Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 05). Morrer Tentando. Discovery Submetida A Mais Uma Prova.

Star Trek: Discovery Season 3 Episode 5 Review: Die Trying | Den of Geek
Uma tripulação maravilhada com a Federação…

O quinto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Morrer Tentando”, é mais um daqueles em que a tripulação da nave tem que provar suas boas intenções num século 32 cheio de desconfianças. Para podermos falar do episódio aqui, os spoilers estão liberados. Esse episódio foi escrito por James Duff e Sean Cochran.

Qual é o plot? A Discovery finalmente chega à sede da Federação e todos na tripulação ficam maravilhados com naves como a Voyager-J ou a Nog. Mas, quando falam com o Comandante em  Chefe da Frota Estelar, Charles Vance, a coisa não fluiu muito bem, pois não há dados sobre a Discovery ou o Anjo Vermelho. Para piorar, a Discovery, ao viajar no tempo, quebrou regras de um acordo que evitava viagens temporais para alterar o passado (vide Enterprise e sua Guerra Fria Temporal) e, assim, é considerado que foi cometido um crime. Dessa forma, a tripulação da Discovery terá que provar sua fidelidade à Federação. A Discovery irá para reformas e a tripulação será interrogada, readaptada e realocada. Burnham, obviamente, sobe nas tamancas e já quer violar as regras. Há um grupo de refugiados alienígenas que tem uma doença para a qual não existe cura. Burnham quer a lista de onde esses alienígenas estiveram para investigar e buscar uma cura. Mas Saru deixa bem claro que não vai desrespeitar ordens de seus superiores na Frota nem que roubará propriedade da Federação, como Burnham sugeriu.

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Um almirante nada receptivo…

Saru comunica à tripulação que ela será separada e todos fazem carinha de birra de criança de três anos. Hologramas fazem interrogatórios e não entendem o comportamento um tanto bizarro dos interrogados, que, recorrentemente, praticavam o ato de insubordinação de uma forma até meio malcriada (a velha e irritante violação da hierarquia militar que vemos em Discovery, onde oficiais graduados se comportam de um jeito totalmente infantil). Dentre esse interrogatório, temos um destaque especial para Georgiou que, com piscares de olhos na mesma frequência dos hologramas, consegue desativá-los. Mas há um senhor, bem humano, que a começa a interrogar Georgiou (interpretado pelo lendário diretor David Cronenberg, de “Scanners”, “A Hora da Zona Morta” e “A Mosca”!!!). E esse interrogatório foi a melhor parte do episódio disparado, pois esse senhor, de nome Kovich, conseguiu deixar Georgiou muito bolada, pois ele falou que o Império Terrano caiu há mais de quinhentos anos e que não houve qualquer travessia do Universo Espelho para o nosso Universo desde que Georgiou atravessou. Georgiou ainda quis manter sua marra, dizendo que, no nosso Universo, a fraqueza de uma pessoa é outra pessoa. E Kovich rebateu dizendo que isso pode explicar por que Georgiou veio para o nosso Universo, pois ela gosta de alguém aqui (adivinha quem???). Ou seja, a maligna e perversa Imperatriz tem uma fraqueza humana, que é gostar de outra pessoa. Já estava na hora de Georgiou tomar um rabo de arraia desses na série.

