Dia desses, estava xeretando no Youtube em meu celular e encontrei aberturas de séries das décadas de 70 e 80. Pude rever coisas que estavam bem lá adormecidas em meu cérebro, como as séries “Duro na Queda”, “O Homem de Seis Milhôes de Dólares” (ambas estreladas por Lee Majors), “Carro Comando” (protagonizada por William Shatner em versão policial), “SWAT” e muitas outras. Qual não foi a minha alegria ao encontrar o piloto (sem trocadilhos) da série “Moto Laser” (Street Hawk), que passava nas tardes de domingo da Globo, quando Fausto Silva ainda estava nas madrugadas com seu “Perdidos na Noite” e não havia monopolizado nosso fim de semana na TV? Essa era uma série que seguia um pouco uma tendência que a gente via muito lá na década de 80: a de grandes máquinas como personagens e protagonistas. Isso começou, obviamente, com a “Super Máquina”, o carrão preto que falava do Michael Knight (K.I.T.T), mas a coisa não parou por aí. A gente via na Globo, por exemplo, os Helicópteros Trovão Azul e Águia de Fogo.
E aí, chegou a vez da motocicleta dar o ar de sua graça. “Moto Laser” é de 1985 e passava na tv em 1986. Teve só uma temporada de treze episódios, num formato meio que parecido no que a gente vê no streaming hoje em dia, provavelmente por não ter ido muito à frente na época. Era uma série bem simplezinha, parecia ter um orçamento um tanto reduzido. Mas ela era extremamente sedutora e creio que a trilha sonora da série, com um sintetizador bem irado, ajudava muito nisso.
Mas, no que consistia a história? Um projeto ultrassecreto do governo, encabeçado por Norman Tuttle (interpretado por Joe Regalbuto) tinha uma motocicleta experimental que era uma verdadeira arma de combate. Ela parecia ter vários equipamentos modernos, mas apenas alguns eram citados: o superimpulso, onde a moto podia atingir uma velocidade de até 500km/h, um sistema de frenagem com poderosos flaps que paravam a motocicleta praticamente de forma instantânea, e um dispositivo laser que lançava uns raiozinhos bem destrutivos. O capacete ainda tinha potentes lentes zoom e um velocímetro virtual na viseira.
Hoje parece pouco e bobo, mas naqueles idos de 1986, a coisa parecia ser uma baita de uma sensação. O sonho de Norman era o de que uma motocicleta dessas estivesse disponível em cada delegacia. Mas o protótipo deveria ser testado antes em situações reais de conflito. Para pilotar a motocicleta, era necessário alguém muito arrojado. Foi escolhido o policial Jesse Mach (interpretado por Rex Smith), um cara que gostava de fazer acrobacias com a motocicleta da polícia nas horas vagas e descolar um troco com os colegas vencendo apostas onde ele mostrava como era um cara muito audacioso sobre duas rodas.
Num primeiro momento, Jesse não deu muita ideia para a proposta de Norman, mas depois que um amigo seu foi assassinado (curiosamente interpretado por Robert Beltran, o Chakotay de “Jornada nas Estrelas, Voyager”), o policial se interessou pelo projeto, já que ele não mais podia pilotar, pois foi atropelado pelo assassino de seu colega e só o voltaria a fazer se implantasse em seu joelho uma prótese de última geração que somente teria se entrasse no projeto Moto Laser. E aí, Jesse começará a lutar contra o crime, sempre tendo Norman como seu apoio na retaguarda. Uma outra curiosidade aqui é a de que o vilão do piloto da série, justamente o cara que atropelou Jesse e matou seu amigo é, ninguém mais, ninguém menos que Christopher Lloyd, que dispensa apresentações.
Assim, “Moto Laser” é mais uma daquelas séries de tv lá do fundo do baú que ninguém mais fala hoje, mas teve sua época. Vale a pena garimpar no Youtube como curiosidade. E não deixem de assistir ao piloto da série logo abaixo.