Batata Movies – Um Ato De Esperança. Derretendo O Iceberg.

Cartaz do Filme

Uma interessante co-produção Inglaterra/Estados Unidos. “Um Ato de Esperança” chama a atenção de cara pelo elenco: Emma Thompson e Stanley Tucci. Típico filme que você vai para ver os atores que gosta atuando. Mas a película não é somente isso. Temos aqui também uma boa história, daquelas que nos faz refletir sobre a condição humana e relacionamentos. Um filme que mostra que você às vezes aprende as lições da pior maneira possível. Vamos lançar mão dos spoilers aqui.

Uma juíza muito dedicada…

Vamos ao plot. Fiona Maye (interpretada por Thompson) é uma juíza muito dedicada que decide casos extremamente delicados de forma muito fria e lógica. Casos de vida ou morte, quero dizer. Daqueles casos que qualquer que seja a decisão, sempre um trauma vai se instalar nas partes atingidas. Por ser muito comprometida com seu trabalho, ela se esquece do casamento e seu cônjuge, Jack Maye (interpretado por Tucci), abandona o relacionamento para ficar com a amante. Isso num momento onde Fiona pega um caso em que um rapaz que é Testemunha de Jeová e que tem leucemia recusa uma transfusão de sangue por motivos religiosos com sua vida estando em sério risco por isso. Nesse julgamento, Fiona não tem uma convicção do veredicto que vai dar, mesmo depois de escutar os argumentos dos advogados do hospital e da família e vai conversar com o rapaz, Adam (interpretado por Fionn Whitehead). Adam fica fascinado com a presença de Fiona no hospital e, depois de uma conversa, a juíza decide pela transfusão e pela vida do menino. Algum tempo se passa e Adam começa a tentar entrar em contato com Fiona, sendo que a juíza vê isso com muitas reservas e uma certa insensibilidade. A coisa chega ao nível da obsessão e Fiona corta com veemência qualquer tentativa de aproximação com Adam. Enquanto isso, Jack volta para casa, mas é tratado por Fiona de forma muito distante e até agressiva. Mas esse comportamento ríspido da juíza está com os dias contados, pois a leucemia de Adam retornará e, dessa vez, ele opta por não fazer a transfusão de sangue (já é maior de idade) e acaba morrendo. Tal situação deixa Fiona arrasada e, ao lado dela, está Jack.

Problemas no casamento…

É um plot muito simples, que não se complica e que dá uma lição muito boa para nós: como devemos tratar as pessoas que nos cercam. Ficou aqui a impressão de uma juíza que ficava muito mergulhada em seu trabalho, tomava decisões de forma muito lógica e agia com agressividade quando era contrariada. Ou seja, uma pessoa um tanto difícil de conviver. Pouquíssimo espaço para uma visão mais afetuosa, emotiva e tolerante das coisas.

Um encontro no hospital…

E aí, vem a lição. A vida promissora de um jovem que ela salvou se torna totalmente sem sentido para ele quando não há interesse, por parte dela, de compartilhar com as descobertas do rapaz, que era muito sensível. Ou seja, se sua lógica fria num momento salva a vida de Adam, num outro momento sua falta de empatia e emoção destroem-na. E, nessa hora, a dor da culpa é insuportável. Mas ainda há Jack que, mesmo saindo do casamento, ainda a ama e retorna para ser seu apoio. Vemos isso na linda cena em que o marido pega a mão da esposa, ainda na cama de manhã, logo depois da morte de Adam.

Ela já não tolerava mais as perseguições do rapaz…

Nem é preciso dizer que Thompson rouba a cena. Sua frieza incomodava a gente, mas seu ataque de choro e remorso mais ao final também foi muito convincente. Fionn Whitehead, o Adam, foi muito bem, ainda tendo que contracenar junto a um medalhão como Thompson. Despertamos uma empatia por ele no primeiro momento em que o vemos, pois ele fica deslumbrado de cara pelo interesse da juíza em seu caso. E depois ele coloca muito bem aquela paixão obsessiva adolescente pela qual todos nós passamos na vida. Ou seja, nos identificamos muito com seu personagem, pois ele representa uma época comum a todos nós de nosso passado. Já Tucci, uma espécie de eterno coadjuvante, fez uma interpretação muito sóbria de quem está realmente pisando em ovos, sendo o marido nem tão fiel, mas que quer estar ao lado da esposa para todas as situações.

Um desfecho inesperado

Dessa forma, “Um Ato de Esperança” traz uma história escrita de forma simples, que traz uma grande lição e reflexão para o espectador, sem falar de que temos um elenco bem interessante e atuações convincentes e envolventes. Vale a pena dar uma conferida.

Batata Movies – Um Homem Comum. E Quando Você Se Importa?

Cartaz do Filme

Um filme perturbador, escrito e dirigido por Brad Silberling (o mesmo de “Cidade dos Anjos”). “Um Homem Comum”, estrelado por Ben Kingsley, mostra o quanto o cheiro de sangue da morte de um culpado pode ser inodoro ou, pelo contrário, trazer a marca amarga do arrependimento.

