Vamos agora fazer a pior das viagens
A viagem às entranhas do ódio
Ninguém quer começar tal tortura
Mas todo mundo cai de cabeça, num sopetão
É só aparecer uma ocasião
O ser humano é uma máquina de amar
Mas, mais do que isso, ele sabe odiar
E, quando começa, não consegue mais parar
Por que o homem tanto odeia?
É mais fácil odiar?
É mais fácil destruir?
Essa é uma doença que tanto permeia
O cérebro do homem que se deixa levar
O homem, que o ódio deixa consumir
Senhoras e senhores, a viagem terá grossas turbulências
Provocadas por muita raiva e todas as suas maledicências!
Mas, quem sofre mais nessa história?
Aquele que odeia ou aquele que é odiado?
No fim das contas, ódio não traz vantagem ilusória!
O melhor remédio, talvez, é ser perdoado
Mas o perdão requer muita coragem
Principalmente se você é a vítima de grande sacanagem!
É muito fácil sentir raiva, a tudo detestar
Difícil mesmo, é saber relevar
Essa viagem, num limbo te coloca
Rios de tristeza, soluços em compota
Busquemos sair dessa alma de piche
Cheia de caprichos e muito fetiche
Livremo-nos dos oceanos de rancor
Que provocam em nós profunda dor
Vamos voar por Universos mais amplos
Para aproveitarmos melhor o que nos resta de anos