Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Voyager (Temporada 5, Episódio 25), Warhead. Uma Bomba Nervosa.

O Doutor e um dispositivo…

Chegamos ao episódio 25 da quinta temporada de “Jornada nas Estrelas Voyager”. “Warhead” é um daqueles episódios onde uma inteligência artificial sensciente precisa superar os limites de sua programação para evitar uma grande tragédia. E aí, todo um debate é empreendido nesse sentido, tornando este episódio uma verdadeira guerra de argumentações.

Buscando sinais de vida…

Mas, no que consiste a história? Harry Kim tem o privilégio de controlar a ponte nas “madrugadas” dos turnos. Numa dessas madrugadas, ele recebe um pedido de socorro de um planeta próximo. Ao chegar ao planeta,a Voyager não detecta sinais de vida. Kim então acorda Chakotay e sugere que um grupo avançado desça lá. Chakotay concorda e diz que o próprio Kim poderia liderar esse grupo. O alferes desce com o Doutor e mais um tripulante, quando encontram um dispositivo eletrônico sensciente, que consegue se comunicar com o doutor. Eles transportam o dispositivo para a nave. Examinando-o mais a fundo, a tripulação da Voyager descobre que ele é uma arma de destruição em massa e tenta desativá-lo.

Um dispositivo perdido…

O dispositivo percebe isso e se apossa do corpo do Doutor, ameaçando destruir a nave e fazendo B’Elanna e Kim como reféns. Ainda, ele precisa cumprir sua programação, que é destruir um planeta inimigo da civilização que o criou. Os tripulantes da Voyager tentam dissuadir o dispositivo disso mas, de forma bem agressiva e ameaçadora, ele diz que tem que cumprir a sua programação e destruir a qualquer custo o planeta. Mas os tripulantes tinham conseguido analisar os circuitos de memória e viram que a espécie que havia criado o dispositivo já havia cessado as hostilidades contra o planeta alvo. A espécie (Druoda) enviou mensagens para todos os dispositivos-bomba, mas cerca de trinta deles não receberam a mensagem e ainda rumavam contra o planeta.

Doutor procura acalmar a máquina…

O próprio dispositivo que estava na Voyager tinha sido propositalmente desviado pelos Druodas para colidir com o planeta em que ele estava. Depois de muito argumentar com o dispositivo, ele finalmente se convence de que não há mais uma guerra em curso, mas ainda há o problema dos demais dispositivos que vão ao planeta alvo com a intenção de destruí-lo. O dispositivo, então, se sacrifica, voltando para seu mecanismo original e sendo colocado no meio dos demais dispositivos, se destruindo e a todos os demais.

Kim e B’Elanna: reféns da tecnologia sensciente…

O que mais chama a atenção nesse episódio? O apelo da tripulação em convencer uma inteligência artificial em ir além do que está estrito em sua programação e tomar decisões por conta própria para parar a guerra. É curioso notar que, por se tratar de uma arma de destruição em massa, o dispositivo era agressivo, quando podia ser desprovido de qualquer sentimento (como era o Data de TNG nas primeiras temporadas). Ficou um pouco forçado a gente ver o Doutor naquela beligerância toda. Outro detalhe que chama a atenção aqui foi a tentativa, por parte de Kim, de dissuadir o dispositivo a atacar, tentando usar argumentos totalmente racionais, sabiamente rebatidos pelo dispositivo. Kim também clamava pelo fato do dispositivo ser sensciente e ter o poder de tomar decisões por conta própria.

Sete de Nove: problemas com a máquina…

Assim, “Warhead” é um episódio mediano de “Jornada nas Estrelas Voyager” que apresenta a questão das inteligências artificiais desenvolverem consciência e começarem a superar a sua programação. Tudo isso regado a debates bem racionais. Não é um grande episódio mas merece ser lembrado e revisitado.

https://www.youtube.com/watch?v=pFQeOyq9wHY

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Voyager (Temporada 5, Episódio 23), 11:59. Tradição, Modernidade e Mito.

Uma antepassada de Janeway…

Continuando a fazer análises dos episódios de “Jornada nas Estrelas Voyager”, vamos falar hoje de mais um episódio da quinta temporada, “11:59”. Temos aqui uma história contada, em boa parte, em flashback. Uma história que aborda mais uma vez a questão da tradição e modernidade, trazendo a reboque a importância do mito para nosso imaginário.

