Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 09), Terra Firme, Parte 1. De Volta Ao Universo Espelho.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 9 Review: Terra Firma, Part 1 | News  Break
Uma Georgiou surtadaça…

O nono episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, Terra Firme, será dividido em duas partes e traz de volta à série uma fórmula que vimos na primeira temporada, que é o Universo Espelho. Confesso que gostei daquela sequência de episódios referentes ao Universo Espelho na primeira temporada e vejo com bons olhos que ela tenha retornado agora, pois traz alguma coisa de diferente para essa terceira temporada, que teve episódios muito repetitivos. Pode-se até dizer que a coisa destoou muito da história principal, que é a Combustão e suas causas. Mas a situação de Georgiou tinha que ser elucidada e isso começou a ser feito nesse episódio. Para podermos fazer uma análise mais aprofundada, precisaremos dos spoilers de sempre. O episódio foi escrito por Bo Yeon Kim, Erika Lippoldt e Alan McElroy.

O episódio começa com Culber conversando com Kovich (o personagem de David Cronenberg) sobre a doença de Georgiou. Kovich fala de um tenente-comandante de nome Yor, falecido, pois era um soldado do tempo da época da Guerra Temporal. Ele morreu pois fez muitas viagens no tempo, o que deteriorou suas moléculas, que estão acostumadas a viver em sua época original. O mesmo acontece com Georgiou, que ainda tem o agravante de ser de outro Universo. Culber pede uma solução para o problema de Georgiou ao computador, que diz que há uma. Enquanto isso, Georgiou procura pegar uma taça de vinho, mas sua mão se “esfarela” ao se aproximar da taça. Tilly se aproxima para falar com Georgiou e ela começa a disparar aquelas falas insuportáveis que vimos nos últimos episódios. Tilly oferece ajuda a Georgiou em virtude dos problemas que ela passa com sua mão. Georgiou então diz que sua mão está bem e atira um prato de comida na roupa de Tilly que fica toda suja (obviamente, ela não será presa, pois em Discovery, violar a hierarquia militar não significa nada e você pode jogar um prato de comida em sua Primeira Oficial numa boa). Burnham intervém para dizer que Culber quer conversar com Georgiou. O Doutor diz que a cura, segundo a esfera, está num determinado planeta. Seria mais uma vez os dados da esfera ajudando a tripulação da Discovery. Saru se opõe a levar Georgiou ao planeta, pois a Corrente Esmeralda faz exercícios militares próximos a alguns planetas. Mas Vence decide que a Discovery está autorizada a ir. Vence ainda pergunta se Michael está disposta a deixar Georgiou ir, já que as chances de vida dela são mínimas e, na segunda temporada, ela colocou muito em jogo ao não querer deixar Airiam morrer. Burnham diz que não vai repetir esse erro de novo. Todos são dispensados e Vence conversa com Saru em particular, dizendo que quando um tripulante se afoga, você não deve deixar que isso aconteça, pois sua tripulação não o verá mais do mesmo jeito, assim como você próprio não se olhará mais do mesmo jeito. Saru agradece o conselho.

Star Trek: Discovery Tries to Fix Georgiou In New Photos
Culber acha uma possível salvação para Philippa…

Georgiou, estressada como ela só, não gosta da ideia de ir a um planeta e está na academia da Discovery dando uns soquinhos. Burnham vai falar com ela, mas Philippa está mais estressada que o normal, e tenta dar umas porradas em Burnham, que se esquiva dos ataques. E diz a Georgiou que essa atitude de querer dar umas porradas é a saída do covarde. Burnham diz que não machucaria Georgiou, que dá um tapão na cara de Burnham. Philippa diz que a Burnham do Universo Espelho a teria matado de uma forma honrosa. E Burnham diz que isso não vai acontecer nesse Universo. Georgiou diz que Burnham não é muito diferente da Burnham do Universo Espelho. As duas têm a mesma necessidade de curvar as pessoas à sua vontade. A única diferença é que Burnham mente sobre isso para si mesma. No final das contas, Georgiou aceita ir, dizendo para o “Anjo Michael” a levá-la para a sua morte. Burnham bota no pulso de Georgiou uma espécie de monitor que lê suas funções vitais, não podendo ficar no vermelho, ou a vida de Georgiou ficará por um fio.

