Quero muito ver esse filme!!!
Categoria: cinema blockbuster
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Saiu o segundo trailer de Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, a ser lançado em agosto. Confiram aqui
Batata News – Trailer de Planeta dos Macacos, A Guerra
Saiu o trailer de Planeta dos Macacos, A Guerra. Confiram aqui…
Batata Movies – Fragmentado. X-24

E estreou o novo filme de M. Night Shyamalan. “Fragmentado” faz jus ao seu título, pois tem também uma narrativa fragmentada, embora isso não signifique que o filme tenha uma má qualidade. Altos e baixos, entretanto, aparecem na trama. E uma brilhante atuação de James McAvoy.

“Fragmentado” é a história de um homem atormentado pelas suas vinte e três personalidades (interpretado por McAvoy). Ele consegue lidar com todo esse imaginário coletivo de um homem só graças à ajuda de sua terapeuta, Karen Fletcher (interpretada por Betty Buckley), o que deu ao filme um interessante contorno de drama psicológico. As sessões de análise entre a psicóloga e seu paciente constituíam as melhores partes do filme, sem sombra de dúvida, e o espaço onde McAvoy foi melhor em toda a película. Mas nosso amigo n-polar fez uma coisa muito errada: sequestrou três garotinhas adolescentes e as manteve confinadas.

Na cabeça atormentada de nosso protagonista, as menininhas nunca tinham tido uma vida de privações e sofrimentos e deveriam agora passar por uma espécie de ritual de iniciação, enquanto que os demais membros de seu círculo esperavam a vigésima-quarta personalidade que estava para chegar, intitulada “a Fera”, que era altamente violenta e uma grande ameaça.

Bom, é desnecessário dizer novamente que essa foi a melhor atuação da carreira de McAvoy, até porque o filme deu ao ator uma oportunidade ímpar de interpretar simultaneamente vários papéis, onde podíamos testemunhar todas as suas nuances, do complexo ao simplório e caricato. No ambiente onde ele estava com as meninas, até pelo tom de dramaticidade da coisa, suas atuações eram mais extremas, principalmente quando ele fazia Hedwig, o menino de nove anos. Ao interpretar Patricia, estava excessivamente contido e delicado. O ponto de equilíbrio estava em Dennis, o sequestrador cheio de sobriedade e serenidade. Já na casa da psicóloga, suas atuações estavam muito mais espontâneas e ali McAvoy mostrou o que tem de melhor em termos de atuação (os closes nele ajudaram bastante), embora não devamos nos esquecer de que ele fez Barry, um “estilista” muito caricato e efeminado por lá. De qualquer forma, somente por apresentar todas essas facetas, já podemos perceber como McAvoy realmente fez o melhor trabalho de sua carreira, embora ele se apresentasse com a cabeça raspada e estivesse a cara do Professor Xavier.

Fragmentada, também, foi a narrativa. No início, tivemos três tramas paralelas: o sequestro em si, as sessões de análise do protagonista com a terapeuta e detalhes da infância de Casey (interpretada por Anya Taylor-Joy), uma das moças sequestradas, a mais “outsider” de todas. Nas três tramas, com maior ou menor intensidade, houve um gosto de drama psicológico que no início prende a atenção, mas que, com o tempo, foi cansando um pouco. Num segundo momento, o filme descambou para um forte suspense com arroubos de terror, numa violência banalizada com cara de fita B. Quando parecia tudo perdido, veio um notável desfecho que salvou o filme e que os “spoilers” me impedem de dizer.

É muito importante mencionar aqui que a temática “outsider” ajudou muito a cimentar e a dar valor à película. Casey era a menina deslocada e pouco popular que mais lidou bem com a situação do sequestro e de interagir com um homem também deslocado e atormentado pelas suas múltiplas personalidades. Não é à toa que essa moça foi a única a ter a sua vida pregressa esmiuçada ao longo do filme (embora isso não tenha sido feito de forma uniforme ao longo da película e isso tenha incomodado um pouco). Essa pitada “outsider” ao filme lhe rendeu um sabor todo especial e acabou sendo a razão de ser de toda a história.

