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Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 07) Unificação III. Desconstruções E Mais Do Mesmo.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 7 Review: Unification III | Den of  Geek
Buscando uma triangulação…

O sétimo episódio de Jornada nas Estrelas Discovery não trouxe nada de novo, apenas mais do mesmo. Mais um passo na elucidação do problema da Combustão, o protagonismo excessivo e sufocante de Michael Burnham e mais um passo na desconstrução de Jornada nas Estrelas em Discovery, onde somente o nome da franquia fica nessa série que começa a cansar alguns fãs (eu ainda não me incluo nisso, ainda…). Para podermos analisar o episódio, os spoilers de sempre são necessários. Esse episódio foi escrito por Kirsten Beyer.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 7 Review: Unification III - TV Fanatic
Uma nova Primeira Oficial???

O episódio começa com Burnham ainda se lamentando do rebaixamento que sofreu, achando que não tem mais espaço na Discovery e, principalmente, não se encaixa nela. Ela vai conversar com Tilly, que diz que há uma defasagem no tempo de duas naves que explodiram na Combustão. Mas falta mais um ponto para fazer a triangulação e descobrir a fonte da combustão. O dados da caixa preta achada por Book ainda estão sendo trabalhados. Burnham fala de uns sensores de uma tal experiência SB-19 que poderiam dar dados suficientes para localizar a Combustão. Mas não se sabem onde estão os dados. Então, Burnham vai perguntar se o Almirante Vence sabe de algo. Ele diz que os dados estão em Ni’Var, novo nome de Vulcano (mais um passo na desconstrução de Jornada nas Estrelas em Discovery). E, agora em Ni’Var, vulcanos e romulanos vivem juntos, graças aos esforços de Spock (fazendo a ponte com os episódios Unification e Unification II de TNG). E Ni’Var deixou a Federação há quase cem anos (é muita gente deixando a Federação, dá até para desconfiar de alguma coisa que os escritores podem fazer, esculhambando ainda mais a já esculhambada Federação em Discovery). E mais: foram os vulcanos que quiseram sair da Federação. Os romulanos queriam continuar a fazer parte.  Vence ainda diz que o SB-19 foi uma contribuição de Ni’Var para ajudar a tentar resolver o problema da falta de dilítio, ainda antes da Combustão. O SB-19 era uma nova tecnologia que transportaria as naves rapidamente, assim como o motor de esporos. Mas os cientistas vulcanos acharam que era algo muito perigoso e abandonaram o projeto SB-19. Entretanto, a Federação ordenou que prosseguissem, pois era a alternativa mais promissora ao dilítio na época. Assim, os vulcanos acham que a Federação os forçou a causar a Combustão. E, então, os vulcanos deixaram a Federação e ocultaram a informação do SB-19. Burnham diz que tem a informação de que a Combustão começou por outros motivos alheios aos vulcanos. Vence acha que Burnham, como irmã de Spock, é a melhor alternativa para convencer os vulcanos de que eles não têm qualquer responsabilidade na Combustão. E insiste nisso, mesmo quando Saru diz que ela não é mais a Primeira Oficial (agora é Vence que diz que Burnham tem que salvar o dia). Ele ordena que a Discovery vá com Burnham representando a Federação, mesmo que Burnham agora não se sinta como uma representante da Federação.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 7 Review: Spock's last mission wraps  up myths around an emotional center | MEAWW
Um easter egg hipócrita…

Burnham vê uma gravação de Spock Nimoy (um easter egg para os fãs) falando da tentativa de Unificação entre vulcanos e romulanos feita por ele. É o primeiro choro de Burnham do episódio (não, acho que o segundo, ela já tinha chorado com a Tilly anteriormente). Enquanto isso, Saru pede que Tilly seja a sua Primeira Oficial interina. A própria Tilly, que é alferes, se sente incompetente para o cargo. Mas Saru insiste, dizendo que viu Tilly se adaptar às piores adversidades e que ele acredita que ela vai dar importância às necessidades da Frota Estelar e da Federação. E dá um dia para ela decidir. Ela pergunta a Stamets o que ele acha da situação e ele responde que é perturbadora. Mas a conversa é interrompida por outra tripulante e Tilly não termina de conversar sobre isso com Stamets.

A Discovery vai para Ni’Var. Um holograma de T’Rina, presidente de Ni’Var, entra em contato. Mas ela não quer entregar os dados do SB-19, pois isso tem implicações políticas e culturais e Ni’Var está com as relações entre vulcanos e romulanos abaladas desde a Combustão. Burnham, então, como graduada da Academia de Ciências de Vulcano, invoca o T’Kal-in-ket. T’Rina diz que vai convocar o Conselho e sua holografia some. O T’Kal-in-ket é um processo filosófico projetado para descobrir verdades, sendo considerado um dos motores que levou Vulcano ao avanço científico. Uma vez pedido, ele não pode ser negado. Burnham terá que defender sua hipótese frente ao Instituto de Ciências. Burnham terá uma shalankhakai, uma espécie de advogada, que é da ordem Qowat Milat (vista na série Picard), que trabalham com causas perdidas e são árduas defensoras da verdade. A técnica do T’Kal-in-ket é desacreditar quem o pede, e isso seria um desastre se acontecesse com a irmã de Spock (ou seja, pela quarta vez, a Discovery, mais exatamente Burnham, tem que provar suas boas intenções para uma civilização). T’Rina ainda diz a Burnham para ser sincera, especialmente consigo mesma. A “advogada” de Burnham será exatamente a sua mãe (terceiro choro de Michael no episódio). As duas conversam sobre a insegurança de Michael permanecer na Frota Estelar ou não. E a mãe de Michael diz que será praticamente impossível Burnham conseguir os dados da SB-19. A mãe de Michael ainda fala sobre os três nativos que ela terá que convencer. N’Raj é um romulano ancião que quer mais autogoverno; V’Kir é um jovem vulcano purista; e Shira é a representante dos mestiços entre vulcanos e romulanos. Os três têm seus interesses próprios.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 7 Recap: “Unification III”
Mais um líder de uma civilização que exige provas de boas intenções…

Numa conversa entre T’Rina e Saru, ela diz que a escassez de dilítio foi causada em parte pelo tamanho da Federação e, para resolver esse problema, a Federação ampliou os seus membros além da capacidade. Ao servir a muitos, a Federação ignorou as necessidades de poucos. Saru diz que a Federação deve ter aprendido a lição, pois as maiores lições vêm com o pagamento dos maiores preços. E a Federação pagou muito caro.

Começa o T’Kal-in-ket. Burnham tenta expor seus argumentos, mas é vorazmente atacada por V’Kir. N’Raj se coloca um pouco ao lado de Burnham, mas V’Kir se lembra dos conflitos provocados pelos romulanos e pelos mestiços romulano-vulcanos. V’Kir pede a anulação da reunião, mas não há consenso.  A mãe de Michael pede um intervalo na reunião para mais reflexões e diz à filha que ela não é de confiança, pois não está dizendo a verdade, pois não sabe se vai ficar na Frota Estelar ou não, o que deixa Burnham perplexa. A sessão recomeça e é perguntado para Burnham se ela pede os dados do SB-19 em nome da Federação e ela diz que sim e que podem confiar na Federação. Mas a mãe de Michael, como boa Qovat Milat, questiona sua confiabilidade e desfila um rosário de insubordinações da Michael desde a batalha das estrelas binárias. E ainda a atiça mais, falando de suas inseguranças e fraquezas desde a infância. Burnham será obrigada a argumentar com a mãe para provar a sua confiabilidade para com a Federação perante os membros do conselho. E faz toda uma série de perguntas para sua mãe para comprovar isso. Depois de tudo, a mãe pergunta por que ela se questiona de se deve estar ou não na Federação. Chorosa (quarta vez), Burnham diz que tem medo de fazer as coisas erradas e perder todos que ela ama. A mãe de Burnham, então, se volta para o Conselho e diz que agora a filha fala a verdade. Os três inquiridores continuam se desentendendo sobre a questão de entregar os dados do SB-19 e ficam à beira do conflito. Burnham, para evitar as agressividades, retira o seu pedido, dizendo que vai continuar a procurar dados que ajudem a entender a Combustão, e tudo o que ela achar enviará para Ni’Var, sem pedir nada em troca. E dá a eles a confiança como membro da Frota Estelar (ou Federação?). E sai da sala. Nos seus aposentos, ela recebe sua mãe, que diz que T’Rina se convenceu de que Burnham é confiável e vai lhe dar os dados do SB-19. T’Rina ainda diz que Spock se tornou quem é por causa de Burnham (ai, ai…). Quinto choro da protagonista no episódio, que abraça a mãe.

Review: 'Star Trek: Discovery' Comes Together In “Unification III” –  TrekMovie.com
T’Kal-In-Ket, um nome vulcano para saia justa…

Tilly é surpreendida por Stamets, que reuniu toda a tripulação para dizer para ela aceitar o cargo de Primeira Oficial. Burnham aparece e Tilly diz que queria a “bênção” da protagonista para ser a Primeira Oficial. Burnham diz que Tilly não precisa disso. Burnham confirma que vai ficar na tripulação. O lugar dela é com a tripulação. Fim do episódio.

O que podemos falar do episódio “Unificação III”. Em primeiro lugar, como dito acima, tivemos poucas novidades. E até algumas repetições. Mais uma vez, a tripulação da Discovery, principalmente a Michael, com mais um protagonismo excessivo, precisa mostrar que é confiável para uma civilização. Essa é a quarta vez que isso acontece, se tornando algo bem cansativo. Foi um episódio que usou e abusou dos diálogos que até estavam mais bem escritos dessa vez, mas que exigem uma atenção grande do espectador para entender a história. Se por um lado foi interessante ver vulcanos e romulanos vivendo juntos, mesmo que haja conflitos mal resolvidos entre eles, por um outro lado foi simplesmente lamentável ver que o planeta não se chama mais vulcano e sim Ni’Var. Esse é um processo de desconstrução que o Universo de Jornada nas Estrelas sofre gradativa e estruturalmente no século 32 de Discovery. Creio que a única ligação que essa série terá com Jornada nas Estrelas no futuro será somente o nome da franquia mesmo. É por essas e por outras que há muito tempo considero Discovery (e tudo produzido de 2009 para cá com o nome Jornada nas Estrelas), como uma livre adaptação de Jornada nas Estrelas. Mas se esse processo de desconstrução continuar a passos largos como está continuando, talvez nem isso mais a gente possa fazer. Nem o easter egg da face de Nimoy parece apagar essa impressão ( easter-egg parece até algo hipócrita, frente à tanta desconstrução). E, se nos lembrarmos, Discovery já está fazendo referências desse Universo criado por Kurtzman, quando evoca o Qovat Milat de Picard, com mais riqueza de detalhes do que as referências aos episódios sobre a Unificação em TNG.

Star Trek: Discovery" Season 3 Episode 7 Recap: The needs of the many
Mamãe Qovat Milat. E a mamãe virou carola…

Tivemos uma curta História B, onde Tilly se torna a Primeira Oficial da nave (algo um tanto surpreendente, pois nem a personagem, que é alferes, acreditou), onde pudemos ver, quase que de relance, uma história com a tripulação da Discovery. Ainda, tivemos diálogos muito bons entre Saru e T’Rina sobre futuras negociações entre Federação e Vulcano (Ni’Var que vá para o raio que o parta!!!), com uma pista do que ajudou a provocar a escassez de dilítio, que foi o fato da Federação abrigar mais planetas do que pode, um dado interessante que, esperemos, possa ser mais bem trabalhado no futuro.

