Batata Movies – Emma E As Cores Da Vida. Love Story Às Escuras.

Cartaz do Filme

Uma produção italiana. “Emma e as Cores da Vida” traz novamente uma madura Valeria Golino em um dos papéis de protagonista. Essa vai ser uma história de amor entre uma cega e um mulherengo, com todos os clichês do mundo que já conhecemos. Entretanto, a novidade aqui está no fato de que a cegueira de Emma (interpretada por Golino) é uma personagem a mais no filme. Teo (interpretado por |Adriano Giannini), o outro membro do casal, conhece Emma numa espécie de experiência sensorial numa exposição, onde pessoas cegas e não cegas se confinam num ambiente inteiramente às escuras e interagem.

Um carinha mulherengo…

Numa dessas coincidências da vida, Teo depois vai reconhecer Emma pela voz e descobre que a mulher é médica osteopata. Assim, Teo irá marcar uma consulta e irá jogar todo o seu poder de sedução na médica, que acaba sendo conquistada. Mas Teo já tem uma namorada que é bem ciumenta e, por sua natureza mulherenga, cria uma situação que, obviamente, será uma verdadeira bomba relógio. O filme até passa em brancas nuvens em boa parte de sua exibição, antes do conflito inevitável. Será nesse momento que a película mostra o que mais tem de valor, que é mostrar que o deficiente visual não tem uma vida completamente restrita e que o aguçamento dos outros sentidos consegue dar um controle parcial de sua vida e uma certa independência.

Uma médica cega…

Ou seja, o deficiente visual não deve ser visto com pena e sim como uma pessoa perfeitamente funcional com necessidades de inclusão. A personagem de Emma consegue trabalhar, consegue ter uma vida e perceber o mundo à sua volta. É claro que, no momento em que Emma descobre que Teo tem uma namorada, o problema da visão estereotipada dos deficientes visuais irá se aflorar, pois Emma acha que Teo somente está com ela mais por pena do que por amor. Mas o happy end muito clichê prova justamente o contrário.

Os dois começam um relacionamento…

É uma pena que o filme, apesar de abordar o mundo dos deficientes visuais, seja tão previsível. A coisa poderia ter sido um pouco mais elaborada, com o triângulo amoroso mais trabalhado (talvez uma união das duas amantes contra o mulherengo, por exemplo, criando situações cômicas e explorando ainda mais a questão da deficiência visual). De qualquer forma, a tentativa de se fazer um filme que alerte para o problema da inclusão é algo altamente produtivo, mesmo que seja muito clichê.

Tudo parece ir bem…

De qualquer forma, é muito bom rever Valeria Golino. Mesmo com uma certa idade, a atriz não perdeu seu poder de atração e sensualidade, com sua voz baixa, um pouco rouca e provocativa, assim como seu talento, que parece ter se aprimorado com o tempo. Ela é uma atriz que foge do estereótipo falastrão e agressivo atribuído aos italianos. É claro que no momento da traição houve a explosão emocional, mas mesmo assim Valeria fez com que Emma não perdesse sua ternura, candura e até uma certa fragilidade, o que aumenta a sensualidade da personagem. Típico filme onde a gente paga o ingresso para ver a atriz.

… mas a traição dói…

Assim, “Emma e as Cores da Vida” pode até ser um filme muito clichê, mas tem duas virtudes: a de alertar as pessoas para os problemas da inclusão dos deficientes visuais e a presença magnética de Valeria Golino, sempre muito bem vinda. Apesar de uma película mediana, vale a pena a conferida.