Dessa forma, se “Fragmentado” tem altos e baixos em sua estrutura narrativa, ainda assim é um filme que vale muito a pena, em primeiro lugar pelo excelente trabalho de James McAvoy, em segundo lugar pelo interessante drama psicológico, e em terceiro lugar (mas principalmente) pelo quê “outsider” da película. Engraçado que, nesse ponto, o filme se aproxima de “A Bela e a Fera” da Disney, lançado recentemente. Temos até a “Bela” Casey e a “Fera” vigésima-quarta personalidade. Devaneios à parte,vale a pena dar uma conferida nessa película.
Batata Movies – Fome De Poder. Motherfucker’s

E chegou às telonas o filme sobre o McDonald’s, estrelado por Michael Keaton. Mais exatamente, esse é um filme sobre Ray Kroc (interpretado por Keaton), um vendedor de máquinas de milk-shake que não parecia ter muito futuro, até o dia em que ele vendeu oito máquinas de milk-shake para os irmãos Mac e Dick McDonald, quando conheceu o sistema de produção de hambúrgueres que ficavam prontos em apenas 30 segundos, numa época em que as lanchonetes demoravam muito para fazerem comida e trocavam os pedidos.

Não havia pratos ou talheres. A comida era colocada em sacos e copos de papel e as pessoas comiam onde quisessem. O ano era 1954 e Kroc viu um grande futuro nisso, com o sonho de abrir muitas franquias das lojas pelos Estados Unidos inteiros. Mas, antes disso, ele teria que fazer uma sociedade com os irmãos e, ainda por cima, entrar em conflito com os mesmos que não queriam fazer a rede de fast food crescer muito em nome da qualidade da comida que vendiam (os irmãos temiam que com o aumento de franquias, cada loja desse uma qualidade e um tratamento diferente para a comida que vendiam, piorando o serviço).

Bom, para não dar tantos mais spoilers, esse aqui é um dos filmes onde se fala de capitalismo, obviamente. Mas se fala de um jeito dúbio. Cá para nós, esse Ray Kroc foi um tremendo de um motherfucker, e passou para trás os dois irmãos que tiveram toda a ideia que concebeu originalmente o que o McDonald’s é hoje. Assim, o filme carrega o nosso protagonista nas tintas da vilania. Mas também carrega nas tintas do grande herói americano empreendedor, que tem na sua visão e persistência as grandes virtudes. Se o McDonald’s ficasse na filosofia dos dois irmãos fundadores, ele seria uma lanchonetezinha de interior e nada mais.

Foi Kroc quem deu uma dimensão mundial à marca. Assim, Keaton teve a dupla tarefa de encenar o ideal de empresário de sucesso na Meca do capitalismo e, ao mesmo tempo, ser o cara filho da mãe inescrupuloso que passa por cima de tudo e de todos para alcançar seus objetivos. Nem é preciso dizer que o ator veterano foi muito bem. E, por isso mesmo, sua presença tem sido cada vez maior nos últimos filmes que temos visto por aqui. Laura Dern, como a esposa abandonada de Kroc, que mais flertava com sua ambição, também foi muito bem. O peso da idade já atinge o semblante da atriz que, entretanto, não perdeu sua beleza e doçura. E dava dó da mulher ser tão abandonada pelo marido, o que significa que sua atuação convenceu bastante.

Assim, “Fome de Poder” é um interessante filme que fala de um Império que está muito presente na vida de muitas pessoas hoje em dia, que é a cadeia de lanchonetes McDonald’s. Esse é um filme dos heróis dúbios do capitalismo empreendedor, que são um exemplo de sucesso e persistência, mas também um paradigma clássico da ambição e falta de escrúpulos de quem busca o lucro e o sucesso à qualquer custo. Um bom papel dado a um grande ator que é Michael Keaton e parece estar mais em forma agora do que nos anos 80, quando era mais jovem. Vale a pena dar uma conferida.
Batata News – Trailer de Homem Aranha, De Volta Ao Lar
Saiu o trailer de Homem Aranha, De Volta Ao Lar, com estreia para 6 de julho. A Batata Espacial não poderia deixar de divulgar esse trailer do aracnídeo…
Batata Movies – Kong, A Ilha Da Caveira. Mais Uma Vez O Macaco Tá Certo!!!!