Um general genocida…

Qual é o plot? Estamos na Sérvia pós-guerra dos Bálcãs. Um general acusado por todo o mundo por atrocidades de guerra (interpretado por Kingsley) vive às escondidas para não ter que encarar o tribunal e as penas para os seus crimes contra a humanidade. Desafiando a tudo e a todos, ele anda tranquilamente pelas ruas, para o desespero de seus seguranças e é tratado como herói por algumas pessoas. Ele troca constantemente de endereço e, quando chega a um novo apartamento, ele se depara com uma jovem e linda moça, Tanja (interpretada por Hera Hilmar), que é a empregada doméstica da antiga moradora. O general então irá submetê-la a uma espécie de interrogatório, digamos, peculiar e pede que a moça seja a sua empregada doméstica em tempo integral. Vai começar uma estranha relação onde o temperamento ríspido do general tenta invadir o íntimo da jovem. Mas algumas reviravoltas ainda iriam acontecer nessa história.

Uma empregada de passado nebuloso…

É um filme que te tira da zona de conforto, pois o protagonista, com o qual o espectador deve se envolver, é um genocida de marca maior. Mas isso não impede que ele tenha um passado, mágoas, sofrimentos e frustrações. E, ao se relacionar com uma jovem que teima em esconder o seu passado, a coisa pode ficar turbulenta em algumas vezes. De qualquer forma, o relacionamento e a proximidade desabrocham, sem qualquer espaço para um romance improvável, dadas as circunstâncias como o próprio espectador irá testemunhar. De qualquer forma, o desfecho é extremamente chocante, o que faz desmoronar a montanha de empáfia e dureza do general, imprimindo novamente a máxima de que “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

Um relacionamento inicialmente difícil…

Esse é um filme de, basicamente, dois atores: Kingsley e Hilmar. É claro que o grande ator é o centro das atenções e a película gira em função dele. E podemos dizer que ele destilou sua competência de sempre, principalmente pelo fato de que podemos ter sentimentos conflitantes para com o personagem: de uma raiva latente pelo seu descaso com as atrocidades que cometeu, passamos pela forma esporadicamente meiga com a qual ele trata a sua personagem, assim como nos compadecemos com suas dores do passado e com seus lampejos de arrependimento por tudo o que fez.

Mas pode haver um entendimento…

A gente percebe que, à medida que a exibição corre, ele sai de um estado de dureza absoluta para uma vulnerabilidade quase que total, constituindo-se num personagem altamente complexo, que somente um ator do naipe de Kingsley poderia fazer. Já Hilmar teve a dificílima missão de contracenar com Kingsley, não comprometendo em sua atuação, mas parecendo mais uma escada para o ator. De qualquer forma, ela teve uma importância fundamental num momento chave do filme, que o spoiler me impede de dizer.

Indo a lugares distantes e proibidos…

Dessa forma, “Um Homem Comum” é um filme que vale a pena a atenção do espectador, pois conta com o grande talento de Ben Kingsley e é uma película perturbadora, que te tira da zona de conforto, pois vemos um personagem odioso se abrindo aos poucos, tornando-se cada vez mais vulnerável com o tempo. Além disso, o filme tem um desfecho forte, daqueles que fazem a gente sair da sala num estado letárgico, perplexo, abobalhado, até, e que expõe toda a fragilidade da vida humana. É recomendado pelo impacto. Nós não ficamos indiferentes ao que vemos.

Batata Movies – Robin Hood, A Origem. Montando Um Prólogo.

Cartaz do Filme

Mais um filme de Robin Hood. Como ficaria muito óbvio recontar a história do carinha que tira dos ricos e dá para os pobres, o filme resolveu contar algo, digamos, um pouco diferente, ou seja, quais foram as condições iniciais para que a história que todos conhecemos se estabelecesse? Como Robin Hood aparece e vai se estabelecer na Floresta de Sherwood com seus companheiros e todo aquele povo?

Um homem em busca de justiça…

Bom, o plot é o seguinte. Robin de Loxley (interpretado por Taron Egerton) é um nobre local de Nottingham que vai para o Oriente Médio combater com os mouros nas cruzadas. Numa de suas incursões (que mais parecia uma ação militar no Iraque com arcos e flechas), os cristãos são emboscados por mouros. Depois de muita luta, eles conseguem aprisionar os muçulmanos. Será aí que Robin começará a lutar contra as injustiças, pois ele tenta evitar que um jovem mouro, sem sucesso, seja decapitado. O rapaz é filho do cara que será o Little John de Robin (interpretado por Jamie Foxx).

Robin e Little John. Dupla Dinâmica

Robin é preso por traição e enviado à Inglaterra. John também consegue se esconder no navio que leva Robin para a Europa. Quando chega ao seu castelo, percebe que ele está destruído e roubado. São os esforços de guerra empreendidos pelo sórdido Xerife de Nottingham (interpretado pelo “Rogue One” Ben Mendelsohn), que não só destruiu seu castelo mas também colocou a população pobre numa área de mineração. Dentre os mais desassistidos está a namorada de Robin, Marian (interpretada por Eve Hewson) que, agora, namora outro homem. Completamente desiludido, Robin acaba encontrando Little John, que propõe que os dois façam uma dupla para lutar pela justiça e pelos fracos e oprimidos, com direito a muita porrada, bomba e tiro para variar.

