Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Série Clássica (S01 Ep 04), Onde Nenhum Homem Jamais Esteve. Todo Mundo Merece Uma Segunda Chance.

Star Trek: The Original Series" Where No Man Has Gone Before (TV Episode  1966) - IMDb

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos à série clássica para investigar “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”, o segundo piloto de Jornada nas Estrelas que fez a série pegar no tranco e se transformar em todo o Universo que conhecemos. Sabemos como é, todos merecem uma segunda chance.

E qual é o plot? A Enterprise recebe um sinal de socorro de uma nave perdida há mais de dois séculos. Spock e Kirk jogam xadrez tridimensional e sabemos o basicão do vulcano: ele não tem emoções humanas, mas é filho de uma terráquea com um vulcano. Uma espécie de sonda muito pequena é detectada e teletransportada para dentro da nave por um Scott que é mais um figurante do que personagem. A sonda guarda informações da nave em que estava e é expelida antes da nave explodir. Kirk ordena que a sonda seja ligada ao computador da nave para se ver quais são as informações em suas “fitas”.

Star Trek The Original Series Rewatch: “Where No Man Has Gone Before” |  Tor.com
Kirk e Spock, os grandes protagonistas…

Kirk e Spock vão para a ponte e, na navegação está o senhor Mitchell (interpretado por Gary Lockwood, que trabalhou em “2001, Uma Odisseia no Espaço”). Kirk ordena que a nave saia de dobra e deixa a tripulação à parte da sonda da antiga nave S. S. Valiant. Ele recebe uma equipe de membros da tripulação (onde temos um Sulu calado como um bom figurante) e, entre esses membros está a psiquiatra Dra. Dehner, cuja missão é verificar a reação da tripulação em emergências. Mitchell joga um gracejo para Dehner e esta o coloca em seu lugar. Ao receber o fora, fala com o colega ao lado que a doutora é um congelador ambulante, por não ter caído no seu gracejo, em mais uma manifestação machista da década de 60, como já vista em outros episódios de TOS. Spock lê os dados da sonda e descobre que a S. S. Valiant interagiu com uma espécie de grande força desconhecida que atiçou a percepção extrassensorial (PES) dos tripulantes, sendo que, ao final, o capitão mandou destruir a nave.

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Um Scott ainda na figuração…

Kirk ordena que a nave entre em dobra 1 e ela atravessa uma espécie de barreira que tem algo que é detectado pela nave, mas não é sabido muito bem o que é. Mitchell e Dehner são atingidos por uma força desconhecida e perdem os sentidos. A Enterprise atravessa a barreira. Houve nove mortos nessa passagem da Enterprise pela barreira, sinal que os roteiristas carregavam nas tintas no início da série (o KIrk nem ficou tão abalado assim, justamente ele, que pira na batatinha quando perde um tripulante). Mitchell acorda e está com os olhos totalmente prateados.

A Enterprise está sem força de dobra e KIrk se pergunta o que aconteceu com a Valiant, já que ela também atravessou a barreira. Só foram atingidos pela energia desconhecida aqueles que tinham percepção extrassensorial, ou seja, os nove tripulantes que morreram, Dehner e Mitchell. Os dois últimos tinham alta PES e não morreram. Mitchell, com a maior PES de todas, ficou com os olhos prateados. Kirk e Spock desconfiam desse dom de Dehner e Mitchell.

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Uma tripulação meio diferente…

Kirk visita Mitchell na enfermaria e este diz que está se sentindo bem e quer voltar ao seu posto. Ele está estranho, meio desafiante, meio petulante. E lendo filosofia de forma muito rápida. Kirk ordena a Spock que se façam exames completos em Mitchell e que ele seja vigiado.

Dehner visita Mitchell e esse tenta impressioná-la alterando as leituras do seu corpo. Um outro tripulante que conserta a nave o visita e Mitchell recomenda os consertos certos lendo a mente do tripulante. Este reporta a situação na sala de reuniões para Kirk e os demais tripulantes. Dehner entra na sala determinada a defender Mitchell, mas Kirk, Spock e os demais mostram grande preocupação com o crescimento das habilidades de Mitchell, que pode afetar severamente a segurança da nave. Quando a reunião termina, Spock dá duas opções ao capitão: ou deixar Mitchell sozinho num planeta minerador (Delta Vega, onde eles tentarão obter o dilítio para recuperar o motor de dobra), ou matá-lo. Kirk decide pela primeira opção. Devemos nos lembrar que o personagem de Spock ainda estava em desenvolvimento e essa opção por matar Mitchell estava em sua pura visão lógica dos fatos para proteger a Enterprise. Nimoy não gostou nada disso e, como veríamos mais tarde, o vulcano teria a chance de abraçar opções muito mais fraternais e multiculturalistas (leia-se a Horta; mas isso é em outro episódio que será discutido no momento oportuno).

