Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Crip Camp, Revolução Pela Inclusão. Luta Pelos Direitos De Acessibilidade.

Crip Camp: Revolução pela Inclusão - Filme 2020 - AdoroCinema
Cartaz do Filme…

Dando sequência às nossas análises de filmes que concorrem ao Oscar 2021, vamos falar hoje de mais uma película que está no Netflix, “Crip Camp, Revolução Pela Inclusão”, que concorre à estatueta de Melhor Documentário. Para podermos falar sobre esse filme, vamos precisar de spoilers.

O verão da acessibilidade | carmattos
Uma vida comunitária e inclusiva…

Vemos aqui a história da luta dos portadores de necessidades especiais por acessibilidade nos Estados Unidos durante as décadas de 70 e 80. Mas tudo começa no início da década de 70, quando vários portadores de necessidades especiais se conheceram no campo Jened, uma espécie de colônia de férias para portadores de necessidades especiais que funcionava de forma experimental, onde vários hippies administravam o campo. Lá, esses portadores finalmente conheceram a inclusão social e eram tratados com o respeito que sempre mereceram, não sendo vistos como um peso ou com pena. Os hippies deram aos portadores uma vida muito feliz, com direito a esportes, música e até amor livre, o que gerou uma “epidemia” de piolhos na região do púbis. O Campo Jened seria o balão de ensaio para criar toda uma geração de portadores de necessidades especiais que teria um papel de muita importância na luta pelos direitos civis, reivindicando a acessibilidade em universidades, hospitais, prédios públicos, etc. A luta foi muito tortuosa e inglória, com direito a ocupação de prédios públicos por muitos dias e viagens à Washington para pressionar políticos, inclusive o próprio presidente dos Estados Unidos na época, Jimmy Carter. Aliás, o filme deixa bem claro que, independentemente do partido político que o presidente fizesse parte, o trato com os portadores de necessidades especiais nunca foi satisfatório, com leis que não eram aprovadas e, quando aprovadas, não eram cumpridas. Essa luta continua até hoje e, mesmo com a idade avançada, a geração do Campo Jened ainda tem um papel fundamental nessa luta.

Crip Camp: Revolução Pela Inclusão' - leia a crítica do documentário
Atividades esportivas…

É um documentário simplesmente maravilhoso. Produzido, dentre outros, por Barack e Michelle Obama, podemos ver imagens caseiras em preto e branco do Campo Jened e de como sua geração se forjou naquela época. Surgia em destaque a figura de Judith Heumann que, desde cedo, tomou uma posição de liderança no campo, fazendo uma votação entre as pessoas para se ver o que elas queriam no almoço. Vai ser Judith que, na idade adulta, irá encabeçar todas as lutas pelos direitos civis dos portadores de necessidades especiais, onde a ocupação do prédio público por mais de vinte dias será o ponto alto do documentário, pois tais portadores necessitam de cuidados especiais e, mesmo com todas as dificuldades, eles não arredaram o pé, recebendo a solidariedade e ajuda de vários grupos na luta pelos seus direitos, como os Panteras Negras. Depois de muita luta, eles conseguiram dobrar o governo e conseguiram o direito a acessibilidade, o que tornou possível que muitos deles pudessem até sair para trabalhar. Mas ainda há muito o que fazer, com os portadores tendo que vencer todos os preconceitos que a sociedade tem sobre eles, como o fato de serem encarados como não produtivos numa sociedade que exige tanto que as pessoas produzam como a capitalista. Outra forma de preconceito foi vista no caso de Denise Sherer Jacobson, que, ao sentir fortes dores abdominais, foi operada de apendicite pelo médico, mas o apêndice estava normal. O motivo pelo qual Denise sentia dores foi uma gonorreia que ela contraiu, mas o médico não acreditava que ela podia ter uma vida sexual, por ser portadora de necessidades especiais e, portanto, “feia”. Denise vai superar isso voltando a estudar e fazendo um mestrado em sexualidade.

Por que Crip Camp é um filme fundamental para pensar a educação? – Jornal  Pensar a Educação em Pauta
Judith Heumann, a liderança forjada em Jened…

A geração de Jened e a forma como ela foi tratada no campo ganham ainda mais importância quando vemos um hospital que cuidava dos portadores de necessidades especiais, com uma carência enorme de funcionários, sendo uma câmara de horrores, onde os pacientes viviam nus, sujos com fezes e urina e altamente subnutridos, pois havia pouca gente para alimentá-los, o que os levava a um definhamento total. Apesar de tudo isso ser denunciado na mídia, o mito dos portadores serem pouco ou nada producentes ainda imperava na sociedade, o que dificultava e muito a luta deles.