Star Trek: Discovery Review - 'Unification III' - Back to Vulcan!
Um vulcano casca grossa…

O que podemos falar da História A, além da overdose óbvia de Michael Burnham? As dúvidas da personagem sobre se ela se encaixava ou não na Frota Estelar acabaram chegando a um ponto crítico, pois começaram a atrapalhar suas missões obcecadas (no caso atual, obter os dados do experimento SB-19). E aí, ela teve que se decidir rapidinho, estimulada pela “mamãe Burnham” do Qovat Milat. Sei não, acho que eu preferia que ela chutasse o pau da barraca de uma vez e sumisse com o Book, ajudando a tripulação da Discovery de um ponto de vista mais externo. Será que estamos vendo mais uma boa ideia de Discovery sendo mal aproveitada? De qualquer forma, foi bom ver a mamãe pisando um pouco nos calos da filha e fazendo ela se resolver perante um grupo de vulcanos, romulanos e mestiços. Agora foi complicado ver os vulcanos se convencendo de entregar o SB-19 com um argumento mais emocional do que qualquer outra coisa. Esse SB-19 poderia ter sido entregue em outro episódio, fazendo essa ideia render mais e não ser resolvida tão rapidamente em apenas um episódio.

Star Trek: Discovery season 3, episode 7 recap - "Unification III"
Chorômetro da Batata: cinco vezes nesse episódio, fora os chuifs…

Dessa forma, “Unificação III” foi um episodio mediano (talvez o mais fraco do que tenhamos visto até agora) de Discovery. O protagonismo exagerado de Burnham e a desconstrução de Jornada nas Estrelas em Discovery, além da repetição de algumas ideias já vistas em outros episódios cansam e já estão deixando parte do fandom de saco cheio. Vamos ver o que vem por aí.  

Star Trek: Discovery: Season 3 Episode 7, "Unification III" Photos
Aceita, Tillyzinha, aceita!!!! (SOCORRO!!!!)

  

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 06), Piratas. Mais Uma Vez Violando A Hierarquia.

Star Trek: Discovery' borrows from 'The Running Man' in season 3, episode 6  'Scavengers' | Space
Uma gata perplexa…

O sexto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Piratas” tem como tema principal mais uma vez a violação da hierarquia. E expedientes que busquem justificá-la, embora desta vez tenham havido conseqüências. Para podermos analisar esse episódio, os spoilers estarão liberados. O episódio foi escrito por Anne Cofell Saunders.

Qual é o plot? A Discovery sofre uma série de reformas que a tornam mais adaptada ao século 32 e agora seu número de série é NCC-1031-A. Vence diz que a Cadeia Esmeralda, do sindicato do crime andoriano-oriano, está nas cercanias do planeta Argeth, com a Federação devendo ficar de prontidão para qualquer movimento e, principalmente, a Discovery, com seu motor de esporos. A tripulação da Discovery recebe uma nova insígnia que vem com comunicador, tricorder e transportador. De repente, a nave de Book chega sem Book mas com seu gato Mágoa (Ou Rancor, depende da criatividade de quem traduz). Book deixa uma mensagem falando sobre uma caixa preta que pode ter as respostas para as causas da combustão, que está em território da Cadeia Esmeralda. Ele foi investigar e programou a nave para ir em direção à Federação caso ele não voltasse em um dia. A mensagem já tem três semanas e, obviamente, Burnham quer pegar a Discovery para ir atrás de Book, mas Saru deixa bem claro que a Discovery está de prontidão para qualquer problema em Argeth (vemos como Saru está bem mais antenado com as obrigações da Federação agora). Burnham, então, decide mais uma vez quebrar as regras e ela vai, às escondidas e com a nave de Book, para salvá-lo, juntamente com Georgiou. O mais curioso é que Georgiou alerta que a insubordinação de Burnham coloca Saru numa situação perigosa. E Burnham, sem medir as conseqüências, retruca dizendo que prefere se arrepender por algo que fez do que por algo que não fez. Pelo menos, Georgiou zoou Burnham dessa vez, dizendo que ela está apaixonada por Book, e nossa protagonista negou. Mas Georgiou começou a ter umas estranhas visões, onde parecia testemunhar uma pessoa morrendo com muito sangue, chamada San, o que a deixou bem zureta das ideias. Ao chegarem ao planeta da Cadeia Esmeralda, são saudados por um oriano. Georgiou toma a conversa e age de forma muito agressiva com o oriano, dentro dos diálogos irritantes de Discovery. O oriano somente aceita que a nave desça à superfície, pois Georgiou diz que tem dilítio.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 6 Recap: “Scavengers”
Novas tecnologias…

Na Discovery, a gata do Book está nos aposentos de Tilly e, se me perdoarem o trocadilho, faz gato e sapato de Tilly, que precisa da ajuda de Burnham para colocar a gata na caixa (até isso, e todo mundo sabe que gato adora caixa…) e descobre que nossa protagonista não está na nave. Saru vai conversar com Tilly sobre o sumiço de Burnham, do fato dela ter desrespeitado as ordens diretas dele. Saru confessa a Tilly que tem uma enorme desconfiança contra Burnham, a mesma da época da Shenzhou. Tilly diz que Saru deve contar o sumiço de Burnham para Vence, antes que ele descubra por ele mesmo, pois caso isso aconteça, toda a tripulação da Discovery vai ficar manchada (ou seja, a insubordinação de Michael não respingará apenas em Saru, mas em toda a tripulação da Discovery). Saru comunica o ocorrido a Vence, que não dá muita bola no momento, pois as negociações com a Cadeia Esmeralda ruíram e a Discovery pode ter que ser lançada a qualquer momento.

Star Trek: Discovery Episode 3.6 Review: Ups And Downs From Scavengers
Naceles destacáveis… Star Trek cada vez sendo menos Star Trek…

Na superfície do planeta, mais ofensas de Georgiou ao oriano, que diz que é o sobrinho de Osyraa, a verdadeira dona do local. Burnham diz ao oriano que elas procuram pinos autovedantes (citados na primeira temporada de DS9, S01, Ep 14, “Progresso”). Eles andam numa espécie de ferro-velho que tem peças antigas de naves. Book está lá como escravo e ele vê Burnham. Um amigo de Book rouba um pouco de água e é morto pelo oriano, que o obriga a atravessar o campo de força que circunda o ferro-velho, sendo desintegrado (agora vemos a maldade do oriano em cores vivas).

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 6 Photos: Book Is Back in "Scavengers "
Tramando mais uma insubordinação…

Adira trabalha na Engenharia e conversa com seu namoradinho do cabelo azul, que combina com o “tudo azul” de Discovery. Stamets aparece e reclama da bagunça na Engenharia. Adira diz que reprojetou a interface do motor de esporos. Agora, Stamets só precisa mergulhar as mãos num gel quando o motor é acionado, não sendo mais um processo doloroso.

Burnham e Book encontram um pretexto para falarem em particular e agora, como que por encanto, eles se tornam namorados apaixonados, algo que não vimos da última vez em que se falaram. Book diz que tem a caixa preta e que é só Burnham pegá-la no alojamento dele. Book tem um amigo andoriano, Ryn, que tentou se revoltar contra Osyraa, e ela cortou as antenas dele, além de obrigá-lo a implantar uma coisa na nuca dos prisioneiros que o episódio não explicou muito bem, sendo agora odiado por todos. Vale ressaltar aqui que esse andoriano não é agressivo como os demais de sua espécie, parecendo mais um coelhinho assustado.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 6 Easter Eggs & References | Den of  Geek
Uma gata fazendo Tilly de gato e sapato…

Burnham destrói um andróide voador que a vigia e o alarme soa. Georgiou improvisa uma arma. Mas as duas são presas. Georgiou continua passando descomposturas para o oriano e esse lhe dá um tapão na cara, dizendo que ela não foi lá para fazer compras. Georgiou continua malcriada. Ryn passa a caixa preta a Book (que mais parece um tubinho) e diz que chamou os prisioneiros para uma fuga organizada (mas ele não era odiado por todos?). A fuga começa e o oriano manda seus seguranças para impedi-la. Burnham e Georgiou começam a sair na porrada com o oriano (pelo menos, desta vez elas não estão batendo num homem branco, mas num homem verde). O problema é que Georgiou novamente tem a visão sangrenta do tal de San e desaba no chão, com Burnham sendo estrangulada pelo verdão, que não é do Palmeiras. Mas Georgiou acorda, dá um chutão na cabeça do oriano e pega os controles do campo de força no bolso dele. O oriano foge, se transportando. Georgiou desliga o campo de força, o que possibilita a fuga dos prisioneiros, mas Ryn, é ferido. Burnham e Georgiou voltam para a nave de Book e passam fogo nos vigias do ferro-velho que atiram nos prisioneiros em fuga. Book e Ryn são transportados para a nave. Os prisioneiros fogem em outra nave. Georgiou atira sobre umas naves que pairam sobre a superfície e elas caem, destruindo todo o ferro-velho. Book passa a caixa-preta para Burnham, que tenta conversar com Georgiou sobre o que acontece com ela, mas Georgiou não sabe dizer e diz que essas visões ocorrem há apenas algumas semanas.

Star Trek Discovery: season3, episode 6: Scavengers (trailer). : SFcrowsnest
Book e seu amiguinho andoriano sem antenas e sem agressividade…

E, depois de muita ação, chegamos ao momento fofo do episódio, onde Stamets vai conversar com Adira, que conversa com seu namoradinho do cabelo azul, que somente a moça consegue ver. Stamets se identifica com Adira, porque ele também perdeu um amor que morreu e voltou a viver. O namoradinho azul diz a Adira que gosta de Stamets. Adira olha para o implante do motor de esporos no braço de Stamets e diz que pode tirar isso dele. Depois de retirado o implante, Stamets fala dessa identificação com Adira e do desejo dele de ajudá-la a interagir mais com a tripulação para Culber, que o estimula a se aproximar da moça.

Star Trek: Discovery: Easter Eggs and References in Season 3, Episode 6, " Scavengers"
Uma Georgiou insuportável com um oriano sem sex appeal…

Na Enfermaria, Ryn convalesce (embora quase não tenhamos conseguido ver isso, pois um andoriano na Enfermaria azul da Discovery se torna praticamente invisível). Book e Burnham deixam a Enfermaria e pegam o elevador. A Primeira Oficial vai ter que encarar o almirante da Frota Estelar por sua insubordinação, mas antes dá um beijo apaixonado em Book, depois de ser rapidamente detida pela inconveniente aparição de Linus no elevador, pois ele ainda não sabe usar o transporte implantado na insígnia, sendo o alívio cômico do episódio.