Ao chegarem ao planeta, Georgiou e Burnham, antes de descer à superfície, recebem a visita de Saru e Tilly, que se despedem amistosamente de Georgiou. Tilly, pasmem, chega a abraçar Georgiou. E isso depois de Georgiou humilhar sistematicamente os dois por episódios e episódios. Sei que tanto Saru quanto Tilly tomaram a atitude certa de não demonstrar rancor com Georgiou, mas a coisa não precisava ser tão humilhante. As duas chegam à superfície do planeta, muito gelado. Burnham abre sua holografia e vê a direção em que precisam ir.

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Uma afetuosidade exagerada…

Na Engenharia, Adira tem problemas para fazer o algoritmo e Stamets acha os problemas que impedem a realização do algoritmo e acha que a moça (ou eles, sei lá) está esgotada mentalmente de tanto trabalhar. Stamets ainda acha que Adira sente falta do namoradinho do cabelo azul. Ela diz que não e Stamets acha que o namoradinho está dando um tempo para Adira poder interagir mais com as pessoas. Mas ela não concorda com esse procedimento. O algoritmo termina de funcionar e Stamets percebe que há algo de novo ali sobre a Combustão. Ele pede que Adira chame Saru.

Book vai falar com Saru e diz que quer ajudar, que tem informações sobre a Corrente Esmeralda. Saru, desdenhando de uma informação que pode ser valiosa, diz que tudo deve ser feito ao seu tempo.  Ou seja, uma pequena fala para o personagem de Book aparecer no episódio que, a princípio, ficou muito solta. Espero que na segunda parte do episódio essa participação do Book tenha alguma razão de ser.

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Achando uma mensagem…

No planeta, Burnham e Georgiou chegam onde a holografia indicou e encontram um velhinho sentado num banco lendo um jornal e uma porta. A manchete do jornal fala que Georgiou tem uma morte dolorosa. O velhinho, cheio das metáforas, diz que Georgiou deve atravessar a porta, que é uma espécie de portal (eu particularmente gostei dessa parte meio doida do episódio, pois as duas, bem dentro do espírito imediatista millenium, queriam respostas rápidas para resolver o problema de Philippa, mas o velhinho meio que usou e abusou das metáforas, deixando as duas um tanto confusas). Georgiou decide atravessar o portal, pois vê aí a chance que o computador apontou. Burnham não quer que ela atravesse e Georgiou fala para Michael saber quando tem que calar a boca. E atravessa o portal.

Na Discovery, Saru vê os dados que Stamets e Adira conseguiram, que é uma mensagem de uma kelpiana que diz que a Dra. Issa da nave Khi’eth, dizendo que está presa e, seis meses antes, uma outra nave estava a caminho para resgate. A mensagem, segundo Stamets, tem mais de cem anos, de alguns anos antes da Combustão. Tilly diz que eles estavam investigando uma região de dilítio dentro da nebulosa de Verudin. A nave Khi’eth ainda transmite o sinal de socorro. Saru pede que investiguem sinais do interior da nave.