Para ver em casa: 5 documentários indicados ao Oscar. Quais valem a pena? |  VEJA SÃO PAULO
Indo até a Casa Branca…

Ao fim do documentário, vemos os membros da geração de Jened que ainda estão vivos (muitos deles morreram cedo) voltando ao terreno onde era o campo, que não existe mais e onde há uma construção. Antigos amigos que se reviam tinham um carinho muito grande entre si e para com o lugar. Denise chega a dizer que queria beijar o chão de onde existia o campo, numa prova de que aquela experiência de inclusão foi importante para a vida de muita gente, não somente as que viveram no campo, mas também a de muitos portadores de necessidades especiais que foram beneficiados com as leis aprovadas em virtude da luta da geração de Jened.

Crip Camp' faz registro sensível da luta pelos direitos das Pessoas com  Deficiência - Folha PE
A volta ao campo, décadas depois…

Dessa forma, “Crip Camp, A Revolução Pela Inclusão” é um película obrigatória, pois conta a bonita história da luta dos portadores de necessidades especiais feita por uma geração que teve a grande experiência de inclusão no Campo Jened, organizado por um setor marginalizado pelos setores mais conservadores da sociedade, que são os hippies. A gente se emociona e tem um carinho todo especial por esses personagens reais.

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Festival Eurovision Da Canção. A Saga de Sigrit E Lars. Realizando Um Sonho Como Se Pode.

Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars – Papo de Cinema
Cartaz do Filme…

Dando sequência às análises de filmes que concorrem ao Oscar, vamos falar hoje de “Festival Eurovision da Canção. A Saga de Sigrit e Lars”, que está no Netflix e concorre à estatueta de Melhor Música. Para podermos falar desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Crítica: Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars (Eurovision  Song Contest: The Story of Fire Saga) – Metafictions
Dois músicos impetuosos…

Vemos aqui a história de dois amigos de infância da Islândia, Sigrit (interpretada por Rachel McAdams) e Lars (interpretado por Will Ferrell). Os dois sempre tiveram vontade de seguir a carreira musical, à despeito da reprovação do pai de Lars, Erick (interpretado por Pierce Brosnan). Na idade adulta, os dois formam um grupo e tocam num barzinho da cidadezinha onde vivem. O sonho de Lars é ganhar o Festival da Canção Eurovision representando o seu país, a Islândia, e tenta isso à todo custo, sem perceber que Sigrit é completamente apaixonada por ele. Para isso, eles precisam ganhar o Festival da Canção em seu país. Quem organizava o Festival já tinha uma cantora como favorita (interpretada por Demi Lovato), sendo um jogo de cartas marcadas, e chamaram o grupo de Sigrit e Lars somente para fazer figuração. A apresentação deles é justamente depois da favorita e é um desastre total. Lars fica muito deprimido e nem vai a uma festa com todos os concorrentes num iate depois da apresentação. Sigrit o acompanha em sua fossa e os dois veem o barco explodir com todos os concorrentes, incluindo a favorita, irem pelos ares. Os dois acabam se tornando o único representante da Islândia no Eurovision e vão para a Escócia, onde o concurso é realizado. Os músicos de cidadezinha do interior vão então conhecer todo um mundo novo, onde a parceria, amizade e futuro namoro dos dois podem ser seriamente ameaçados.

Will Ferrell e Rachel McAdams participam de competição musical no trailer  do filme “Eurovision”
Caindo de para-quedas no Eurovision…

Esse é um filme que Will Ferrell é um dos produtores e pode-se dizer que talvez esse tenha sido o filme em que Ferrell mais acertou. Ele era simplesmente impagável em Saturday Night Live e a gente esperava que sua carreira no cinema fosse pelo mesmo caminho. Entretanto, as comédias dele acabaram sendo bem abaixo das expectativas. De qualquer forma, em “Eurovision” parece que ele finalmente acertou a mão e fez um Lars que conseguia ser bem mais engraçado que seus outros personagens no cinema. Ainda assim, ele não conseguiu superar a atuação de Rachel McAdams nesse filme, que estava simplesmente sensacional. Ela consegue fazer uma menina bobinha de interior com muita inocência, mas ao mesmo tempo, muita graça, fazendo o espectador rir com ela. Sua crença nos elfos vai render a melhor piada do filme disparado.

Festival Eurovision da Canção | Todas as participações especiais do filme
Making of do momento mais engraçado do filme…

O filme também vai ter uma espécie de videoclip com vários participantes dos concursos Eurovision de anos anteriores. É um filme que flui bem em sua cerca de duas horas, uma diversão mais para distrair a cabeça, mas uma película bem simpática, que dá prazer em assistir. O filme não deixa de dar uma reflexão ao espectador. Assim como vimos em “Soul”, nem sempre a gente deve levar nossos objetivos a ferro e fogo para, caso não consigamos alcançá-los, a frustração não vir de uma forma arrebatadora. O importante é aproveitar a vida em cada momento e sentimento. É nesse espírito que McAdams “canta” a música que acabou recebendo a indicação ao Oscar. E seria interessante ver esse simpático filme receber tal premiação.

