Saco!
Saco! Saco! Saco! Saco!
Minhas férias acabaram!
Vai começar tudo de novo!
Eu, bem afogado num mar de lamúrias!
Cercado de visões espúrias!
Pessoas mal educadas às centúrias!
Estava tão legal eu viver em meu ovo!
Mas não tem jeito
Férias duram somente um mês
E passam rápido, de uma vez
Agora vem o longo ano de trabalho
Onde o penitente carrega seu calvário
Ônibus para lá, van para cá,
E sua vida por um fio a se assustar
Viver dessa forma, assim não dá
Por que o emprego tem que ter tanto stress?
Por que reduzir o seu cérebro a pedaços de filés?
A dor da pressão psicológica
Provoca em sua cabeça miséria patológica
Você se torna um prisioneiro de si mesmo
Cercado de demônios a te atormentar
Você quer atirar neles a esmo
Mas tu sabes que deles não vai se livrar
Caramba! Ainda faltam três décadas para eu me aposentar!
Com certeza, não estarei vivo até lá!
Então, por que eu me enveneno nesta balada letal?
É que eu preciso do vil metal
Para pagar as contas da casa
E assim, as venalidades cortam minha asa
Feitas da liberdade de um sonhador
E me resta apenas, em meu dia-a-dia, muita dor!