Where No Man Has Gone Before (Star Trek: The Original Series) Review |
Mithcell, a ameaça…

O grande problema é que Mitchell já sabe dos planos contra ele e, ao ser recebido por Kirk, Spock e Dehner na enfermaria, joga uns raiozinhos no capitão e no primeiro oficial. Mas conseguem imobilizá-lo e sedá-lo. Todos eles descem para a superfície do planeta, cujas instalações mineradoras parecem a fachada do Palácio da Alvorada, em Brasília. Mitchell é confinado a uma cela com campo de força e fala de forma ameaçadora com os demais, dizendo que é melhor realmente matá-lo. Ele se joga contra o campo de force e, enfraquecido volta ao normal por uns segundos (seus olhos passam a ser o que eram antes), mas logo se recupera, dizendo que vai ficar cada vez mais forte. E, quando isso acontece, Mitchell mata um tripulante, joga mais uns raiozinhos em Kirk e Spock e passa a controlar a Dra. Dehmer, alem de desligar o campo de força da cela. A doutora também fica com os olhos prateados. Eles fogem. Kirk é reanimado pelo médico e vai atrás de Mitchell e Dehner. Ao encontrar com eles, Kirk tenta convencer Dehmer a voltar a ser psiquiatra e dar um prognóstico a Mitchell. Este, já se sentindo um deus e totalmente corrompido pelo poder, deixa clara toda a sua arrogância e Kirk  mostra isso a Dehmer, que joga uns raiozinhos em Mitchell, que responde o fogo e se enfraquece. É a deixa para Kirk entrar em luta corporal com Mitchell, ficar com marcas de sangue, camisa rasgada, etc. Ao fim, Kirk consegue, com um rifle phaser, atirar numas pedras que soterram e matam Mitchell. Quando Kirk vai prestar assistência a Dehmer, ela também morre, dizendo, em suas últimas palavras a Kirk, que ele não sabe o que é estar perto de ser um deus.

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Dehmer, também possuída…

Na ponte, Kirk, registra que Dehmer e Mitchell morreram no cumprimento do dever, pois não foi por vontade deles tudo o que aconteceu. Spock diz que lamenta também a morte dos dois. Kirk diz a Spock que ainda pode haver uma esperança para ele, já que ele expressou ali uma emoção. Fim do episódio.

O que podemos dizer do novo episódio piloto de TOS “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”? Em primeiro lugar, esse episódio foi possível depois do rejeitado “The Cage”, pois o pessoal da NBC decidiu dar uma segunda chance, já que eles mesmos haviam aprovado o roteiro que depois acharam muito cerebral com a execução do episódio. Assim, “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve” foi executado tendo somente Leonard Nimoy e Majel Barrett do episódio original. Houve, de cara, uma preocupação em construir o personagem Spock, o alienígena de orelhas pontudas que assustava os puritanos WASPs por se parecer com o demônio. Já sabemos, nos primeiros minutos, que Spock parece não ter emoções, mas é um mestiço alienígena, pois sua mãe é terráquea. A frieza vulcana é até mal vista ao longo do episódio quando Spock dá a Kirk apenas duas alternativas para salvar a nave e a tripulação de Mitchell: ou abandoná-lo num planeta deserto ou matá-lo. Kirk aceita a primeira alternativa, mas não sem muita relutância. Pelo menos, ao final do episódio, com a morte de Mitchell e as palavras de lamento de Spock, Kirk disse que o vulcano ainda poderia ter salvação, como realmente o teve posteriormente. De qualquer forma, analisando toda a crise de forma fria e pragmática, não podemos deixar de concordar que Spock tinha a sua razão.

