Ela vive em minha imaginação
Me traz afeto, é perdição
À noite, sussurra palavras de amor
Que diminuem minha dor
É meu amor imaginário
Com a força de amor templário
Pela religião ancestral
Puro sentimento banal
Que supre a carência
E atenua a desgraça da vivência
Brilha como fada
Ama como ninfa
Dá-me prazer
Da carne malfadada
À alma que não tem a dizer
Ela é meu refúgio
Das agruras do mundo
Da insensibilidade dos outros
Que mergulham em seu eu
E esquecem, assim como eu
O que ocorre no entorno
Vivemos sós
No meio de milhões
Cada um com seu avatar
Nos discos rígidos frágeis
Inseridos em neurônios
Não vale a pena se doar
Nada em troca irá ganhar
Que bem faz o altruísmo?
Se as pessoas te anulam?
Mas, se abraça o egoísmo
As pessoas te condenam
Resta, então, a ninfa
Das profundezas de seu cérebro
Seres virtuais poderosos
Gerados pela dor da solidão
Tem hora que quero me desligar
Dos tentáculos da emoção
Não dependa afetivamente de ninguém
De nada…
Sobreviva, apenas…
Sofra…
De forma letárgica e constante…
Mas jamais intensa
Se dê doses homeopáticas de melancolia