Uma das músicas mais lindas da década de 80…
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Batata Arts – O Chile Chora Por Violeta Parra
Uma artista, um país, unidos por uma dor…
Batata Movies (Especial Festival do Rio 2019) – Son Mother. A Tradição Como Destruidora De Vidas.
Mais um importante filme do Festival do Rio 2019. “Son Mother” é uma co-produção Irã/República Tcheca de 2019 dirigida por Mahnaz Mohammadi. Vista como persona non grata pelo governo iraniano, ficando até presa por um período, Mohammadi é contundente com a religiosidade e as tradições iranianas no que tange aos vários problemas e dilemas que ela pode trazer para as pessoas. E isso se manifesta de forma notória em sua filmografia, como podemos ver nesse filme. Já falei em resenhas pregressas de como um certo preconceito burro contra o cinema iraniano tirou essas películas de nossas salas e de como o Festival é uma das poucas oportunidades de termos contato com o cinema iraniano novamente, cinema esse que rendeu dois Oscars de Melhor Filme Estrangeiro em poucos anos e que ainda é visto de forma muito injusta por aqui. Vamos lançar mão dos spoilers.
O plot é o seguinte. Leila (interpretada por Raha Khodayari) é uma viúva com dois filhos pequenos, um menino e uma menininha. Ela trabalha numa fábrica e é vista com preconceito pelos homens da fábrica, sendo destratada por eles e recebendo severos pitos de seu patrão. Ao mesmo tempo, um dos motoristas de van da fábrica que transporta os empregados, Kazem, propõe casamento para a mesma, que é pressionada a se casar pelas convenções sociais. O grande problema é o seguinte: o motorista tem uma filha e, se houver o casamento, ela não poderá viver com o filho de Leila, Amir, sob o mesmo teto, por alguns anos, o que vai implicar que Leila precisará colocar o filho em algum lugar por um tempo (até a filha de Kazem se casar). Inicialmente, Leila fica relutante em fazer isso, mas as pressões que essa sociedade altamente patriarcal e machista vão impor à viúva a forçam a aceitar o casamento (Leila será demitida da fábrica). E aí sobrará para o pobre do Amir que vai ser colocado numa escola para surdos-mudos com a documentação irregular e vai ter que fingir ser um deles, num ambiente de educação muito rígida.
A diretora Mahnaz Mohammadi consegue ser muito contundente ao mostrar como a tradição (vista como a grande vilã do filme) consegue destruir a vida das pessoas. Se num primeiro momento Leila sofre demais com os preconceitos e as convenções da tradição no seu ambiente de trabalho, num segundo momento a película se volta para a realidade cruel de Amir, que tinha uma vida normal, atarefado com seus afazeres escolares e em cuidar da irmãzinha pequena para a mãe que passava todo o dia na fábrica. Só que as obrigações da tradição impõem o menino a viver escondido e sob um rígido regime numa escola de surdos-mudos. O menino chega a fugir da escola e vagar pelas ruas sem eira nem beira, como um menor abandonado, sendo ameaçado até por um pedófilo numa das caronas que pegou. Tudo isso para não passar pela “situação imoral” de conviver com a filha de seu enteado debaixo do mesmo teto enquanto ela não casa. É doloroso para Amir e para nós quando, num encontro com Kazem, ele vê a imagem da nova família com a mãe sorridente e sua irmãzinha juntamente com Kazem no celular do motorista, para novamente se desvencilhar e fugir pelo mundo. Sem destino, resta a Amir retornar para a escola de surdos-mudos e, como a mãe não retornou para regularizar a situação dos documentos do filho (até porque ela não tinha acesso a esses documentos), restou a Amir ficar confinado num orfanato, sendo o desfecho do filme com o menino tendo uma visão da mãe chegando para tirá-lo de lá, que se desvanece na realidade do orfanato, que se parece com uma prisão. Mais contundente e agressivo com o espectador impossível, fazendo com que este sinta toda a dor de Amir.
