Dando sequência à nossa análise dos filmes indicados ao Oscar, vamos falar hoje de uma produção que está na Disney +, intitulada “O Grande Ivan” e que concorre a estatueta de Melhores Efeitos Visuais. Para que a gente possa analisar essa película, vamos precisar dos spoilers de sempre.
Vemos aqui a história de Ivan, um gorila que é uma atração de um cirquinho de shopping, juntamente com outros animais. O dono do cirquinho era um sujeito chamado Mack (interpretado por Bryan Cranston), que via as suas atrações perderem o interesse da audiência à medida que deixavam de ser novidade, com Mack constantemente precisando se reinventar, sempre passando por problemas financeiros. Ele compra um filhote de elefante para ser uma nova atração. Mas Stella, a elefanta mais velha do circo, acaba morrendo e pede a Ivan que ele não deixe o filhotinho de elefante no cativeiro a sua vida inteira. Ivan vai então, com a ajuda de seu amigo vira lata Bob, libertar a bicharada do circo para uma nova vida de liberdade. Mas outros problemas surgiriam para atrapalhar esse plano.
O filme, por incrível que pareça, é baseado numa história real de um filhote de gorila que foi capturado na selva muito novo e que foi criado por uma família, até que o tamanho do gorila impossibilitou que ele ficasse na casa dos seus donos, parando no tal circo de shopping. O grande detalhe é que o gorila recebeu uma caixa de lápis de cera e papel e fez uns desenhos que as pessoas entenderam como uma vontade do gorila de voltar à natureza e à liberdade, desfraldando uma campanha para libertar o bicho que deu certo, com o gorila vivendo hoje numa espécie de reserva.
Os efeitos especiais lembram o “live action” que vimos na nova versão de “Rei Leão”, onde, com CGIs, vemos os animais conversando uns com os outros. Se em Rei Leão a coisa não deu muito certo, pois víamos animais selvagens como hienas e leões brigando, parecendo mais um daqueles documentários sanguinários de animais comendo uns aos outros no Discovery Channel, em “O Grande Ivan” a coisa ficou um pouco mais lúdica, com os animais mais calminhos e fofinhos. O filhotinho de elefante lembrou muito a doçura e a fofura do live action de “Dumbo”, por exemplo. O único animal que ainda expressava alguma agressividade e selvageria era o próprio Ivan, mas isso para fazer tipo na apresentação ao público, sendo um personagem muito calmo e sereno no resto do filme.
O filme tem um baita de um elenco. Vemos Cranston atuando na película, mas os animais digitalizados têm as vozes de astros como Sam Rockwell, Angelina Jolie, Danny DeVito e Hellen Mirren. É mais um daqueles filmes que tem como alvo o público infantil, ensinando as crianças (e os adultos) a não manter os animais em cativeiro, dando o direito à liberdade para eles. Uma coisa fofinha, engraçadinha e não vai além disso.
Dessa forma, “O Grande Ivan” é mais um filme que concorre ao Oscar, mas não creio que ele seja o favorito à estatueta de efeitos visuais, até porque a gente tem coisa mais interessante a ser vista nesse quesito em “O Céu da Meia Noite”. A história é engraçadinha, mas não empolga muito. Pelo menos os animais antropomorfizados são bem mais simpáticos que em “Rei Leão”.