Burnham e Saru vão atrás da tenente Willa, chefe de segurança de Vence, pedindo a lista das viagens dos alienígenas doentes. Burnham insiste, sendo um pouco mais diplomática e Willa diz que vai falar com Vance.  Eles conseguem a lista e veem um planeta chamado Urna, que tinha várias indústrias que envenenavam o planeta. Provavelmente os alienígenas pararam no planeta e consumiram alimentos contaminados. O mais interessante é que toda a tecnologia do século 32 não conseguiu detectar isso mas Saru e, principalmente, Burnham, conseguem apresentar a solução do problema, numa forçada de barra. Para curar a doença, serão necessárias amostras saudáveis das plantas consumidas pelos alienígenas. Burnham (sempre ela) diz que havia uma nave da Federação que guardava amostras de sementes de vários planetas da galáxia, a U. S. S. Tikhov. Vence diz que essa nave ainda existe, mas está a cinco meses de distância. Burnham se lembra do motor de esporos da Discovery. Vance ordena Willa que prepare uma equipe para pilotar a Discovery. Burnham diz, de forma malcriada, que a tripulação da Discovery já está pronta para fazer a missão. Vance adverte Burnham contra o seu tom. Saru, diplomaticamente, pede a Vance que a equipe da Discovery seja enviada, com a Burnham como capitã da nave, enquanto Saru se oferece para ficar com Vance para ajudá-lo, por uma questão de confiança. Vance autoriza Burnham a ir, mas com Willa. E, se ela não voltar logo, as conseqüências recairão sobre Saru. Pronto. Agora Burnham será a capitã da Discovery e sua marra subirá a níveis insuportáveis. A Discovery vai para onde a Tikhov está e a nave está numa turbulenta nebulosa. A Discovery consegue tirar a nave da nebulosa com o raio trator e parece que uma família Barzan (da espécie de Nhan) tomava conta da nave. Nhan vai no grupo avançado, juntamente com Culber e, obviamente, Michael. Na Tikhov, eles encontram um holograma da família que guarda as sementes, e a família cantava a mesma melodia do violoncelo de Adira. Nhan mexe no histórico dos hologramas e descobre que a nave passou por uma tempestade de íons. Culber encontra os corpos da família, exceto do pai. Burnham entra no cofre das sementes por teletransporte, mas não consegue acessar o código. O pai da família, Attis, a ataca,  defendendo as sementes, e desaparece estranhamente, como se estivesse fora de fase. Burnham entra em contato com Stamets, Tilly e Reno e explica a situação de Attis. Eles conseguem fazer uma tecnobabble meio chula, que inclui um “arroto figurado” e Willa, do século 32, nada entende sobre essa tecnobabble, constituindo-se em mais um furo de roteiro. Attis reaparece e é teletransportado para o cofre, onde está Burnham e os demais. Nhan tenta convencer Attis a ceder as sementes, sem sucesso. Aí, Culber vai fazer o que? Pedir para Burnham conversar com Attis, é lógico!!! Burnham, com jeitinho, convence Attis a ceder as sementes. Mas ele não quer deixar a nave e ficar com sua família, mesmo que morra em pouco tempo, já que seu corpo foi muito comprometido com a tempestade iônica. Culber se opõe a deixar Attis para trás, assim como Burnham. Mas Nhan se lembra do respeito a outras culturas que a Federação tem. E decide ficar para tomar conta das sementes, pois elas são muito importantes para a Federação e não podem ficar sozinhas. Burnham aceita a entrega de Nhan, apesar de admitir que há um ano discutiria com ela sobre isso e não a deixaria ficar. É claro que rolou uma choradeirazinha básica. E as duas se despediram.

Star Trek: Discovery (Season 3 Episode 5) "Die Trying" - Startattle
Burnham, advertida por sua marra…

De volta à Federação, Vence viu o sacrifício de Nhan e a missão bem sucedida da Discovery. Entretanto, diz que não há mais missões de cinco anos. Saru relembra Giotto, o pintor renascentista que criou a perspectiva dos três pontos de fuga, a profundidade e a totalidade, expandindo a visão de mundo que estava muito restrita com a Idade Média, a “Idade das Trevas”. Isso deu esperança às pessoas e a Discovery agora (segundo Burnham, que intervém na conversa de novo) pode ajudar com o motor de esporos, as informações da esfera e a tripulação. Vence, apesar de achar a tripulação da Discovery instável, aceita, desde que a Discovery obedeça estritamente suas ordens. Burnham força a barra e pergunta sobre a combustão. Vence diz que há mais teorias do que naves e não tem provas. Burhnam retruca dizendo que o desafio de busca de provas está aceito. Os alienígenas são curados. Burnham ainda conversa com Willa sobre a estranha música de Adira e Attis e as duas não chegam a uma conclusão. Burnham vai conversar com Georgiou sobre a música, mas esta parece fora do ar. Quando ela se dá conta de que Burnham está ao seu lado, começa a conversar com ela como se nada tivesse acontecido. O episódio termina com Saru chamando mais uma vez a atenção de Burnham para escolher suas palavras com Vance e fala em esperança.