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 6 Photos: Book Is Back in "Scavengers "
Um casal num romance forçado…

Vence está com Burnham e Saru e diz que a missão de Burnham não foi autorizada mas teve bons resultados, valendo o risco (é claro que haveria um entretanto nessa insubordinação de Burnham). Mas Vence passa um esporro federal em Burnham, dizendo que ela colocou a Discovery em risco, pois a nave partiria sem sua Primeira Oficial numa eventual missão a Argeth. E ela só não está presa porque salvou vidas. Burnham concordou com tudo, bem pianinho. Mas ela ainda diz (depois de pedir permissão para falar) que é preciso descobrir o que levou à combustão, caso contrário existe uma chance da Federação nunca mais ser o que foi antes. Vence diz que vamos ver o que se tem na caixa-preta. E que delega a Saru a punição que Burnham vai ter.  Saru, muito magoado, fala da falta de confiança e a tira do cargo de Primeira Oficial, tornando-se apenas oficial de ciências. Burnham ainda acha que pode opinar depois de tudo e diz a Saru que ele está fazendo a coisa certa, como se ela desse o aval para ele rebaixá-la. Mas Saru dá a última palavra dizendo que um  dia todos teremos as respostas que procuramos, deixando nossa protagonista abalada, que retira a insígnia. Fim do episódio.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 6 Review: “Scavengers”
Stamets e Adira. Amizade aprovada pelo namoradinho do cabelo azul…

O que podemos falar do episódio “Piratas”? Em primeiro lugar, esse foi um episódio um pouco melhor que os três últimos, pois trabalhou mais temas. Houve menos melodrama, em doses mais aceitáveis e as cenas de ação voltaram. A Discovery e a sua tripulação sofreram um interessante upgrade e não tiveram dessa vez que provar nada a ninguém, como ocorreu nos três últimos episódios de uma forma muito repetitiva. Tivemos uma História A, onde Burnham e Georgiou foram as protagonistas, que trouxe de volta Book e apareceu uma misteriosa caixa-preta que pode fornecer dados sobre a combustão, que é o arco principal. Aqui ficou a sequência de ação, que sumiu por três episódios. O destaque negativo foi diálogo escrito para Georgiou, agressivo e petulante demais, intolerável para um vilão de um sindicato de crime, mesmo que elas tivessem todo o dilítio do mundo. Um ponto fraco de Georgiou foi exposto numa alucinação que ela tem com alguém com quem ela parece gostar e morreu (então não seria a Burnham a pessoa que Georgiou gosta, citada no episódio anterior, mas sim esse tal de San? Vamos ver). O detalhe é que estamos agora com um problema psicológico de Georgiou para lidar na trama. E o problema de Detmer? Vai ficar por aquilo mesmo? Esperemos que mais essa boa ideia em cima de Georgiou seja bem desenvolvida, até para compensar seus diálogos odiosos e sem qualquer necessidade.

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 6: Scavengers | Tell-Tale TV
Culber apóia a iniciativa de Stamets para com Adira…

Houve uma História B, que novamente ficou mais focada na tripulação da Discovery e mais uma vez se fragmentou em histórias menores. A decepção de Saru com a falta de confiança que ele teve com Burnham por causa da insubordinação dela chamou muito a atenção. Saru, no papel de fandom mais antigo, defende os ideais da Federação com unhas e dentes e deixa bem claro que ele, pelo menos não parece querer abrir brechas para o comportamento rebelde de Burnham (resta ver se ele vai conseguir manter essas brechas fechadas). Um outro núcleo, o de Stamets com Adira, funcionou muito bem, apesar do melodrama, embora esse melodrama a meu ver tenha vindo em doses mais aceitáveis e ajudou a construir mais os personagens e seus relacionamentos. Linus entrou como um bom alivio cômico que funcionou bem.

Burnham & Book Kissing Scene - Star trek Discovery 3x06 Season 3 Episode 6  / Saru "Scavengers" - YouTube
Vence. Deveria ter aplicado uma punição mais forte a Burnham…

E Burnham? Duas palavrinhas, apenas. Em primeiro lugar, esse romance dela com Book simplesmente saiu do nada, pois a interação entre esses dois personagens não deixou nenhuma impressão de que eles tivessem um relacionamento mais íntimo. Me pareceu uma tremenda forçada de barra. E, em segundo lugar, a insubordinação de Burnham foi vista de forma bem crítica nesse episódio, onde ela arriscou a própria tripulação da Discovery para colocar em prática seus atos ilimitados. Apesar disso, sempre parecia que alguém buscava uma justificativa para a insubordinação de Burnham, além da punição de Saru me parecer branda demais e de Vence, que deveria ter sido mais severo contra ela. De qualquer forma, nossa protagonista ainda assim foi atingida em cheio pela decepção de Saru com a falta de confiança que agora ele tem para com ela. Essa forma mais crítica de se ver a Michael é, a meu ver, a melhor mudança que vemos em Jornada nas Estrelas Discovery até agora nessa terceira temporada.

Dessa forma, “Piratas” é um bom episódio de Discovery, pois ele foi trabalhado em várias frentes, onde vimos alusões aos episódios anteriores dessa temporada. Uma História B fragmentada em ouras histórias com a tripulação, e uma História A, onde finalmente Burnham sofre as consequências de seus atos de alguma forma, algo que já tinha passado da hora de acontecer.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 6 Recap: “Scavengers”
Saru e a perda de confiança. Castigo para Burnham…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 05). Morrer Tentando. Discovery Submetida A Mais Uma Prova.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 5 Review: Die Trying | Den of Geek
Uma tripulação maravilhada com a Federação…

O quinto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Morrer Tentando”, é mais um daqueles em que a tripulação da nave tem que provar suas boas intenções num século 32 cheio de desconfianças. Para podermos falar do episódio aqui, os spoilers estão liberados. Esse episódio foi escrito por James Duff e Sean Cochran.

Qual é o plot? A Discovery finalmente chega à sede da Federação e todos na tripulação ficam maravilhados com naves como a Voyager-J ou a Nog. Mas, quando falam com o Comandante em  Chefe da Frota Estelar, Charles Vance, a coisa não fluiu muito bem, pois não há dados sobre a Discovery ou o Anjo Vermelho. Para piorar, a Discovery, ao viajar no tempo, quebrou regras de um acordo que evitava viagens temporais para alterar o passado (vide Enterprise e sua Guerra Fria Temporal) e, assim, é considerado que foi cometido um crime. Dessa forma, a tripulação da Discovery terá que provar sua fidelidade à Federação. A Discovery irá para reformas e a tripulação será interrogada, readaptada e realocada. Burnham, obviamente, sobe nas tamancas e já quer violar as regras. Há um grupo de refugiados alienígenas que tem uma doença para a qual não existe cura. Burnham quer a lista de onde esses alienígenas estiveram para investigar e buscar uma cura. Mas Saru deixa bem claro que não vai desrespeitar ordens de seus superiores na Frota nem que roubará propriedade da Federação, como Burnham sugeriu.

Star Trek: Discovery Reveals The New Future Starfleet And Its Admiral
Um almirante nada receptivo…

Saru comunica à tripulação que ela será separada e todos fazem carinha de birra de criança de três anos. Hologramas fazem interrogatórios e não entendem o comportamento um tanto bizarro dos interrogados, que, recorrentemente, praticavam o ato de insubordinação de uma forma até meio malcriada (a velha e irritante violação da hierarquia militar que vemos em Discovery, onde oficiais graduados se comportam de um jeito totalmente infantil). Dentre esse interrogatório, temos um destaque especial para Georgiou que, com piscares de olhos na mesma frequência dos hologramas, consegue desativá-los. Mas há um senhor, bem humano, que a começa a interrogar Georgiou (interpretado pelo lendário diretor David Cronenberg, de “Scanners”, “A Hora da Zona Morta” e “A Mosca”!!!). E esse interrogatório foi a melhor parte do episódio disparado, pois esse senhor, de nome Kovich, conseguiu deixar Georgiou muito bolada, pois ele falou que o Império Terrano caiu há mais de quinhentos anos e que não houve qualquer travessia do Universo Espelho para o nosso Universo desde que Georgiou atravessou. Georgiou ainda quis manter sua marra, dizendo que, no nosso Universo, a fraqueza de uma pessoa é outra pessoa. E Kovich rebateu dizendo que isso pode explicar por que Georgiou veio para o nosso Universo, pois ela gosta de alguém aqui (adivinha quem???). Ou seja, a maligna e perversa Imperatriz tem uma fraqueza humana, que é gostar de outra pessoa. Já estava na hora de Georgiou tomar um rabo de arraia desses na série.

Burnham e Saru vão atrás da tenente Willa, chefe de segurança de Vence, pedindo a lista das viagens dos alienígenas doentes. Burnham insiste, sendo um pouco mais diplomática e Willa diz que vai falar com Vance.  Eles conseguem a lista e veem um planeta chamado Urna, que tinha várias indústrias que envenenavam o planeta. Provavelmente os alienígenas pararam no planeta e consumiram alimentos contaminados. O mais interessante é que toda a tecnologia do século 32 não conseguiu detectar isso mas Saru e, principalmente, Burnham, conseguem apresentar a solução do problema, numa forçada de barra. Para curar a doença, serão necessárias amostras saudáveis das plantas consumidas pelos alienígenas. Burnham (sempre ela) diz que havia uma nave da Federação que guardava amostras de sementes de vários planetas da galáxia, a U. S. S. Tikhov. Vence diz que essa nave ainda existe, mas está a cinco meses de distância. Burnham se lembra do motor de esporos da Discovery. Vance ordena Willa que prepare uma equipe para pilotar a Discovery. Burnham diz, de forma malcriada, que a tripulação da Discovery já está pronta para fazer a missão. Vance adverte Burnham contra o seu tom. Saru, diplomaticamente, pede a Vance que a equipe da Discovery seja enviada, com a Burnham como capitã da nave, enquanto Saru se oferece para ficar com Vance para ajudá-lo, por uma questão de confiança. Vance autoriza Burnham a ir, mas com Willa. E, se ela não voltar logo, as conseqüências recairão sobre Saru. Pronto. Agora Burnham será a capitã da Discovery e sua marra subirá a níveis insuportáveis. A Discovery vai para onde a Tikhov está e a nave está numa turbulenta nebulosa. A Discovery consegue tirar a nave da nebulosa com o raio trator e parece que uma família Barzan (da espécie de Nhan) tomava conta da nave. Nhan vai no grupo avançado, juntamente com Culber e, obviamente, Michael. Na Tikhov, eles encontram um holograma da família que guarda as sementes, e a família cantava a mesma melodia do violoncelo de Adira. Nhan mexe no histórico dos hologramas e descobre que a nave passou por uma tempestade de íons. Culber encontra os corpos da família, exceto do pai. Burnham entra no cofre das sementes por teletransporte, mas não consegue acessar o código. O pai da família, Attis, a ataca,  defendendo as sementes, e desaparece estranhamente, como se estivesse fora de fase. Burnham entra em contato com Stamets, Tilly e Reno e explica a situação de Attis. Eles conseguem fazer uma tecnobabble meio chula, que inclui um “arroto figurado” e Willa, do século 32, nada entende sobre essa tecnobabble, constituindo-se em mais um furo de roteiro. Attis reaparece e é teletransportado para o cofre, onde está Burnham e os demais. Nhan tenta convencer Attis a ceder as sementes, sem sucesso. Aí, Culber vai fazer o que? Pedir para Burnham conversar com Attis, é lógico!!! Burnham, com jeitinho, convence Attis a ceder as sementes. Mas ele não quer deixar a nave e ficar com sua família, mesmo que morra em pouco tempo, já que seu corpo foi muito comprometido com a tempestade iônica. Culber se opõe a deixar Attis para trás, assim como Burnham. Mas Nhan se lembra do respeito a outras culturas que a Federação tem. E decide ficar para tomar conta das sementes, pois elas são muito importantes para a Federação e não podem ficar sozinhas. Burnham aceita a entrega de Nhan, apesar de admitir que há um ano discutiria com ela sobre isso e não a deixaria ficar. É claro que rolou uma choradeirazinha básica. E as duas se despediram.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 5) "Die Trying" - Startattle
Burnham, advertida por sua marra…