O episódio começa com Janeway e Neelix conversando. No meio da conversa, Neelix pergunta dados sobre a Muralha da China. Janeway, por não conhecer muito os detalhes, desconversa um pouco, mas o cozinheiro alienígena insiste no papo e diz todos os detalhes da Grande Muralha terrestre. Janeway fica impressionada e Neelix diz que está fazendo uma espécie de competição com Paris sobre conhecimento de coisas da Terra. Janeway, então, pergunta a ele se conhece o “Portal do Milênio”, uma espécie de construção que foi feita na virada do século XX para o XXI e que serviu de inspiração para a construção das primeiras colônias em Marte. Como agora é Neelix que desconhece o assunto, Janeway aproveita o gancho e diz que uma de suas antepassadas esteve envolvida no projeto da construção do Portal, sendo uma grande personagem de sua família. O episódio então alterna-se num flashback, onde vemos o que aconteceu com a antepassada de Janeway, Shannon O’Donnel (interpretada, obviamente, pela própria Kate Mulgrew), enquanto que vemos, com pouco sucesso, Janeway tentando recuperar informações de sua nobre antepassada.

O’Donnel: entre a tradição e a modernidade…

Esse episódio tem questões muito curiosas. Em primeiro lugar, o trabalho de resgate da memória, mais ou menos o que um historiador passa quando busca as fontes históricas. A coisa sempre é muito fragmentada e às vezes, montar esse quebra-cabeça com as peças faltando não é muito fácil, com as peças aparecendo somente muito posteriormente. É por isso mesmo que esse é um dos motivos pelos quais a História é constantemente reescrita. E o resultado nem sempre é o que queremos achar. No caso da antepassada da capitã, ficou atestado, depois das pesquisas, que sua participação no Portal do Milênio não foi tão decisiva assim, o que provocou uma decepção em Janeway. Ou seja, citando o historiador Peter Burke, os historiadores são odiados pois eles lembram o que queremos esquecer.

Mas o filme também tem outras questões. Na história de O’Donnel, ela conhece, numa cidade no interior de Indiana, onde o Portal será construído, Henry Janeway (acho que vocês já perceberam que eles irão se casar e ter filhos), o dono de uma livraria tradicional que não quer arredar o pé de seu lugar, enquanto que todo o resto da cidade “de bom grado”, vende suas propriedades para a empresa do Portal, que ofereceu um valor 20% acima do mercado. Henry fica rotulado como turrão e o projeto fica com o risco de ser feito em outro lugar. Nosso simpático livreiro também é um adepto da tradição, preferindo ficar trancado com seus livros e nem sequer usar um computador, enquanto O’Donnel é adepta da modernidade, sendo uma engenheira aeroespacial demitida e na pior. O’Donnel convencerá Janeway a se desfazer de sua livraria em função do progresso (e de interesses econômicos da empresa também). Como prêmio, ela terá uma participação modesta no Projeto do Portal do Milênio.

O que incomoda aqui? Jornada nas Estrelas sempre foi uma série que estimulou o progresso científico sem abandonar a leitura, muito exaltada na série. Mas nesse episódio, ela ficou vista como algo arcaico, que atrapalhava os passos do ser humano em direção ao futuro. Mesmo a solução conciliadora de Janeway abrir uma livraria no Portal não soou muito convincente. E mais: esse é um episódio que valoriza os grandes feitos dos antepassados, ou seja, a memória e as tradições. E aí, essa mesma tradição é  rechaçada em função da modernidade do Portal, que destrói a antiga cidade decadente. Fica uma coisa levemente paradoxal a meu ver. Ou seja, num primeiro momento, a tradição é elencada como virtuosa no episódio, mas num segundo momento, é a modernidade que é laureada como algo positivo.

Foto da tripulação: preservação da memória e suas tradições…

Agora, a grande virtude do episódio é a questão do mito, uma história que é compartilhada por um grupo ou povo, tida como real para aquele grupo, mesmo que ela não tenha ocorrido. Vemos muito isso no nosso folclore. É só a gente ver aquele redemoinho de vento na rua que a gente já fala logo que é o Saci-Pererê, por mais ilógico que isso seja. Mas está em nosso imaginário e sistema de valores. No caso da capitã Janeway, Shannon O’Donnel estava em seu imaginário mítico. E foi para ela uma decepção descobrir que sua antepassada não teve uma participação tão marcante na construção do Portal. Mas como os próprios tripulantes da Voyager disseram, chancelados, inclusive, por Tuvok, não importa quem foi ou não O’Donnel, mas sim a função que sua imagem idealizada cumpriu no imaginário da capitã: ela ingressou na Frota Estelar por causa da sua antepassada. Janeway até retruca dizendo que, com isso, jogou toda a tripulação para o quadrante Delta, mas a tripulação argumenta que isso fez com que todos se conhecessem bem melhor. O episódio não poderia terminar melhor, com o Doutor fazendo uma foto da tripulação e sua capitã com sua holocâmera, ao mesmo tempo que podíamos ver uma foto de O’Donnel envelhecida com sua família, numa exaltação à preservação da memória e das tradições, qualquer que seja a época, o que dá muita magnificência a esse episódio, que tem que ser apresentado aos roteiristas de Discovery para compreenderem o que é a essência de Jornada nas Estrelas.