Star Trek: Discovery – Season 3, Episode 5 Recap: “Die Trying”
Insubordinação nos interrogatórios…

O que podemos falar do episódio “Morrer Tentando” Em primeiro lugar, ele começa com uns easter eggs de naves que os tripulantes da Discovery veem ao chegar à Federação. Uma Voyager-J, uma nave chamada Nog de relance, criando uma expectativa boa, com relação à História A, que é o reencontro da Discovery com a Federação. Entretanto, logo depois a gente vê novamente o que vimos nos dois capítulos anteriores, quando a Discovery, esperando chegar a um lugar que lhe recebesse de braços abertos, lhe dispense, na verdade, um tratamento hostil, como aconteceu na Terra e com os Trills, onde a Discovery teve que provar suas boas intenções. Agora, vai ser a vez da Discovery mostrar que é confiável para a Federação. Isso acabou ficando um tanto repetitivo. Mais uma vez, a tripulação da Discovery teve que enfrentar a arrogância de um grupo. E reagiu muito mal, debochando da hierarquia militar. Vou lembrar mais  uma vez aqui que a hierarquia militar é muito importante em Jornada nas Estrelas, pois ela dá a oportunidade de mostrar a sociedade utópica do futuro, onde o superior tem mais respeito com seu subalterno. O que vemos em Discovery são subalternos malcriadinhos como crianças de três anos birrentas. E isso cansa. Pelo menos, o interrogatório de Georgiou levado por David Cronenberg foi uma gratíssima surpresa. Se no início esse diálogo ainda foi estragado um pouco pelos roteiristas (a questão do interrogador usar óculos para parecer inteligente), depois ele foi muito bem escrito e fez uma coisa que eu particularmente já queria ver há muito tempo que era testemunhar a Georgiou ser desancada. E a coisa foi bem bonita, sendo esse o melhor momento do episódio.   

Star Trek: Discovery season 3, episode 5 recap - "Die Trying"
Georgiou, cheia de marra…

O episódio teve alguns furos de roteiro como a Burnham conseguir resolver o problema da doença dos alienígenas quando toda a tecnologia do século 32 não o fez. Ainda, o não entendimento de Willa à respeito da tecnnobabble de Stamets, Tilly e Reno para trazer Attis também foi um pouco estranho, seguindo a mesma lógica do exemplo anterior.

Star Trek: Discovery "Die Trying" clip with David Cronenberg & Michelle Yeoh
… vai finalmente encontrar alguém que vai colocá-la em seu lugar…

E Burnham? Esse foi mais um episódio de protagonismo excessivo da moça, que podia ser mais bem dividido entre os demais personagens. Por exemplo, já é a segunda vez que Culber pede para Burnham conversar com alguém. Seria muito mais legal, a meu ver, Culber ter convencido Attis com sua forma doce e delicada de atender seus pacientes. Mas o protagonismo de Burnham não ficou somente aí. Ela vai comandar a Discovery nesse episódio e vai colocar Saru, que teve algumas falas interessantes ao início e final, numa posição muito periférica em todo o resto do episódio. Pelo menos, os escritores de Discovery agora procuram relativizar esse protagonismo excessivo de Burnham, e a moça sofreu advertências não somente de Saru mas também de Vance. Ela chegou a fazer carinha de birra em alguns desses momentos, mas sua personagem sabe que se excede na violação da hierarquia e que precisa mudar. Essa foi uma mudança boa para Burnham nessa temporada.

Star Trek: Discovery' Season 3 Episode 5: The Mirror Universe is gone, what  does this mean for Georgiou? | MEAWW
… e vai ficar boladaça…

E a história B, que se passa na Tikhov?  Essa foi uma história mais mediana, onde podemos perceber novamente um certo exagero no melodrama.  A perda da família de Attis e a entrega de Nhan fizeram novamente com que algumas lágrimas vertessem, numa série que ficou muito marcada pelo melodrama nas temporadas anteriores. Era hora de Discovery se desapegar um pouco disso e ser mais ficção científica. Esperemos que a ficção científica aflore mais na questão da investigação da combustão.

Star Trek: Discovery Recap, Season 3 Episode 5: 'Die Trying'
Nhan vai fazer um sacrifício…

Assim, se “Morrer Tentando” não foi o melhor episódio de Discovery até agora, pelo menos tivemos bons momentos como a participação de Cronenberg e ver a Michael precisar rever seus conceitos sobre disciplina. Mas os vícios dos diálogos mal escritos ainda permanecem, sobretudo na tecnobabble do episódio, onde a palavra “arroto” foi usada de forma indiscriminada e despropositada. Mais uma vez, tivemos um episódio de História A e B com arco fechado, o que é bom para a série.  

