Olha os tijolos
Cheios de olhos
Formando muros corpóreos
Vermelhos, Faceiros
Sem rebocos costumeiros
Ornando a paisagem
De favelas em desvantagem
Símbolo da sacanagem
Da miséria mortal
Protege do vento vagal
Do frio arremedo
Do inverno brejeiro
No seu pé úmido
Nasce mato matreiro
Junto a musgo único
Que amarga decadência!
Forte na aparência!
Profunda na essência!
Levando à demência!
Volta e meia, à sua beira
Há um corpo moribundo
Vítima da violência
Das entranhas do mundo
Cadê o rabecão???
Só daqui a dois dias
É o mundo cão
E as vidas vadias
Não adianta rezar na missa
Tem que encarar a injustiça