Assim, “Son Mother” é um importante filme de denúncia de uma situação em que as convenções morais de uma religião aprisionam as pessoas de uma forma implacável e covarde. Um filme para muito se pensar onde Mohammadi não tem papas na língua ao gritar contra as injustiças de seu país.
Batata Movies (Especial Festival do Rio 2019) – Deus É Mulher E Seu Nome É Petúnia. A Macedônia Na Idade Média.
O Festival do Rio 2019 começou tardiamente em virtude das dificuldades econômicas e o período nefasto que atravessa nosso país. Ainda assim, no melhor sentido da palavra resistência, mesmo um tanto combalido, o festival aconteceu. E um dos filmes em cartaz foi o enigmático “Deus É Mulher e Seu Nome é Petúnia”, que é uma película sobre machismo numa Macedônia de contornos ainda medievais, lançando mão de um forte tom de denúncia. Um filme que tem elementos que chegam às raias do odioso. E um filme totalmente necessário. Vamos lançar mão de spoilers aqui.
Vemos aqui a trajetória de Petúnia (interpretada por Zorica Nusheva), uma moça na casa dos trinta anos que trabalhou apenas como garçonete e é formada em História. Ela vive em Stip, uma pequena cidade da Macedônia, e tem uma entrevista de emprego arrumada por uma mãe rigorosa, que a vê com um certo desprezo. A entrevista se revela um desastre total, pois o possível patrão inicialmente insinua um assédio sexual e depois a humilha como mulher e por ser gorda. Revoltada, Petúnia anda pelas ruas e encontra, no rio local, um ritual religioso com o padre ortodoxo lançando uma cruz ao rio gelado onde os homens da cidade irão disputá-la. Quem pegar a cruz terá boa sorte e prosperidade. O problema é que somente homens podem participar do ritual. E Petúnia, numa atitude totalmente inusitada, se joga ao rio e acaba pegando a cruz. Isso irá dar uma confusão de proporções colossais, com a polícia batendo à porta da moça e a levando para a delegacia. Como se trata de uma violação de uma tradição religiosa mas nenhuma lei secular foi desrespeitada, os policiais têm uma verdadeira batata quente nas mãos, precisando resolver o problema, mas não podendo prender Petúnia. A situação se agrava quando os homens que participavam do ritual da cruz tentam invadir a delegacia para agredir Petúnia, numa verdadeira caça às bruxas, sendo alguns deles presos. Petúnia somente consegue o apoio de uma repórter de TV que tenta denunciar a situação medieval pela qual a moça passava.
Esse é um filme que mostra, de forma contundente, a forma desprezível como a mulher é tratada em sociedades que se apegam a tradições religiosas em alguns rincões da Europa, onde as mesmas são proibidas de participar de rituais exclusivamente masculinos. Ou seja, é mais um caso de filme onde a tradição é vista como vilã, num momento do mundo em que grupos conservadores e de direita tomam cada vez mais frente. E a constatação de como um tema que fala de harmonia e amor como a religião ajudam a potencializar tanto ódio e preconceito em situações específicas.
Apesar do tema pesado (o filme é vendido como uma comédia, mas ele pode ser muito tenso em várias passagens), optou-se por um happy end onde Petúnia sai da delegacia com sua cruz pela porta da frente e a devolve, de livre e espontânea vontade, para o padre, o que pareceu soar um pouco falso. De qualquer forma, ainda assim a película serviu como uma reflexão profunda sobre o conservadorismo de um país como a Macedônia, gritado a plenos pulmões pela trama como ainda muito medieval.
Dessa forma, “Deus É Mulher e Seu Nome é Petúnia” é mais uma película que é um reflexo dos tempos sombrios que passamos referentes aos avanços dos grupos conservadores pelo mundo e que precisam ser denunciados aos quatro ventos. Uma película um tanto pesada, mas absolutamente necessária.
Batata Movies – Argila. Um filme À Frente De Seu Tempo.