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Um planeta gelado…

Ao atravessar o portal, Georgiou está de volta ao Universo Espelho e é recepcionada por Killy, a versão maligna de Tilly. Conversando um pouquinho com Killy, Georgiou percebe que está no dia em que Lorca a traiu. E a Burnham do Universo Espelho também está de conluio com Lorca para matar Georgiou. As duas irão se encontrar e Georgiou, até porque passou tanto tempo em outro Universo, estranha as maldades de Burnham e a forma como os kelpianos são tratados. Georgiou consegue levar o Saru para seus aposentos e pergunta sobre um amigo dele, que está passando o vahar’ai, quando os kelpianos perdem os gânglios de medo e podem até ficar agressivos. Eles são mortos antes disso, sob a alegação de que ficarão loucos. Ela pergunta a Saru porque Michael a trai e ele diz que tanto Lorca quanto Michael temem que Georgiou tenha mudado e que tenha ficado fraca. Georgiou incumbe Saru de ser os olhos e ouvidos dela. Saru coloca o manto e a coroa em Georgiou e esta fica parecendo mais a Virgem Maria do que uma Imperatriz do Mal.

Numa cerimônia de homenagem à Imperatriz e à fundação da nave Charon, Georgiou discursa e Stamets faz menção de atacá-la com uma faca, mas Goergiou é mais rápida e o mata, também com uma faca. Michael fica surpresa e com cara de tacho. Georgiou fala de uma conspiração e que não vai permitir isso. Burnham faz uma salva de vida longa à Imperatriz e sai da cerimônia. Num dos corredores, Killy a espera e a sua traição é desmascarada, com Georgiou e muitos guardas armados em volta. Georgiou pede para Michael confessar sua traição para poupar sua vida. Michael diz que sempre ficou à sombra da Imperatriz, mas que Lorca a honra pelo que ela é (pareceu que ela ia chorar aqui). Ela confessa que traiu a “mãe” e pede que seja executada. Philippa pega uma espada e, na hora de cortar o pescoço de Michael, para a lâmina e diz que isso seria muito fácil, e sabe como a história termina, ou seja, as duas morrem. E diz que o futuro das duas ainda não está escrito, ordenando que Burnham seja levada para o agonizador. Killy dá uma pezada na testa de Burnham. Fim do episódio.

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Um velhinho metafórico e zoador…

O que podemos dizer do episódio “Terra Firme, Parte 1”? Em primeiro lugar, confesso que esse foi mais um episódio de que gostei, pois mais uma vez a Burnham do nosso Universo teve uma atuação mais periférica na história. Esse é um episódio de Philippa Georgiou, acima de tudo. A coisa parecia que ia começar de forma bem desagradável, pois Georgiou estava novamente com aquelas falas muito irritantes e estava estressada além da conta, chegando a jogar comida na Primeira Oficial mais submissa de toda a franquia e de partir para cima de Michael. Mas sua participação no episódio melhorou bastante quando ela estava em seu habitat natural, que é o Universo Espelho. É claro que um tempo no nosso Universo deu uma amolecida em Philippa, pois ela estranhou um pouco a maldade da Burnham espelho e salvou Saru da janta. Mas a não execução da Michael Espelho obviamente não foi uma amolecida da Imperatriz, pois ela precisa salvar a própria vida e reescrever seu futuro e manter a Michael Espelho viva tem alguma ligação com isso. Todo o núcleo do Universo Espelho chamou a atenção até por ser bem caricato. Carregou-se muito nas tintas da maldade das pessoas, com direito a muitas expressões diabólicas e lápis no olho para tornar as pessoas mais, digamos, fatais. Os ornamentos foram exagerados como a Coroa de Virgem Maria da Georgiou, mas eu vi a coisa de uma forma um tanto divertida e quebrou as repetições que a gente viu nos episódios anteriores. A Michael caricata do Universo Espelho foi bem mais interessante e tresloucada que a chatice da Michael de nosso Universo. Só lamento que a Michael do Universo Espelho também tenha ensaiado um choro na hora em que sua traição é descoberta. Aliás, falando em Michael, esse é um episódio em que nossa protagonista foi zoada mais uma vez. Um tapão na cara dado por Georgiou, um velhinho a zoando com um monte de metáforas, Georgiou mandando ela calar a boca, uma pezada na testa que sua versão do Universo Espelho tomou de Killy. Ou seja, Michael, seja nesse Universo, seja no Universo Espelho, passou por alguns maus bocados dessa vez. Já disse uma vez que isso é bom para a personagem, pois faz parte da sua construção ela nem sempre ser levada a sério.