De volta à Federação, Vence viu o sacrifício de Nhan e a missão bem sucedida da Discovery. Entretanto, diz que não há mais missões de cinco anos. Saru relembra Giotto, o pintor renascentista que criou a perspectiva dos três pontos de fuga, a profundidade e a totalidade, expandindo a visão de mundo que estava muito restrita com a Idade Média, a “Idade das Trevas”. Isso deu esperança às pessoas e a Discovery agora (segundo Burnham, que intervém na conversa de novo) pode ajudar com o motor de esporos, as informações da esfera e a tripulação. Vence, apesar de achar a tripulação da Discovery instável, aceita, desde que a Discovery obedeça estritamente suas ordens. Burnham força a barra e pergunta sobre a combustão. Vence diz que há mais teorias do que naves e não tem provas. Burhnam retruca dizendo que o desafio de busca de provas está aceito. Os alienígenas são curados. Burnham ainda conversa com Willa sobre a estranha música de Adira e Attis e as duas não chegam a uma conclusão. Burnham vai conversar com Georgiou sobre a música, mas esta parece fora do ar. Quando ela se dá conta de que Burnham está ao seu lado, começa a conversar com ela como se nada tivesse acontecido. O episódio termina com Saru chamando mais uma vez a atenção de Burnham para escolher suas palavras com Vance e fala em esperança.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 5 Recap: “Die Trying”
Insubordinação nos interrogatórios…

O que podemos falar do episódio “Morrer Tentando” Em primeiro lugar, ele começa com uns easter eggs de naves que os tripulantes da Discovery veem ao chegar à Federação. Uma Voyager-J, uma nave chamada Nog de relance, criando uma expectativa boa, com relação à História A, que é o reencontro da Discovery com a Federação. Entretanto, logo depois a gente vê novamente o que vimos nos dois capítulos anteriores, quando a Discovery, esperando chegar a um lugar que lhe recebesse de braços abertos, lhe dispense, na verdade, um tratamento hostil, como aconteceu na Terra e com os Trills, onde a Discovery teve que provar suas boas intenções. Agora, vai ser a vez da Discovery mostrar que é confiável para a Federação. Isso acabou ficando um tanto repetitivo. Mais uma vez, a tripulação da Discovery teve que enfrentar a arrogância de um grupo. E reagiu muito mal, debochando da hierarquia militar. Vou lembrar mais  uma vez aqui que a hierarquia militar é muito importante em Jornada nas Estrelas, pois ela dá a oportunidade de mostrar a sociedade utópica do futuro, onde o superior tem mais respeito com seu subalterno. O que vemos em Discovery são subalternos malcriadinhos como crianças de três anos birrentas. E isso cansa. Pelo menos, o interrogatório de Georgiou levado por David Cronenberg foi uma gratíssima surpresa. Se no início esse diálogo ainda foi estragado um pouco pelos roteiristas (a questão do interrogador usar óculos para parecer inteligente), depois ele foi muito bem escrito e fez uma coisa que eu particularmente já queria ver há muito tempo que era testemunhar a Georgiou ser desancada. E a coisa foi bem bonita, sendo esse o melhor momento do episódio.   

Star Trek: Discovery season 3, episode 5 recap - "Die Trying"
Georgiou, cheia de marra…

O episódio teve alguns furos de roteiro como a Burnham conseguir resolver o problema da doença dos alienígenas quando toda a tecnologia do século 32 não o fez. Ainda, o não entendimento de Willa à respeito da tecnnobabble de Stamets, Tilly e Reno para trazer Attis também foi um pouco estranho, seguindo a mesma lógica do exemplo anterior.

Star Trek: Discovery "Die Trying" clip with David Cronenberg & Michelle Yeoh
… vai finalmente encontrar alguém que vai colocá-la em seu lugar…

E Burnham? Esse foi mais um episódio de protagonismo excessivo da moça, que podia ser mais bem dividido entre os demais personagens. Por exemplo, já é a segunda vez que Culber pede para Burnham conversar com alguém. Seria muito mais legal, a meu ver, Culber ter convencido Attis com sua forma doce e delicada de atender seus pacientes. Mas o protagonismo de Burnham não ficou somente aí. Ela vai comandar a Discovery nesse episódio e vai colocar Saru, que teve algumas falas interessantes ao início e final, numa posição muito periférica em todo o resto do episódio. Pelo menos, os escritores de Discovery agora procuram relativizar esse protagonismo excessivo de Burnham, e a moça sofreu advertências não somente de Saru mas também de Vance. Ela chegou a fazer carinha de birra em alguns desses momentos, mas sua personagem sabe que se excede na violação da hierarquia e que precisa mudar. Essa foi uma mudança boa para Burnham nessa temporada.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 5: The Mirror Universe is gone, what  does this mean for Georgiou? | MEAWW
… e vai ficar boladaça…

E a história B, que se passa na Tikhov?  Essa foi uma história mais mediana, onde podemos perceber novamente um certo exagero no melodrama.  A perda da família de Attis e a entrega de Nhan fizeram novamente com que algumas lágrimas vertessem, numa série que ficou muito marcada pelo melodrama nas temporadas anteriores. Era hora de Discovery se desapegar um pouco disso e ser mais ficção científica. Esperemos que a ficção científica aflore mais na questão da investigação da combustão.

Star Trek: Discovery Recap, Season 3 Episode 5: 'Die Trying'
Nhan vai fazer um sacrifício…

Assim, se “Morrer Tentando” não foi o melhor episódio de Discovery até agora, pelo menos tivemos bons momentos como a participação de Cronenberg e ver a Michael precisar rever seus conceitos sobre disciplina. Mas os vícios dos diálogos mal escritos ainda permanecem, sobretudo na tecnobabble do episódio, onde a palavra “arroto” foi usada de forma indiscriminada e despropositada. Mais uma vez, tivemos um episódio de História A e B com arco fechado, o que é bom para a série.  

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 5: Die Trying | Tell-Tale TV
Saru e Michael. Mais advertências para a protagonista…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 04), Não Me Esqueça. Puxando Demais No Melodrama.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Review Forget Me Not — Spoilers |  IndieWire
Uns trills meio zoados…

O quarto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Não Me Esqueça”, teve alguns pontos positivos, mas foi marcado por um melodrama excessivo, que coloca a ficção científica para escanteio. Um pouco de emoção sempre é algo bom na construção dos personagens, mas a coisa foi um pouco exagerada nesse episódio, o que deu sono em alguns momentos. O episódio foi escrito por Alan McElroy, Chris Silvestri e Anthony Maranville. Para podermos falar um pouco do que foi visto, spoilers serão necessários.

Watch Star Trek: Discovery Season 3 Episode 4: Forget Me Not - Full show on  CBS All Access
Um planeta um tanto idílico…

O episódio começa com o Dr. Culber em seu diário pessoal dando suas impressões sobre a tripulação, que está sob o stress de procurar o que sobrou da Federação à qualquer custo. Adira não tem lembranças ainda de como ela conseguiu o simbionte. Culber dá duas opções para isso: examinar o hipocampo de Adira, o que seria penoso para ela, ou ir ao planeta dos Trills para conseguir respostas. Adira decide pela segunda opção.

Saru conversa com Stamets sobre a alternativa de o motor de esporos poder funcionar sem ele, já que ele foi gravemente ferido uma vez e o motor de esporos é a única forma de se locomover no século 32. Tilly chega a apresentar um estudo alternativo sobre matéria escura, mas Stamets faz pouco e é grosseiro com a moça.

Star Trek: Discovery season 3, episode 4 recap - "Forget Me Not"
Burnham e sua necessária cena de ação…

Ao chegar a Trill, Culber acha que Michael (como sempre) é a melhor escolha para a companhia de Adira à superfície do planeta, pois a menina precisa de apoio emocional. Ao chegar ao planeta, os trills veem Adira como uma abominação, pois ela é uma humana que contém um simbionte e não uma trill (já vemos Discovery esculachando agora os trills) e que Adira deve ser separada de seu simbionte, algo que Burnham rechaça imediatamente. Um dos trills, porém, acha que Adira pode ser o futuro da espécie deles, pois a combustão dizimou a população trill e há poucos trills capazes de carregar um hospedeiro. Ele quer que Adira vá a uma caverna onde talvez ela consiga se comunicar com seu simbionte, mas os outros trills acham que ela vai contaminar um local sagrado. A líder trill se opõe a ideia de Adira ir à tal caverna e ela, juntamente com Burnham devem abandonar o planeta. Adira chora (tadinha). As duas são escoltadas por um simbionte que exige que o simbionte seja retirado de Adira. Guardas armados veem e Burnham passa fogo em todo mundo (deve ter sido por isso que Culber queria que Burnham fosse ao planeta, para ter a cena de ação do episódio). O trill que queria que Adira fosse à caverna aparece e leva as duas para lá. Ao chegarem à caverna, Adira fica imersa num lago onde ela deve se comunicar com seu simbionte, enquanto os demais trills aparecem. Mas algo dá errado e ela afunda, desaparecendo. Burnham mergulha heroicamente no lago atrás de Adira.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Recap: "Forget Me Not"
Ótima participação do Dr. Culber no episódio…

Culber diz a Saru que, depois dos exames, constatou que a tripulação está estressada e é preciso fazer algo que os conecte. Saru pede sugestões ao computador, que altera seu tom de voz e sugere filmes de cineastas como Buster Keaton ou Charlie Chaplin, ou um jantar do capitão com sua tripulação. Saru organiza a janta, mas a experiência é um desastre total, em virtude do stress da população, com Detmer agredindo Stamets e outros lances um tanto bizarros (mais uma vez os malditos diálogos, com os roteiristas estressando os personagens e, principalmente, os espectadores), deixando Saru com uma tremenda cara de tacho, tadinho (agora não fui sarcástico como fui com a Adira acima).

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Review Forget Me Not — Spoilers |  IndieWire
Um jantar desastroso…

No fundo do lago, Burnham encontra Adira com uns filamentos tentando se conectar à moça. Burnham acha que os filamentos têm relação com o simbionte e pede que Adira permita que os filamentos se unam a ela. Adira revê seu namoradinho, Gray, que era um trill e tinha um simbionte em si. Nas lembranças de Adira, o episódio toma um rumo muito meloso. Mas todo esse idílio é marcado por um acidente onde Gray é ferido mortalmente e seu simbionte tem que ser passado para Adira às pressas. Adira finalmente consegue contato com os hospedeiros anteriores de seu simbionte, incluindo Gray e o próprio Senna Tal. Burnham e Adira voltam à superfície e são bem recebidas por todos os trills quando estes percebem que a união com o simbionte foi bem feita. Adira recebe a oferta para ficar em Trill, mas ela prefere seguir com a Discovery.