Preview — Star Trek: Discovery Season 3 Episode 5: Die Trying | Tell-Tale TV
Saru e Michael. Mais advertências para a protagonista…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (S03, Ep 04), Não Me Esqueça. Puxando Demais No Melodrama.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Review Forget Me Not — Spoilers |  IndieWire
Uns trills meio zoados…

O quarto episódio de Jornada nas Estrelas Discovery, “Não Me Esqueça”, teve alguns pontos positivos, mas foi marcado por um melodrama excessivo, que coloca a ficção científica para escanteio. Um pouco de emoção sempre é algo bom na construção dos personagens, mas a coisa foi um pouco exagerada nesse episódio, o que deu sono em alguns momentos. O episódio foi escrito por Alan McElroy, Chris Silvestri e Anthony Maranville. Para podermos falar um pouco do que foi visto, spoilers serão necessários.

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Um planeta um tanto idílico…

O episódio começa com o Dr. Culber em seu diário pessoal dando suas impressões sobre a tripulação, que está sob o stress de procurar o que sobrou da Federação à qualquer custo. Adira não tem lembranças ainda de como ela conseguiu o simbionte. Culber dá duas opções para isso: examinar o hipocampo de Adira, o que seria penoso para ela, ou ir ao planeta dos Trills para conseguir respostas. Adira decide pela segunda opção.

Saru conversa com Stamets sobre a alternativa de o motor de esporos poder funcionar sem ele, já que ele foi gravemente ferido uma vez e o motor de esporos é a única forma de se locomover no século 32. Tilly chega a apresentar um estudo alternativo sobre matéria escura, mas Stamets faz pouco e é grosseiro com a moça.

Star Trek: Discovery season 3, episode 4 recap - "Forget Me Not"
Burnham e sua necessária cena de ação…

Ao chegar a Trill, Culber acha que Michael (como sempre) é a melhor escolha para a companhia de Adira à superfície do planeta, pois a menina precisa de apoio emocional. Ao chegar ao planeta, os trills veem Adira como uma abominação, pois ela é uma humana que contém um simbionte e não uma trill (já vemos Discovery esculachando agora os trills) e que Adira deve ser separada de seu simbionte, algo que Burnham rechaça imediatamente. Um dos trills, porém, acha que Adira pode ser o futuro da espécie deles, pois a combustão dizimou a população trill e há poucos trills capazes de carregar um hospedeiro. Ele quer que Adira vá a uma caverna onde talvez ela consiga se comunicar com seu simbionte, mas os outros trills acham que ela vai contaminar um local sagrado. A líder trill se opõe a ideia de Adira ir à tal caverna e ela, juntamente com Burnham devem abandonar o planeta. Adira chora (tadinha). As duas são escoltadas por um simbionte que exige que o simbionte seja retirado de Adira. Guardas armados veem e Burnham passa fogo em todo mundo (deve ter sido por isso que Culber queria que Burnham fosse ao planeta, para ter a cena de ação do episódio). O trill que queria que Adira fosse à caverna aparece e leva as duas para lá. Ao chegarem à caverna, Adira fica imersa num lago onde ela deve se comunicar com seu simbionte, enquanto os demais trills aparecem. Mas algo dá errado e ela afunda, desaparecendo. Burnham mergulha heroicamente no lago atrás de Adira.

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Recap: "Forget Me Not"
Ótima participação do Dr. Culber no episódio…

Culber diz a Saru que, depois dos exames, constatou que a tripulação está estressada e é preciso fazer algo que os conecte. Saru pede sugestões ao computador, que altera seu tom de voz e sugere filmes de cineastas como Buster Keaton ou Charlie Chaplin, ou um jantar do capitão com sua tripulação. Saru organiza a janta, mas a experiência é um desastre total, em virtude do stress da população, com Detmer agredindo Stamets e outros lances um tanto bizarros (mais uma vez os malditos diálogos, com os roteiristas estressando os personagens e, principalmente, os espectadores), deixando Saru com uma tremenda cara de tacho, tadinho (agora não fui sarcástico como fui com a Adira acima).

Star Trek Discovery Season 3 Episode 4 Review Forget Me Not — Spoilers |  IndieWire
Um jantar desastroso…

No fundo do lago, Burnham encontra Adira com uns filamentos tentando se conectar à moça. Burnham acha que os filamentos têm relação com o simbionte e pede que Adira permita que os filamentos se unam a ela. Adira revê seu namoradinho, Gray, que era um trill e tinha um simbionte em si. Nas lembranças de Adira, o episódio toma um rumo muito meloso. Mas todo esse idílio é marcado por um acidente onde Gray é ferido mortalmente e seu simbionte tem que ser passado para Adira às pressas. Adira finalmente consegue contato com os hospedeiros anteriores de seu simbionte, incluindo Gray e o próprio Senna Tal. Burnham e Adira voltam à superfície e são bem recebidas por todos os trills quando estes percebem que a união com o simbionte foi bem feita. Adira recebe a oferta para ficar em Trill, mas ela prefere seguir com a Discovery.

