo bons duelos com Anakin e Obi Wan. Mas a mais interessante personagem é Ahsoka Tano, uma twi’lek que é padawan e foi designada para ser aprendiz de Anakin. A mocinha é convencida e atrevida, onde sua forte personalidade baterá de frente com o gênio forte de Anakin, embora os dois também tenham alguns momentos mais ternos. De qualquer forma, foi divertido ver Ahsoka Tano zoando com a cara do sisudo Anakin.
Assim, “Clone Wars” foi uma boa investida da Lucasfilm, pois conseguiu dar um sabor de aventura e fantasia espacial à trilogia Prequel e, ao mesmo tempo, apresentou novos personagens que interagiram bem com personagens já conhecidos, sobretudo a padawan Ahsoka Tano. Se você ainda não viu (como eu não tinha visto), vale a pena conhecer. E se você já viu, sempre é bom dar uma revisitada, já que “recordar é viver…”.
Batata Movies – O Cidadão Ilustre. Exumando Cadáveres No Cemitério.
O cinema argentino é muito bom. É claro que nem sempre apresenta filmes de qualidade. Mas o faz na maioria das vezes. A gente se acostumou sempre com a cara de Ricardo Darín nas películas. Mas Darín não é a única faceta do cinema argentino, sabemos muito bem disso. E, dessa vez, podemos desfrutar do talento de outro grande ator portenho, Oscar Martínez, no filme “O Cidadão Ilustre”.
Mas, do que consiste a história do filme? Martínez interpreta um grande escritor argentino, Daniel Mantovani, que até o Nobel de literatura já ganhou. Mantovani, por ser uma enorme celebridade, e por já ter tido todo o seu talento reconhecido, não sabe mais quais rumos pode tomar na sua carreira. Sua condição de celebridade o faz não mais aceitar todos os convites que recebe para eventos ou homenagens. Mas, um belo dia, ele recebe um convite de sua cidadezinha natal no interior da Argentina para receber um reconhecimento público. Num primeiro momento, o escritor declina do convite. Entretanto, depois de pensar bem, aceita a oferta e parte para seu país e sua cidade natal, que abandonou há trinta anos para viver na Europa, e nunca mais ter retornado. Ao chegar à sua cidade, inicialmente tudo aparentava estar bem. Reviu os antigos amigos, recebeu muitos afetos e amabilidades, matou grandes saudades. Entretanto, com o tempo, um clima de animosidade entre o escritor e a cidade foi crescendo, em virtude de pequenas rusgas do passado e de questões mal resolvidas que o escritor deixou para trás. E isso virou uma bola de neve cada vez mais perigosa para Mantovani.
O filme foi classificado pela imprensa especializada como comédia dramática. Pode-se dizer que ambos os gêneros não andaram de mãos dadas do início ao fim. A comédia passeou mais pela película no começo do filme até, mais ou menos o seu meio. Entretanto, a carga dramática, com uma pequena dose de suspense já dava alguns sinais na primeira metade do filme, tornando-se gritante mais para a parte final. Havia um clima de constrangimento provocado não somente pelas situações cômicas, mas também por situações mais dramáticas e pesadas também, que sentíamos que, mais hora, menos hora, iriam explodir. Essa química altamente volátil é o que ajudava a prender mais a atenção no filme.
O clima de ressentimento entre os habitantes da cidade e o escritor era o que mais constrangia, já que alguns moradores acreditavam piamente de que o escritor construiu toda a sua fama em cima de histórias que ele produzia se baseando em situações desmoralizantes de sua cidade natal. Assim, alguns moradores acreditavam que Mantovani se enriqueceu às custas de falar mal da cidade.
O desfecho do filme, apesar de ser um pouco previsível, não deixou de causar um certo impacto, com, digamos, duas camadas, e ajudou a tornar a coisa mais atraente para o espectador.
Assim, “O Cidadão Ilustre” é mais um bom filme argentino que chega às nossas telonas e que mostra mais uma vez o talento de Oscar Martínez, numa prova de que o cinema argentino não é somente Ricardo Darín e que devemos continuar de olho nas boas películas portenhas. Vale muito a pena dar uma conferida.
Batata Books – Esquadrão Rogue. A Saga Dos X-Wings.
A Editora Aleph fez mais um lançamento do Universo Expandido (série “Legends”) de “Guerra nas Estrelas”. Posto nas livrarias em fins do ano passado, “Esquadrão Rogue”, de Michael A. Stackpole, é o primeiro de uma série de dez volumes que a Aleph tem a intenção de publicar, sendo que Stackpole escreveu quatro livros dessa série, além de ter escrito livros que também desenvolveram a personagem Mara Jade, da trilogia Thrawn de Timothy Zahn.
Mas, o que é o Esquadrão Rogue? Vindo dos quadrinhos e dos games, esse esquadrão é um grupo de pilotos de X-Wing liderados pelo lendário Wedge Antilles. Os eventos de “Esquadrão Rogue” se passam dois anos e meio depois do que aconteceu no Episódio VI (“O Retorno de Jedi”), onde ainda existem resíduos de forças imperiais que combatem as forças da agora Nova República. Antilles tem a difícil missão de treinar novos pilotos para missões que serão cada vez mais perigosas. Por outro lado, o comandante do Esquadrão Rogue terá que se envolver em querelas politicas com seus superiores, onde o Almirante Ackbar é um deles, para garantir a sobrevivência e a autonomia de seu esquadrão, paulatinamente ameaçadas.
O grande protagonista de “Esquadrão Rogue” será Corran Horn, um dos melhores pilotos do esquadrão, que no passado trabalhava para uma empresa de segurança, mas que, agora, é um piloto da Nova República. Entretanto, seu passado como agente da Seg Cor o afetará em dias presentes. Horn terá, ainda, vários outros pilotos que serão seus companheiros. Mas já dá para notar que, à medida que acontecem as batalhas, nem sempre todos ficarão vivos para continuar na trama, tamanho é o perigo das missões. Assim, o livro tem a característica de exibir muitos personagens, até porque alguns deles serão “camisas vermelhas” e desaparecerão ao longo da história. Resta ao leitor especular quem será o camisa vermelha e logo morrerá, e quem será o personagem que ficará mais tempo interagindo com os protagonistas. Veremos, também, que o livro deixa umas pontas soltas que justificam a continuação da série X-Wing. Um traidor infiltrado no Esquadrão Rogue ou um futuro ataque a Coruscant, por exemplo, que não foram revelados e concretizados nesse livro.
Esta série também é muito interessante não somente para falar um pouco das especificações dos TIE Fighters (extremamente rápidos, mas com um péssimo sistema de defesa), mas principalmente dos X-Wings, onde os controles da cabine do piloto são descritos em detalhes, e até os pedais da nave e suas funções são expressos com precisão, tudo isso no ambiente das batalhas. Tais informações transformam essa série numa ótima fonte de informações sobre os X-Wings para a Wookiepédia.
Assim, “Esquadrão Rogue” é mais um grande lançamento da Aleph para os volumes da série “Legends” de “Guerra nas Estrelas”. Para quem gosta em especial dos combates de naves espaciais e do personagem Wedge Antilles, é um prato cheio. Esperemos que a editora consiga driblar a crise e que lance mais histórias da série X-Wing num futuro próximo, pois o tema é muito atraente e é garantia de bons livros a serem lançados.