Ensinando a namorada a dar umas espetadinhas…

Creio que o leitor já sabe de antemão a pegada do filme: uma coisa Sessão da Tarde, com muita ação, lutas coreografadas e efeitos especiais com um jeito Matrix de ser. Ou seja, nada que vá adicionar muita coisa. Somente entretenimento mesmo. Pelo menos, o filme mostrou duas coisas que chamam a atenção: F. Murray Abraham como um cardeal corrupto e, indo nesse gancho, uma crítica severa à corrupção na Igreja Católica (é até de se estranhar que uma película desse porte, ou seja, voltada exclusivamente para a ação e entretenimento, seja tão declaradamente anticlerical). No elenco, pouca coisa se salva. Ben Mendelsohn parece que vive para ser vilão nos cinemas e, quando faz isso, sempre tem sua atuação exagerada e afetada, beirando o caricato. Ou seja, é o tipo do vilão que serve para ser ridicularizado pelo mocinho. Não é por aí. É melhor que o cara seja mais ponderado, centrado e, muito mais perigoso, sem explosões emocionais despropositadas. E Taron Egerton? Sem gracinha, ele. Poxa, eu sempre ficava me lembrando do Robin Hood do Kevin Costner e do Morgan Freeman nessas horas. Se lá a interpretação era o que mais valia, aqui, parece que esses rostinhos bonitos (principalmente o de Marian) precisavam mais dos efeitos especiais para se afirmarem. De qualquer forma, o grande cara do filme no campo da atuação foi Jamie Foxx, fazendo um Little John bem agressivo e muito carismático. Chama a atenção também o ator Tim Minch, fazendo um engraçado Frade Tuck.

Frade Tuck (esquerda) e o Xerife de Nottingham (direita). O alívio cômico e o vilão…

Dessa forma, “Robin Hood, a Origem” é mais um filme comercial de ação com o único e exclusivo propósito de se fazer dinheiro. Nada de muito profundo essa película vai deixar. Virtudes? O ato de se contar uma história nova, Jamie Foxx e F. Murray Abraham, nada mais. E olha que a película deixou um gancho para uma continuação. Vamos ver se essa sequência irá vingar e no que vai dar.

Batata Movies – As Viúvas. Herança Maldita.

Cartaz do Filme

“Viúvas” foi o filme que abriu o Festival do Rio no ano de 2018. Mas como ele já estava aparecendo em trailer no circuitão, só o assisti depois de sua estreia . Pelo trailer, a coisa parecia ser muito boa. Foi mostrado um baita de um elenco: Liam Neeson, Viola Davis, Robert Duvall, Colin Farrell, Daniel Kaluuya e direção de Steve McQueen. O filme, portanto, acabou se tornando algo muito esperado.

Quatro mulheres em busca pela sobrevivência…

O plot é o seguinte: três assaltantes, liderados por Harry Rawlings (interpretado por Neeson), fazem um grande assalto, mas morrem numa explosão. Rawlings acaba roubando dois milhões de dólares de um candidato a vereador de um distrito de Chicago, Jamal Manning (interpretado por Brian Tyree Henry). Jamal irá até a casa da viúva de Rawlings, Veronica (interpretada por Davis) e a ameaça, lhe ordenando que o dinheiro tem que ser pago em duas semanas.

Dor de perder o marido…

Veronica começa a investigar e descobre que precisa ter acesso a um caderno do marido, onde ele anotava todos os assaltos que praticaria. Ela descobre que outro assalto seria feito e a quantia a ser subtraída seria de cinco milhões de dólares. O problema era descobrir onde esse assalto seria praticado. E aí, Veronica convoca as outras duas viúvas, que também correm risco de vida, para investigar o caso. Vai começar aí uma trama de investigação mesclada com ação, com direito a um plot twist.

Magistral participação de Viola Davis…

Para quem espera que esse será um filme de ação, com direito a muita porrada, bomba e tiro, está enganado. O ritmo da película é bem lento e fica mais na retórica do filme de suspense, com direito a muita investigação. Apesar de ser um pouco maçante em alguns momentos, o filme tem a virtude de mostrar uma história bem elaborada que consegue prender bem a atenção do espectador. Um pouco mais de ação somente na parte final da película, mas definitivamente esse não é o mote. Pode-se dizer que o filme prima mais por um certo suspense mesclado com um drama psicológico. Afinal de contas, esse é um filme de mulheres que perderam seus cônjuges queridos.

Querelas políticas em meio a lidar com quadrilhas…

Agora, o grande atrativo é o já mencionado elenco. Tudo gira em torno de Viola Davis, que rouba a cena. Ela interpreta com maestria uma mulher fragilizada pela perda e pela ameaça, mas que precisa manter a aparência de durona para sobreviver. Transitar por esses dois polos não deve ter sido uma tarefa fácil, mas Davis tirou de letra. Neeson aparece pouco no filme, mas ele também chama bastante a atenção em seus poucos momentos. Colin Farrell e Robert Duvall fazem uma boa dupla como filho e pai que disputam a eleição de vereador com Jamal. O primeiro carregava a pecha de ser um político idealista que tinha a reputação manchada pelos malfeitos do pai corrupto no passado. As brigas entre os dois eram realmente muito tensas e agressivas, o que muito chamou a atenção. Já Kaluuya, com seu personagem Jatemme Manning, ficou responsável pelas sequências mais violentas do filme, algo que impressionou, pois seu papel em “Corra”, onde fazia um hóspede indefeso contra uma família racista e seu olhar de peixe morto não parecem lhe dar o perfil de interpretar um personagem violento. Mas acho que o olhar de peixe morto deu um quê de indiferença à violência que ele empregava contra suas vítimas, o que tornou a coisa assustadora.