Will Ferrell e Rachel McAdams no primeiro trailer do filme Festival  Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars; confira! | Arroba Nerd
O show da sua vida nem sempre vem com a vitória…

Assim, “Festival Eurovision da Canção. A Saga de Sigrit e Lars” é mais um interessante filme que concorre ao Oscar desse ano. Uma comédia leve e engraçadinha onde Will Ferrell talvez mais tenha acertado a mão em sua carreira no cinema. Um filme com atuação marcante de Rachel McAdams. E um filme que faz um convite a uma reflexão sobre como a gente deve levar a vida. Vale a pena dar uma conferida.

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Dois Irmãos. E Meio Pai.

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica - Filme 2020 - AdoroCinema
Cartaz do Filme

Dando sequência às nossas análises de filmes que concorrem ao Oscar desse ano de 2021, vamos falar hoje de mais uma produção da Pixar que está na Disney + : a animação “Dois Irmãos”, que concorre à estatueta de Melhor Animação. Para podermos analisar esse filme, vamos lançar mão dos spoilers de sempre.

Review: Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
Ian e Barley, dois irmãos atrás de uma gema…

O filme fala de um mundo de elfos, centauros, unicórnios e outras figuras mitológicas. No início, todas as coisas eram feitas com mágicas, mas a descoberta da ciência trouxe a tecnologia e as práticas mágicas ancestrais foram esquecidas.  Nesse mundo dominado pela ciência, vemos dois irmãos elfos: Ian e Barley. Ian é mais novo e está chegando à vida adulta, cheio de inseguranças e metas ainda a cumprir para se tornar uma pessoa mais descolada. Já Barley é mais velho, muito expansivo, adora RPG e magia e tem um grande coração para com seu irmão. O pai deles morreu quando Barley ainda era uma criança e Ian não tem lembranças dele. Os dois encontraram uma carta do pai, que também gostava de magia, e tinha uma mágica que o reviveria por um dia. Barley, que gosta de fazer mágicas, pegou uma espécie de cajado com uma gema na ponta deixado pelo pai e tentou trazê-lo de volta, mas não conseguiu, para a decepção de Ian. Este vai tentar fazer a magia e consegue, mas a gema explode quando o pai ainda estava pela metade. Ian e Barley então vão atrás de outra gema para restaurar inteiramente o pai, mas eles precisam fazer isso até o pôr-do-sol do dia seguinte, quando o encanto termina e o pai vai desaparecer. Detalhe: a metade do pai vai junto com eles, o que só vai trazer mais situações inusitadas e atrapalhadas.

Exitoína · Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica ganha novo trailer dublado;  veja
Um presente deixado pelo pai…

O filme faz uma mistura entre nosso mundo real e um mundo de elfos e figuras mitológicas, o que torna a coisa muito divertida. O ritmo da animação também é muito intenso e engraçado, com Ian sempre precisando fazer as mágicas para superar os obstáculos dessa busca pela gema, orientado pelo irmão Barley. Ian, que se considera um fracassado, pois não consegue cumprir as metas de uma lista que criou para se tornar uma pessoa adulta e mais descolada, vai cumprindo todas essas metas quando da busca pela gema com o irmão, numa jornada onde ele acaba se reinventando e aprofundando a relação com Barley, com Ian no início o achando muito inconveniente.

Picanha Cultural: Novidades no Now/VOD - Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica  (Onward)
Um pai pela metade…

Se pudermos fazer uma comparação com “Soul”, outra animação da Pixar que concorre ao Oscar desse ano, “Dois Irmãos” nem traz uma questão mais reflexiva como “Soul”, mas, por outro lado, puxa muito pela aventura, ação e diversão, sendo uma animação que flui muito mais rápido e é altamente atrativa aos olhos do espectador. A gente realmente se diverte, e muito, com a saga de Ivan e Barley pela gema, com o objetivo de restaurar totalmente a figura do pai, nem que seja por apenas alguns momentos.

3T INDICA | "Dois Irmãos" é o filme perfeito para assistir com toda a  família - Tribernna
Será Ian o responsável pelas mágicas…

Dessa forma, “Dois Irmãos” é uma animação que de repente nem vai ganhar o Oscar, mas traz uma história muito cativante e engraçada, cheia de lances de ação, além de externar o amor entre dois irmãos elfos, por mais diferentes que eles sejam um do outro nos seus comportamentos.  

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). O Grande Ivan. Live Action Animal.