Tilly volta à sala de jantar para confortar Saru. Stamets também vai lá para se desculpar com Tilly e retomar a pesquisa com matéria escura. Já Detmer finalmente assume que tem um problema e aceita a sugestão que Culber havia dado a ela de procurar ajuda médica (aquela sequela do segundo episódio). Toda a tripulação é chamada para o hangar. Saru montou uma projeção de Buster Keaton para relaxar a tripulação. Stamets e Detmer fazem as pazes na exibição do filme. Saru e Culber conversam e o kelpiano acredita que a escolha que o computador fez por Buster Keaton na verdade foi uma escolha dos dados da esfera que estão na Discovery e que querem proteger a tripulação, já que os dados são protegidos pela Discovery.

Star Trek: Discovery's Sentient Computer Zora is One of Season 3's Best  Mysteries | Den of Geek
Apesar do contratempo, o esforço de Saru foi recompensado…

Adira tem as lembranças de Senna Tal e entrega para Burnham as coordenadas que levam à Federação. O episódio termina com Adira tocando um violoncelo e Gray a ajudando a tocar em suas memórias.

O que podemos dizer do episódio “Não Me Esqueça”? Em primeiro lugar, tivemos, como dito acima, um melodrama um pouco exagerado, principalmente na História A, onde Adira se encontra com seu namoradinho Gray. Talvez a coisa tenha ficado um pouco enfadonha até porque ainda não temos uma intimidade suficiente com Adira. Aliás, a História A foi um tanto problemática, principalmente quando vemos a forma com que os trills foram retratados, sempre daquela forma religioso-mística que vemos às vezes em Discovery (as más línguas diriam que, desta vez, os trills foram as vítimas de Discovery no ato de serem esculachados pela série). Burnham teve que ciceronear Adira muito mais pela pequena cena de ação do que qualquer coisa. E estimulou a moça a ir fundo nas suas lembranças para que o processo de interação com o simbionte não fosse de todo prejudicado. Mas devo dizer que achei que a participação de Burnham nesse episódio foi mais periférica e isso foi algo bom, mesmo que a história de Adira tenha ficado um tanto arrastada. Já a História B foi mais interessante, pois teve uma boa participação de Culber, um personagem bom de Discovery que deveria ser mais aproveitado, Saru teve novamente um protagonismo, onde ele queria cuidar do stress da sua tripulação, o que não deu muito certo, para depois o kelpiano acertar a mão com Buster Keaton (definitivamente o melhor do episódio). O grande barato aqui foi ver Stamets e Tilly se entendendo depois de uma grosseria um tanto despropositada (essa grosseria apareceu de um jeito forção somente para haver uma reconciliação depois) e Detmer procurando ajuda médica depois desse assunto ter sido levantado no segundo episódio, além da reconciliação de Stamets com Detmer. A História B também puxou para o melodrama? Sim. Mas ainda assim, essa História trabalha a interação da tripulação da Discovery, o que, na minha modesta opinião, faz o episódio melhorar muito, quando não há tanto foco na Michael e podemos ver os outros personagens interagindo mais uns com os outros. Por fim, as coordenadas da localização da Federação, dando mais um passo no eixo principal da série. Uma coisa deve ser dita aqui. Não parece que estejamos vendo um grande filme de treze capítulos. Há a história principal que transcorre ao longo desses episódios, mas fica a impressão de que os roteiristas também conseguiram fazer histórias independentes em cada episódio, com direito até a História A e B, como vimos nesse episódio e no segundo. Pode-se dizer que isso foi um avanço dos roteiristas na série. Agora, os diálogos continuam cansativos e até um tanto bizarros, principalmente quando vemos a Tilly falando que vomitou em cima de um telarita durante o jantar ou o que a Detmer falou do sangue de Stamets. Nessas horas, realmente não sei o que esses roteiristas têm na cabeça.

Dessa forma, “Não Me Esqueça” é um episódio que, apesar de carregar nas tintas do melodrama, ainda assim tem suas virtudes, tais como a História A e B e novamente uma atenção à tripulação da nave, com um destaque bom para Culber. Alguns diálogos permanecem bem sofríveis, o que é uma constante nesses episódios de Jornada nas Estrelas Discovery.

Blu del Barrio and Ian Alexander Discuss "Forget Me Not," Both Returning  for STAR TREK: DISCOVERY Season 4 • TrekCore.com
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Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 03), Povo Da Terra. E Volta A Série De Uma Personagem Só.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 3 Review: People of Earth | Den of  Geek
Michael de volta. Começando com choradeiras…

O terceiro episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Povo da Terra”, infelizmente confirmou um medo: o da volta da série de um personagem só, no caso a Michael Burnham, que volta a se levar demais a sério, assim como os demais personagens que a idolatram, o que foi uma constante nas temporadas anteriores. Esse episódio foi escrito por Bo Yeon Kim e Erika Lippoldt e dirigido por Jonathan Frakes.  Para podermos falar desse episódio, os spoilers estão liberados.

Qual é o plot? O episódio começa com um diário pessoal de Burnham para a tripulação da Discovery explicando o que ela achou no futuro. Setecentos anos depois deles terem partido para o futuro, o suprimento de dilítio acabou. A Federação procurou fazer projetos alternativos de dobra que acabaram sendo não confiáveis. Aí, veio a combustão, onde ninguém sabe exatamente o que aconteceu, mas todo o dilítio ficou inerte num instante, o que provocou a explosão de todas as naves com núcleo de dobra ativo. A Federação desapareceu, sendo somente uma sombra do que já foi. Burnham se tornou uma transportadora, trocando bens por dilítio para explorar os setores e procurando por pistas para descobrir o que causou a combustão e tentar reerguer a Federação. Ela ainda procura a Discovery, ama a todos, etc., etc., e que encontrou um amigo (Book). Um belo dia, o sinal do comunicador soa. E ela encontra a tripulação da Discovery, onde a choradeira é geral, como não podia deixar de ser. Numa conversa com Saru, Burnham diz que enviou uma transmissão para Terralísio e recebeu como resposta que nunca ouviram falar da mãe dela. Burnham conversa com a tripulação que a combustão parece ter ocorrido em um instante e em todo o espaço. Stamets diz que isso é impossível, que nada faria todo o dilítio ser afetado ao mesmo tempo. Georgiou, de forma ríspida, diz a Stamets que ele salta a nave num espaço cogumelo, sendo a primeira mostra dos diálogos insuportáveis que são uma marca de Discovery. Burnham diz que morreram milhões e encontrou uma transmissão da Frota Estelar. A transmissão é de um almirante Senna Tal, que diz que vai esperar por quem quiser se unir a ele na Terra. A mensagem tem doze anos e a Terra estava longe para alcançar.  A ideia é ir para a Terra com o motor de esporos (ele de novo!!!) e encontrar o almirante Senna Tal. Saru quer conversar com Burnham sobre quem vai ser capitão da Discovery, mas Burnham “deixa” o Saru ser o capitão, pois ele ficou responsável pela nave sozinho (essa “permissão” de Burnham revela duas coisas: ela ainda pode tudo na série, até conceder postos de capitão: e foi  atendido um pedido do fandom, onde muitos queriam que Saru fosse capitão, apesar da bênção e graça de Burnham). Saru senta na sua cadeira e enfatiza a importância de se fazer tudo juntos, ou seja, valorizando o trabalho em equipe, parecendo ser essa equipe um pólo destacado de Burnham.

Star Trek: Discovery season 3, episode 3 recap - "People of Earth"
Michael e Saru. Como respeitar a hierarquia???

Tilly e Burnham começam uma conversa de que os parentes já se foram há séculos e se vai existir algo que eles vão reconhecer quando chegar à Terra, como as pirâmides de Gizé ou bolo. Burnham diz que o bolo é eteno (???), algo um tanto piegas. A conversa termina com mais uma choradeira. Se a Burnham do primeiro episódio ainda tentou segurar o choro na frente do Book, quando ela se encontra com a tripulação da Discovery, a choradeira começa de novo, infelizmente. Tilly ainda diz que gostou dos dreads da Burnham e que ela parece mais leve, naquela tentativa de mostrar uma Burnham mudada que, nesse episódio, parece ser cada vez mais a velha Burnham de sempre.

Book é transportado para a Discovery por Georgiou, o que rende alguns daqueles diálogos chatos que somente os roteiristas de Discovery sabem escrever tão bem (ou mal, dependendo do ponto de vista). E, depois, vamos ter a primeira sequência de conversas entre Book e Michael, algo que deixou o episódio um tanto sonolento e até arrastado, pois eles falavam de seu ano de convivência juntos, onde não sabemos de nada o que aconteceu, com a maior naturalidade e desenvoltura do mundo.

Star Trek: Discovery' goes 'Scooby-Doo' in season 3, episode 3 | Space
De volta à Terra…

Michael sugere a Saru para colocar todo o dilítio da Discovery escondido na nave de Book, algo que Saru não gosta muito. O kelpiano também quer saber por que Michael “concedeu” o comando da nave a ele. Ela diz que, no ano que passou no futuro, muito da sua perspectiva mudou. Foi decidido que o dilítio ficará na nave de Book e ele não poderá entrar na nave até que cheguem à Terra.

A Discovery chega a Terra, mas a recepção é das piores. A capitã Ndoye, da Força de Defesa da Terra Unida, diz que eles violaram algumas leis e que devem partir, pois não são bem vindos. Saru fala da intenção deles procurarem um almirante na Terra e Ndoye fala que fará uma inspeção na nave, com muitos oficiais de defesa da Terra se transportando para a nave. Michael ajuda Book a entrar num uniforme da Discovery, enquanto eles continuam falando de eventos que passaram juntos e que não presenciamos.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 3 Review: People of Earth | Den of  Geek
Georgiou e mais diálogos insuportáveis…

Michael e Georgiou conversam no corredor um papo bem emblemático: até onde Burnham se encaixa na Discovery depois dela passar um ano no futuro e fazer o que quiser? Ela respeitaria as regras da Discovery?

Depois, Burnham (sempre ela) vai conversar com Saru e com Ndoye. Saru pergunta a Ndoye do que a Terra tem tanto medo. Ndoye diz que a Terra é autossustentável e que é atacada por piratas que querem roubar dilítio, sendo que a maior ameaça é um alienígena chamado Wen. Saru assegura que a Discovery nada tem a ver com esses saqueadores. Saru diz que somente quer fazer contato com a Federação, mas Ndoye diz que a Federação e a Frota Estelar já não estão na Terra há cerca de cem anos, pois achavam que permanecer no planeta as tornaria um alvo depois da combustão. A autossuficiência da Terra também não faz mais a presença da Federação necessária. Sobre Senna Tal, Ndoye diz que ele já está morto há dois anos.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 5) "Die Trying" - Startattle
Um capitão muito desrespeitado…

Na Engenharia, Stamets está muito incomodado com uma (ou um?) adolescente de dezesseis anos, de características bem andróginas, que inspeciona o motor de esporos. O nome da moça é Adira. Enquanto isso, as naves de Wen vêm para ataque e Ndoye diz para não responder. Mas Saru diz que ela não tem jurisdição sobre a Discovery e ele quer abrir um canal para comunicação. Wen quer que o dilítio da Discovery seja entregue ou ele atacará. Ndoye diz a Saru que o pedido que ele fez para visitar a Terra está negado e que a Discovery tem que sair da órbita da Terra para que o planeta lide com Wen. Mas, ao se transportar, Ndoye e os oficiais da Terra não conseguiram. De forma muito intransigente, Ndoye diz que a Discovery sabotou os transportes. Saru diz que não sabotaria a força da Terra e que vai lidar com Wen e com o problema do transporte. Ndoye diz para levar o conflito para longe, ou vai entender isso como uma guerra da Frota Estelar contra a Terra. Michael empurra Book para um plano para salvar a Discovery e eles levam a nave de Book abarrotada de dilítio para o espaço, sem sequer avisar a Saru.