Robert Duvall. Outra ilustre presença…

Dessa forma, se “Viúvas” parecia um filme de ação mais cascudo e enveredou por uma narrativa um pouco mais lenta, por outro lado, essa narrativa mescla a investigação, o suspense e o drama psicológico de uma forma interessante, o que compensa esse ritmo mais lento que se poderia tornar enfadonho. Os atores também ajudam muito, dando um toque todo especial ao filme e sendo um chamariz para o grande público.

Batata Movies – Capitã Marvel. Uma Heroína Que Funciona.

Cartaz do Filme

A Marvel dá mais um de seus tiros certeiros com “Capitã Marvel”. Protagonizado pela vencedora do Oscar Brie Larson, esse é um filme que tem o trunfo de um elenco estelar. Senão vejamos: além de Larson, temos as presenças de Samuel L. Jackson, Ben Mendelsohn, Jude Law e Annette Bening. Adicionado ao bom elenco, está o fato de termos em mãos uma boa história, com direito a plot twists. Tudo isso ajudou a alavancar o filme de uma heroína pelo menos em tese menos conhecida que um Homem Aranha, Hulk, Thor ou Capitão América. E podemos dizer que a forma como a película foi construída ajudou muito a popularizar a nossa capitã. Vamos lançar mão dos spoilers aqui.

Brie Larson convenceu, e muito!!!!

O plot é o seguinte. Duas espécies alienígenas, os kree e os skrull, estão em guerra. E aí, uma terráquea, Carol Danvers, (interpretada por Larson) acaba envolvida nessa briga. Os kree, num primeiro momento, parecem ser uma espécie galante e nobre, ao passo que os skrull são violentos e feios.

Samuel L. Jackson arrebenta como um jovem Nick Fury…

Mas esse filme é um tremendo de um jogo de gato e rato, onde o que parece ser uma coisa pode depois ser completamente outra. E essa sequência de plot twists deixam a história divertida, com nossa própria protagonista não sabendo muito bem qual é a sua verdadeira identidade. Outro detalhe interessante do filme é a época em que ele se passa: 1995. Então, podemos ver e experimentar piadas referentes àqueles dias, tais como a demora para baixar um arquivo no PC ou os filmes que passavam no período, quando nossa protagonista cai numa loja do Blockbuster. Até Stan Lee (homenageado na vinheta de abertura em função de sua morte) em sua aparição na película, lia um roteiro de “Barrados no Shopping”, de Kevin Smith, filme em que ele fez uma participação naquela época.

Annette Bening, simplesmente deslumbrante e maravilhosa!!!

Ou seja, a Marvel continuou muito eficiente em sua parte de humor, sobretudo quando falava de gatos. Houve, também, a aparição do tesseract, o cubo cósmico que tem a capacidade de transformar qualquer desejo em realidade. Instrumento valioso para “Vingadores: Ultimato”? Provavelmente. Falando nisso, temos duas cenas pós-créditos na película que têm relação justamente com “Vingadores: Ultimato” e o tesseract.

Jude Law, menos tempo de tela…

E os atores? Foi muito legal ver a atuação de Brie Larson. A moça fez jus à sua premiação de Oscar de Melhor Atriz e esbanjou muito carisma, ao contrário do que podem pensar alguns que não gostaram muito da escolha de Larson para o papel. Ela teve, por exemplo, uma excelente química com Samuel L. Jackson, que fez um jovial e muito engraçado Nick Fury.

Os kree, nobres guerreiros que não são galak…

Pode-se dizer que essa dupla protagonizou até bons momentos de alívio cômico na história. Outra atriz que teve uma atuação muito esplendorosa foi Annette Bening, seja como a “mocinha” de gestos maternais com Carol Danvers, seja como uma maligna líder kree (eu disse que o filme tem muitos plot twists). Poucas vezes a gente vê um ator usando com tanta eficácia a expressividade da face como Bening, principalmente aqui nesse filme.

Os skrull, chatos, bobos e feios. Mas será que é isso mesmo???

Gosto muito de ver atores medalhões em filmes de super-heróis, pois eles dão mais credibilidade a todo o conjunto, ainda mais para esse tipo de filme, que o senso comum diz que se apoia quase que inteiramente à pirotecnia dos efeitos especiais. Jude Law, por sua vez, foi uma espécie de mentor kree para Danvers, mas mesmo tendo um plot twist com ele também, a sua atuação pareceu mais apagada se comparada à dos atores acima citados. Deu a impressão que Law teve menos tempo de tela que os demais. Entretanto, ele foi bem em todos os momentos em que apareceu.

Depois desse filme, você nunca mais vai querer um gato em casa…

Dessa forma, “Capitã Marvel” é um grande filme da Marvel, apesar de não ser o melhor de todos (ainda prefiro “Pantera Negra” e Thanos que se lasque). Mesmo assim, foi legal ver Brie Larson interagindo com esse Universo mais por seu carisma na interpretação do que pelo quesito físico da linguagem corporal das batalhas (é dito por aí que a atriz muito se preparou fisicamente para o filme, fazendo ela mesma várias cenas de luta). Foi também bacana ver um novo Nick Fury com Samuel L. Jackson dando uma outra leitura para o personagem. Annette Bening foi a cereja-surpresa do bolo. E agora resta a nós a torcida pela capitã arregaçar Thanos em “Vingadores: Ultimato”, já que os demais super-heróis ainda parecem muito deprimidos com a derrota de “Guerra Infinita”. Que o Homem Formiga saia também do mundo quântico e protagonize muitos momentos de alívio cômico com a capitã. A plateia agradece.