Star Trek The Original Series Rewatch: “Where No Man Has Gone Before” |  Tor.com
A primeira camisa rasgada, a gente nunca esquece…

Esse foi também um episódio que falou muito de percepção extrassensorial, um assunto que parecia estar muito em voga naqueles anos. Eu me lembro muito bem quando Uri Geller veio ao Brasil, uns dez anos depois de “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”, e ficava entortando colheres e garfos na TV usando a força da mente (depois falaram que era tudo uma tremenda duma mutreta). No caso, a percepção extrassensorial tinha origem na grande barreira e funcionava como a vilã da história, pois dava ao ser humano poderes ilimitados que o corrompiam totalmente, tornando-se verdadeiros deuses que usavam de forma completamente imoral o poder que tinham. E aí está a grande reflexão do episódio: até onde o ser humano está preparado para assumir um grande poder e, consequentemente, uma grande responsabilidade? Era Jornada nas Estrelas dando mais uma vez o cartão de visitas. Se em “The Cage” a execução do episódio foi mais cerebral, em “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve”, houve a preocupação de se enxertar mais cenas de ação para o espetáculo televisivo, mas essa reflexão sobre poder absoluto que corrompe absolutamente estava lá nas entrelinhas.

Star Trek's phaser rifle helped sell the series but was never used again
Um rifle irado…

No mais, vemos futuros personagens em participações tão furtivas que mais pareciam figurantes, leia-se Scott e Sulu, com pouquíssimas falas, mas que já estavam ali juntamente com Kirk e Spock. Nada de Uhura e McCoy, entretanto. Aliás, o médico era outro, Mark Piper (interpretado por Paul Fix).

Assim, “Onde Nenhum Homem Jamais Esteve” pode ser descrito como um episódio que começava a construir Jornada nas Estrelas tal como conhecemos. Questões reflexivas, as cenas de ação que a TV exigia, os personagens de TOS que depois seríamos bem íntimos, um machismo latente da década de 60 que insistia em dar o ar de sua (des)graça, etc. O mais divertido aqui será ver como cada pecinha dessas foi se alocando nesse quebra-cabeça com o passar dos episódios.

Frota Estelar do Distrito Federal - Archive: Brasília e Star Trek
Brasília!!!!

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Enterprise (S01, Ep 04), Inesperado. Contatos Imediatos De Quatro Grau.

Vamos dar sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, falando hoje do quarto episódio da primeira temporada de Enterprise, intitulado “Inesperado”.

Star Trek: Enterprise - Season 1 Episode 5 - Rotten Tomatoes
Uma nave funcionando mal…

Muitos problemas ocorrem dentro da NX-01. Archer sofre com o desconforto da placa de gravidade dando defeito durante seu banho, o sintetizador de alimentos não funciona direito quando T’Pol tenta usá-lo, e outros problemas. Trip acha que o problema está no exaustor de plasma. Eles saem de dobra para consertar. T’Pol percebe que o plasma que sai dos exaustores está muito próximo da nave. Eles investigam e descobrem que há uma nave camuflada no meio do plasma. Archer pede para Hoshi abrir as frequências de saudação e, ao falar com os alienígenas, descobrem que eles estão com problemas em sua nave e usam o campo de dobra da Enterprise para se deslocar. Archer pede que eles retirem a camuflagem. Trip é escalado para ajudar a nave alienígena (xyriliana) e vai ficar três dias lá. Ele passa um tempo desagradável numa câmara de descompressão e se encontra com os alienígenas da nave. Trip está meio grogue,  mas trabalha nas máquinas da nave com uma alienígena. Ele entra em contato com Archer, diz que não se sente bem e que quer voltar para a Enterprise. Archer entra em contato com o capitão da nave alienígena e este diz que Trip deve dormir um pouco, pois chegou à nave e não quis descansar. Archer ordena que Trip permaneça na nave e descanse uma hora antes de começar a trabalhar. Depois do descanso, Trip conversa com a alienígena que mostra que a nave tem uma espécie de ecossistema vegetal de onde os alienígenas extraem comida e assim ele se aproxima da alienígena que, mesmo com uma pele cheia de escamas, é mais sensual do que T’Pol (se me permitem o comentário macho heterossexual). A alienígena leva Trip para uma sala que reproduz, por meio de hologramas, o planeta natal dela (isso mesmo, caro leitor trekker, um holodeck no século 22). A moça xyriliana convence Trip a participar de uma espécie de jogo onde eles trocam informações um do outro telepaticamente, o que faz rolar um clima entre eles. Mas os motores são consertados e Trip retorna à Enterprise. A tripulação das duas naves se despedem e a nave xyriliana entra em dobra. Enquanto comia, Trip percebe uma espécie de verruga no braço. Ao mostrá-la a Phlox, este diz que a verruga é um mamilo e que existe uma forma de vida dentro dele. Ou seja, Trip está grávido e rolou um contato imediato de quarto grau entre ele e a moça xyriliana. Assim, ficou difícil para Trip convencer Phlox, Archer e T’Pol (que zoou imensamente da cara dele) de que não rolou nenhum contato sexual. Foi nesse momento que Trip lembrou do jogo telepático feito com a xyriliana, onde os dois colocavam suas mãos juntos numa caixa de pedrinhas para se ter o elo telepático. Archer decide procurar os xyrilianos para resolver a questão. O mais curioso é que Trip começa a despertar sentimentos maternais, além de ficar com mania de perseguição e mais sensível. Como eles procuram os xyrilianos há oito dias e não conseguem achá-los, Archer fala a Trip para este já cogitar a hipótese de ser mãe para esse ser que vai nascer, o que deixa o engenheiro-chefe transtornado.