Na Engenharia, Tilly e Stamets descobrem um dispositivo, instalado por Adira, que sabota os transportadores da Força da Terra e que, se mexido, pode desligar os escudos da nave. Eles decidem se aproximar de Adira para entender melhor seus planos, depois de mais um diálogo pitoresco.

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 3, "People of Earth" Photos Reunite  the Crew | News Break
Uma adolescente um tanto andrógina. Ou não binaria???

Saru quer entrar em contato com a nave de Book, mas Georgiou diz que não, pois isso vai atrapalhar o plano de Michael. Depois, Ndoye decide que a nave de Burnham deve ser alvejada, num festival de desrespeito total à autoridade de Saru como capitão.

O plano da Burnham é fingir que vai entregar o dilítio a Wen. Mas Ndoye quer por que quer destruir a nave de Book. Saru, que não quer atacar a Terra, vai se colocar entre as forças de defesa da Terra e a nave de Book para protegê-la. A Discovery é atingida e um outro tiro atingirá a nave de Book e de Wen. Burnham diz isso a Wen e diz que ele terá que abaixar os escudos para o transporte do dilítio. Wen abaixou as armas e, quando abaixou os escudos, ele foi transportado. Michael, Book e Wen aparecem na ponte da Discovery. Burnham coloca Wen e Ndoye cara a cara para conversarem. Mas os dois não se entendem. Então Georgiou, com sua sutileza de um rinoceronte entrando a toda numa loja de cristais, chuta a perna de Wen e o capacete deste cai, revelando-se um humano. Saru insiste que Ndoye e Wen comecem um diálogo.  Wen é de uma colônia em Titã que se separou da Terra há um século por ser autossuficiente, mas essa autossuficiência foi perdida num acidente, perdendo também a capacidade de comunicações para pedir ajuda. Quando uma nave foi à Terra pedir ajuda, foi destruída. Saru e Burnham intervêm na conversa e dizem que a Terra e Titã agora podem fazer um acordo baseado em trocas, acabando com o estado de litígio entre os dois e com o ideal da Federação consertando as coisas. Ndoye autoriza a visita da tripulação da Discovery à Terra.

Stamets encontra Adira e diz tudo sobre o motor de esporos a ela, além de dizer que é do século 23. Mas pressiona a moça para ela dizer quem realmente é. Ela disse que se tornou inspetora para poder achar uma nave da Federação e que a sabotagem foi para ganhar tempo, além de ter certeza que a tripulação da Discovery fosse confiável. E que Adira quer ir com a tripulação da Discovery, pois conhece Senna Tal.  Mais tarde, Adira revela a Saru que ela carrega um simbionte trill, apesar dela ser humana. O problema é que Adira, por ser humana, tem dificuldade de acessar as memórias dos hospedeiros anteriores, dentre eles Senna Tal. Assim, Adira pode ter lembranças do que ocorreu com a Frota Estelar. Burnham se desculpa com Saru dizendo que deveria ter contado sobre o plano de tirar a nave de Book com o dilítio da Discovery e Saru diz que ela deveria ter contado sim, pois a confiança entre os dois é indispensável. Burnham diz que mudou em um ano e que ainda está assimilando isso, mas que pretende trabalhar com Saru, Os dois acertam que Burnham será a Primeira Oficial. Já Book vai embora. O episódio termina com a tripulação da ponte da Discovery, sem Saru e sem Michael, abraçando uma árvore de cerca de mil anos de idade, que era a árvore onde eles estudavam quando eram cadetes da Academia da Frota Estelar no século 23, sendo essa a permanência que Tilly queria encontrar quando chegou à Terra depois de 930 anos, o que levou também a uma consciência ecológica que já vimos em Star Trek com lacraias gigantes e, não esqueçamos, baleias.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 3: Crew makes its first step toward  re-establishing the Federation | MEAWW
Precisando trocar umas ideias…

O que podemos dizer do episódio “Povo da Terra”? Em primeiro lugar, esse foi um episódio mais arrastado que os anteriores. E não por causa da ausência de cenas de ação, mas sim por alguns diálogos altamente maçantes (um problema recorrente em Discovery), principalmente entre Michael e Book, que ficaram relembrando várias coisas que fizeram em um ano e que ninguém, apenas eles, testemunharam. Todos os fatos narrados por eles somente faziam algum sentido para eles e isso tornava a coisa chata, já que o espectador não pegava qualquer referência. Confesso que a única coisa que esses diálogos queriam mostrar foi que houve um relacionamento de amizade bem construído entre Michael e Book, onde até tivemos uma Michael mais leve como assinalou Tilly. Entretanto, foram conversas um pouco maçantes a meu ver que afetaram um pouco o ritmo do episódio. Isso sem falar de diálogos mal escritos para outros personagens, como as descomposturas de Georgiou ou o bolo da Tilly.

E a Michael Burnham? Mais livre, leve e solta ou a Michael de sempre? Nos seus momentos com Book, ela parecia mais livre, leve e solta realmente. Mas no relacionamento com a tripulação, os vícios das temporadas anteriores ainda assombram a personagem. A choradeira do reencontro (espero que essa choradeira pare por aqui), a “nomeação” que ela faz de Saru como capitão, a heroína mais infalível que o papa na nave, reconhecida até por Georgiou, que é agressiva com todo mundo.  Pelo menos, a personagem se desculpou com Saru ao desobedecer sua ordem de não levar a nave de Book cheia de dilítio para o espaço, no que Saru afirmou que ela realmente não deveria ter saído com a nave e que a confiança é fundamental. Foi bom ver que Burnham reconhece que gosta de fazer o que quer, tal como ela fez no ano que passou com Book no futuro (e, convenhamos, como ela fez nas duas primeiras temporadas), e que precisa mudar com relação a isso para ser a Primeira Oficial de Saru (parece que aqui mais uma vez os roteiristas assumem essa insubordinação de Burnham do passado para agora fazer uma Burnham um pouco mais comportada que segue aqui a hierarquia militar; torçamos que eles consigam e resistam à tentação de tornar a personagem novamente insubordinada).

Foi muito chato, também, ver Saru sendo desrespeitado por Georgiou e Ndoye. É caso para novamente confinar aos aposentos, retirando da ponte, pois ficar batendo boca não adianta muita coisa. Mas essa não é a índole de Saru, que prioriza o lado diplomático, embora não esqueçamos que a Frota Estelar também já deu suas demonstrações de força. Phasers e torpedos fotônicos servem para que?

Foi criticado por aí que a Terra se transformou nesse episódio numa metáfora dos Estados Unidos da Era Trump. É a velha história do agora século 32 com cara de século 21. Todo esse estado beligerante até poderia ser justificável no contexto apresentado, não fosse por um problema: a escala de tempo aqui não está sendo contada em anos ou décadas, mas sim em séculos. Esse estado de agressividade terrestre mantido por um tempo de longa duração passa a ficar menos crível, pois as relações entre a Terra e Titã já poderiam ter sido resolvidas no espaço de um século. Mas devemos acompanhar a lógica do roteiro. O negócio era usar o espírito da Federação para resolver um conflito, um litígio. E aí, tivemos esse desenvolvimento mal encaixado. De qualquer forma, confesso que ainda gosto desse tino diplomático do Saru, que exalta os ideais da Federação e é cada vez mais um porta-voz do fandom mais antigo.

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De volta para casa…

E Adira? Uma personagem bem andrógina, ao estilo Ziggy Stardust do David Bowie. Confesso que achei boa a ideia do simbionte trill par acessar as memórias dos hospedeiros anteriores com o objetivo de se descobrir o que passou nos últimos séculos e, melhor ainda, a coisa do simbionte trill ter um hospedeiro humano, pois assim há uma maior dificuldade de acessar essas memórias. Só achei um pouco problemático esse quê um tanto infantil dado a personagem pelo fato dela ter apenas dezesseis anos. Só espero que isso não traga mais diálogos grotescos.

E o final com a árvore milenar? Confesso que gostei bastante, pois sabemos que existem árvores tão longevas assim, como as sequóias nos próprios Estados Unidos, sem falar que se trabalha novamente a questão da consciência ecológica, tão importante nesses dias de hoje. E já tínhamos visto essa consciência tanto trabalhada com as lacraias gigantes quanto com baleias, como é muito importante frisar aqui.

Dessa forma, “Povo da Terra” é um episódio de Discovery mais arrastado, com alguns problemas, mas também com algumas virtudes. Vamos ver o que os roteiristas nos preparam para os próximos episódios.

the agony booth – obsessing over TV and movies since 2002
Reencontrando uma árvore milenar…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 02), Longe De Casa. Trabalho Em Equipe.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 2 Breakdown & References - "Far From  Home" | Cibersistemas Portugal
Saru foi o cara do episódio…

O segundo episódio de Jornada nas Estrelas Discovery trouxe mais uma boa surpresa, já que tivemos a oportunidade de, sem a Michael Burnham, ver a tripulação da nave tendo o seu espaço na série, talvez de uma forma que a gente nunca tenha visto. Vale mencionar aqui que esse episódio, assim como o primeiro, também foi escrito pela trinca Paradise – Lumet – Kurtzman. Para podermos analisar esse episódio, os spoilers, como sempre, estarão liberados.

Star Trek: Discovery Review - Season 3, Episode 2 - 'Far From Home' - IGN
Uma Detmer zuretona das ideias…

Mas, vamos primeiro falar do plot. O episódio começa com a tripulação da Discovery chegando ao futuro. A nave, descontrolada, cai num planeta gélido. Na queda, Detmer fica com um problema na audição. Como ela está com um ferimento na cabeça, Saru a manda para a Enfermaria. A nave precisa de muitos reparos, para torná-la navegável, assim como as comunicações, pois eles precisam desesperadamente contactar a Michael. É nesse momento que Saru começa a tomar destaque no episódio, dizendo que todos estão juntos e vivos, tendo que trabalhar em pares. Ou seja, o capitão, num tom um tanto solene, mas muito necessário, estimula a sua tripulação a trabalhar em equipe. E será isso que veremos ao longo do episódio: pequenas equipes trabalhando no objetivo comum de recuperar a nave.

Star Trek: Discovery season 3, episode 2 review: "The closest thing to a  Trek/Wars crossover we're ever going to see" | GamesRadar+
Georgiou, debochada como sempre…

Tilly descobre pelas suas análises que o planeta é habitado. Georgiou aparece e quer por que quer que as comunicações sejam prioridade. Mas Saru acredita que a prioridade é tornar a nave navegável, até por que eles estão num local desconhecido e não sabe se são bem vindos.

Star Trek: Discovery Season 3, Episode 2, Recap & Spoilers | CBR
Saru se impondo como capitão…

Stamets é tirado do coma induzido por Culber, mas ainda não pode trabalhar na nave, precisando passar por ciclos de regeneração celular. Detmer, por sua vez, é examinada e liberada, mas ainda se sente muito estranha. Ela passa por Culber, que estranha seu comportamento.

