Batata Literária – A Agonia do Poeta Tímido

Hoje vou falar de um tema muito líquido

Que é a agonia do poeta tímido

O coitado usa o papel para expressar

Tudo aquilo que ele não consegue falar

Desde o sofrimento de uma paixão reprimida

Até o desconforto de não saber encarar a vida

Por isso, ele escreve sem parar

Mergulhando nas letras até se afogar

 

Esse poeta, além de não ter bom erário

Ainda vive todo solitário

Vaga pela cidade tal como um zumbi

Perambulando pelas ruas aqui e ali

Olha a beleza das moças por toda a parte

Mas não consegue usar sua arte

Para se aproximar delas

Só consegue viver com suas mazelas

 

Em meio a todo esse destempero

O pobre poeta entra em desespero

Ao constatar, de forma fatal

Que um dia a vida acabará, afinal

Ele não consegue aproveitá-la

E, no dia em que sua essência deixá-la

Virá a dor do arrependimento

Que ele levará para o além em novo tormento

 

Às vezes, o condenado se pergunta:

Por que tanto medo?

Por que você não se ajunta?

Por que tanto excesso de zelo?

Porém, não sabe as respostas

Só lamenta situações impostas

As situações da grandiosa timidez

Que vão ferrá-lo todo, de uma vez