Star Trek: Enterprise: Season 1 - Episode 5 ( Watch Full Episodes)) -  OpenloadMovies
Uma alienígena interessante…

A nave xyriliana é encontrada, mas a Enterprise intercepta um cruzador klingon. Conclui-se  que a nave xyriliana pifou de novo e está camuflada pegando uma carona na nave klingon. Archer tenta entrar em contato com a nave klingon e toma uns dois torpedos fotônicos pela proa. Ele retoma a comunicação e fala com os klingos dos xyrilianos. Os klingons decidem matar os xyrilianos mas Archer insiste que não faça isso. Diante da irredutibilidade dos klingons, T’Pol entra na conversa e diz que foi Archer que levou Klaang ao Império (episódio piloto), evitando uma guerra entre as casas. Trip fala também que os xyrilianos têm uma fantástica tecnologia holográfica. O capitão klingon diz que irá à nave xyriliana. Trip quer ir junto mas o klingon não quer sua presença. Archer então abre o jogo e fala da gravidez de Trip para o klingon, fazendo os klingons caírem na risada, sob os olhos atônitos da tripulação da ponte da Enterprise. Na nave xyriliana, O capitão klingon aceita o holodeck e Trip mostra sua gravidez à alienígena, que diz que o embrião ainda pode ser transferido para outro corpo. Com tudo resolvido, T’Pol fala a Trip que, pelos registros, ele é o primeiro ser humano do sexo masculino a ficar grávido. Trip diz ironicamente que sempre quis entrar para a História. Fim do episódio.

Star Trek: Enterprise" Unexpected (TV Episode 2001) - IMDb
Brincando de holodeck…

O que podemos falar do episódio “Inesperado”? Em primeiro lugar, não há aqui uma mensagem ou reflexão mais profunda. Esse foi um episódio com um leve acento cômico, que foi a gravidez de Trip e os comentários muito engraçados de T’Pol sobre a situação. Mas o episódio mantém a linha dos episódios anteriores de que os humanos ainda aprendem a fazer contato com novas civilizações e saber lidar com os percalços disso. Se dessa vez eles encontram uma espécie muito pacífica que é a dos xyrilianos, responsáveis por passar a tecnologia do holodeck, que apareceu mais em TNG, isso não significa que esse contato não tenha trazido problemas. Se Trip foi descuidado ao se relacionar com a xyriliana, não prevendo qualquer coisa inesperada, o mesmo ocorre com a xyriliana, que sabia que podia engravidar seu parceiro, mas não acreditava que isso poderia acontecer com um ser de outra espécie. Ou seja, a moral da história desse episódio muito bem podia ser aquela máxima ancestral: “cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”.  

Enterprise "Unexpected" Season 1 Episode 5 | Star trek enterprise, Star trek,  Episode 5
Um Trip mais sensível…

No mais, foi muito legal ver o Archer bonachão e inexperiente interagir com os klingons casca grossa, onde a diplomacia não ajuda muito. Os argumentos de Archer para salvar os xyrilianos da destruição certa já estavam se esgotando quando T’Pol (sempre ela) salva o dia mais uma vez e, entendendo a cultura klingon, fazendo sempre o mais lógico, consegue convencer o capitão do cruzador a conversar com os xyrilianos, não sem Trip passar um ridículo por todos e ter que revelar a sua gravidez até na frente dos klingons.