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De volta ao Universo Espelho…

Houve uma pequena História B, onde mais um passo na elucidação da Combustão foi dado. Uma kelpiana entrou na história, onde a mesma estava na nave perdida na nebulosa Verudin. Infelizmente, isso não foi mais desenvolvido e só podemos dizer que a presença da kelpiana só aumentou ainda mais a vontade de Saru de buscar resolver esse mistério.

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Uma Michael tresloucada…

Dessa forma, “Terra Firme, Parte 1” é um episódio de Discovery que chama a atenção, pois ele traz de volta o Universo Espelho, bem carregado nas tintas, com um tom exagerado e caricato que ficou até divertido por ter saído demais de algumas fórmulas repetitivas que apareceram nos episódios anteriores. Foi um bom episódio para Georgiou, tivemos uma Michael Espelho caricata que mais chamou a atenção do que a Michael dos dreads e houve mais um pequeno avanço no mistério da Combustão. Só devemos nos lembrar de que esse episódio ainda não acabou e há uma segunda parte, onde o mistério em volta de Georgiou ainda precisa ser resolvido.

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Vixe…

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Georgiou mais uma vez com falas insuportáveis…

O oitavo episódio da terceira temporada de Discovery, “Santuário” finalmente trouxe algo de bom, depois dos episódios de medianos para ruins que vimos nas últimas semanas. Um conjunto de histórias fragmentadas sem a Burnham por perto parece ser uma boa receita para dar alguma qualidade à série. Para podermos analisar melhor esse episódio, vamos precisar de spoilers. O episódio foi escrito por Kenneth Lin e Brandon Schultz e dirigido por Jonathan Frakes.

Qual é o plot? O episódio até começou mal, pois vemos Georgiou sendo examinada por Culber, com a primeira falando aqueles amaldiçoados diálogos extremamente agressivos para o Doutor. O que salvou aqui é que Culber andava para o tom ameaçador de Georgiou e, usando argumentos lógicos, conseguiu fazer ela ser examinada de forma mais detalhada. Já Burnham anda pelo corredor e encontra Book. Este diz que precisa ir para seu planeta natal Kwejian, pois recebeu uma mensagem de seu irmão, que lida há quinze anos com Osyraa e a Corrente Esmeralda, mas não sabe o que está acontecendo. Book teme que Osyraa vai destruir o planeta. Burnham diz para levar o assunto ao Almirante Vence e, na conversa com ele, sabemos de mais detalhes. Book diz que a Combustão danificou o subespaço, alterando a órbita da lua de seu planeta natal, o que mudou as marés e gafanhotos marítimos saíram do mar, comendo as plantações do planeta, colocando a população sob fome. A Corrente Esmeralda surgiu e ofereceu um repelente que levou os gafanhotos de volta para o mar. Em troca, os orianos receberam tranceworms (as lacraias gigantes do primeiro episódio). Osyraa agora está de volta. Vence não parece surpreso e diz que a Corrente Esmeralda é especialista em violar a Primeira Diretriz, dando a civilizações pré-dobra algo que elas precisam para mantê-las em suas mãos e há cinquenta sistemas estelares na mesma situação, que devem entrar em colapso. Vence ainda alega que não tem naves suficientes para interceder nisso. E não vai arriscar o motor de esporos. Book diz que só precisa de transporte. Saru propõe que a Discovery viaje como “observadora”. Se Osyraa sentir a presença da Federação, ela pode buscar uma abordagem mais diplomática.  Vence autoriza a ida da Discovery, mas com muita cautela, com uma postura defensiva, com a nave saltando a qualquer indicação de perigo, pois Osyraa não será com certeza nada diplomática.