Tilly volta à sala de jantar para confortar Saru. Stamets também vai lá para se desculpar com Tilly e retomar a pesquisa com matéria escura. Já Detmer finalmente assume que tem um problema e aceita a sugestão que Culber havia dado a ela de procurar ajuda médica (aquela sequela do segundo episódio). Toda a tripulação é chamada para o hangar. Saru montou uma projeção de Buster Keaton para relaxar a tripulação. Stamets e Detmer fazem as pazes na exibição do filme. Saru e Culber conversam e o kelpiano acredita que a escolha que o computador fez por Buster Keaton na verdade foi uma escolha dos dados da esfera que estão na Discovery e que querem proteger a tripulação, já que os dados são protegidos pela Discovery.

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Apesar do contratempo, o esforço de Saru foi recompensado…

Adira tem as lembranças de Senna Tal e entrega para Burnham as coordenadas que levam à Federação. O episódio termina com Adira tocando um violoncelo e Gray a ajudando a tocar em suas memórias.

O que podemos dizer do episódio “Não Me Esqueça”? Em primeiro lugar, tivemos, como dito acima, um melodrama um pouco exagerado, principalmente na História A, onde Adira se encontra com seu namoradinho Gray. Talvez a coisa tenha ficado um pouco enfadonha até porque ainda não temos uma intimidade suficiente com Adira. Aliás, a História A foi um tanto problemática, principalmente quando vemos a forma com que os trills foram retratados, sempre daquela forma religioso-mística que vemos às vezes em Discovery (as más línguas diriam que, desta vez, os trills foram as vítimas de Discovery no ato de serem esculachados pela série). Burnham teve que ciceronear Adira muito mais pela pequena cena de ação do que qualquer coisa. E estimulou a moça a ir fundo nas suas lembranças para que o processo de interação com o simbionte não fosse de todo prejudicado. Mas devo dizer que achei que a participação de Burnham nesse episódio foi mais periférica e isso foi algo bom, mesmo que a história de Adira tenha ficado um tanto arrastada. Já a História B foi mais interessante, pois teve uma boa participação de Culber, um personagem bom de Discovery que deveria ser mais aproveitado, Saru teve novamente um protagonismo, onde ele queria cuidar do stress da sua tripulação, o que não deu muito certo, para depois o kelpiano acertar a mão com Buster Keaton (definitivamente o melhor do episódio). O grande barato aqui foi ver Stamets e Tilly se entendendo depois de uma grosseria um tanto despropositada (essa grosseria apareceu de um jeito forção somente para haver uma reconciliação depois) e Detmer procurando ajuda médica depois desse assunto ter sido levantado no segundo episódio, além da reconciliação de Stamets com Detmer. A História B também puxou para o melodrama? Sim. Mas ainda assim, essa História trabalha a interação da tripulação da Discovery, o que, na minha modesta opinião, faz o episódio melhorar muito, quando não há tanto foco na Michael e podemos ver os outros personagens interagindo mais uns com os outros. Por fim, as coordenadas da localização da Federação, dando mais um passo no eixo principal da série. Uma coisa deve ser dita aqui. Não parece que estejamos vendo um grande filme de treze capítulos. Há a história principal que transcorre ao longo desses episódios, mas fica a impressão de que os roteiristas também conseguiram fazer histórias independentes em cada episódio, com direito até a História A e B, como vimos nesse episódio e no segundo. Pode-se dizer que isso foi um avanço dos roteiristas na série. Agora, os diálogos continuam cansativos e até um tanto bizarros, principalmente quando vemos a Tilly falando que vomitou em cima de um telarita durante o jantar ou o que a Detmer falou do sangue de Stamets. Nessas horas, realmente não sei o que esses roteiristas têm na cabeça.

Dessa forma, “Não Me Esqueça” é um episódio que, apesar de carregar nas tintas do melodrama, ainda assim tem suas virtudes, tais como a História A e B e novamente uma atenção à tripulação da nave, com um destaque bom para Culber. Alguns diálogos permanecem bem sofríveis, o que é uma constante nesses episódios de Jornada nas Estrelas Discovery.

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