O Grande Ivan: Filme com Bryan Cranston ganha novo clipe, confira!
Cartaz do Filme

Dando sequência à nossa análise dos filmes indicados ao Oscar, vamos falar hoje de uma produção que está na Disney +, intitulada “O Grande Ivan” e que concorre a estatueta de Melhores Efeitos Visuais. Para que a gente possa analisar essa película, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Crítica | O Grande Ivan (The One and Only Ivan, 2020) - Plano Crítico
Ivan e Mack, uma amizade antiga…

Vemos aqui a história de Ivan, um gorila que é uma atração de um cirquinho de shopping, juntamente com outros animais. O dono do cirquinho era um sujeito chamado Mack (interpretado por Bryan Cranston), que via as suas atrações perderem o interesse da audiência à medida que deixavam de ser novidade, com Mack constantemente precisando se reinventar, sempre passando por problemas financeiros. Ele compra um filhote de elefante para ser uma nova atração. Mas Stella, a elefanta mais velha do circo, acaba morrendo e pede a Ivan que ele não deixe o filhotinho de elefante no cativeiro a sua vida inteira. Ivan vai então, com a ajuda de seu amigo vira lata Bob, libertar a bicharada do circo para uma nova vida de liberdade. Mas outros problemas surgiriam para atrapalhar esse plano.

Crítica | O Grande Ivan traz a tradicional moral da história de um filme  Disney - Canaltech
Ivan e Bob, outra amizade no filme…

O filme, por incrível que pareça, é baseado numa história real de um filhote de gorila que foi capturado na selva muito novo e que foi criado por uma família, até que o tamanho do gorila impossibilitou que ele ficasse na casa dos seus donos, parando no  tal circo de shopping. O grande detalhe é que o gorila recebeu uma caixa de lápis de cera e papel e fez uns desenhos que as pessoas entenderam como uma vontade do gorila de voltar à natureza e à liberdade, desfraldando uma campanha para libertar o bicho que deu certo, com o gorila vivendo hoje numa espécie de reserva.

O Grande Ivan': Filme com Bryan Cranston e Angelina Jolie conquista 63% de  aprovação no RT | CinePOP
Tirado muito cedo da floresta…

Os efeitos especiais lembram o “live action” que vimos na nova versão de “Rei Leão”, onde, com CGIs, vemos os animais conversando uns com os outros. Se em Rei Leão a coisa não deu muito certo, pois víamos animais selvagens como hienas e leões brigando, parecendo mais um daqueles documentários sanguinários de animais comendo uns aos outros no Discovery Channel, em “O Grande Ivan” a coisa ficou um pouco mais lúdica, com os animais mais calminhos e fofinhos. O filhotinho de elefante lembrou muito a doçura e a fofura do live action de “Dumbo”, por exemplo. O único animal que ainda expressava alguma agressividade e selvageria era o próprio Ivan, mas isso para fazer tipo na apresentação ao público, sendo um personagem muito calmo e sereno no resto do filme.

The One and Only Ivan - Ruby got flu scene (2020) - YouTube
Um filhotinho de elefante…

O filme tem um baita de um elenco. Vemos Cranston atuando na película, mas os animais digitalizados têm as vozes de astros como Sam Rockwell, Angelina Jolie, Danny DeVito e Hellen Mirren. É mais um daqueles filmes que tem como alvo o público infantil, ensinando as crianças (e os adultos) a não manter os animais em cativeiro, dando o direito à liberdade para eles. Uma coisa fofinha, engraçadinha e não vai além disso.

Crítica | O Grande Ivan
Um gorila que desenha…

Dessa forma, “O Grande Ivan” é mais um filme que concorre ao Oscar, mas não creio que ele seja o favorito à estatueta de efeitos visuais, até porque a gente tem coisa mais interessante a ser vista nesse quesito em “O Céu da Meia Noite”. A história é engraçadinha, mas não empolga muito. Pelo menos os animais antropomorfizados são bem mais simpáticos que em “Rei Leão”.

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Soul. Direito A Viver.

Soul - Filme 2020 - AdoroCinema
Cartaz do Filme…

Dando sequência à análise dos filmes indicados ao Oscar 2021, falemos hoje de “Soul”, que está na Disney + e concorre a três estatuetas: Melhor Animação, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora, além de vencido os globos de ouro de Melhor Animação e Trilha Sonora. Para podermos falar desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Soul | Crítica |
Joe queria ser um músico de sucesso…