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Book. Problemas em seu planeta…

No ferro-velho da Corrente Esmeralda, o oriano sobrinho de Osyraa conversa com sua tia, que, apesar de Oriana, não tem qualquer sex-appeal (ela, inclusive, tem um nariz de batata igual ao de seu sobrinho). Osyraa fica revoltada com a fuga do andoriano Ryn. Ela transporta o sobrinho para uma cela bem comprida, onde surge uma lacraia gigante do planeta natal de Book que devora o sobrinho verde.

Depois de um diálogo bobinho entre Saru e sua Primeira Oficial Tilly, os dois vão à Engenharia para ver os resultados dos estudos de Stamets sobre os dados da Combustão e finalmente localizam o local onde a mesma ocorreu: uma nebulosa de nome Verubin. Adira diz que há um sinal vindo de dentro da nebulosa e é proposital, ou seja, está sendo enviado por alguém. As frequências do sinal estão em áudio e, dentro delas está a música tocada pelo namoradinho do cabelo azul de Adira e pela família do guardião da nave que contém sementes, que vimos no episódio “Morrer Tentando”. É também concluído que um sinal de socorro da Federação vem dessa nebulosa. Saru acredita que, nesse sinal de socorro pode vir alguma mensagem codificada. Stamets diz que a Adira pode escrever um algoritmo para decodificar essa mensagem. Mas a mocinha ficou triste quando Stamets se referiu a ela como ela. Ela quer ser chamada de eles, por causa de seus hospedeiros anteriores. Stamets, que quer ajudar Adira na sua aproximação com as pessoas, afetuosamente concorda.

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Gafanhotos marinhos…

Book e Burnham conversam sobre o irmão do primeiro, que não é biológico. Os dois irmãos romperam relações quando o irmão de Book começou a caçar lacraias gigantes para dar para a Corrente Esmeralda. E que, agora, a prioridade é seu planeta natal.

A Discovery salta para Kwejian depois de Saru falar um “Execute”, que pega todos de surpresa. É detectada uma nave armada chegando, embora ainda demore algum tempo para isso. É a nave Viridian, de Osyraa. Burnham e Book descem à superfície. A primeira tem ordens expressas de retornar à qualquer sinal de problemas.

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Uma vilã verde com nariz de batata…

Georgiou é submetida a novos exames enquanto Stamets e Adira fazem um duo de violoncelo e piano. Ela (ou eles) sente a presença do namoradinho do cabelo azul que, entretanto, não fala mais com ela. Stamets sugere que talvez ele precise de um espaço. Ryn vai conversar com Saru e Tilly, dizendo que precisa descer à superfície de Kwejian. Mas a nave da Corrente Esmeralda chega em quinze minutos e Burnham e Book estão dentro de uma área de segurança do planeta, que não permite transporte. Em Kwejian, Book e Burnham se deparam com os tais gafanhotos marítimos. E são rendidos pelos irmãos de Book. O irmão de Book se chama Kyheem, e é guardião do Santuário do planeta. Depois de umas trocas de hostilidades com Book, Kyheem diz que Osyraa quer o andoriano Ryn. Enquanto os dois irmãos trocam mais hostilidades (Book não se conforma em ver o irmão com ligações com a Corrente Esmeralda e Kyheem não tem outra escolha para salvar seu planeta dos gafanhotos, além de ficar chateado com Book que se mandou na hora de maior adversidade do planeta), a Viridian chega. Saru ordena que Burnham seja avisada para retornar à Discovery. Osyraa entra em contato e quer que a Discovery transporte Ryn para a sua nave. Mas Saru começa toda uma argumentação que Osyraa não aceita. Ela diz que a Federação não quer uma guerra com a Corrente Esmeralda e a Discovery tem cinco minutos para entregar o andoriano. Osyraa também entra em contato com Kyheem e diz que quer Book. Mas o irmão reluta em entregá-lo. Osyraa o ameaça, bombardeando o planeta para destruir as florestas (mais uma metáfora para os danos atuais ao meio ambiente, já vistos na série anteriormente). As defesas do planeta se enfraquecem. Na ponte da Discovery, Saru pergunta a Ryn por que ele é procurado por Osyraa e este só fala que não pode dizer. Saru ordena que as armas sejam preparadas, enquanto que Burnham e Book correm pela floresta para os sistemas de defesa do planeta, não podendo ser transportados para a Discovery e sem contato com a nave. Para não envolver a Federação no conflito, Tilly sugere o uso da nave de Book com Ryn, que conhece os pontos fracos do inimigo, e Detmer pilotando, para atacar a Viridian. A gatona mágoa pula no colo de Ryn que, como bom andoriano sensível, começa a gritar horrorizado. Detmer coloca os controles no manual e se diverte como se jogasse um videogame. No planeta, Burnham e Book saem na porrada com os capangas de Kyheem. Estamos no momento de ação do episódio, seja no solo, seja no espaço. Derrotados os capangas, chega a hora dos dois irmãos saírem no braço. Depois que Kyheem é rendido, Book diz que sabe que Osyraa quer ele, e que seu irmão sabia disso o tempo todo. Book tira a arma que Michael usa para render Kyheem e coloca nas mãos do irmão dizendo para ele entregá-lo para Osyraa. Mas o irmão cede e abaixa a arma.

