Vamos recordar The Mission e sua Tower of Strenght…
Mês: fevereiro 2017
Batata Movies – A Bailarina. À Francesa
Uma interessante animação passou em nossas telonas. “A Bailarina” é um filme ambientado num cenário que não estamos muito acostumados a ver em animações: A Paris da virada do século XIX para o XX, numa época em que a Torre Eiffel ainda estava em construção e que a Estátua da Liberdade era construída em solo francês para ser depois transportada para os Estados Unidos. Somente esses detalhes já chamam a atenção para a película. Mas essa animação não é só isso. Nós temos outras virtudes.
Vemos aqui a história de Felícia e Victor, duas crianças que vivem em um orfanato na França e querem fugir para Paris. O sonho de Felícia é ser bailarina do Opera de Paris e o de Victor, ser um grande inventor. Os dois conseguem fugir do orfanato e chegar à cidade-luz. Mas um acidente faz as crianças se separarem, não sem antes eles marcarem um ponto de encontro e um horário. Felícia entra escondida no Opera de Paris e foi encontrada por um funcionário, mas foi protegida pela faxineira. A mocinha, então, vai ficar ao lado da faxineira, que inicialmente a repudiou, mas que depois aceitou a ajuda dela para fazer a limpeza do prédio de uma senhora muito má que era a sua patroa. Essa senhora tinha uma filha que havia recebido uma chance para um teste no corpo de bailarinas do Opera, mais por questões financeiras, o que irritou o professor das bailarinas, muito rigoroso com as meninas por sinal. A carta que dava acesso ao teste acabou parando nas mãos de Felícia, que se apresentou no lugar da filha rica. Mas Felícia, que estava se destacando nas aulas, onde somente uma bailarina seria escolhida, foi descoberta. Entretanto, ela não foi eliminada pelo professor, que a manteve na disputa, sendo que a órfã precisava ganhar a todo custo ou seria expulsa do Opera e retornaria ao seu orfanato. Para isso, Felícia contaria com a ajuda da faxineira, que era uma antiga bailarina do Opera e a treinaria.
É uma historinha simples, mas bonitinha. O grande barato é que alguns personagens que, aparentemente, eram extremamente rudes, aos poucos vão mostrando seu coração mais mole e ficam amigos da órfãzinha que quer ser bailarina, casos da faxineira, do professor, da filha da vilã e até do vigia do orfanato, numa mostra de que nem sempre uma pessoa é totalmente boa ou má. Somente a vilã era ruim toda a vida e não teve jeito, esse personagem caiu no estereótipo. A amizade entre Felícia e Victor foi outro fator interessante, pois à medida que ela ficava mais íntima do Opera, mais ela se afastava de seu antigo amigo, o que gerou turbulências entre os dois. Falar como foi o desfecho dessa amizade talvez nem seria um “spoiler” de tão óbvio que ele é. Ou seja, “A Bailarina” é diversão pura, não trazendo nada de novo em termos narrativos. Mas, mesmo assim, é uma animação atraente e instigante, pela determinação da menininha órfã em dançar o “Quebra Nozes”, de Tchaikovsky com a primeira bailarina do Opera.
Assim, vale a pena se divertir com “A Bailarina”, pelo ambiente envolvido na história, que difere um pouco do que vemos nas animações da Disney, por exemplo. Se é uma história que nada apresenta de novo, ainda assim ela é muito divertida e entretém. As menininhas que estavam na sala adoraram, pois ao final do filme, elas rodopiavam e rodopiavam em direção à saída. Vale a pena dar uma conferida.
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Nesta sexta, vamos de Blondie e sua música Maria?
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Batata Arts – Tesouros da Batata (12)
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Batata Movies – Sing, Quem Canta Seus Males Espanta. “Fama” Animal.
O gênero musical nem sempre aparece muito em cinemas. Temos até visto nos últimos anos filmes inspirados em musicais da Broadway, que parecem simples decalques do que é visto no teatro, exemplos de “Evita” e “Os Miseráveis”. Esse ano, tivemos a gratíssima surpresa de “La La Land”, que foi o que mais se aproximou dos antigos musicais da RKO e da Metro. E também tivemos uma animação. “Sing, Quem Canta Seus Males Espanta”, lembra um pouco outro musical lá de meados dos anos 70, 80, que era o “Fama”, onde uma escola de música e dança de mesmo nome selecionava talentos em todas as áreas da arte musical. E aí, víamos pequenos casos particulares de alunos dessa escola em busca do estrelato.