Batata Movies – A Mula. Tráfico Na Terceira Idade.

Cartaz do Filme

Clint Eastwood está de volta assinando a direção e atuando como protagonista em “A Mula”, um filme baseado numa história real um tanto inusitada. Um senhor beirando os noventa anos, que cultivava lírios e que passou a transportar drogas em sua picape em virtude de problemas financeiros. Uma película de tema espinhoso mas, ao mesmo tempo, com uma certa dose de humor em virtude da personalidade do ancião. Lançaremos mão dos spoilers aqui.

Um veterano de guerra com problemas financeiros…

Vamos ao plot. Earl Stone (interpretado por Eastwood) é, como foi dito, um homem que cultiva lírios e é uma personalidade dentro de seu microcosmos, sempre ganhando os concursos de expositores. Por causa disso, ele é muito afastado de sua família, o que provoca atritos com a filha e a esposa, embora sua neta tenha um comportamento mais complacente com ele. O problema é que nosso protagonista se afundará em dívidas e acaba perdendo sua propriedade onde os lírios eram cultivados. Ele, sem ter onde ir, aparece na festa de casamento da filha, mas é expulso por ela.

Problemas com a família…

Um dos convidados começa a conversar com ele e percebe que sua picape não deixa qualquer suspeita. Stone se gaba de nunca ter recebido uma multa sequer depois de décadas dirigindo. O convidado, então, dá um cartão para ele, oferecendo uma espécie de proposta de emprego que é apenas dirigir. Como Stone está na pindaíba, ele aceita. E cai no meio de um monte de traficantes mexicanos, onde ele transporta drogas em enorme quantidade. A primeira vez deu certo, ele ganhou uma grana boa. Daí, decidiu que seria apenas aquela vez. Entretanto, a necessidade de mais dinheiro para suas dívidas o empurrou para um segundo, terceiro, quarto serviço, não saindo mais e cada vez se enrolando mais e mais à medida que fazia as viagens.

Ops, a polícia…

É um filme com uma história inusitada e que chama muito a atenção pelo fato de a gente não ver um Clint Eastwood durão que sai dando tiros para cima de todo mundo como estávamos acostumados com seus filmes mais antigos. Pelo contrário, ele é um senhor em idade bem avançada e corre muitos perigos nas mãos dos bandidões bem mais novos que ele. Como ele não pode mais ser um “Dirty Harry”, resta aqui a gente ver um idoso de gênio um tanto forte (ele engrossa algumas vezes para cima dos traficantes na sua condição de veterano da Guerra da Coreia) mas que também sabe levar a vida na flauta, fazendo tudo com improviso e bom humor, para o desespero dos traficantes que tinham as suas ordens sempre desrespeitadas. Aí, o leitor pode perguntar: e por que os traficantes não deram um fim nele? Porque ele era uma mula extremamente eficiente e transportava muitos quilos de cocaína, o que não era para qualquer um. Stone até caiu nas graças do chefão mexicano Laton (interpretado por Andy Garcia). Assim, se o filme trabalha um tema policial, bem ao estilo de Eastwood, o diretor também soube acrescentar um humor simpático à história, o que somente aumentou a empatia do público com o protagonista.

O crime compensa???

Além do tema policial e do tema do humor, o filme também tem um bom conteúdo dramático, pois Stone era um cara que se afastou de sua família e tentou recuperar o tempo perdido, mesmo que as tarefas do tráfico pudessem colocar um empecilho nisso, É claro que essa tarefa foi um tanto árdua, já que anos de ressentimento não desaparecem de uma hora para a outra, e essa tentativa de reconquista deu um sabor todo especial ao filme e foi determinante num ponto chave da trama, mas não vou ficar dando mais spoilers por aqui.

Rompantes de durão…

O filme também prima pelo bom elenco. Além de Eastwood e Garcia, temos figuras como Laurence Fishburne, Bradley Cooper e Michael Peña, que fazem os policiais que investigam a mula nonagenária. Foi muito legal ver Eastwood e Cooper (que já participou de outro filme do diretor, “Sniper Americano”) contracenando juntos e falando sobre família.

Boa participação de Bradley Cooper…

Assim, “A mula” é mais um bom filme de Eastwood, que mostra um talento e tanto como diretor de cinema, mas que de vez em quando tem que aparecer na telona para matar a saudade de seu público. Um filme onde ele agora é um senhor em idade avançada e não pode mais ser o policial durão ou o cara que sai destruindo tudo. Mas é um velhinho meio duro na queda e engraçado. Um veterano de guerra que não leva desaforo para casa. E laureado por um bom elenco. Típico filme que a gente vai para ver os atores que gosta. Imperdível.

Batata Movies – Alita, Anjo De Combate. A Menina Do Zoião.