Star Trek: Discovery Visits Book's Homeworld In New Photos From "The  Sanctuary"
Boa participação de Culber no episódio…

No exame de Georgiou, ela tem novamente a visão que atormenta e acorda, aos gritos. Fala uma coisa ofensiva para Culber e sai da Enfermaria.  Ela tenta acessar os dados de sua tomografia num console durante o alerta vermelho emitido por Saru, mas é surpreendida por Culber, que diz que Georgiou foi um risco para Michael e que eles devem achar um lugar mais calmo para conversar.

Com a Viridian danificada, Saru entra em contato com Osyraa e oferece ajuda. Mas a oriana não quer saber desse papo furado e ameaça a Discovery e a Federação. E tira a nave dali. Kyheem se desespera com o destino de fome de seu planeta, Burnham, como quase não participou do episódio, sugere que os irmãos, que são sensitivos (as testas deles acendem que nem uma árvore de natal), se unam para mandar uma mensagem para os gafanhotos voltarem ao mar, que será amplificada pela Discovery, o que acaba dando certo e levando os dois a fazerem as pazes.

Star Trek: Discovery - The Sanctuary
Dois irmãos, cada um com seu ponto de vista…

No refeitório, enquanto Detmer fala de suas proezas na nave de Book, Tilly conversa com Ryn. Este diz que quando era criança, que ouvia histórias ruins a respeito da Federação. Tilly retruca dizendo que isso não existe. Mas Ryn dá uma informação importante e diz que a Corrente Esmeralda está ficando sem dilítio e por isso Osyraa o quer de volta, já que Ryn era o único a saber que a Corrente está ficando sem dilítio. Mas, contando a Tilly, agora a Federação também sabe. Enquanto Book e seu irmão se despedem, Culber encontra Stamets na Engenharia (e como ficou a conversa com Georgiou?) com Adira dormindo. Eles falam sobre a moça que diz que está acordada. Imediatamente eles se referem a Adira o tempo todo como “eles”, o que desperta um sorriso “dela”, avisando que vai dormir. O episódio termina com Book dizendo a Michael que quer fazer o que a Federação fez por seu planeta a outros planetas e  Michael pegando duas ferramentas para consertar a nave de Book, avariada no ataque a Viridian (seria isso um alívio cômico se referindo à onipotência da Michael?).

