Batata Movies – Jedi Carioca

Fan films sempre são bem vindos, pois são feitos de fãs para fãs. Ainda mais quando o filme é justamente sobre um fã clube. O documentário “Jedi Carioca”, dirigido por Helvécio Parente, mostra a trajetória do Conselho Jedi do Rio de Janeiro, fã clube dos aficionados por “Guerra nas Estrelas”.

Helvécio Parente, o diretor

Produzido por Felipe Trotta e a produtora Escaravelho Filmes, esse documentário independente de uma hora e quarenta e sete minutos foi o resultado árduo de, em dois anos, reunir materiais como vídeos, fotos e entrevistas para conhecer a história do mais antigo fã clube de “Guerra nas Estrelas” do Brasil, que já tem 22 anos.

Felipe Trotta, o produtor

Tudo começou com um pequeno grupo de pessoas que era fissurado por “Guerra nas Estrelas”, mas não tinha com quem compartilhar e conversar sobre os filmes de George Lucas. Assim, houve uma das primeiras reuniões no Shopping Rio Sul, em Botafogo, ainda muito tímidas e com poucas pessoas.

Foto Histórica. O início do Conselho Jedi do Rio de Janeiro

O então pequeno fã clube, liderado por Brian Moura, tinha todas as restrições de comunicação na época, com uma internet ainda nascente. Mas a vontade de se encontrar para conversar sobre “Guerra nas Estrelas” com pessoas “da mesma tribo” era muito grande e, aos poucos, o pequeno grupo crescia, havendo os primeiros contatos com os fãs de São Paulo.

O incansável presidente do Conselho, Brian Moura

Viriam ainda as primeiras convenções Jedis em São Paulo, as primeiras reuniões no Rio de Janeiro em espaços maiores como o cinema Estação Botafogo, participações, às vezes um tanto inesperadamente esdrúxulas em programas de auditório de TV, toda a expectativa da volta de “Guerra nas Estrelas” com o Episódio 1, a organização dos Jedicons do Rio de Janeiro e a criação do Cineclube Sci-Fi.

Henrique Granado, há muuuito tempo atrás!!!

O documentário conta com vários depoimentos, como os do próprio Brian Moura, Henrique Granado, Alexandre Amaral, Roberta Manaá, Helvécio Parente, Priscila Queiroz, Tibério Velazquez, Marcelo Melo, dentre muitos outros, de fundadores do Conselho até as gerações mais novas de fãs, que fizeram a história desse simpático fã clube se desenvolver ao longo dos anos e crescer sempre em número de integrantes. A prova máxima disso são os créditos finais, onde os nomes dos integrantes do fã clube se estendem na tela por um bom tempo, com um número de pessoas muito maior do que os primeiros fãs de dezoito anos atrás.

Roberta Manaá passou como um cometa, deixando um rastro muito importante

A impressão que se tem é a de que o Conselho Jedi do Rio de Janeiro se transformou em uma grande família, onde sempre um novo membro é bem vindo e carinhosamente acolhido. Uma família que ainda cresce.

Alexandre Amaral deu o depoimento mais emocionado… Grande cara, grande coração!!!

É claro que nem sempre tudo são flores e é muito difícil organizar eventos para reunir os fãs. Assim, não podemos deixar de ressaltar como aqueles que estiveram à frente do Conselho e da organização de tais eventos sempre vão merecer nossa gratidão por dedicarem uma boa parte do tempo de suas vidas pelo simples prazer de reunir a galera que ama “Guerra nas Estrelas” e outros produtos culturais que são considerados hoje das tribos pop, geek e nerd.

Priscila Queiroz, que também teve grande importância

Nestes encontros, novos amigos são feitos, as pessoas se encontram para discutir e debater temas que gostam, há muita diversão e celebração. A existência de um grupo que faz tais atividades é muito importante numa época em que as pessoas vivem um clima de hostilidade extrema em que ninguém mais se respeita e a agressividade impera. Depois de alguns dias exaustivos de rotina nesse mundo completamente insano, essas pessoas que são obrigadas a enfrentar todas essas mazelas se encontram para, justamente se ampararem umas às outras, se alegrarem umas às outras, se respeitarem umas às outras. Tais atitudes ainda nos fazem crer no ser humano pois, por mais que a gente passe por adversidades, por mais que a gente rode por aí mergulhado nas angústias do dia a dia, ao final, só temos a nós mesmos. Só um ser humano pode amparar e ajudar o outro, não há muito como se fugir disso. O homem (e a mulher, é claro!) tende a se organizar em sociedade e sempre depende do próximo.

Eduardo Miranda, um especialista em “Guerra nas Estrelas” desde sempre.

Felizes são aqueles que conseguem estar num grupo de pessoas altamente solidário e que trata um ao outro com carinho e amizade. E esse é o caso do Conselho Jedi do Rio de Janeiro. Por isso, encerro estas linhas com apenas um desejo: “Vida Longa e Próspera ao Conselho Jedi do Rio de Janeiro!” (ops…)

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