Vemos aqui a história de Joe, um professor de música que trabalha numa escola e tem o sonho de ser um grande músico de jazz. Essa oportunidade aparece e ele fica radiante, não percebendo o bueiro aberto no meio da rua e caindo nele, indo para o mundo dos mortos. Não aceitando a sua situação, ele tenta voltar à vida, indo na contramão e acaba parando por acidente numa espécie de “mundo pré-vida”, onde almas que estão prestes à nascer precisam de mentores, ou seja, pessoas que tiveram grandes feitos em vida, para estabelecer qual é a missão delas aqui na Terra quando nascerem. Joe acaba sendo confundido com um desses mentores e é designado para ele uma alminha conhecida como 22, que não quer nascer de jeito nenhum, pois acha tudo na vida muito chato. Joe vai tentar ensinar algo para ela, mas conclui que  sua vida era muito chata para ensinar algo. 22 fica interessada em Joe, pois ele quer voltar a viver mesmo tendo uma vida muito desinteressante. Eles vão para o espaço dos místicos, que estão vivos, mas que viajam na maionese, voltando ao planeta Terra quando chamados à realidade. Recebendo a ajuda de um deles, Joe acha seu corpo convalescendo num hospital, com um gato na cama. Ele se joga com a 22, mas Joe fica no corpo do gato e 22 fica no corpo de Joe. Ele precisa ir para sua primeira apresentação como músico de jazz e 22 terá que fazer isso, em seu lugar, sempre acompanhado de seu gato. Entre muitos contratempos aqui e ali, 22 começa a pegar gosto pela vida e não quer devolver mais o corpo de Joe a ele.

CRÍTICA | 'Soul': brilhante animação sobre quem realmente somos
… mas ele vai parar num mundo muito estranho…

Essa é mais uma animação da Pixar e levanta questões muito interessantes para reflexão. A mais importante delas é: qual é o nosso propósito aqui na Terra? Temos alguma missão para cumprir nessa vida? Quais são as nossas aptidões para cumprirmos a missão certa? Ou não devemos nos preocupar com isso e simplesmente levarmos a nossa vida da melhor maneira possível, dentro de nossas possibilidades? Joe colocava muita expectativa em transformar a sua vida profundamente assim que ele conseguisse fazer a coisa a que se propôs, que era se transformar num grande músico de jazz. Mas, ao conseguir isso, ele percebe que sua vida continuará a mesma de quando ele a considerava vazia. Ou seja, aquele velho e surrado provérbio do “só se leva dessa vida a vida que se leva” cai como uma luva aqui. E o mais importante é você levar a sua vida da melhor forma que se puder, não se obrigando a cumprir seus objetivos e expectativas a ferro e fogo. Sempre é bom estabelecer objetivos e metas na vida, mas não será o fim do mundo se você não conseguir cumpri-las, pois isso tudo pode gerar obsessão e frustração.

Soul' é animação perfeita para refletir sobre como viver sem amarras do  propósito - Mylena Gadelha - Diário do Nordeste
… onde vai conhecer 22, uma alminha muito arisca…

A gente sabe aqui que as animações da Disney e da Pixar sempre são praticamente pule de dez para ganhar Oscars. E isso tem acontecido, creio eu, não somente pela qualidade das animações, mas também pelas histórias e reflexões que elas nos trazem, sempre de uma forma lúdica e divertida, já que são mais destinadas ao público infantil. “Soul” vai por esse mesmo caminho, ao abordar questões tão universais e acaba se tornando uma animação que nos dá uma lição de como tocarmos nossas vidas. Além disso, tivemos uma super trilha sonora que merece demais o Oscar, regada a muito jazz.

Rolling Stone · 5 detalhes e referências em Soul que você (provavelmente)  não percebeu
Qual é o verdadeiro sentido da vida?

Dessa forma, “Soul” é mais uma animação da Pixar que vem como favorita ao Oscar desse ano, vindo com uma fórmula muito forte, que é fazer uma animação de qualidade atrelada a uma linguagem lúdica, que aborda a reflexão de um tema profundo, aliado a uma trilha sonora muito boa, regada a muito jazz.  

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). Time. Uma Espera De Décadas.

Time - Filme 2020 - AdoroCinema
Cartaz do Filme

Dando sequência às nossas análises de filmes que concorrem ao Oscar desse ano de 2021, falemos hoje do Documentário “Time”, da Amazon Prime, e que concorre à estatueta de Melhor Documentário. Para falarmos desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

10 filmes hipnotizantes para ver na Netflix e no Amazon Prime Video |  Revista Bula
Fox. Criando os filhos sozinha…

O filme fala de Fox Rich, uma mulher que, juntamente com seu marido Rob, no início da década de 90, tinha uma loja temática de Hip-Hop, mas tempos difíceis fizeram o casal tomar uma atitude desesperada: assaltar um banco a mão armada. Como resultado disso, os dois foram presos, sendo condenados a sessenta anos de prisão, sem qualquer direito à condicional. Mas Fox conseguiu um acordo para cumprir a pena em doze anos, conseguindo a liberdade, algo que o marido não quis fazer, permanecendo na prisão e preferindo recorrer. A partir daí, o que vemos é toda uma luta de Fox em criar os seis filhos e lutar para tirar o marido da penitenciária.