Cabe também dizer que o próprio título do episódio, “11:59”, que cita a virada do milênio, do ano 2000 para o ano 2001, estava no imaginário das pessoas na época, já que o episódio foi produzido em 1999 e temas como o novo milênio colocado de forma equivocada na virada de 1999 para 2000 e o bug do milênio eram assuntos muito em voga na época (parece que foi ontem, mas lá se vão quase vinte anos). Assim, o próprio episódio já está datado, como vemos muito na série clássica, por exemplo.

Assim, vale muito a pena você, trekker de plantão, revisitar o episódio “11:59”, o vigésimo-terceiro da quinta temporada de Voyager. Um episódio que faz jogos com a tradição, a modernidade e o mito. E, como sempre em boas produções de Jornada nas Estrelas, convidando o espectador a uma boa reflexão.

https://www.youtube.com/watch?v=GlnzatGpUAY

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Voyager (Temporada 5, Episódio 24), Relatividade. Zoando Geral Com A Linha Temporal.

 

Uma borg procurando uma bomba…

Mais um curioso episódio de “Jornada nas Estrelas Voyager”. “Relatividade” é mais um daqueles episódios que usam a temática da viagem no tempo. Alguns fãs de ficção científica já se sentem saturados com tal assunto. Entretanto, outros fãs acham que a viagem no tempo ainda dá bastante caldo. Confesso que eu me enquadro nessa segunda categoria. Mas a grande verdade é que aqui já se faz alguma troça com essa saturação de episódios de viagem no tempo.

Viajando para um passado desconhecido…

No que consiste a história? O episódio começa com o dia em que Janeway começa o seu primeiro dia de comando na Voyager. Entre os tripulantes, temos Sete de Nove escondida. Por que isso acontece? A borg foi contatada pela nave Relatividade, do século XXIX, que tem a missão de evitar a explosão da Voyager no século XXIV, provocada por uma bomba instalada na nave. O problema é que os tripulantes da Relatividade não conseguem precisar quando e onde a bomba foi instalada. Os sensores visuais de Sete de Nove ajudarão nisso, assim ela foi chamada para evitar a explosão. O problema é que nem tudo sai como o planejado e Sete de Nove é obrigada a fazer vários saltos temporais, sendo que pode morrer depois do quarto salto. A coisa piora quando Janeway descobre uma Sete de Nove fora de fase e, principalmente, quando se descobre o verdadeiro culpado de ter implantado a bomba: ao invés dos suspeitos kazons, fora o próprio capitão da nave Relatividade, Braxton, pois no futuro posterior a convocação de Sete de Nove pela Relatividade, a carreira de Braxton sofrerá uma tremenda reviravolta que o colocará no ostracismo e ele colocará a culpa em Janeway, pois a Voyager se intrometeu na linha temporal várias vezes e era Braxton que resolvia os paradoxos temporais provocados pela Voyager. Numa dessas situações, ele ficou confinado vários anos na cultura bárbara do século XX. Assim, o Braxton do futuro “pirou na batatinha” e provocou todo esse problema que bagunçou a linha temporal de vez, já que os sucessivos saltos levaram a uma série de paradoxos. Chega uma hora em que o pessoal da Relatividade pede para Janeway dar alguns saltos para resolver os paradoxos, mas a coisa está tão enrolada (e eu também não irei reproduzir aqui), que a própria Janeway pede que não se explique mais nada e diga objetivamente o que tem que se fazer para consertar os paradoxos, levando um episódio relativamente sério ao tom de galhofa. Ainda sobrou um “pito” para a Janeway do Primeiro Oficial da Relatividade ao final. Ele disse que, apesar da loucura de Braxton, ele tinha razão em uma coisa: a Voyager realmente bagunça muito a linha temporal… então, capitã, dá uma paradinha nisso, tá legal? Ah, e não podemos nos esquecer da Primeira Diretriz Temporal: não conte a ninguém o que você viu em suas viagens no tempo… aí me lembrei do segundo filme do Homem Aranha do Tobey Maguire, quando, no trem, os garotinhos devolvem a máscara para Peter Parker e dizem: ” não vamos contar a ninguém”. Ou seja, do jeito como ficou, essa Primeira Diretriz Temporal ficou meio bobinha…

Um capitão do futuro que pira na batatinha… bem adequado para aparecer por aqui…

Bom, apesar das piadinhas com paradoxos temporais mais ao final, uma coisa a gente tem que mencionar: o episódio tem um plot twist interessante, que é a culpabilidade do capitão Braxton, e essa reviravolta acontece justamente por causa dos paradoxos temporais. Ou seja, já começamos o episódio dentro de um paradoxo temporal e não percebemos. Outra curiosidade é que a quantidade de saltos é tão grande e confusa que temos às vezes mais de uma Sete de Nove numa mesma época, o que faz a gente se recordar de “De Volta Para o Futuro 2”, que também brincava, com muito mais humor, com os paradoxos.