Cartaz do Filme

Um interessante filme de ação. “Alita, Anjo de Combate”, é dirigido por Robert Rodriguez, o roteiro é assinado por James Cameron, Laeta Kalogridis e é baseado na graphic novel japonesa “Gunnm”, de Yukito Kishiro, além de contar com Christopher Waltz, Jennifer Connelly, Mahershala Ali e Edward Norton no elenco. Ou seja, é um projeto para lá de ambicioso. Quando a gente vê uma produção com nomes de tanto peso, a primeira preocupação que nos vêm à cabeça é se a qualidade da película corresponderá ao forte investimento feito nela. Já tivemos uma amarga experiência com “Duna” na década de 80. Agora, “Alita” aceita o desafio e coloca suas cartas na mesa. Lançaremos mão de spoilers aqui.

Uma simpática robô zoiuda. Impossível não se apaixonar…

Vamos ao plot. Estamos no século 26. O mundo tem cidades na superfície que são verdadeiras favelas e uma cidade flutuante, a única que restou depois de uma severa guerra. Quem está embaixo não pode ir para cima. Essa cidade flutuante descarta lixo sobre a cidade da superfície e uma espécie de médico que implanta peças cibernéticas nas pessoas, o Dr. Ido (interpretado por Waltz) encontra uma ciborgue no meio da pilha de lixo, enquanto procura peças usadas para seus pacientes. Ele remonta e reativa a ciborgue, que fica com o nome de Alita (interpretada por Rosa Salazar) e que não se lembra de seu passado.

Achada pelo Dr. Ido na lixeira…

O problema é que Ido tem uma ex-esposa, Chiren (interpretada por Connelly) que, junto com Vector (interpretado por Ali), gerenciam uma espécie de esporte que é muito parecido com o antigo rollerball, e estão de olho na menina, que era uma espécie de soldado inimigo da antiga guerra. Assim, todos querem pôr a mão na garota, inclusive o todo poderoso dono da cidade, Nova (interpretado por Edward Norton, que não aparece nos créditos) e a doce Alita, que é um ciborgue extremamente poderoso e violento, uma máquina de guerra, precisa lutar contra seus detratores.

Eles começam um terno relacionamento de pai e filha…

O filme foi bom? Sim, muito. A começar pela protagonista, Alita (interpretada por Rosa Salazar). A menina rouba a cena com seu zoião virtual. Mas ela também atua muito bem. É uma típica adolescente descolada, com muito carisma, mas que também pode ser profundamente emotiva (as lágrimas que saíam dos gigantescos olhos dela inundavam toda a sala de cinema) e apaixonada por um rapaz das ruas, Hugo (interpretado por Keean Johnson).

É melhor não mexer com ela…

Só por ela, a gente fica o tempo todo com os olhos colados na tela. Mas também temos uma ficção científica boa, do tipo distópico, talvez um pouco manjada, mas eficiente. Para dar credibilidade à história, os medalhões do elenco trabalharam bastante. O melhor deles foi, sem a menor sombra de dúvida, Christopher Waltz. Além de ter um tempo de tela maior, a forma serena e terna como o Dr. Ido tratava Alita foi muito cativante. Já Connelly e Ali fizeram vilões um pouco mais simplórios e elegantes, com um destaque maior para atriz, pelo fato de sua personagem ser ex-esposa do Dr. Ido e isso trazer algumas implicações adicionais.

Jennifer Connelly. Uma vilã mais interessante e complexa…

Sinceramente, achei que Ali foi pouco aproveitado no filme e seu papel poderia ter um pouco mais de destaque. Agora, o grande mistério ficou por conta de Edward Norton, que não foi creditado no filme e fazia o grande vilão Nova, que aparecia somente de relance.

Mahershala Ali poderia ter sido mais bem aproveitado…

O filme deixou bem claro um enorme gancho para continuação. Espero muito que o filme tenha uma boa bilheteria para que a sequência vingue. E aí, a presença de Norton novamente e com os devidos créditos será mais do que bem vinda.

No Rollerball…

É uma película, acima de tudo, de ação e cenas de luta, muito bem feitas em todos os seus efeitos especiais. O grande barato é o tal do esporte inspirado no rollerball, só que muito mais turbinado e com ciborgues na arena. Alita irá participar dessa verdadeira carnificina que ensandece o público, primeiro como espectadora, onde vibra com toda a violência explícita, e depois como participante, onde precisa destilar sua violência e especialização nas artes marciais para se defender. Foram boas sequências de filmes típicos de ação.

Como é Rosa Salazar sem o zoião…

Assim, “Alita, Anjo de Combate”, se é uma película de ação que estamos muito acostumados a ver, é, por outro lado, um filme que se inova por sua protagonista, por seu elenco e por seu projeto ambicioso. Sinceramente, espero que esse vingue para uma continuação. Vale a pena prestigiar a menina do zoião.

Batata News – Impressões Sobre O Oscar 2019

Queen abriu a festa!!!

A festa do Oscar esse ano começou com duas novidades. Em primeiro lugar, nada de mestre de cerimônias. Alguns acharam isso bom, porque se evitaram algumas piadinhas de gosto duvidoso, infelizes até. Por outro lado, se temos um bom Mestre de Cerimônias (me lembro muito de Whoopi Goldberg e do “hors concours” Billy Cristal) a coisa até flui bem e foi uma pena não termos essa figura esse ano. A segunda coisa foi a redução do tempo da premiação: cerca de três horas e meia. Confesso que isso me chateou mais, mesmo tendo que acordar cedo no dia seguinte, até porque o Oscar acontece somente uma vez por ano e o gasto com tempo de TV não seria uma exorbitância. Creio que valeria o investimento até por todo o clima de expectativa (e audiência garantida) que o Oscar proporciona.