Dessa forma, “Inesperado” é um episódio de Enterprise que mostra que a interação de humanos com espécies alienígenas pode ser mais problemática do que meras questões de beligerância. Até na paz e na boa compreensão pode rolar um probleminha inesperado. E assim, a corajosa tripulação da Enterprise vai adquirindo suas experiências, sob os olhos frios de uma T’Pol que, dessa vez, deve estar morrendo de rir por dentro, como pudemos ver no seu fino e delicioso sarcasmo com Trip.

Star Trek: Enterprise Episode Guide - Season 1 | Star trek enterprise, Star  trek, Star trek universe
Uma gravidez indesejada…

Batata Séries – The Orville (S01 Ep01), Feridas Antigas. Buscando Recomeçar.

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Uma série Inspirada em Jornada nas Estrelas

A Batata Séries, depois de ouvir especialistas renomados em Jornada nas Estrelas, decidiu dar atenção para um seriado que mistura ficção científica e comédia chamado The Orville, que conta com pessoas que pertenceram à produção de Jornada nas Estrelas nas décadas de 90 e 2000, do quilate de um Branon Braga, Andre Bormanis e que conta com direções de Robert Duncan McNeil, Jonathan Frakes e participações de Robert Picardo, Charlize Theron e Liam Neeson. Ou seja, somente por esses nomes podemos perceber como a coisa é gabaritada. Exibida paralelamente à Jornada nas Estrelas Discovery, The Orville ficou conhecida como muito mais fiel ao espírito de Jornada nas Estrelas que a própria Discovery. Vamos aqui fazer um esforço para analisar os doze episódios da primeira temporada, já de olho na segunda temporada em tempos futuros. Seus episódios têm uma média de 45 minutos e o primeiro é intitulado “Feridas Antigas”.

The Orville Season 1 Episode 2 Review: “Command Performance”
Ed, um capitão com um trauma no passado…

Do que se trata o plot? Estamos no século 25. Um homem chamado Ed encontra sua mulher na cama com um alienígena azul que expele um líquido da mesma cor. Um ano depois, esse mesmo homem recebe a missão de capitanear uma nave espacial média exploratória chamada Orville.  Ed ainda não se recuperou da traição e o comando da Orville será a sua última chance. Falta um piloto e um primeiro oficial para a sua nave. Ed pensa no amigo Gordon, que é um brincalhão de primeira, para piloto. Gordon aceita, mas quando os dois vão para Orville na nave auxiliar, ele está bebendo cerveja. Ed pede que pare e Gordon quase bate numa nave. A chefe de segurança se chama Catan e parece ser uma menininha frágil, mas ela tem uma força descomunal. O outro piloto é o tenente John Lamarr e será amigo de Gordon na série. O Tenente Borthos é o segundo oficial e é de uma espécie onde só há machos. A Doutora Claire Finn, que foi namorada de Sisko em DS9, é uma excelente médica. E, finalmente, Isaac é um robô oficial de ciências e engenharia que se acha melhor que os humanos e está aproveitando essa oportunidade para conhecer os humanos melhor.

Orville Season 1 Review: What's Improved and The Show's Fatal Flaw |  IndieWire
O capitão terá que interagir com sua ex-esposa Kelly…

A Orville parte em sua primeira missão. Um primeiro-oficial é selecionado para a Orville, que é Kelly, justamente a ex-esposa de Ed, o que deixa o capitão transtornado. Mas a ficha dele está cheia de problemas e Ed vai ter que engolir. Ed também sabe que a própria Kelly pediu para servir na Orville. O encontro entre os dois será tenso. Kelly pede desculpas, mas Ed ainda não superou o passado. Kelly quis pedir transferência para ajudar em algo. Kelly disse que o traiu porque Ed não era um marido presente. E a discussão começa. Ela vai terminar com Kelly dizendo que, assim que puder, pedirá uma transferência.