Eu sou você amanhã… ou ontem??? Ah, sei lá!!!

Assim, “Relatividade” é mais um bom episódio de “Jornada nas Estrelas Voyager” sobre viagens no tempo, embora esse aqui faça piadas com a saturação provocada pelo excesso de uso de tal temática. Não deixa de ser uma pequena curiosidade a ser mencionada aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=chFtkJ-qVJ4

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Voyager (Temporada 5, Episódio 18) – Rumo Ao Esquecimento. Uma Cópia Mal Feita.

É a tripulação da Voyager ou não é???

Dando sequência às nossas análises de episódios de “Jornada nas Estrelas Voyager”, falemos hoje de “Rumo Ao Esquecimento” (“Course: Oblivion”), décimo oitavo episódio da quinta temporada. Esse episódio tem como característica principal o fato de ser continuação do episódio “Demônio”, da quarta temporada, e que já foi analisado aqui (inclusive, essa análise deu início à nossa Seção Batata Séries).

Mas, no que consiste a história de “Rumo Ao Esquecimento”? Vemos aqui o enlace matrimonial entre Tom Paris e B’Elanna Torres. Durante a cerimônia, percebemos que o arroz jogado no casal estranhamente passa pelo chão e cai nas partes inferiores da nave. Isso está acontecendo, pois há um processo de desintegração em nível molecular de tudo e todos que estão na nave, a partir do motor de dobra. Investigações mais detalhadas levarão à conclusão de que essa não é a Voyager original, mas sim a Voyager gerada a partir da espécie biomimética do planeta classe Demônio do episódio lá da quarta temporada. Foi descoberto que a deterioração era irreversível e a única esperança da tripulação era voltar ao planeta natal. Entretanto, a cópia da capitã Janeway insistia em levar a nave para o planeta Terra, tal como faria a Janeway original. Somente depois de muitas mortes da tripulação e uma tentativa fracassada de colonizar outro planeta classe Demônio, Janeway se convenceu de que era necessário voltar ao planeta da espécie biomimética. O problema é que já era muito tarde e a Voyager biomimética acabou se destruindo, isso quando enviava um pedido de socorro à Voyager original, que casualmente passava pelas proximidades.

Um casamento…

Esse é um episódio angustiante, pois vimos o nascimento de uma nova espécie lá na quarta temporada e agora vemos o seu fim na quinta temporada. E, para piorar a situação, quando tudo parecia perdido, a Janeway biomimética ordenou a construção de uma cápsula do tempo, onde dados de sua espécie e seus feitos ficariam registrados para a posteridade. Entretanto, a Voyager biomimética não teve êxito em ejetar a cápsula do tempo e toda a informação dessa civilização se perdeu com a explosão da nave. Assim, tivemos uma dupla catástrofe: além da extinção total da espécie, sua história, identidade e cultura foram totalmente apagadas e riscadas do mapa. Isso fatalmente nos remete ao genocídio e etnocídio de indígenas na América, talvez o exemplo concreto que mais se aproxime da situação descrita no episódio, onde tribos inteiras e suas culturas foram simplesmente riscadas do mapa e nem tivemos a oportunidade de conhecê-las.

Tudo parecia ir às mil maravilhas…

Uma personagem chama muito a atenção nesse episódio: a Janeway biomimética. Isso acontece, pois a capitã não abre mão de retornar à Terra, além de seguir todas as prerrogativas da Federação, mesmo quando sabe que não é a Janeway original. Ou seja, na sua ânsia de cumprir seu papel mimético, ela coloca em risco a existência de toda a sua espécie, mesmo sob os apelos insistentes de Chakotay e Paris em retornar ao planeta classe Demônio. Assim, nossa capitã “de mentirinha” não vê as coisas com objetividade, saindo uma cópia mal feita da original, principalmente (e de forma muito paradoxal) quando tenta ser o mais fiel possível à capitã original.

Outro detalhe que chama a atenção é a maquiagem usada para simular o mal que acomete os tripulantes. Como se trata de algo que já tem uns vinte anos, é claro que a qualidade da coisa não está à altura da maquiagem e CGI de hoje, mas era nojento o suficiente para provocar alguma repugnância, embora também lembre o queijo derretido que a gente vê na pizza, só que meio esverdeado (argh!). Era muita pereba junta…

Doutor tem um desafio insolúvel…

O final do episódio se constitui na parte mais dolorosa. Aqui, a Voyager original, sem entender muito o que aconteceu, vê os destroços da Voyager biomimética, que falhou em sua tentativa de contactar a sua irmã original. Tal imagem dá uma baita sensação de impotência do nada que pode ser feito. E do fim de uma espécie que não deixará qualquer registro.