O que podemos dizer do episódio “O Santuário”? Em primeiro lugar, confesso que fiquei surpreso com esse episódio, que gostei muito. Já fazia algum tempo que isso não acontecia, pois gostei somente dos dois primeiros episódios, achando os demais regulares ou até fracos. Mas o que fez esse episódio ser bom? Tivemos várias histórias. Uma História A passada no planeta natal de Book, que se focou mais no desentendimento entre Book e seu irmão, com a Michael sendo uma espectadora da trama, que pouco influenciava na história. Ou seja, a velha equação de que o episódio melhora quando a Michael deixa de ser a onipotente protagonista funcionou aqui mais uma vez. A briga entre os irmãos foi muito interessante, pois não houve um maniqueísmo na coisa. Cada um tinha sua dose de razão em seu ponto de vista. Se Book não se conformava em ver o irmão e a família aceitarem os ditames de um sindicato do crime, por outro lado Kyheem não tinha escolha, pois precisava da ajuda de Osyraa para o povo de seu planeta não morrer de fome, além do fato de Kyheem não aceitar que Book tenha ido embora justamente quando o planeta deles passava pelas maiores dificuldades. Falando em Osyraa, esta se revelou uma vilã bem interessante, fazendo o popular “feijão-com-arroz” não falando diálogos horrorosos como os escritos para Georgiou, que novamente deram o ar de sua (des)graça. Ainda, o episódio metaforizou a mensagem de preservação do meio ambiente, onde um planeta florestal foi atacado pelos impiedosos tiros da nave de Osyraa. E os gafanhotos foram para o mar porque quiseram e atenderam um pedido dos dois irmãos. Confesso que não sou contra essas metáforas, que já foram usadas exaustivamente em Jornada nas Estrelas (mais uma vez as baleias mandam lembranças). No mais, novamente tivemos uma História B altamente fragmentada em histórias menores, onde o foco ficou na tripulação da Discovery. O núcleo Culber/Georgiou ficou bom principalmente por Culber, que não se deixou dobrar pelas ameaças de Georgiou. Só ficou uma grande cara de furo de roteiro ver o Doutor indo ter uma conversa particular com Georgiou e, depois, ele estar com Stamets e Adira, sem presenciarmos o desfecho da conversa com Philippa. A dupla Ryn/Detmer também funcionou muito bem, embora um andoriano medroso ainda incomode um pouco. E o relacionamento entre Stamets e Adira deu um tom de delicadeza ao episódio, sem carregar nas tintas do melodrama.

Detmer & Ryn vs Osyraa's Ship - Star Trek Discovery 3x08 - YouTube
Momento “Star Wars” do episódio…

Com relação ao avanço no arco principal, a musiquinha estranha se associou a um pedido de socorro que vem da fonte da Combustão. E a falta de dilítio que a Corrente Esmeralda sofre é uma informação estratégica para os mocinhos se protegerem de um ataque de Osyraa que, espero, ainda apareça nessa temporada (que Discovery não estrague essa boa ideia).

STAR TREK: DISCOVERY Review: "The Sanctuary" • TrekCore.com
Revelando um segredo da Corrente Esmeralda…

Algumas coisas incomodaram. Além do já mencionado furo de roteiro com Culber e Georgiou, a ideia de isentar a Federação de um conflito usando a nave de Book para ataque não convenceu nem quem acredita em Papai Noel. E uma nave tão pequena provocar tantos danos à poderosa nave de Osyraa parece uma forçada de barra. Mas, depois que Poe Dameron peitou um destróier imperial com seu X-Wing, tudo parece possível. E, se me permitirem um exemplo histórico, pequenos e ágeis barcos gregos destruíram os grandes, poderosos, mas lentos barcos persas, perfurando os seus cascos na Baía de Salamina. E foi legal ver a Detmer brincando de videogame, desencanando um pouco de suas pirações.

Desta forma, apesar de um problema ou outro, “Santuário” é um bom episódio de Discovery, pois tem uma História A que não foca tanto em Burnham e uma História B fragmentada em várias histórias menores que abordam mais a tripulação da Discovery, um fator que melhora a qualidade do episódio quando usado. Esperemos que esse modelo seja seguido nos episódios restantes.

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Momento fofo do episódio…