Bom, em “Sing” não temos exatamente uma escola de música e dança, mas um teatro cujo dono é um coala (!) chamado Buster Moon. Ele está numa tremenda pindaíba financeira e é ameaçado de perder seu teatro, herdado do pai, para um banco. É aí que Moon tem uma grande ideia. Ele vai fazer um concurso para descobrir novos talentos e fazer um show para arrecadar muito dinheiro e pagar suas dívidas. Mas ele somente tem 1000 dólares em caixa para o prêmio do vencedor. Ele pede para sua secretária, uma simpática senhora lagarta com um olho de vidro (!!!) para fazer um cartaz para o concurso, só que um erro de digitação da desengonçada réptil fez com que o cartaz tivesse o prêmio alterado para cem mil dólares (!!!!), o que atraiu uma verdadeira bicharada para o concurso e iria colocar Moon em maus lençóis.
Engraçadinho o enredo, não? O mais curioso é que essa animação da Illumination Entertainment é um musical, onde vários personagens que buscam o sucesso na carreira têm suas diferentes histórias de vida, cujo prêmio irá aliviar seus problemas e tensões. E o filme tem uma trilha sonora com muitas músicas conhecidas (indo de “My Way”, cantada pelo Sinatra até “Under Pressure”, do Queen com David Bowie, passando por Kate Perry e tudo), só que cantadas pelos bichinhos, o que foi algo muito engraçado, sobretudo no processo de seleção, onde uma verdadeira fauna cantante desfilou pelo palco, e também no show em si, onde os finalistas do concurso tinham números bem característicos e até uma composição própria de uma porquinha-espinho roqueira.
Assim, se “Sing, Quem Canta Seus Males Espanta” não foi uma animação tão boa quanto “Moana, Um Mar de Aventuras”, ainda assim ela foi muito engraçada, por ser um musical com bichinhos cantando. E como os musicais estão em falta hoje em dia, sempre é legal você celebrar quando aparece um, até se for em animação. E tivemos dois este ano, se nos lembrarmos de “La La Land”. Não deixe de levar uma criança ao cinema e, se você não tiver uma, não faz mal, pode ir sozinho também sem medo e vergonha, que você irá se divertir.
Batata Movies – Resident Evil 6: O Capítulo Final. Game Over?
Mais um filme inspirado em jogos de vídeo game chegou às nossas telonas. “Resident Evil 6: O Capítulo Final”, vem para, aparentemente pôr fim à saga de seis filmes dessa franquia. Confesso que esse foi o meu primeiro “Resident Evil” e nada sei dos cinco outros filmes. De qualquer forma, vou fazer um esforço aqui para analisar esta película em particular.
Vemos aqui a história de Alice (interpretada pela bela Mila Jovovich), uma mulher que vem matando zumbis há muito tempo (exatamente cinco filmes). Tudo começou com uma espécie de vírus que foi lançado no planeta Terra por um empresário totalmente pirado na batatinha, que responde pela alcunha de Dr. Isaacs (interpretado por Iain Glen). Sua ideia é destruir a raça humana e começá-la de acordo com seus parâmetros e os da empresa que dirige, a Umbrella (Guarda-Chuva?!?!). Mas nossa Alice, que é um clone da empresa, quer evitar isso a todo custo, e proteger os poucos humanos que restam de uma horda de zumbis e monstros assassinos forjados geneticamente. Para isso, ela precisa ir à sede da tal empresa pegar um antivírus e espalhá-lo por aí para acabar com os zumbis. Mas essa não será uma tarefa fácil, já que vários clones do Dr. Isaacs a perseguem dentro de carros blindados seguidos por exércitos zumbis inteiros. Para cumprir essa escabrosa tarefa, Alice vai contar com a ajuda de seus amigos que já estiveram com ela nos outros longas. E tome muita porrada, bomba e tiro, com doses extremas de violência.
É o tipo do filme em que a gente só vê uma violência extrema quase o tempo todo, chegando a ficar muito maçante e enjoativo. Se os outros cinco filmes foram dessa forma, não me admira a sala do Cinemark Botafogo 6 ter ficado tão vazia durante a exibição da película. Ou seja, pelo visto, ninguém aguenta mais ver esse filme com essa temática e essa forma de violência repetitiva e cansativa. Nem a bela presença de Mila Jovovich ajuda muito, pois ela só mata, mata, mata o tempo todo, além de correr, correr e correr. E sempre ela é perseguida pelos monstrengos mais feios do mundo. O filme até fica um pouco mais atraente quando descobrimos a origem da personagem protagonista, mas é muito pouco para dizermos que esse filme é bom. Ou seja, não dá para dizer muitas coisas boas dessa película, que definitivamente é um saco. Nem os zumbis foram bem abordados no filme, sendo mais um pano de fundo que a mocinha devia suplantar para ir atrás dos verdadeiros vilões, todos humanos. E o pior de tudo: no desfecho do filme, ficou uma insinuação de continuação no ar. Será que ainda dá caldo? Sempre há fãs para tudo.