A Academia Brasileira de Letras e a Cinemateca do MAM do Rio de Janeiro iniciaram uma parceria e criaram um cineclube com o nome de Cine Academia Nelson Pereira dos Santos. Tal iniciativa é de grande valia para a cultura não somente do Rio de Janeiro como de nosso país, nesses tempos tão sombrios e complicados. A ideia é realizar, em toda primeira terça-feira de cada mês, no Espaço Itaú de Cinema, a exibição de um filme brasileiro de relevância para a História de nosso cinema, seguido de um debate, ao bom espírito da tradição cineclubística, onde a exibição vem acompanhada de um esforço coletivo de reflexão. Há, também, uma intenção em se chamar a atenção para o estado precário de conservação de filmes importantes para a História do Cinema Brasileiro, um problema gravíssimo para a preservação de nossa memória, que já sofreu com a perda total de películas como “Favela dos Meus Amores”, de Humberto Mauro e estrelado por Carmen Santos. O primeiro filme no Cine Academia a ser exibido foi “Limite”, de Mário Peixoto (a Batata Espacial postou recentemente um texto sobre “Limite”), e os palestrantes foram o cineasta Walter Salles e o Presidente da Academia Brasileira de Letras Marco Lucchesi. O segundo filme foi “Argila”, de Humberto Mauro, protagonizado por Carmen Santos, que vamos tratar aqui.
Rodado em 1940, “Argila” é um filme que tem elementos que podemos dizer que são reflexo de sua época, mas que também estão à frente de seu tempo. O plot é o seguinte: Gilberto (interpretado por Celso Guimarães) é um talentoso artesão que gosta de fazer vasos artísticos, mas seu talento é rechaçado pelo dono da empresa de cerâmica onde trabalha, pois este quer que sejam produzidas apenas peças de interesse comercial. Na região (Corrêas, Distrito de Petrópolis) vive também Luciana (interpretada por Carmen Santos), uma viúva entusiasta da arte brasileira, que dá recepções e festas em seu rico castelo, para uma elite completamente fútil e que valoriza a arte europeia, sobretudo a da Grécia Antiga, principalmente o personagem Barrocas (interpretado por Floriano Faissal). Luciana contrata Gilberto para trabalhar em seu Castelo com dedicação quase exclusiva, o que enerva sua namorada Marina (interpretada por uma jovial Lídia Mattos). Há um claro interesse de Luciana por Gilberto, assim como pela cerâmica de Marajó, que o artesão consegue confeccionar com bastante desenvoltura. O detalhe é que o suposto namoro começa a ficar muito falado e o pai de Marina, com muito jogo de cintura, por pertencer a um estrato social mais baixo, atenta Luciana para o fato de que Gilberto é comprometido com sua filha. A ricaça entende o recado nas entrelinhas e acaba com qualquer chance de um enlace amoroso com Gilberto, que já estava disposto a abandonar sua futura esposa e cair nos braços de Luciana.
A primeira coisa que chama a atenção em “Argila” é a valorização de temas nacionais. Não podemos deixar de esquecer que Getúlio Vargas manda criar o INCE (Instituto Nacional do Cinema Educativo), que foi capitaneado pelo próprio Humberto Mauro, com o objetivo de se fazer filmes que exaltassem temas nacionais. “Argila” vai muito em direção a isso, principalmente no que se trata à divulgação da cerâmica marajoara, onde temos até um trecho de uma palestra de Roquete Pinto, um entusiasta da cultura brasileira, assim como Mauro (no debate depois da sessão, André Di Mauro, neto de Humberto Mauro, chegou a comentar que Pinto e Mauro chegavam a acampar numa deserta Barra da Tijuca para ficar em contato com a natureza e falavam somente tupi-guarani ao acamparem). Luciana funciona como uma espécie de mecenas da cultura nacional, indo na contramão da elite brasileira supostamente letrada que valorizava mais a cultura estrangeira, onde Barrocas era a principal expressão, sendo um alívio cômico, sofrível para nossos olhos contemporâneos, assim como Ferreirinha, que se destacou por gritar ao telefone (a ligação devia ser realmente muito baixa na época), soletrando as palavras e se perdendo nisso.
