Oh, Deus, eu tenho medo!
Muito medo!
Sinto o perigo me espreitando!
A adrenalina me desesperando!
Não é um sentimento fugaz,
jamais tenho paz!
O pavor faz parte da minha vida
e a insegurança por mim é sentida.
Por que todo esse terror?
Não sei, é a minha dor!
Às vezes, acho que vejo demais.
Mas logo volto aos meus sentimentos banais.
Minha coragem está estagnada.
Minha impetuosidade desligada.
A sensação mais forte
é o frio na espinha sem sorte.
Já pensei em lutar contra isso
mas rapidamente desisto sem aviso.
Pois sinto que esse medo faz parte de mim
e tirá-lo agora não dá mais assim.
Na verdade, ele é meu parceiro inseparável.
Viver sem esse calafrio é algo refutável.
Aliás, como poderei sem esse estado justificar
o papel de vítima que quero aparentar?
Por isso, abraço o pavor.
Ele é o meu guia, o meu mentor.
Nada mais me importa
se meu coração não palpita nem emborca.
Isso já está no meu sangue.
Não é um sentimento estanque.
Portanto, só há uma grande verdade:
sou um tremendo de um covarde!