Star Trek: Discovery' season 3, episode 2 recap: Burnham lastly makes  contact - PKHYPE
A dupla Saru-Tilly teve muita química…

Georgiou continua a bater na tecla do reparo das comunicações, mas Tilly fala que é necessário rubídio para isso. Há rubídio no planeta e outros minerais. Tilly percebe que os habitantes do planeta têm tecnologia de dobra mas não têm dilítio. Saru diz que um grupo avançado vai entrar em contato com os habitantes do planeta, mas pouco se revelando para essa cultura do futuro e com uma negociação pacífica. Georgiou, ao bom estilo do Universo Espelho, quer agir com agressividade. Mas Saru é bem firme com Georgiou e insiste nos ideais da Federação. Isso foi outro ponto positivo para Saru, que mostra sua liderança enquanto kelpiano mais agressivo, sem perder seu tom solene. Saru escolhe Tilly para o grupo avançado e Nhan e Georgiou não acreditam. Georgiou, inclusive, faz pouco da inteligência de Tilly, o que a deixa ofendida. Mas Saru insiste em Tilly e ainda manda Georgiou auxiliar nos reparos da nave para ela levantar voo ( se as comunicações forem restauradas, a nave também precisará levantar voo). Georgiou sai da sala contrariada, antes de Saru dispensá-la.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 2 Review: Far From Home | Den of Geek
Uma Tilly mais gordinha, mas bem menos idiota…

Stamets, indo contra as orientações médicas, vai para a engenharia consertar alguns equipamentos, mas fica com Reno em seu pé. Os dois estão claramente em más condições de saúde. Stamets precisa entrar num tudo jefferies para fazer um conserto, mas não têm condições. Reno pede para que ele aceite que não está bem para fazer o trabalho, mas Stamets insiste e se enfia no tubo. Ele se fere e Reno pede a uma tripulante que Culber seja chamado para ir lá.

Star Trek: Discovery Review - Season 3, Episode 2 - 'Far From Home' - IGN
Zareh, um vilão meio canastrão…

Saru e Tilly vão para a superfície do planeta. A alferes, que até agora tinha tido boas falas, dispara algumas falas desnecessárias, mas alega fazer isso porque está com medo. Saru, calmamente, diz que ela pode continuar a falar. Tilly então agradece a Saru por pedir para acompanhá-lo e pergunta por que ele a escolheu. Saru diz que precisava de uma engenheira de sua confiança. Tilly diz que Georgiou a acha inútil, mas Saru rebate dizendo que eles estão se apresentando para o futuro e que Tilly é uma maravilhosa primeira impressão, fazendo algumas lágrimas brotarem nos olhos de Tilly (que fofo, desse choro eu gostei!!!). Eles avistam uma pessoa que os vê e vai embora. É o primeiro contato. Saru e Tilly chegam a uma espécie de construção com alguns alienígenas que lhes apontam as armas. Saru calmamente diz que não quer fazer mal a eles. Os alienígenas suspeitam que eles são da Frota Estelar, mas querem provas. Tilly cita um parágrafo do regulamento que fala da importância de oficiais demonstrarem comportamento condizente a um oficial, e é por isso que Saru e Tilly mantêm uma postura calma sob a mira das armas dos alienígenas. Isso convence um deles que abaixa a arma e diz que é Kal, além de dizer que Saru e Tilly irão ajudar, pois isso faz parte deles. Tilly diz que a Discovery tem dilítio, o que desperta a atenção dos alienígenas e eles fazem um acordo de ajuda mútua. Mas há um problema: é Zareh, um transportador que traz mercadorias para aquela  comunidade, explorando-a e lançando mão de muita violência. Ele chega já sabendo da Discovery. E quer ir a ela para pilhá-la. Ainda, Zareh percebeu que Saru e Tilly eram viajantes do tempo pelo rastro de raios gama de alta energia e as ondas gravitacionais. Em suma, Zareh era um observador muito arguto par juntar as peças e saber tudo sobre a Discovery. Zareh mata Kal, pois ele ajudou Tilly a consertar uma peça da Discovery. Zareh quer o dilítio da Discovery e diz que, ao anoitecer, o gelo sobre a nave aumentará e a esmagará com os tripulantes dentro. Saru e Zareh negociam o dilítio e o vilão encarrega Tilly de ir buscá-lo, tomando cuidado com o gelo ao anoitecer.

Star Trek: Discovery Review - Season 3, Episode 2 - 'Far From Home' - IGN
Negociando dilítio…

Georgiou sai da Discovery e é achada pelos capangas de Zareh, sendo levada a ele.  Georgiou, atrevida como ela só, diz que há outras quadrilhas de transportadores (como ela soube disso?) chegando e que são mais poderosas que as de Zareh. Ele se irrita e atira em Georgiou com a arma numa intensidade mais baixa, a fim de torturá-la. Saru pede para Tilly ir para trás do balcão. Georgiou reage e começa a cena de ação do episódio, com direito a muita porrada e tiro, além de Saru matar alguns com seus espinhos voadores (uau!!!). Só sobra Zareh sob a mira da arma de Georgiou, mas Saru impede que ela o mate, lembrando dos ideais da Federação. Mas o sol se pôs e a Discovery começa a ser mais severamente esmagada. Com as instruções de Reno, Stamets faz os reparos necessários e liga a nave.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 2 Review: Far From Home—Spoilers |  IndieWire
Obrigando a Tilly a encarar o gelo assassino…

Saru insiste que Georgiou entregue a arma. Zareh exige que os alienígenas matem os tripulantes da Discovery, lançando mão de ameaças. Tilly dá uma garrafada na cabeça de Zareh e ele desmaia. Saru exige que a arma seja entregue e alega que ele é o capitão interino. Georgiou aponta a arma para a cabeça de Saru e a desativa, entregando-a ao kelpiano cheia de deboche. Saru diz aos alienígenas que dará dilítio para eles e que deixará a nave de Zareh com eles, assim como serão eles que decidirão o destino de Zareh, que é expulso para fora e para a noite com o gelo ameaçador. O alienígena dá para eles um transporte pessoal para irem diretamente à Discovery.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 2: The far future is starting to  look suspiciously like 'Firefly' | MEAWW
Vítimas da opressão de Zareh…

A nave está pronta para partir e com comunicações, mas ainda sem tático. O problema será sair do gelo. Uma nave desconhecida chega e fica acima da Discovery. Tudo leva a crer que são transportadores ainda mais poderosos e violentos que Zareh. Essa nave aciona um raio trator para cima da Discovery, que a arranca da camada de gelo. A comunicação, escudos e armas ficam operantes. Mas Saru diz para abrir um canal de comunicações, para desespero de Georgiou. Ao abrir o canal, eis que aparece… Michael!!! Choradeira geral. E a prova de que, se não há dilítio no século 32, pelo menos há muitos dreads na cabeça da protagonista. Será que ela conseguiu no mercantil? De qualquer forma, Michael diz que chegou um ano antes e que estava procurando a Discovery desde então. Fim do episódio.

Star Trek: Discovery Season 3 Disproves Kelpien Theory
Saru pôde exercitar seu lado diplomático…

O que podemos dizer do episódio “Longe de Casa”? Em primeiro lugar, como já dito acima, a ausência de Michael no episódio deu a oportunidade para a tripulação da Discovery aparecer bem mais, trabalhando em pequenas equipes, como Saru bem assinalou no início do episódio. O papel que o kelpiano desempenhou no episódio foi o melhor de todos, pois ele exaltou o trabalho em grupo e foi o maior porta-voz dos ideais da Federação, aliando-se solenemente ao fandom mais antigo. Foi delicioso também ver Saru bater de frente com Georgiou, mostrando que ele é o capitão e, apesar de ser altamente solene e respeitoso, sua espécie também já não é mais medrosa e pode, inclusive, ser bem agressiva, como vimos na cena de ação, onde Saru saiu tacando espinhos venenosos geral na galera. Ou seja, Georgiou sabe bem disso e tem consciência de que não pode ultrapassar certos limites. Ainda assim, ela agiu de forma bem debochada no episódio e o kelpiano bem poderia tê-la confinado em seus aposentos num momento do episódio que não evitasse que ela fosse enfrentar Zareh. Ou seja, a violação à hierarquia militar ainda é algo presente em Discovery, o que incomoda.

Episode Review – "Far From Home" – Discovery Season 3 Ep 2 - SEATBELTS!!!
Stamets e Culber, um dos bons sub-núcleos de história…

Confesso que gostei muito de Tilly nesse episódio. Ela falou bem menos besteiras, não indo na direção do non sense e até do ridículo, que era o que matava a personagem. Sua relação com Saru teve uma química e tanto, com o capitão interino apoiando-a incondicionalmente e a valorizando, justamente depois de Georgiou ter sido bem agressiva com a alferes. As lágrimas dela foram o momento fofinho do episódio, e que encaixaram muito bem, aumentando a simpatia pela personagem. É claro que a garrafada que ela deu na cabeça de Zareh também foi show.

Star Trek Discovery Stamets And Reno Are Comedy Gold
Stamets e Reno, outra boa dupla com diálogos mal escritos…

O episódio teve uma história A, onde Saru e Tilly fazem primeiro contato com o povo do planeta e onde a diplomacia do kelpiano pôde aparecer em toda a sua plenitude, além de ser história em que houve a cena de ação, por ordem e graça de Georgiou. Por outro lado, a história B foi também muito interessante, pois tivemos alguns sub-núcleos (o problema auditivo de Detmer, que espero que continue sendo mencionado no próximo episódio; o relacionamento entre Stamets e Culber e entre Stamets e Reno). Essa diversidade de personagens e suas pequenas histórias é que deixaram o episódio interessante e, ainda mais, tornaram esse episódio melhor que o anterior.  

Só foi chato ver aqueles diálogos desnecessários novamente, flertando com o non sense. Refiro-me a algumas passagens de Reno com Stamets ou de Georgiou com Nhan. É uma coisa chata e sem-graça, podendo ser totalmente cortada do episódio. Mas parece que Paradise e Kurtzman fazem muita questão desses diálogos completamente mancos.

Por fim, a aparição da Michael. Uma emoção contida da protagonista é mais uma prova de que os roteiristas parecem querer tirar o estigma de chorona da protagonista. Mas o que chamou a atenção mesmo foram os dreads. Por que eu acho importante falar disso? Bom, a Michael é a protagonista da série e ela foi originalmente concebida para ser o símbolo do empoderamento feminino. Um dos grandes símbolos do empoderamento feminino é a Mulher Maravilha, interpretada por Gal Gadot. Algumas fãs têm uma postura crítica sobre a personagem, pois ela ainda cairia nos estereótipos de objeto sexual, além do fato de que um cabelo vistoso e solto não é algo adequado em canas de ação e luta, pois simplesmente o cabelo gruda na cara. A impressão que vimos na construção da personagem de Michael nas duas primeiras temporadas é a de que tivemos o extremo oposto a isso: cabelos curtos e uma ocultação total à beleza feminina. Bom, minha opinião masculina e heterossexual a respeito disso é aquela antiga e ancestral frase: “Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno”, ou seja, a mulher empoderada não precisa abdicar totalmente de sua beleza e essa beleza pode ser bem funcional. Não sei até que ponto os dreads são funcionais ou não para cenas de ação, mas foi bom ver uma mudança de visual na Michael. Está parecendo que os roteiristas tomam atitudes para que a protagonista da série fique mais simpática aos olhos do público. Ou seja, apesar de Discovery não ser uma unanimidade (e dizem que toda unanimidade é burra), não podemos negar, depois desses dois episódios, que quem produz a série tenta fazer algumas mudanças. Que eles tenham êxito em melhorar as coisas.