O leitor, ao olhar para o título acima, deve estar se perguntando: “King Kong??? Outra vez???”. Pois é. Confesso que acho que fazer mais um filme desses é algo digno de muita coragem, pois essa história é para lá de manjada, e somente vale a pena gastar mais grana se alguns elementos inéditos aparecerem. E o pior é que nada de inédito apareceu no filme. Só víamos referências a outras películas. O detalhe é como essas referências foram montadas e coladas. Aí sim tivemos um efeito um tanto interessante e jamais visto, pois a mistura de gêneros acabou casando muito bem, por incrível que possa parecer.

Bom, para podermos ser mais claros, façamos uma pequena sinopse do filme. Bill Randa (interpretado por John Goodman) busca convencer um senador a fazer um financiamento para uma viagem a uma ilha desconhecida, com a ajuda de alguns militares americanos que acabaram de abandonar a Guerra do Vietnã. Isso mesmo, estamos em meados dos anos 70. O líder desses militares é Preston Packard (interpretado por Samuel L. Jackson) e é uma daquelas vacas bem brabas. Ainda foi contratado um especialista em desbravar selvas, James Conrad (interpretado pelo “Loki” Tom Hiddleston) e uma fotógrafa de guerra meio riponga, Mason Weaver (interpretada por Brie Larson). Pois bem. Toda essa equipe vai à ilha e lança explosivos (!) para fazer experimentos sísmicos, mas eles acabam despertando o King Kong, o rei da ilha, que derruba todos os helicópteros da expedição. A partir daí, os sobreviventes terão que chegar a um ponto de encontro na ilha para serem resgatados. Só que há muitos bichões pelo caminho, além de Kong…

O filme tem detalhes muito interessantes. Em primeiro lugar, há um embate entre o possibilismo humano, que controla e domina a natureza a seu bel prazer, e o determinismo que a natureza, por sua vez, impõe ao ser humano. Até que ponto o ser humano realmente pode tudo? Nesta ilha, o ser humano definitivamente não tem vez e está à mercê de animais gigantes que colocam o humano numa posição muito insignificante. Só é algo muito curioso ver King Kong como o grande Deus da Ilha e os demais animais gigantes, sobretudo os répteis, como os grandes vilões da coisa. Mesmo que os animais dominem tudo, Kong ainda meio que “protege” os humanos, só ratificando a dependência e submissão total deles contra as forças da natureza, violentamente inóspitas para o caso dos outros animais. Mas o elemento humano resiste à imposição determinista da natureza, principalmente na figura de Preston Packard, curiosamente um vilão e o militar que está obcecado em matar Kong, não se dobrando ao determinismo da natureza, ou seja, uma luta violenta entre o humano que acha que pode tudo e a natureza que limita as ações humanas.

Outro elemento notável do filme é toda a estética da Guerra do Vietnã que a película tem, incluindo muitas referências à “ Apocalipse Now”, só que com um macaco gigante no meio, numa mistura de gêneros cinematográficos que, ao contrário do que se pode parecer, casaram muito bem. Foi interessante perceber ainda que a teoria da Terra Oca, uma das ideias mais inusitadas que jamais foram vistas, foi usada no filme, com todos os seres gigantes da Ilha da Caveira saindo de dentro do planeta por uma abertura. Só devemos nos lembrar de que na teoria original da Terra Oca, o tal buraco está no Pólo Norte, de onde vinham os discos voadores, pertencentes a uma civilização que vivia no interior do planeta. Ah, sim! Dentro da Terra ainda havia um Sol em miniatura e sua luz seria vista nas auroras boreais! Melhor roteiro para um filme de ficção impossível! E seria muito legal ver todas essas ideias sendo usadas no filme.