O filme também exalta muito as diferenças entre as classes sociais. O núcleo da elite fútil que é recebida pacientemente por Luciana se contrapõe à classe humilde e trabalhadora da qual Gilberto e Marina fazem parte. Esse estrato social é totalmente ignorado pela elite, justamente com exceção de Luciana, que vê valor nas pessoas humildes, ainda que com um certo distanciamento. Mas é bem clara a diferenciação social no trato que os personagens da elite dão à empregada negra de Luciana, Vavá, praticamente de forma escravocrata. É curioso também perceber como Luciana, apesar de valorizar a gente humilde, lança mão da diferenciação social para afastá-la de Gilberto, para que este pudesse voltar à sua amada Marina. O único momento em que há uma aproximação entre a elite e a classe trabalhadora está na festa de São João, onde simpatias são feitas pelos dois grupos sociais, que compartilham uma mesma tradição popular.
As personagens femininas também são um destaque. Marina é um exemplo de pureza imaculada. Há um fotograma muito interessante onde isso se manifesta, quando Marina faz o mesmo semblante da imagem da Virgem Maria logo acima de sua cabeça no momento em que Gilberto a abandona mais uma vez para ver Luciana. Apesar disso, Marina se coloca com muita propriedade em sua oposição aos assédios de Luciana em cima de Gilberto, sendo uma personagem um tanto forte, apesar de sua aparência frágil. Mas Luciana é, definitivamente, a personagem mais forte (e empoderada) do filme. Temos uma mulher moderna, à frente do seu tempo, entusiasta da cultura brasileira, além de ser uma mulher que assedia (inclusive com fortes insinuações sexuais, quando nos lembramos da cena em que ela observa avidamente Gilberto trabalhando e fumando sensualmente um cigarro) o homem que deseja. Isso para os anos 40, numa sociedade conservadora como a brasileira de então, era algo muito forte e desafiador das tradições. Entretanto, ainda que Luciana fosse uma transgressora, ela não abriu mão da preservação da instituição do casamento, sacrificando o seu amor por Gilberto para garantir o matrimônio dele com Mariana. Ou seja, moderna, ma non tropo.
E o trabalho de Humberto Mauro nesse filme, do ponto de vista cinematográfico? Temos aqui um primor de fotografia, onde abusou-se do uso de claros e escuros de forma muito artística. A cena em que Luciana interpreta uma Julieta sob o Canto de Romeu mostra o valor da cinematografia de Mauro, assim como sua caminhada noturna num fantasmagórico vestido branco sobre um fundo negro onde a cabeça de Luciana desaparecia. A cena sensual do fumo de cigarro aqui já citada também é um exemplo desse primoroso uso do claro e do escuro. A montagem também pode ser frenética em alguns momentos, como vemos novamente na cena em que Luciana seduz Gilberto com o cigarro, onde closes dos olhos de Gilberto se alternam com as investidas de Luciana. Vendo “Argila”, podemos perceber claramente todo o talento de Mauro para o oficio do cinema.
Após a exibição do filme, tivemos o debate com Carla Camurati e André Di Mauro. Enquanto que Camurati exaltou todo o teor de dramaturgia do filme e a figura icônica de Carmen Santos, Di Mauro se ateve mais às pesquisas que fez sobre seu avô, Humberto Mauro, para a realização de seu documentário em homenagem ao cineasta (já resenhado aqui na Batata Espacial) que está entre os cem finalistas ao Oscar de Melhor Documentário para o ano que vem.