Review: Amazon Prime Video documentary Time is an extraordinary portrait of  the complexities of Black life - The Globe and Mail
Lutando pela liberdade do marido…

O filme levanta uma questão. Até que ponto o sistema carcerário americano é uma continuidade do que era a escravidão para os afro-descendentes? Isso é levantado, pois Rob foi condenado a sessenta anos de prisão sem qualquer direito a um relaxamento. Fox divulgava sua história e levantava essa questão em palestras que fazia na Igreja Evangélica que frequenta. Quando surge uma chance de seu marido sair antes do tempo, esperando a deliberação de um juiz, Fox liga diariamente para os órgãos competentes (ou não), numa esperança que vai varando nem os dias, semanas e meses, mas anos, o que enerva Fox, embora isso não a deixe perder o seu foco e continuar nessa luta incessante, bem ao estilo “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.

After the Amazon documentary 'Time,' their work continues - Los Angeles  Times
Momentos, no presente e passado, em que a luta parece não ter fim…

Com imagens de vídeo da família intercaladas com filmagens para o documentário, vemos uma ida e volta no tempo, onde nada parece mudar muito para Fox nessa tarefa de criação solo dos filhos. É um pouco angustiante a gente ver os filhos de Fox bem pequenos nas imagens mais antigas de VHS e crescidos nas imagens mais atuais, sempre com um totem de papelão do pai em tamanho natural olhando para eles, como se isso fosse uma espécie de pequeno conforto para suprir a ausência do pai e do marido. Mas Fox fez bem o seu dever de casa e um dos filhos acabou na Universidade, estudando ciências políticas para entender melhor todo o contexto das leis, inspirado na situação em que o pai se encontra.

The Best Film of 2020 Gets Introduced in First Clip From Garrett Bradley's  Time
O sofrimento de Fox é o sofrimento de toda uma família…

O filme parecia que ia se concluir em aberto, com Fox continuando sua luta para libertar o marido e cuidar dos filhos, já que estamos vendo aqui uma história real e não um filme de enredo que termina num happy end. Mas, contrariando as expectativas, Rob acabou mesmo sendo libertado durante a produção do documentário e temos aqui um happy end improvável que acabou se realizando. Mesmo que Fox tenha sua crença religiosa numa Igreja Evangélica, a moça recebe seu marido na saída da prisão com um traje bem afro, até porque ela também segue uma crença mais ligada à sua ancestralidade. Os filhos que nasceram depois da prisão de Rob acabam o recebendo em casa pela primeira vez, junto com os filhos mais velhos, que há muito não viam o pai (eram crianças pequenas quando ele foi preso). E o velho totem de papelão finalmente foi queimado no lixo, como se purgasse as duas décadas que mantiveram a família sem pai.

Prime Video: Time
Um documentário com happy end…

Dessa forma, “Time” é mais uma produção que concorre ao Oscar que merece ser vista, pois vivenciamos toda a dificuldade de uma mãe e esposa em criar os filhos e, ao mesmo tempo, alertar a sociedade para a situação dos afro-descendentes no sistema carcerário como uma espécie de continuidade da escravidão nos Estados Unidos. Personagens reais que nos cativam pelo seu sofrimento autêntico.

Batata Movies 2 (Especial Oscar 2021). O Som Do Silêncio. De Qual Mundo Você É?

O Som do Silêncio - Filme 2019 - AdoroCinema
Cartaz do Filme…

Vamos hoje prosseguir em nossas análises dos filmes que concorrem ao Oscar nesse ano de 2021. “O Som do Silêncio” (“Sound Metal”), na Amazon Prime, concorre a seis estatuetas (Melhor Filme, Melhor Ator para Riz Ahmed, Melhor Ator Coadjuvante para Paul Raci, Melhor Som, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem). Para podermos falar desse filme, vamos recorrer aos spoilers de sempre.

Crítica | O Som do Silêncio (Prime Video, 2019): uma aula de imersão sonora  - Cinema com Rapadura
Ruben, um homem perdido na surdez…