Assim, “Kong, A Ilha da Caveira” é mais um filme de King Kong que trará referências já manjadas, mas nunca concatenadas da forma como foi visto. Misturar Kong com soldados do Vietnã acabou sendo uma boa ideia por incrível que possa parecer. No mais, o debate possibilismo humano X determinismo da natureza foi a grande reflexão da película. Vale a pena dar uma conferida.
Batata Movies – A Bela E A Fera. Encontro de Outsiders.

E a Disney lançou a sua versão action movie de “A Bela e a Fera”, estrelando Emma Watson no papel da mocinha. Esse é um filme que já vinha cercado de uma certa expectativa, pois todo mundo já conhecia a animação lá da década de 90. E aí, ficou a pergunta: o que esse filme traria de novo?

Bom, em primeiríssimo lugar, o elenco. Além de Emma Watson, tivemos uma boa participação de Kevin Kline, como Maurice, o pai de Bela. É muito legal ver um ator que tanto apareceu lá na década de 80 ainda dando caldo. Mas o filme teve outras gratas surpresas. Luke Evans, que fez um dos mais novos “Dráculas”, fez um bom vilão no papel de Gaston. Vários atores consagrados participaram do filme, mas eles fizeram papéis dos objetos do castelo. Assim, só pudemos ver ao final da película os semblantes de atores como Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, etc. Um destaque todo especial deve ser dado ao ator Josh Gad, que fez o papel de LeFou, o fiel escudeiro de Gaston, e que despertou muita polêmica entre mentes mais conservadoras por aqui por se insinuar de forma homossexual no filme. Querelas à parte, ele foi muito bem em seu papel e chamou muito a atenção, mais por seu talento do que por toda a polêmica envolvida. Só é de se lamentar que o papel de Fera tenha ficado com um ator pouco conhecido, Dan Stevens, onde o CGI teve mais presença que o ator em si. Já a atuação de Emma Watson foi segura, mas talvez um tanto plana. Seus momentos mais dramáticos não convenciam muito. Talvez seu perfil não se encaixasse tanto no papel, o que foi uma pena, pois essa é uma excelente atriz, mas a coisa não deu a química esperada.

Um detalhe interessante que a história nos mostra é a questão do outsider. Tanto a Bela quanto a Fera são figuras deslocadas do meio em que vivem. A Fera é o príncipe que sofreu um encanto por ser uma pessoa má e foi esquecido por todos, sendo condenado ao ostracismo enquanto seu encanto não fosse quebrado. Já a Bela era a moça deslocada de sua comunidade, pois tinha o estranho hábito de ler, o que provocava falatórios das pessoas com relação às suas atitudes. Ainda, ela era muito malvista por ensinar crianças a ler (!). Algo típico de uma sociedade de Antigo Regime, onde a posição da mulher era vista de forma ainda mais periférica do que hoje e mulheres que se comportavam diferentes daquelas que eram preparadas para casar ficavam à margem da sociedade. Assim, o encontro da Bela e da Fera no castelo fez com que os dois se identificassem em seus deslocamentos perante os outros. Isso, obviamente, depois de quebrado o gelo inicial.

O filme é também mais um delicioso musical, um gênero que tem voltado às telonas ultimamente e da melhor forma possível, ou seja não uma “cópia e cola” dos musicais da Broadway para o cinema. Já vimos esse grato retorno dos musicais com “La La Land”. E fazer o mesmo para uma história adaptada pela Disney deu um bom resultado, pois os números estavam muito bem coreografados e mais uma vez ficamos com aquele gostinho dos antigos musicais americanos, que é o que o cinema de Hollywood consegue fazer de melhor. O gênero musical é uma invenção genuinamente americana e suprassumo do cinema dos Estados Unidos.
Assim, “A Bela e A Fera” correspondeu às expectativas de ser mais um bom lançamento da Disney, que nunca brincou em serviço. Uma história com um excelente elenco, um bom musical, um encontro de outsiders. A se lamentar somente um ator desconhecido para o papel de Fera e a interpretação inesperada de Emma Watson, um tanto fria para o papel (inglesa demais?). Mas nada disso prejudica o filme em si. Vale a pena dar uma conferida.