Assim, “Rumo Ao Esquecimento” é um episódio sem “happy end”, um episódio em que a sensação ruim da perda arrebata o trekker. E, pior de tudo, a sensação de que uma civilização e cultura foram simplesmente apagadas sem deixar qualquer vestígio, que desperta a sensação mais dolorosa de todas. Um episódio que novamente traz um convite à reflexão, a partir de seus aspectos mais dolorosos. Vale a pena assisti-lo de forma conjugada ao episódio da quarta temporada.

https://www.youtube.com/watch?v=bGrNsp1gupU

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Voyager (Temporada 5, Episódio 15). Fronteira Negra. Legitimando a Pirataria.

Tomando os borgs de assalto…

Vamos hoje falar de um episódio de “Jornada nas Estrelas, Voyager” no mínimo perturbador. “Fronteira Negra” (“Dark Frontier”) é o décimo-quinto episódio da quinta temporada, dividido em duas partes. É um episódio que gira em torno de Sete de Nove e dos borgs. Mas também é um episódio onde vemos uma Capitã Janeway com uma conduta um tanto questionável.

Falemos do enredo. O episódio começa com a Voyager sofrendo um ataque de uma nave borg, que será destruída pela nave da Federação. Janeway ordena que os destroços da nave borg sejam recolhidos para ver se é possível aproveitar algo. No meio destes destroços está a evidência de que uma nave borg avariada está por perto e com um reator de transdobra à disposição. Janeway então, ao melhor estilo pirata, organiza um plano para que a Voyager aborde a nave borg e roube o reator de transdobra, o que faria a nave ganhar alguns anos na sua viagem de volta à Terra. É claro que, para essa missão, o conhecimento de Sete de Nove será fundamental. Mas a borg mostra muitas inquietações ao fazer as simulações do ataque no holodeck. Logo, ela começa a ouvir vozes: é a rainha borg a chamando e dizendo que conhece o plano de ataque da Voyager, ameaçando assimilar a todos, exceto se Sete de Nove se entregar. Ela o faz enquanto a nave borg é abordada pela Voyager, que precisa fugir para não ser assimilada. Agora, Janeway e sua tripulação precisam organizar uma missão de resgate para tirar Sete de Nove das mãos da rainha borg.

Uma capitã e sua tripulante trabalhando num objetivo comum…

O que mais inquieta aqui? É o fato da tripulação da Voyager, sob o pretexto de que era atacada pelos borgs, se achar no direito de invadir a nave inimiga e fazer pilhagens. Isso lembrava muito aqueles filmes da Sessão da Tarde de batalhas navais ocorridas durante a Idade Moderna, onde galantes almirantes das Marinhas Inglesa e Francesa travavam batalhas pelos sete mares contra inimigos implacáveis. O problema é que esses oficiais de Marinha eram os verdadeiros piratas da época, praticando assaltos a embarcações portuguesas e espanholas, abarrotadas de mercadorias valiosas, usando a guerra como pretexto para a invasão. Qual não é a nossa surpresa quando vemos Janeway agindo como esses mesmos piratas pretéritos? Tudo bem que ela tem o sério problema de tentar abreviar uma longa viagem num quadrante inóspito nalém de carecer de certos recusros, mas chega a ser um pouco assustador ela lançar mão de tal expediente com exatamente as mesmas justificativas e, principalmente, não haver uma alma viva durante todo o episódio que atente para as implicações éticas (ou a falta delas) de tal atitude.

Janeway, a pirata!!!

Apesar desse pequeno porém, o episódio também foi interessante em explorar a personagem Sete de Nove e o seu passado, onde seus pais desenvolveram tecnologias para poder estudar os borgs despercebidos por estes. O único problema nisso foi que eles caíram na armadilha da autossuficiência e foram assimilados. Ainda assim, foi interessante ver Sete de Nove e sua postura desafiadora perante uma rainha borg que queria estudá-la mais a fundo e não abrir mão da individualidade da ex-drone, por ser esta uma característica notável e que a tornava diferente dos demais zangões.

Uma coisa é certa: dá para perceber a flagrante influência do longa “Jornada nas Estrelas, Primeiro Contato”, principalmente pela presença da rainha borg. Ainda, o cenário onde tínhamos várias estruturas borgs pelo espaço, com direitos a muitos cubos voando para lá e para cá, ficou muito interessante e instigante. Sem falar que a “pirata” Janeway foi bem sucedida em sua pilhagem, o que lhe rendeu uma economia de quinze anos na viagem de volta à Terra.