THE ORVILLE Trailer SEASON 1 (2017) Seth McFarlane Fox Series - YouTube
Uma chefe de segurança franzina, mas muito forte…

Ao chegar ao planeta da missão para o qual a nave levou suprimentos, o responsável pelo planeta disse que não precisava desses suprimentos e pediu para que um grupo avançado descesse ao planeta. O responsável pelo planeta disse que chamou a Orville porque o planeta precisa de proteção contra os krills, uma espécie de povo klingon. O responsável pelo planeta, que dirige uma instalação científica, mostra uma descoberta: uma bolha quântica que pode acelerar o ritmo do tempo para a frente. Essa invenção pode produzir comida rapidamente, assim como sarar ferimentos rapidamente, mas também pode ser uma arma que envelheça soldados. O cientista disse que chamou a Orville para lá, pois se enviasse uma comunicação da descoberta, os krills poderiam interceptar. Um dos cientistas do laboratório saca uma arma e rende todos. Ele é um agente Krill. Os Krills aparecem num destróier e mandam duas naves para a superfície. Catan rende o cientista e eles pegam o dispositivo que produz a bolha quântica para evitar que os Krills o peguem. Começa uma batalha entre a nave Krill e a Orville e entre o grupo avançado e os Krills. O grupo avançado consegue fugir com o dispositivo na nave auxiliar. Mas um Krill se escondeu dentro da nave auxiliar e rende o grupo avançado. Ed freia a nave repentinamente e o Krill se choca contra o para-brisa. A nave auxiliar perde o controle gravitacional e Gordon vai ter que fazer umas manobras especiais na Orville para a nave auxiliar atracar. Dois dos três motores da Orville foram destruídos. O comandante da nave Krill exige a entrega do dispositivo e Ed e Kelly começam a conversar a natureza das DRs para ganhar tempo. Mas o comandante Krill não engole por muito tempo a conversa e atira na Orville. Eles decidem entregar o dispositivo, mas com uma semente de sequóia juntamente. Como o dispositivo acelera o tempo, a sequóia cresce dentro da nave Krill, quando o dispositivo é acionado dentro da nave Krill e a destrói.

Bob Canada's BlogWorld: The Orville Season 1, Episode 6: Krill
Os krills são os grandes vilões…

Kelly diz que pintou uma chance de outro primeiro-oficial chegar à Orville e ela ir embora. Mas Ed decide ficar com Kelly, pois foi a ideia dela de mandar a semente para a nave Krill e salvar a Orville. O episódio termina com Kelly falando com o almirante e descobrimos que foi ela que recomendou que Ed fosse ser o capitão da Orville (o almirante é amigo da família de Kelly). Fim do episódio.

Orville Personnel – Gordon Malloy -
Gordon, um navegador sacana…

O que podemos falar desse primeiro episódio, “Feridas Antigas”? Em primeiro lugar, é um episódio mais para apresentar esse novo Universo. Vemos a apresentação dos personagens principais e, em destaque, como Orville se assemelha a Jornada nas Estrelas: há uma União ao invés de Federação, motor quântico ao invés de motor de dobra, Krills ao invés de klingons, e por aí vai. Foi um episódio para apresentar os Krills como inimigos, mas principalmente, um roteiro com uma narrativa muito enxuta, permeada por muitas falas cômicas para ficar bem claro de que a série se trata de uma comédia espacial. Algumas dessas piadas pareceram, num primeiro momento, inconvenientes, já que estamos nos adaptando a uma espécie de Jornada nas Estrelas cômica, mas com piadas um tanto chulas em alguns momentos. Entretanto, isso não prejudica o andamento do episódio que é bom e simpático. No mais, ver que Ed e Kelly conseguem se entender ao final do primeiro episódio faz a série como um todo parecer promissora. Apesar de algum estranhamento incial, a gente sente que The Orville é uma série que tem como dar certo depois que vemos esse primeiro episódio.

Serious Doctor - The Orville Season 1 Episode 10 - TV Fanatic
Claire, a médica…

Assim, The Orville é uma série que chama a atenção por sua semelhança com Jornada nas Estrelas em tom de galhofa. Há um estranhamento com as piadas, mas o episódio não é só uma gozação e há os seus momentos sérios e até ternos. Uma boa perspectiva de futuro para a série.

The Orville" Old Wounds (TV Episode 2017) - IMDb
Protegendo um dispositivo temporal…