Dessa forma, “Longe de Casa” é um bom episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, pois tivemos mais personagens sendo trabalhados, com destaques especiais para Saru e Tilly. Mas os sub-núcleos de histórias dentro da Discovery em si foram bem interessantes. Esperemos que as virtudes dos dois primeiros episódios sejam preservados nos próximos e os defeitos sejam descartados, principalmente aqueles diálogos desnecessários e constrangedores.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 2) "Far From Home" - Startattle
Michael e os dreads…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Lower Decks (S01, Ep 10), No Small Parts. Um Easter Egg Gigante.

Watch Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 10: No Small Parts - Full  show on CBS All Access
Distribuindo materiais de pintura…

E finalmente chegamos ao décimo e último episódio da primeira temporada de Lower Decks, “No Small Parts”. Esse foi um episódio que deu um desfecho interessante à série, embora tenha repetido alguns vícios do que vimos nos episódios anteriores. E apresentou, também, um easter egg gigante, com algum grau de ineditismo. Lembrando que os spoilers estão liberados.

Star Trek: Lower Decks review, Episode 10: "No Small Parts"
Mariner. Revoltada, pois todos agora sabem que ela é a filha da capitã…

Qual é o plot? A Cerritos está em Beta III, planeta onde Kirk havia desmascarado Landru, que era um computador, mas as pessoas voltaram a adorar o mesmo. Freeman tenta convencer as pessoas e parece que consegue. Ela volta a ponte com Ransom, mas recebe o comunicado de que ainda há tripulantes na superfície do planeta. São Mariner e Boimler, que estão quebrando o protocolo e distribuindo material de pintura e desenho para as crianças, para dissuadi-las de obedecer a Landru. Eles tentam se comunicar com os dois, mas os alferes não percebem que o comunicador ligou. Nisso, Boimler diz que descobriu o segredo de Mariner, que ela é filha de Freeman, deixando-a furiosa. O pior é que toda a ponte está escutando a conversa e também descobre esse fato, para desespero de Freeman. Os dois são transportados para a ponte e descobrem que o segredo de Mariner foi revelado a todos.

Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 10 Review: No Small Parts - TV  Fanatic
Mãe e filha conversam sobre um segredo há muito guardado…

A Solvang, nave que tem a antiga tripulação da Rubidoux, é atacada por uma gigantesca nave, formada pelos pedaços de outras naves. Uma garra mecânica se prende na nacele da Solvang e a capitã manda a nave entrar em dobra, o que provoca a explosão da mesma e a morte de toda a tripulação, algo bem pesado, diga-se de passagem.

Star Trek: Lower Decks review, Episode 10: "No Small Parts"
Tendi e sua amiguinha exocomp. Eficiência na Enfermaria…

Na Cerritos, Tendi está muito alegre, pois vai ser a orientadora de um novo recruta, um robô exocomp. Mariner e Freeman discutem sobre o segredo que as duas mantinham da tripulação. Ransom entra no escritório da capitã e já começa a tratar Mariner de forma diferenciada por ela ser a filha da capitã, o que irrita as duas. Mariner sai da sala e anda pela nave, com todos agora querendo bajulá-la. Até Boimler pede que ela assine uma carta de recomendação para uma transferência para outra nave. Mariner pega essa ideia e decide se tornar uma tripulante exemplar para ela mesma conseguir a transferência para a nave e voltar a ser um “ninguém”. Os dois disputam a promoção e se estranham, com Mariner lembrando que foi Boimler quem espalhou a informação de que Mariner é a filha da capitã, quando Boimler a acusou de nepotismo. Aí eu me pergunto? Haveria nepotismo no século 24? Até que ponto o século 24 tem cara de século 21?

No Small Parts (episode) | Memory Alpha | Fandom
A Cerritos sofre grande ameaça…

Na ponte, é detectado um pedido de socorro da Solvang. Freeman ordena que a nave se dirija para onde está a Solvang

Star Trek: Lower Decks Episode 10 – No Small Parts | Watch cartoons online,  Watch anime online, English dub anime
Uma nave feita de pedaços de naves…

Tendi acha que a exocomp não conseguirá se adequar à nave, mas ela consegue trabalhar muito bem na enfermaria.

Review: Star Trek: Lower Decks Episode 10 – No Small Parts – A Glimpse At  What Could Have Been - Bounding Into Comics
A Cerritos é invdida!!!

A Cerritos chega onde a Solvang estava e é atacada pela mesma nave que destruiu a Solvang. Um raio trator e duas garras prendem a Cerritos e Freeman ordena que se desligue todos os motores, contrariando a ordem de Ransom para entrar em dobra. Freeman conseguiu perceber a tempo o que tinha acontecido com a Solvang. Uma das naceles da Cerritos é arrancada. A nave é aprisionada novamente para ser fatiada em pedaços e anexada à nave alienígena. Boimler e Mariner correm para a ponte e Freeman exige da filha uma solução fora dos protocolos da Federação, como Mariner sabe fazer bem. Mariner então ordena Rutherford a inserir um vírus no sistema da nave alienígena. Só que Rutherford entra no holodeck e pede esse vírus a Badgey, o avatar que tentou matá-lo há alguns episódios. Badgey diz que só pode fazer isso se os protocolos de segurança forem desabilitados. Rutherford desabilita esses protocolos e Badgey diz que os vírus somente podem ser instalados na nave com alguém indo lá.

Review: Star Trek: Lower Decks - No Small Parts S01E10 - NerdSpan
Armamentos vindos de contrabando…

Os alienígenas invadem a nave e Mariner abre compartimentos cheios de armamentos contrabandeados. Na luta com os alienígenas, Boimler diz que não quer que ela vá embora da nave, pois ela é sua amiga e ele gosta dela, o que faz Mariner ter um leve sorriso maroto. Freeman é atingida e levada para a enfermaria. Rutherford aparece e diz que tem um vírus e que ele precisa ser levado para a nave alienígena. A exocomp seria a alternativa perfeita, mas a robô não quer fazer isso, dizendo que não transfere vírus e que estava na Frota Estelar somente para contrariar o pai. Ela se transporta para o espaço, deixando todo mundo na mão. Rutherford e o chefe de segurança Shaxs vão então para a nave alienígena numa nave auxiliar. Rutherford tenta baixar o vírus, mas quando faltava pouco, aparece Badgey no sistema dizendo que o vírus somente será totalmente baixado quando os alienígenas matarem Rutherford, pois Rutherford lhe quebrou o pescoço no outro episódio. Shaxs arranca o implante de Rutherford, pois Badgey o colocou para explodir, e atira o alferes na nave auxiliar, salvando-o da explosão. O chefe de segurança morre junto com os alienígenas com os quais lutava. A Cerritos está prestes a fugir quando três naves alienígenas aparecem e capturam novamente a nave. Mas, eis que surge a Titan, comandada por Riker e Troi, atacando as três naves alienígenas e colocando-as para correr.

Star Trek: Lower Decks' Episode 10 Review: Thrilling blockbuster season  finale pulls out all the stops | MEAWW
Defendendo a nave…

Na doca espacial, Tendi fica com seu amigo Rutherford na enfermaria. O alferes recobra a consciência, mas não se lembra de nada, pois teve seu implante arrancado. Tendi, sempre otimista, diz que eles podem voltar a ser melhores amigos de novo. Enquanto isso, o funeral de Shaxs é feito. Depois disso, Mariner e Freeman fazem um acordo onde a capitã seguirá os protocolos da Federação e a filha realizará tudo referente à queda de protocolo. Elas concluíram que a destruição da Sovang, que a volta da idolatria à Landru e a ameaça da espécie alienígena que monta naves com pedaços de outras são tudo consequência de atitudes mais lentas da Federação e, por isso, fazem esse acordo.

STAR TREK: LOWER DECKS Review: "No Small Parts" • TrekCore.com
Um final feliz para Boimler…

O episódio termina com Mariner revoltada da vida, pois Riker requisitou a transferência de Boimler para a Titan, deixando-a sozinha na Cerritos.

O que podemos dizer do episódio final “No Small Parts”? Em primeiro lugar, foi um bom desfecho para a série, com Boimler finalmente se dando bem, pois ele foi para a Titan com Riker e Troi, os dois grandes easter eggs do episódio. Esse episódio também ficará marcado como o único em que vimos Riker como capitão da Titan. Ponto para Lower Decks como cânon, algo um tanto controverso. Outro ponto digno de destaque é a revelação a toda a nave e sem querer, por parte de Boimler, de que Mariner é filha de Freeman. Essa descoberta mais a situação em que as duas tiveram que lutar juntas contra uma grande ameaça à Cerritos levaram mãe e filha a finalmente trabalharem em equipe, algo que as duas muito rechaçavam. Enquanto a mãe seguirá todos os protocolos da Federação, a filha terá carta branca da capitã para desrespeitá-los quando necessário, abrindo a porta para uma resolução mais fácil de problemas. Embora a coisa do desrespeito aos protocolos da Federação incomode e soe como uma crítica ao Universo de Jornada nas Estrelas, essa foi a forma que mãe e filha encontraram para superar suas diferenças e trabalharem juntas.

STAR TREK: LOWER DECKS Review: "No Small Parts" • TrekCore.com
Uma morte inesperada…

Algumas coisas incomodaram no episódio. Em primeiro lugar, o nepotismo do século 24, onde nos perguntamos se tal defeito humano ainda existirá no futuro. Não querendo ser repetitivo, mas já sendo, se há algo que incomoda nas produções da Era Kurtzman é o século 24 com cara de século 21. E Lower Decks mostrou isso novamente, não somente no caso do nepotismo em si como dos oficiais seniores arrogantes por toda a temporada, lembrando sempre que a animação é iconoclasta e de humor. Mas que incomoda, isso incomoda. A violência do episódio foi muito marcante, pois toda a antiga tripulação da Rubidoux foi morta, assim como o chefe de segurança Shaxs. É a Era Kurtzman novamente fazendo suas vítimas. Sempre alguém tem que morrer. Ainda, Mariner se aproxima da mãe e é mais tratável no episódio. Mas ainda há algumas reações da moça, arrogantes e malcriadas, de antes de sua terapia. Não seria uma boa que isso continuasse assim de forma tão explícita.

Star Trek: Lower Decks Season 1 Episode 10 Review: No Small Parts - TV  Fanatic
Boimler e Mariner. Um final que parecia amistoso…

De qualquer forma, fica uma expectativa para a segunda temporada: como ficará o reencontro de Boimler e Mariner, agora que o primeiro está na Titan? Mais participações de Jonathan Frakes e Marina Sirtis? Esperemos que sim. Uma coisa é certa: dentre as séries novas de Jornada nas Estrelas, Lower Decks foi a que acertou mais a mão, da sua segunda metade para a frente.  Esperemos que ela mantenha a sua pegada na segunda temporada e até a melhore.

Review: Star Trek: Lower Decks Episode 10 – No Small Parts – A Glimpse At  What Could Have Been - Bounding Into Comics
Riker e Troi. Grata surpresa…