A rainha tentando reaver o seu zangão…

Assim, “Fronteira Negra” é um bom episódio de “Jornada nas Estrelas, Voyager” por novamente trabalhar com a espécie borg e dar a nós o vislumbre do que é Sete de Nove voltar a interagir com a coletividade. O único problema do episódio foi o quê de pirataria de Janeway, algo pouco adequado ao comportamento da capitã de uma nave estelar do século 24, mesmo que essa pirataria seja contra o inimigo. Que se chute a noção de civilização da Federação para lá, que a situação é extrema e de guerra. Mas será que essa é a melhor saída??? Deixo a resposta para os nobres leitores trekkers…

https://www.youtube.com/watch?v=w1WSRB4tkpo

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Voyager (Temporada 5, Episódio 11). Imagem Latente. Vamos Colocar Uma Pedra Sobre Esse Assunto?

Um Doutor em pane…

Hoje vamos analisar mais um episódio de “Jornada nas Estrelas, Voyager”. “Imagem Latente” (“Latent Image”) é o décimo-primeiro episódio da quinta temporada e tem, mais uma vez, o doutor às voltas com um problema de ordem ética e moral. Só que, agora, a questão é muito mais séria. Já havíamos visto em “Desumano” (episódio 8 da quinta temporada) problemas de ordem moral e ética que o Doutor teve de enfrentar ao usar um tratamento desenvolvido por um médico cardassiano que desenvolveu experiências provocando severos sofrimentos em bajorianos. Naquele momento, a capitã optou por usar o tratamento e assumir a responsabilidade e o Doutor retirou o tratamento da programação da nave após seu uso.

Tirando uma holoimagem de Naomi Wildman…

Aqui, no episódio 11 da quinta temporada uma nova implicação de ordem moral surgiu. Vamos analisar a história. Num exame de rotina da tripulação, o Doutor descobre em Kim traços de uma cirurgia da qual ele não se recorda ter feito. Com o passar do tempo, são descobertas novas evidências do “esquecimento” do Doutor e ele começa a investigar. Pelo que parece, tem alguém tentando apagar a memória dele. O Doutor, após fazer uma “armadilha” com a sua holocâmera, descobre que é a própria Janeway quem está apagando sua memória. Isso o deixa indignado, mas a capitã fala que é algo necessário, pois ele não pode saber de coisas que aconteceram no passado, pois isso seria muito perigoso para ele. Mas o médico insiste. Sete de Nove, ao acompanhar a situação, acha que a capitã está violando a individualidade do Doutor e convence Janeway a mostrar tudo o que aconteceu. O Doutor, então, vê os registros da nave e descobre que ele viajou numa missão numa nave auxiliar com Kim e uma tripulante, sendo os dois humanos severamente feridos num ataque alienígena. Ao se desvencilharem do ataque, o Doutor retorna à enfermaria da Voyager com os dois feridos e não tem tempo hábil para tratar dos dois ao mesmo tempo, tendo que escolher quem vai viver e quem vai morrer. O Doutor opta por cuidar de Kim, que é seu amigo mais próximo. O problema é que ele, por ser um programa que passa por experiências, não sabe lidar emotivamente com uma situação tão dramática e difícil e entra em pane, precisando ser reprogramado. Ao saber de todo esse passado traumático, o Doutor entra em pane novamente, mas desta vez decide-se não reprogramá-lo, em respeito à sua individualidade. Em vez disso, ele fica isolado num holodeck sempre com um tripulante, que se oferece como um apoio, uma voz amiga. No momento em que Janeway está com ele e, depois de dezesseis horas ininterruptas ela mostra febre de dor de cabeça. O Doutor cai na real e pede que ela vá descansar, pois ele não pretende mais fazer mal a ninguém. O episódio termina com o Doutor lendo um trecho de um livro que Janeway lia, uma poesia que falava em recomeços na vida.

Uma tripulante que será sacrificada…

A grande inspiração desse episódio é todo um conjunto de consequências que temos que enfrentar quando fazemos escolhas. A situação do Doutor, mesmo que ele tenha sido instruído por sua profissão a desapegos emocionais ao tomar tamanha decisão difícil, não se resolveu de forma tão trivial assim, e até para um programa com sub-rotinas emocionais que se aprimora dia a dia não foi fácil lidar com essa situação pesada de escolha e de perda, onde a ética e a moral não podem dar uma resposta definitiva ao dilema.

Sete de Nove defende a individualidade do Doutor

O mais curioso aqui foi a atuação de Sete de Nove, que se solidariza com o Doutor e sua individualidade, rechaçando inteiramente a atitude da tripulação de simplesmente apagar e reescrever sua programação. Sete de Nove dá o exemplo de si própria, lembrando à capitã de que, no início, ela era considerada uma ameaça à nave, mas se apostou na sua recuperação como humana. Então, por que não tentar o mesmo com o Doutor? Afinal de contas, ele também pode ser considerado um ser que tem consciência de si mesmo e que se aprimora com suas próprias experiências cotidianas.