Dessa forma, “Argila” é um filmaço que faz parte da História muito frutífera de nosso cinema. Ou seja, esse é o tipo do filme que tem que ser preservado a todo custo por sua cinematografia, mas também por sua dramaturgia, pelo seu documento de época e pelas visões à frente de seu tempo. O Cine Academia Nelson Pereira dos Santos está aí para chamar a atenção para a preservação de nossos filmes. Mas também para fazer uma discussão altamente reflexiva sobre nosso cinema e nossa cultura. E como esse é um filme muito importante, nao deixem de assisti-lo na íntegra abaixo…
Batata Jukebox – I Drove All Night (Cyndi Lauper)
Cyndi Lauper também cantou esse musicão
Batata Arts – Onde Está A Liberdade?
Como ela se esconde em tempos tão difíceis!!!
Batata Movies – Retablo. Homofobia Hardcore.
Uma curiosa co-produção Peru/Alemanha/Noruega. “Retablo” é um filme sobre a cultura Quíchua (também conhecida como Inca), mas também é um filme sobre uma homofobia para lá de visceral. E o amor incondicional de um filho pelo pai, capaz de suportar todos os preconceitos. Para podermos falar sobre esse filme, vamos precisar de spoilers.
Vemos aqui a trajetória de Noé (interpretado por Amiel Cayo) e Segundo (interpretado por Junior Bejar), pai e filho, que mantêm viva a tradição de construir retábulos em sua região, que são caixas de madeira decoradas com pinturas e pequenas figuras de massa que reproduzem famílias tradicionais, figuras religiosas e outros temas. Noé é visto como o artista local, o mestre, que recebe muitas encomendas de retábulos. Segundo segue à risca o oficio do pai e sua tradição artística, abrindo mão de trabalhar em lavouras como camponês. Mas o filho irá flagrar o pai numa prática homossexual, o que vai desnorteá-lo completamente. Ele mantém o segredo do pai, mas muda completamente seu comportamento, tornando-se muito agressivo, e provocando a desconfiança de sua mãe. Infelizmente, as preferências sexuais do pai vêm à tona na comunidade, o que provoca uma reação violenta da mesma (Noé recebe uma surra violenta) e sua esposa o abandona. Segundo, que estava indignado com o comportamento do pai, fica impactado pela violência extrema com a qual ele é tratado pela comunidade, e decide ficar com ele. Sem qualquer perspectiva de vida, Noé se suicida. E Segundo irá fazer um último retábulo cujo tema é o ofício de pai e filho, enterrando o pai junto com o presente.
É um filme bem triste. Mas ele não poderia terminar de outra forma. O que choca muito é a violenta homofobia explícita que vemos na película, onde não há qualquer perdão para Noé naquela comunidade, sendo tratado de forma implacável até pela esposa, que o abandona, não sem chorar muito e ficar inconformada com a opção do filho de permanecer com o pai. O próprio Segundo é uma expressão dessa homofobia, não aceitando de imediato a condição do pai. O grande detalhe aqui é que a violência da homofobia é tanta que Segundo consegue rever os seus conceitos e o amor pelo pai e pelo ofício do retábulo acabam falando mais forte, a ponto dele defender abertamente o pai e seu ofício. A cena de briga de Segundo com um rapaz que o trata de forma extremamente preconceituosa por causa da opção sexual do pai é emblemática. Depois de apanhar do garoto, Segundo o ataca e o agride de forma extremamente agressiva, causando espanto entre todos que assistem em volta e sendo uma resposta na mesma moeda para a homofobia igualmente agressiva.
O filme termina com Segundo trancando a casa vazia, não sem levar o material de pintura que o pai usava para fazer o seu ofício, num claro indício de que ele manterá a tradição. Um fio de esperança num cenário totalmente distópico em virtude do preconceito.
Assim, podemos dizer que “Retablo” é mais um grande filme onde o cinema denuncia de forma marcante o preconceito e a intolerância. Um filme que choca pela sua violência e intensidade da homofobia. Mas também um filme onde o amor entre pai e filho consegue enfrentar de peito aberto tanta intolerância. Um programa imperdível.