Dessa forma, acho que nem os fãs de zumbis vão gostar muito desse “Resident Evil 6”, que engrossa a lista de decepções de filmes baseados em videogames (“Assassins’ Creed” também não ajudou muito). Esse filme é indicado apenas a fãs inveterados de “Resident Evil”.
Batata Movies – Beleza Oculta. Rede De Solidariedade.
Caro leitor, responda-me francamente: você acha que Will Smith já merece um Oscar de melhor ator há muito tempo? Bom, se você acompanha os filmes da carreira desse grande ator, provavelmente vai responder que sim. E digo mais: já está dando nos olhos tamanha injustiça da Academia contra ele. O homem tem se esforçado muito para conseguir bons papéis dramáticos, realizar bons filmes e… sequer há uma indicação de melhor ator para ele no Oscar. E mais uma vez pudemos atestar isso nesse ano em “Beleza Oculta”. Se Smith aparece menos nesse filme, pois ele divide a película com um baita de um elenco, ainda assim o cara arrasou nos momentos em que apareceu. E também é uma tremenda injustiça que esse filme não apareça na lista do Oscar. Poucos filmes conseguiram despertar tanta emoção quanto esse aqui, que foi dirigido por David Frankel (“O Diabo Veste Prada”) e cujo roteiro foi escrito por Allan Loeb.
Vemos aqui a história de Howard (interpretado por Smith), um promissor diretor de uma empresa que vislumbrava um grande futuro à sua frente. Mas a morte da filha colocou Howard numa depressão profunda e ele simplesmente parou de trabalhar, sendo acionista majoritário e que tinha que tomar decisões muito pontuais e importantes. Sua letargia poderia colocar a empresa à pique. Assim, seus amigos Whit (interpretado por Edward Norton), Claire (interpretada por Kate Winslet) e Simon (interpretado por Michael Peña) tiveram uma ideia que seria algo muito doloroso: encontrar alguma prova de que Howard estava mentalmente incapacitado para dirigir a empresa. Eles colocaram uma investigadora particular em seu encalço e descobriram que ele escrevia cartas e as enviava pelo correio. Os destinatários? O amor, o tempo e a morte. Buscando tirar Howard da letargia, os três amigos lançaram mão de atores que fariam os papéis de amor, morte e tempo para o procurarem. O que veremos a seguir é uma interação de todas essas pessoas se ajudando numa espécie de grande rede de solidariedade, onde reside a tal da beleza oculta.
O primeiro fator que chama a atenção nesse filme é o elenco. Will Smith, Edward Norton, Kate Winslet, acompanhados ainda de Keira Knightley, Helen Mirren e Naomi Harris. Poucas vezes pudemos presenciar um baita elenco com tantos atores conhecidos num filme. Isso faz com que a gente possa desfrutar do talento de tantos artistas de que gostamos. Esse é o filme por excelência dentre aqueles que a gente vai para ver o ator que admiramos. E, para usar um elenco tão querido, a história precisa ser boa. E muito boa, sendo que foi exatamente isso o que aconteceu. Toda a questão envolvendo Howard fez com que as pessoas pudessem compartilhar seus problemas e ajudarem-se umas às outras.
Foi também uma película de muita discussão filosófica, onde tivemos a oportunidade de presenciar o tempo, o amor e a morte como personagens, como esses três personagens podem influenciar nossas vidas e como lidamos com isso. Mas, acima de tudo, esse é um filme que fala de perdão. Às vezes, é mais fácil culpar e descarregar toda a sua mágoa e revolta contra aqueles que, numa atitude desesperada e impensada, te prejudicam. Mas, muito mais difícil é passar por cima de tudo isso e perdoar, com o objetivo de se fazer um recomeço. Com o objetivo de se deixar toda uma destruição para trás e dar um novo rumo à sua vida depois do abalo de uma tragédia.
Enfim, “Beleza Oculta” consegue mexer muito com a gente. Um filme que fala de solidariedade e perdão. Um filme que deixa notório que no fim das contas, os humanos tem apenas a si mesmos e está na essência da humanidade a capacidade de você ajudar seu próximo. Um filme fundamental, para ver, ter e guardar.