Recomeçando, mesmo com as dores…

Assim, “Imagem Latente” é mais um interessante episódio de “Jornada nas Estrelas, Voyager”, que mostra mais uma reflexão de ordem moral e que tem o bom personagem do Doutor,interpretado por Robert Picardo, no centro dos acontecimentos. Nada de se colocar pedras sobre assuntos que, supõe-se, precisam ser esquecidos. Tais assuntos, na verdade, precisam ser encarados de frente, mesmo que nos causem dor. Pois a dor é uma forma de experiência que também nos engrandece perante à vida, mesmo para um programa holográfico com sub-rotinas emocionais. Como disse James T. Kirk em Jornada nas Estrelas V, “eu preciso de minhas dores, elas fazem parte de mim”.

https://www.youtube.com/watch?v=Fmp7ViAMR2c

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Voyager (Temporada 5, Episódio 8), Desumano. Quais São Os Limites da Ética?

Um bichinho esquisito…

Debate ético à vista hoje na análise de “Jornada nas Estrelas, Voyager”! O oitavo episódio da quinta temporada, “Nothing Human”, traduzido no Brasil como “Desumano”, lança questões extremamente complexas que embaralham a cabeça de qualquer um. Mas tal debate é a mostra de como “Jornada nas Estrelas” tem a sua grande força no ponto de vista da reflexão e da discussão.

… que se enrosca no pescoço de B’Elanna!!!

Para podermos entender toda a magnitude desse poder reflexivo, vamos fazer uma breve sinopse da história. A Voyager sofre um severo impacto de uma onda de choque que, curiosamente a coloca em contato com uma inteligência alienígena. Ela acaba recebendo as coordenadas de uma nave e vai a sua assistência. Lá, descobrem uma forma de vida bem ferida e a transportam para a enfermaria da nave, mas a fisiologia do alienígena (que parece uma lacraia com uns bracinhos mais longos) é totalmente desconhecida do Doutor. Numa infelicidade, o bichinho pula em B’Elanna e faz uma espécie de simbiose com seus órgãos internos. Para poder resolver o problema, o Doutor instrui a Kim que desenvolva um holograma especializado em exobiologia a partir do banco de dados da nave.

No início, tudo parecia bem com o holograma cardassiano…

E a maior autoridade é justamente um cardassiano, com quem o doutor tem, inicialmente, um excelente relacionamento profissional. Mas B’Elanna, com sua metade klingon, torce imediatamente o nariz para o novo médico holográfico que irá tratá-la. A situação piora quando um tripulante bajoriano que esteve num campo de prisioneiros cardassiano, reconheceu o médico como um açougueiro que usava cobaias bajorianas para testar novos tratamentos médicos, sendo uma espécie de “Dr. Josef Mengele” de Cardássia. B’Elanna recusa o tratamento que custou a vida de milhares de bajorianos, preferindo morrer. E assim, o Doutor se vê diante de um perigoso dilema ético, onde qualquer saída terá implicações morais graves.

Logo começam a trabalhar…

Esse episódio coloca uma questão para a qual não há resposta. Se o tratamento do carrasco for usado para salvar B’Elanna, abre-se um precedente perigoso onde se legitima o sacrifício de vidas para salvar outras. E, se o tratamento não for usado, uma vida preciosa da mais qualificada engenheira da Voyager será ceifada e o Doutor não cumprirá o mandamento da ética médica de preservar a vida. Assim, foi necessário que a Capitã Janeway assumisse a responsabilidade da decisão de levar o tratamento adiante, independente do que B’Elanna achasse ou não, o que estremeceu o relacionamento entre as duas. Para a coisa não parecer muito feia, o Doutor teve a autonomia de decidir se iria usar o holograma cardassiano e seu tratamento em situações futuras, e ele acaba rechaçando isso. De qualquer forma, as palavras do cardassiano antes de ser “apagado” são emblemáticas: quando era necessário que o tratamento fosse usado para salvar a engenheira da nave, assim foi feito, sem qualquer dilema moral. Agora que o tratamento não se faz mais urgente, ele é simplesmente deletado. Dois pesos e duas medidas? Onde está a ética aí?

Mas aparece um dilema ético e moral…

Dá para perceber, pelo teor da conversa, que o episódio conseguiu colocar um debate muito espinhoso em pauta, debate esse para o qual não há qualquer saída totalmente moral ou ética. É imperativo que se tome uma decisão e se arque com as consequências, o que sempre vai provocar uma mancha severa na consciência. Esse é o tipo de episódio que dá bastante força a “Jornada nas Estrelas, Voyager”, uma série que alguns não consideram tão boa, se comparada às outras da franquia de “Jornada nas Estrelas”. Mais um episódio que merece uma visita do caro leitor.

https://www.youtube.com/watch?v=5bn1QYg3B6Q

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Voyager (Temporada 5, Episódio 6). Quinze Anos. De Volta Para O Passado.

