Batata Literária – Caos 2

Eles gritam!

Como gritam!

E se agridem!

Como agridem!

O que podemos fazer?

Chamar um no canto?

Conversar no pé do ouvido…

E aconselhar…

Será que vão escutar?

Vejo uma juventude

A se anular…

A se acabar…

A se extinguir…

E assim, o mundo cai…

Energias desperdiçadas

Vidas eliminadas…

Sonhos que nem existiram

Será, mesmo, a ignorância uma bênção?

Você sofre e nem percebe!

O pouco que saber esquece…

O nacionalismo perece

E lá vem a cultura da violência

Animalismo em imanência

Em cruz, feito penitência…

Contra o mundo, não estão preparados…

Em pouco tempo, estarão liquidados

Cairão nas engrenagens da exploração

Ou, numa cova rasa, em breve acabarão…

Não consigo deter essa vil onda

Ela é mais forte do que eu

Explode em cima de mim como bomba

Pior do que o destino de Prometeu

As linhas da poesia acabam em vermelho sangue

O aluno mexe na minha mesa enquanto escrevo

Pernas pantanosas no mangue

É o que sinto no meu calvário longevo…

Tudo irá se acabar

Espero não aqui estar mais…

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Batata Literária – Labirinto

Não sei onde estou

Não sei para onde vou

Não sei se volto

Não sei se paro

Não sei se acordo

E explodo a parede

Que me cerca

Que me oprime

E me leva a falsos caminhos

Caminhos sem saída

Aí, eu volto de novo

E tento de novo

Falho mais uma vez

Para lá e para cá

Norte, Sul, Leste, Oeste

Cadê o fim da linha?

Cadê a entrada?

Sento e espero o Minotauro?

Quem sabe Teseu não vem?

Com seu novelo de lã?

Indicando a saída?

Maldito jugo cretense!

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Batata Literária – Chocolate

Ele surgiu lá na tribo ancestral

Dos antepassados mexicanos

Era misturado com pimenta

Como ardia!

Aí, vieram os espanhóis

E botaram leite

Fica mais docinho assim

Depois, tomou muitos formatos

Meio amargo…

Diet…

Ao leite…

Com flocos de arroz…

Com caramelo…

Em bolo…

Mousse (Huum!)

Achocolatado, para beber…

Em biscoito…

E tome endorfina…

Estou drogado

Embriagado…

Tem gente que gosta dele branco…

Mas o melhor diamante é negro…

Certo, Garoto?

Me afogo em Lacta

A sua versão em pó

Faz um monte de coisas

Mas o melhor deles

Vem lá da Suíça

Milkando Alpes abaixo

Do leite das vaquinhas rosadas

Gostoso, Nes?

Meu lábio estala tlé!!!

Gosto deles todos!

Só não suporto

Quando vem com amendoim

É muito Charge para mim…

Mas a minha cachaça,

Quando me falta, fico aflito

É o porre do meu favorito

É o porre do meu Chokito…

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Batata Literária – Lágrima

É tão pequena…

Vinda de algo tão grande

Uma explosão de dor

Uma profunda tristeza

A gargalhada incontida

O laço de ternura

O cisco que machuca o olho

O descascar da cebola

O talento do ator

A indignação perante a injustiça

A manifestação artificial do colírio

A decepção do amor

A conjuntivite melada

A pena

A perda no velório

A descoberta do fim da vida

O desgosto com a ingratidão

O medo

Mas em alguns, ela já secou

Não sentem mais nada

Nada…

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Batata Literária – Chuva

Começa com uma gotinha

Depois outra

E mais outra

E mais outra

E o aguaceiro está formado

Elas se depositam nas poças das ruas

Prontas para serem esguichadas em nós

Por motoristas incautos e safados

Ou se depositam delicadamente

Nas folhas das árvores

Transparentes, doces

Refletindo todo o mundo

Num agregado de moléculas de água

Algumas ainda não vieram

Estão lá no céu

Em meio ao azul esbranquiçado

Mas quando são muitas delas

O firmamento se fecha em trevas

Cruas e frias como a noite

Que te desampara

Elas podem vir leves

Quase flutuando à nossa frente

Ou cair pesadas, rápidas e fortes

A ponto de nos machucar

Quando a natureza faz das suas

Elas vêm sólidas, espinhosas

E aí, você precisa sair correndo

O sábio ancestral dizia

Que a água é a essência da vida

Mas é muito curioso perceber

Quantas vidas a água pode tomar

Se uma enchente ela vai provocar

Essa é a chuva

De muitas formas

De muitas caras

Brinca com a vida

Mas também com a morte

E nada podemos fazer

Sempre estamos à mercê dela

Até que encontremos a próxima marquise

Ou não tenhamos esquecido o guarda-chuva…

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Batata Literária – Frutas

O ancestral poeta dizia

Que a fruta apodrecia

Mas prefiro elas no pé

Ao alcance de quem quer

Mosquinhas na banana

Formiga na jabuticaba

A natureza não me engana

Um dia a fruta acaba

Pois ela vai ficar envenenada

Pelo pesticida proibido

Liberado por lei danada

Matando aos poucos o indivíduo

Mas os vegetais não eram saudáveis?

Consumi-los em atitudes louváveis

Para garantir a saúde das gentes

E, agora vem o câncer

Tornando os naturebas penitentes

Agronegócios, agronegócios

Apoiados por beócios

Vou comer, então, uma batata frita

Mas ela também está contaminada

Minha alma fica aflita

E aí não sobra mais nada

Onde é que isso vai parar?

Será que não sobrará mais nada a alimentar?

Cada dia que passa, mais medo sinto

Frutas intoxicadas, e pensam que minto

Só que o gostinho químico está lá

A nos circundar com a sombra da morte

E ninguém poderá se queixar

Se no futuro houver falta de sorte

E o indivíduo o cataclisma sondar

Tudo pelo lucro, nada pela vida

Falta pouco tempo agora

A essência se esvai, combalida

E não adianta a ajuda do que ora

E as frutas lá, intactas

Não apodrecem mais

Pois ceifam tudo à sua volta

Envoltas em venenos mortais

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Batata Literária – Caos

Grita daqui

Grita de lá

Farofa por ali

Farofa por acolá

Olha a feira!

Gooool!

É nóix!

É quatro por cinco!

Quer um morango?

Olha a banana!

Zás-trás!

Plunct, plact, zuuum!

Olha o pai da moça!

Vamos dançar a quadrilha!

Osquindô, osquindô!

Ziriguidum!

Ilariê!

Tem promoção hoje!

Ô louco, meu!

Avanti!

Rá!

Craw!

Crew!

Krill!

Kiwi!

Interjeições!

Exclamações!

Camaleões!

Bobões!

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