Vemos aqui a história de Ruben (interpretado por Riz Ahmed, que trabalhou em “Rogue  One”), um baterista que mora num motohome e viaja em turnê com sua namorada Lou (interpretada por Olivia Cooke) fazendo apresentações de música. Os dois conseguem levar essa vida mambembe numa boa, até que um dia Ruben acorda, de uma hora para outra, com sua audição seriamente comprometida, o que vai prejudicar enormemente seu trabalho e sua vida com Lou. Ao se consultar no médico, ele toma conhecimento de uma cirurgia onde se pode colocar um implante para recuperar parcialmente a audição, embora tal cirurgia seja muito cara. Enquanto ele não consegue fazer essa cirurgia, o rapaz irá para uma espécie de centro que acolhe pessoas consideradas deficientes físicas pela sociedade, liderado por Joe (interpretado por Paul Raci), que busca ver essas pessoas não como deficientes, mas sim como seres humanos que merecem uma integração com uma sociedade formada somente por elas, sem qualquer contato com o mundo exterior. Isso vai separar Ruben de Lou, com a moça voltando para a França, para viver com o pai (interpretado por Mathieu Amalric). Ruben fica arrasado com a situação e tem dificuldades iniciais para adaptação. Mas, pouco a pouco, vai se integrando com aquela sociedade e passa até a ter uma vida feliz. Entretanto, ele quer voltar à sua vida anterior de viagens e turnês com Lou. Para isso, vai vender sua bateria, equipamentos de som e seu motorhome para conseguir o dinheiro suficiente para a cirurgia dos implantes. Quando ele mostra a Joe que fez a cirurgia, este diz que a comunidade que criou não toma suas pessoas como deficientes e pede que Ruben se retire da mesma, perdendo espaço naquele microcosmos onde já estava tão integrado. Ao fazer o ajuste final do implante para finalmente voltar a ouvir, ele escuta apenas um som pouco claro e muito metálico, que mais incomoda do que esclarece as coisas à sua volta. Ruben irá a França para se reaproximar de Lou, mas encontra todo um contexto onde ele não se encaixa mais (o pai da moça veladamente hostil e sua namorada adaptada à nova realidade). Com isso, Ruben vai embora e anda pelas ruas de Paris cercado por aquele som metálico infernal do implante. Ele para numa praça e arranca os implantes recaindo na surdez total, refletindo sobre os rumos que sua vida deve tomar dali em diante.

Crítica | O Som do Silêncio (Sound of Metal)
Apesar da surdez, ele quer continuar a trabalhar como baterista…

É um filme angustiante, pois ele nos dá a dimensão exata de todas as experiências sonoras (ou a falta delas) à medida que Ruben vai perdendo sua audição. Daí a indicação, justíssima, ao Oscar de Melhor Som. A nova condição de Ruben o arranca do mundo real e da sociedade em que ele estava acostumado para viver num novo mundo com pessoas que tinham a mesma condição dele, sendo obrigado a se integrar nessa nova sociedade, cujo líder, Joe, fazia questão de frisar que elas não eram deficientes e sim pessoas que tinham direito a uma integração, independentemente da condição em que estivessem.

Culturadoria
Ele terá que se afastar de Lou, sua namorada…

Mas quando pensamos que Ruben conseguirá se adaptar totalmente a essa nova condição, como realmente estava se adaptando, na verdade nosso protagonista entendia que aquele momento seria algo transitório, com ele podendo voltar à sua vida antiga e a rotina de viagens e turnês. Isso fortemente decepcionou Joe, pois Ruben já havia chegado a um nível de integração que ele era considerado importante para outras pessoas. E a visão de Ruben de que a surdez era uma deficiência o impossibilitava de continuar naquela comunidade. Ruben somente vai perceber que não podia voltar ao mundo de antes quando ele revê Lou na França e percebeu que a volta à sua vida antiga com a namorada era impossível, além do fato de que a cirurgia do implante havia condenado o rapaz a escutar um infernal e incompreensível som metálico (daí o título original do filme, “Sound Of Metal”). O arrancar do implante ao final do filme mostra Ruben desistindo definitivamente de sua vida anterior e abraçando uma nova vida com a surdez. O espectador pode até se perguntar: ele voltará para a comunidade de Joe? Será aceito depois da pisada de bola que deu? Vemos como o desfecho ficou em aberto para que o espectador possa preenchê-lo dentro de suas expectativas.

Crítica | O Som do Silêncio – Indicado ao Oscar é favorito para estatueta  de Melhor Som | CinePOP
Aprendendo a viver num novo mundo…

As atuações foram muito boas. Ahmed deu a medida certa do desespero que é chegar a essa condição de forma repentina. Ele ficou angustiado, perdido, teve explosões de paroxismo. Indicação merecida, que será um páreo duro com Boseman. A indicação de Raci para coadjuvante parece justa, embora a gente sinta que esse ator teve muito pouco tempo de tela, até para um coadjuvante. Assim, a indicação de Raci pode significar que, no pouco tempo em que apareceu, seu carisma e sua atuação foram de uma notabilidade acima da média.

Via Streaming - Dica da Semana: “O Som do Silêncio”
Qual mundo ele deve escolher???

Dessa forma, “O Som do Silêncio” é mais um filme que vem forte nesse Oscar de 2021. É uma película que fala de dois mundos e da posição de um homem perante eles.  E da capacidade do ser humano de se adaptar à novas condições.  

Batata Movies (Especial Oscar 2021). Uma Noite Em Miami. Revendo Posições.

