Primeiro, uma luz
Frio, dor, choro…
E logo, algo quente e gostoso
Não me lembro o que aconteceu logo depois
Só palavras vagas, com muito carinho
Depois, as brincadeiras
As primeiras sensações
Risos do fundo do corredor e sofás destruídos
Aí, veio a mudança
A rua de barro ficava para trás
Agora, era o apartamento e a praia
Tinha o tal do cinema, também
O macaco gigante e naves espaciais
Destruindo a Estrela da Morte
As saídas às escondidas
E o medo do retorno
Mas aí, viria a tal da escola
A obrigação batendo à porta
A descoberta das letras
A descoberta, pelo amigo, da História
E as professoras afetuosas
Tias sem fazer parte da família
Era, ao mesmo tempo, chato e legal
A liberdade imediata restrita
Em busca de uma liberdade maior no futuro…
Os estudos continuavam
Ginásio, outra escola, de frente para o mar
Mas eu só via as pastilhas da parede do prédio
As paixões começavam a ficar mais ardentes
Só que a timidez sempre estragava tudo
E assim foi no Segundo Grau
Outra escola, mais paixões
Só o conhecimento aplacava minhas tensões
Veio as Universidades!
Muitos anos! Muitos anos!
Um nível mais alto!
Perdido e decepcionado!
Mas, pouco a pouco, enquadrado!
Saio de uma, vem a pós-graduação…
Anos de agonia, mas de conquista
E volto para uma segunda graduação
Lá, muito aproveitei
E, volta e meia, também chorei…
Ilusão com as pessoas
Que, às vezes, são muito bobas…
E sofrem, também…
Ah! Que eu saia disso!
No fim, a mãe doente
Prenúncio de uma violenta torrente
Veio mais alguma decepção
Mas veio uma pessoa
Que me ensinou a direção
Tomei de vez as rédeas da vida
E fiz a mim mesmo
Hoje, tento levar o que sei
A quem ainda começa
Poucos entendem o motivo
E se entediam à beça…
Pelo menos, o cinema voltou…
E, minha vida, mais uma vez motivou…
Sigo adiante até não haver mais doravante…