Eu estava na praia
de areia branca infinita.
Além dos ovos de arraia,
tinha o azul do mar, de candura bonita.
Outros detalhes interessantes
nesta vasta marina
são as conchinhas, fulgurantes
cujas superfícies o branco ilumina.
É impressionante o universo de cores
que as conchinhas abrigam.
Todos os tons e matizes elas possuem sem pudores.
Grande variedade elas indicam.
Eu prefiro as negras,
pois do branco elas destoam.
Mas há as amarelas, transparentes, lilases e vermelhas
e o som do mar nelas ressoam.
Esses pedaços de calcário
refletem a vida no meu imaginário.
Pois abrigam seres vivos
e, agora, lentamente viram pó.
As muitas cores mostram a diversidade e seus mitos.
Espelhos de um passado que pode dar dó.
Finalmente, na minha inconsequente comparação,
assim como os humanos, vejo as conchinhas fitando as vagas em contemplação.
Todos esses pensamentos me vêm à mente
enquanto caminho à beira do oceano.
O vento úmido e salgado corta a minha fronte impiedosamente
com a agressividade do antigo Cirano.
Já as conchinhas permanecem sobre a areia
enquanto o horizonte o Sol permeia.
Logo, virá a noite e suas vias estreladas,
conchinhas no firmamento entronadas.