“Green Book” levou a estatueta de Melhor Filme

Mas, o que podemos dizer do que aconteceu na cerimônia em si? Foi uma noite em que parece que a Academia se redimiu do “Oscar Branco” dos últimos anos. Muitos filmes de temática negra entre os indicados, assim como premiações também direcionadas nesse sentido. A começar pela atriz coadjuvante, Regina King, de “Se a Rua Beale Falasse”, desbancando Emma Stone e Rachel Weisz em “A Favorita”. Sei não, mas preferia que esse prêmio tivesse sido dado a Stone, até porque ela teve mais tempo de tela do que King e uma personagem que exigia mais de sua atuação, no qual a moça correspondeu. O trabalho de King também foi bom mas sua personagem foi menos presente no filme como um todo. Já para ator coadjuvante, Mahershala Ali teve um Oscar muito merecido em “Green Book”, sendo praticamente um dos protagonistas do filme. Essa era uma categoria muito disputada, principalmente quando a gente se lembra de Sam Rockwell fazendo Bush em “Vice” e Richard Grant em “Poderia Me Perdoar?”. Para ator, a surpresa de Rami Malek em “Bohemian Rhapsody”, desbancando Christian Bale (meu favorito) em “Vice” e Willem Dafoe em “No Portal da Eternidade”. Se for para alavancar a carreira do jovem ator (que mostrou seu talento também no remake de  “Papillon”), vale a estatueta. Mas que valia um prêmio aqui para um dos medalhões, valia. Para atriz, outra surpresa; Olivia Colman, de “A Favorita”, superou Glenn Close. Confesso que aqui achei o prêmio injusto. Preferia até Melissa McCarthy se Close não ganhasse. A premiação de Alfonso Cuarón para melhor diretor em “Roma” foi merecida mais por sua cinematografia (o Oscar de Fotografia para “Roma” foi, sim, merecido) do que pela direção em si, já que o filme poderia ter explorado um pouco mais a vida de preconceito das empregadas domésticas, o que parecia ser uma de suas propostas. Achei aqui que o prêmio de diretor caberia melhor para Spike Lee, pela sua forma de contar a inusitada história de “Infiltrado na Klan” com humor e, simultaneamente, tom de denúncia. Pelo menos, Lee levou a estatueta de Melhor Roteiro Adaptado e ainda fez um discurso anti-Trump, o que foi um dos pontos altos da cerimônia. Agora, sacanagem retumbante foi a força da indústria dar o Melhor Filme Estrangeiro a “Roma” e não a “Cafarnaum”, um dos melhores filmes do ano. A premiação de Melhor Animação para “Homem Aranha no Aranhaverso” foi muito merecida, mas se o critério mais artístico fosse adotado, “Ilha dos Cachorros” também poderia ter levado a estatueta, mesmo com uma história mais esquisita e tensa do que o Blockbuster divertido que foi “Aranhaverso”. Uma surpresa muito agradável foi para “Pantera Negra”. O melhor filme da Marvel de todos os tempos (na opinião desse humilde escriba) abiscoitou três estatuetas: figurino, design de produção (direção de arte) e trilha sonora. Foi a primeira vez que um blockbuster de super-herói recebe Oscars. E, particularmente, estou muito feliz que isso tenha ocorrido com “Pantera Negra”. Já os efeitos especiais ficaram para “O Primeiro Homem”, um filme que usa os efeitos sem ser de forma pirotécnica, com tiros, porradas e bombas, mas sim para deixar o espectador o mais íntimo possível das sensações da viagem num foguete e de como é a superfície lunar.

Os vencedores de ator e ator coadjuvante…

Os números musicais também deram o ar da sua graça e esquentaram a noite mais do que o normal. Foi simplesmente o Queen com Adam Lambert que abriu a festa, que nem preciso dizer mais nada. Aliás, “Bohemian Rhapsody” foi o grande vencedor da noite, pois abiscoitou quatro de cinco estatuetas que concorria. Além de Melhor Ator para Malek, ganhou os Oscars de Montagem (os mais puristas vão reclamar da cronologia fora de ordem, mas creio que isso foi mais uma proposta de roteiro), Mixagem de Som e Edição de Som. A decepção ficou por conta de “Vice”, que recebeu somente o prêmio de Maquiagem e Cabelo, merecidíssimo. Mas a parte mais emocionante da noite disparado foi o dueto de Lady Gaga com Bradley Cooper que ganhou o Oscar de Melhor Canção por “Nasce Uma Estrela”. Foi muito legal de ver os dois cantando juntos e toda a emoção de Gaga (que já comeu o pão que o diabo amassou na sua vida, com histórico de estupro e bullying) no seu discurso de agradecimento pelo prêmio de Melhor Canção.