Uma nave entrando numa fria…

Vamos hoje falar mais uma vez de “Jornada nas Estrelas, Voyager” e de seus bons episódios na quinta temporada. Desta vez, analisaremos o episódio “Timeless”, traduzido no Brasil como “Quinze Anos”, o sexto episódio da já mencionada quinta temporada. Esse é um daqueles episódios mais pautados numa boa história de ficção científica, embora ancorados num tema que já pareça um pouco manjado para alguns: a alteração do passado e, com isso, a inserção de um paradoxo temporal. Confesso que sou meio suspeito para falar quando o tempo dá as cartas em histórias de ficção científica, pois é um tema que sempre me atrai em “Jornada nas Estrelas”, desde que vi o ótimo “Amanhã é Ontem”, da série clássica escrito por Dorothy Fontana e que, fatalmente, falaremos aqui um dia.

Procurando uma nave no gelo…

Mas, no que consiste a história desse bom episódio de “Voyager”? Tudo começa num planeta gelado, onde dois homens parecem procurar algo enterrado numa geleira. O teaser do episódio termina com os homens achando o que procurava, que era na verdade a Voyager enterrada no gelo. Eles adentram a nave e encontram toda a tripulação morta e congelada. Logo, vemos que os dois homens são Chakotay e Kim, visivelmente envelhecidos. Os dois levam o corpo de Sete de Nove para a Delta Flyer , que orbita o planeta, e reativam o Doutor, que, perplexo, pede por informações.

Inaugurando um novo motor…

Assim, há um flashback que mostra que a Voyager desenvolveu um novo motor quântico de deslizamento de fase que fará uma viagem bem mais rápida ao quadrante alfa. Mas o motor apresenta problemas onde o tal deslocamento de fase pode até acabar com a nave. Assim, Kim e Chakotay precisam ir adiante da Voyager com a Delta Flyer para orientá-la a fazer as tais correções de fase necessárias para que a viagem não degringole. Entretanto, Kim calculou mal as correções e a Voyager saiu do fluxo, enquanto que a Delta Flyer retornou ao quadrante alfa. Desgovernada, a Voyager chocou-se contra o tal planeta gélido e ficou soterrada no gelo, provocando a morte de toda a tripulação. Agora, quinze anos depois da tragédia, Chakotay e Kim voltam ao planeta gelado, nas periferias do quadrante alfa para criar um dispositivo que mande uma mensagem para o passado com as correções de fase corretas para evitar o desastre com a Voyager, usando o cérebro de Sete de Nove e a inteligência do Doutor. O problema é que Kim e Chakotay, para realizar tal missão, tiveram que roubar a Delta Flyer e um dispositivo temporal borg, sendo procurados pela Federação como criminosos.

O Doutor ajuda envelhecidos Chakotay e Kim…

Essa é uma história instigante, com as tecnobabbles que tal episódio de viagens no tempo exige, embora a coisa não tenha ficado cansativa nesse sentido. Aqui a história gira muito mais em torno de todo o arrependimento nas costas de Chakotay e Kim por terem sobrevivido e visto a tripulação morrer. Aliás, podemos dizer que esse episódio deu muito destaque e importância para o Alferes Kim, um personagem que, segundo alguns trekkers mais atenciosos, é muito pouco aproveitado, o que já faz o episódio valer muito. A obsessão de Kim por trazer a tripulação da Voyager à vida é notável e, ainda mais notável é a forma como o Doutor estimula Kim a continuar com a missão, mesmo quando um fracasso iminente parecia inevitável. Outro ponto que chamou muito a atenção foi a participação, para lá de especial, de Levar Burton (que também dirige o episódio), como o capitão La Forge da U.S.S. Challenger (isso é que é nome de nave espacial!!!), uma nave classe Galaxy que está no encalço da Delta Flyer.

A missão não sai como o esperado…

Obviamente, tal episódio tinha que terminar com um paradoxo temporal. Janeway consegue descobrir que foi Kim quem enviou a mensagem para a Voyager, diretamente do futuro. O problema é que, se a Voyager não está mais enterrada no gelo e Kim não mais chegou ao Quadrante Alfa, como ele então enviou a mensagem se o futuro foi alterado? Ao que Janeway respondeu sabiamente: quando mexemos com paradoxos temporais, é melhor a gente não se preocupar muito em questioná-los. Uma saída fácil mas, ao mesmo tempo, divertida, ainda mais porque ela meio que serve como uma resposta aos críticos das histórias das viagens no tempo, buscando sempre as inconsistências nas linhas temporais à medida que as migrações temporais para lá e para cá acontecem.

Uma figura já conhecida…

Assim, “Quinze Anos” é mais uma boa história de “Jornada nas Estrelas, Voyager”. Uma ficção científica meio manjada, mas que nunca deixa de funcionar e de divertir. Vale a pena dar uma revisitada nesse episódio.

https://www.youtube.com/watch?v=ayAbFaugIeg