Uma Noite em Miami - Filme 2020 - AdoroCinema
Cartaz do Filme…

Vamos continuar a conversar sobre os filmes que concorrem ao Oscar neste ano de 2021. “Uma Noite em Miami”, da Amazon Prime, concorre a três estatuetas: Melhor Ator Coadjuvante para Leslie Odom Jr., Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Música (ou canção). Para podermos falar desse filme, vamos precisar dos spoilers de sempre.

Estreia de “Uma Noite em Miami” nesta sexta-feira
Uma conversa sobre a luta pelos direitos civis e sobre a vida privada de quatro homens…

O filme se passa na noite de 25 de fevereiro de 1964, onde houve um encontro fictício entre Cassius Clay (interpretado por Eli Goree), Malcolm X (interpretado por Kingsley Ben-Adir), Jim Brown (jogador de futebol americano, interpretado por Aldis Hodge) e Sam Cooke (músico, interpretado por Leslie Odom Jr.). Tal encontro, organizado por Malcolm X, seria para que eles pudessem estabelecer parâmetros em comum na luta das negros pelos direitos civis na década de 60. O encontro comece de forma muito amistosa e cordial. Mas, aos poucos, as diferentes visões de mundo vão tornando a noite muito tensa. O principal fator de tensão, que chegou às vias de fato inclusive, foi o desentendimento entre Malcolm X e Sam Cooke, com o primeiro achando que o segundo tinha a música como um instrumento muito valoroso para a causa, mas Cooke somente fazia música para agradar a brancos. Cooke rebatia esse argumento dizendo que sua música lhe dava uma independência financeira e fazia os brancos colocarem dinheiro nas mãos dele, além de fazer também músicas mais militantes. Outro fator de discórdia, rapidamente sanado, foi entre Clay e Malcolm X. O primeiro havia se tornado campeão mundial dos pesos pesados naquela noite, com apenas vinte e dois anos, se convertendo ao islamismo por intermédio de Malcolm X. Entretanto, Malcolm X estava se desligando do movimento islâmico ao qual fazia parte, pois não concordava com alguns procedimentos deste, querendo fundar seu próprio movimento e Clay seria um bom chamariz para fiéis. Clay se sentiu usado e somente se reconciliou com Malcolm X depois de muita conversa. Já Jim Brown pensava em seguir a carreira de ator no cinema, mas Cook achava que ele devia continuar a seguir sua carreira no futebol americano, pois negros só receberiam pequenos papéis nos filmes. Ou seja, cada um apitava na vida particular do outro, pois essas vidas particulares estavam entrelaçadas com uma causa maior, que era a luta pelos direitos civis. Mas o mais interessante nessa conversa conflituosa foi ver como nossos personagens reviam suas posições e mudavam (ou não) as suas convicções.

Uma Noite em Miami", no Amazon Prime, é uma pequena obra-prima | A Gazeta
Nem sempre se consegue chegar a um acordo…

O filme se passa a maior parte do tempo dentro de um quarto de um pequeno hotel, onde esses quatro personagens reais se encontram e aparam suas arestas. Se Leslie Odom Jr. recebeu a indicação para Melhor Ator coadjuvante, devemos dizer que todos os atores foram excelentes em seus papéis e transpiravam carisma. Fiquei muito impressionado com a atuação de Kingsley Ben-Adir, que fez um Malcolm X muito sereno, mas também muito perturbado e transtornado com as perseguições que sofria dos brancos, praticamente antevendo sua morte. Ele também conseguia ser explosivo ao expor o seu ponto de vista e desabar quando sentia que o desentendimento atrapalhava o andamento das coisas, se debulhando em lágrimas na frente de Jim Brown. Aldis Hodge, o ator que interpretou Jim Brown, foi o mais centrado de todos ali, expondo suas ideias e pensamentos de forma bem clara e concisa, sem entrar no cavalo de batalha dos conflitos. Eli Goree talvez tenha recebido a tarefa mais fácil, pois fazer um Clay caricato em suas fanfarronices pode ser algo muito adaptado para um overaction. Mas ele não ficou apenas na fanfarronice e foi inseguro (como todo jovem de vinte e dois anos o é) e terno nas horas certas. Odom Jr. foi sem dúvida o mais carismático de todos e merece a indicação a ator coadjuvante de longe, com um personagem muito seguro de si e que não levava desaforo para casa.

Crítica | Uma Noite em Miami tem a força das palavras - Canaltech
Leslie Odom Jr. Indicação para Melhor Ator Coadjuvante…

Dessa forma, “Uma Noite em Miami” é mais um filmaço que concorre ao Oscar que merece demais a nossa atenção, pois aborda um tema nevrálgico na cultura dos Estados Unidos (a questão da luta pelos direitos civis) e conta com um elenco que trabalhou muito bem e com muito carinho os seus personagens. É um show de atuação do início ao fim.