Mais um curioso episódio de “Jornada nas Estrelas Voyager”. “Relatividade” é mais um daqueles episódios que usam a temática da viagem no tempo. Alguns fãs de ficção científica já se sentem saturados com tal assunto. Entretanto, outros fãs acham que a viagem no tempo ainda dá bastante caldo. Confesso que eu me enquadro nessa segunda categoria. Mas a grande verdade é que aqui já se faz alguma troça com essa saturação de episódios de viagem no tempo.
No que consiste a história? O episódio começa com o dia em que Janeway começa o seu primeiro dia de comando na Voyager. Entre os tripulantes, temos Sete de Nove escondida. Por que isso acontece? A borg foi contatada pela nave Relatividade, do século XXIX, que tem a missão de evitar a explosão da Voyager no século XXIV, provocada por uma bomba instalada na nave. O problema é que os tripulantes da Relatividade não conseguem precisar quando e onde a bomba foi instalada. Os sensores visuais de Sete de Nove ajudarão nisso, assim ela foi chamada para evitar a explosão. O problema é que nem tudo sai como o planejado e Sete de Nove é obrigada a fazer vários saltos temporais, sendo que pode morrer depois do quarto salto. A coisa piora quando Janeway descobre uma Sete de Nove fora de fase e, principalmente, quando se descobre o verdadeiro culpado de ter implantado a bomba: ao invés dos suspeitos kazons, fora o próprio capitão da nave Relatividade, Braxton, pois no futuro posterior a convocação de Sete de Nove pela Relatividade, a carreira de Braxton sofrerá uma tremenda reviravolta que o colocará no ostracismo e ele colocará a culpa em Janeway, pois a Voyager se intrometeu na linha temporal várias vezes e era Braxton que resolvia os paradoxos temporais provocados pela Voyager. Numa dessas situações, ele ficou confinado vários anos na cultura bárbara do século XX. Assim, o Braxton do futuro “pirou na batatinha” e provocou todo esse problema que bagunçou a linha temporal de vez, já que os sucessivos saltos levaram a uma série de paradoxos. Chega uma hora em que o pessoal da Relatividade pede para Janeway dar alguns saltos para resolver os paradoxos, mas a coisa está tão enrolada (e eu também não irei reproduzir aqui), que a própria Janeway pede que não se explique mais nada e diga objetivamente o que tem que se fazer para consertar os paradoxos, levando um episódio relativamente sério ao tom de galhofa. Ainda sobrou um “pito” para a Janeway do Primeiro Oficial da Relatividade ao final. Ele disse que, apesar da loucura de Braxton, ele tinha razão em uma coisa: a Voyager realmente bagunça muito a linha temporal… então, capitã, dá uma paradinha nisso, tá legal? Ah, e não podemos nos esquecer da Primeira Diretriz Temporal: não conte a ninguém o que você viu em suas viagens no tempo… aí me lembrei do segundo filme do Homem Aranha do Tobey Maguire, quando, no trem, os garotinhos devolvem a máscara para Peter Parker e dizem: ” não vamos contar a ninguém”. Ou seja, do jeito como ficou, essa Primeira Diretriz Temporal ficou meio bobinha…
Bom, apesar das piadinhas com paradoxos temporais mais ao final, uma coisa a gente tem que mencionar: o episódio tem um plot twist interessante, que é a culpabilidade do capitão Braxton, e essa reviravolta acontece justamente por causa dos paradoxos temporais. Ou seja, já começamos o episódio dentro de um paradoxo temporal e não percebemos. Outra curiosidade é que a quantidade de saltos é tão grande e confusa que temos às vezes mais de uma Sete de Nove numa mesma época, o que faz a gente se recordar de “De Volta Para o Futuro 2”, que também brincava, com muito mais humor, com os paradoxos.
Assim, “Relatividade” é mais um bom episódio de “Jornada nas Estrelas Voyager” sobre viagens no tempo, embora esse aqui faça piadas com a saturação provocada pelo excesso de uso de tal temática. Não deixa de ser uma pequena curiosidade a ser mencionada aqui.