Regina King, a melhor atriz coadjuvante…

Por fim, o melhor filme, para “Green Book, O Guia”. Eu particularmente achei muito merecido e era meu candidato. O filme despertou uma certa polêmica, pois a família do pianista (esse filme é baseado em fatos reais) não gostou do roteiro escrito pelo pai do motorista, que teria carregado nas tintas na amizade dos dois. Mas ainda assim, acho que valeu pela história, nem pelo fato da componente do racismo, mas sim pelo fato de que são duas figuras humanas que aprendem um com o outro, estabelecendo um vínculo. E a questão de se carregar nas tintas com a amizade, bem, o cinema, desde Melliès, nunca teve compromisso com a realidade. Talvez com a denúncia, mas nunca devemos nos esquecer que a sétima arte é a arte do ilusório.

Mahershala Ali, um prêmio merecido…

Muito bem, essas foram as impressões do Oscar desse ano. Alguns criticam a premiação do politicamente correto em detrimento da arte. Pode até ser, mas creio que isso não deslegitima o talento de quem ganhou. Claro que houve surpresas e até injustiças (leia-se Glenn Close e “Cafarnaum”) mas isso não pode significar um olhar mais antipático para os vencedores, que tiveram seus méritos. Devemos nos lembrar que houve uma mudança de perfil nos eleitores da Academia. Cerca de dois mil novos membros foram eleitos num Universo de oito mil eleitores em todo o mundo. Isso obviamente provoca mudanças nos pontos de vista, o que não deixa de dar um certo dinamismo revigorante para uma instituição que deve ter começado excessivamente WASP. De qualquer forma, o grande prêmio não é a estatueta careca e dourada, que vai ficar nas prateleiras dos vencedores pegando poeira, e sim os filmes e as histórias contadas, não importam se ganharam a estatueta ou não, que mexem com a imaginação e emoções de cinéfilos ao longo de todo muito. Prefiro os DVDs dessas preciosidades na minha estante. E Oscar? Posso comprar um de plástico no Saara na época do Carnaval, sem querer desmerecer o glamour da cerimônia, obviamente. Esperemos, agora, pelo próximo ano. Antes de terminar, só mais uma coisa: na seção “In Memoriam”, nosso Nelson Pereira dos Santos foi relembrado, com muita justiça, numa prova de que nosso cinema é sim reconhecido lá fora, muito ao contrário do que ocorre aqui quase sempre.

Olivia Colman, uma surpresa…

Fiquem agora com a lista de premiados:

MELHOR FILME

Premiado: Green Book – o guia

Roma

Bohemian Rhapsody

Pantera Negra

Nasce uma estrela

Vice              

A Favorita

Infiltrado na Klan

Cuarón, o melhor diretor, abraçando Del Toro…

MELHOR DIREÇÃO

Premiado: Alfonso Cuarón – Roma

Spike Lee – Infiltrado na Klan

Pawel Pawlikowski – Guerra Fria

Yorgos Lanthimos – A Favorita

Adam McKay – Vice

Malek: Bohemian Rhapsody ganhou quatro estatuetas….

MELHOR ATRIZ

Premiada: Olivia Colman – A Favorita

Yalitza Aparicio – Roma

Glenn Close – A Esposa

Lady Gaga – Nasce uma Estrela

Melissa McCarthy – Poderia Me Perdoar?

MELHOR ATOR

Premiado: Rami Malek – Bohemian Rhapsody

Christian Bale – Vice

Bradley Cooper – Nasce uma Estrela

Willem Dafoe – No Portal da Eternidade

Viggo Mortensen – Green Book

Spike Lee, o cara!!!!

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Premiada: Regina King, Se a rua Beale falasse

Amy Adams, Vice

Marinha de Tavira, Roma

Emma Stone, A Favorita

Rachel Weisz, A Favorita

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Premiado: Mahershala Ali – Green Book

Adam Driver – Infiltrado na Klan

Sam Elliott – Nasce uma Estrela

Richard E. Grant – Poderia Me Perdoar?

Sam Rockwell – Vice

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

Premiado: Infiltrado na Klan

The Ballad of Buster Scruggs

Poderia me perdoar?

Se a rua Beale falasse

Nasce uma estrela

O ponto alto da noite: Lady Gaga e Bradley Cooper

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Premiado: Green Book – O guia

A favorita

No coração da escuridão

Roma

Vice

MELHOR FILME DE LÍNGUA ESTRANGEIRA

Premiado: Roma

Cafarnaum

Guerra fria

Never Look Away

Assunto de família

Muito choro com o Oscar….

MELHOR ANIMAÇÃO

Premiado: Homem-aranha no Aranhaverso

Os Incríveis 2

Ilha dos cachorros

Mirai

WiFi Ralph: Quebrando a Internet

MELHOR FOTOGRAFA

Premiado: Roma

Guerra fria

A favorita

Never Look Away

Nasce uma estrela

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

Premiado: Pantera Negra

A favorita

O primeiro homem

O retorno de Mary Poppins

Roma

MELHOR FIGURINO

Premiado: Pantera Negra

The ballad of Buster Scruggs

A Favorita

O retorno de Mary Poppins

Duas rainhas

MELHOR MONTAGEM

Premiado: Bohemian Rhapsody

Infiltrado na Klan

Green Book – o guia

A Favorita

Vice

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS

Premiado: O primeiro homem

Vingadores: Guerra infinita

Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível

Ready Player One

Solo: Uma história Star Wars

MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO

Premiado: Vice

Duas rainhas

Border

MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Premiado: Bohemian Rhapsody

Pantera Negra

O primeiro homem

Um lugar silencioso

Roma

MELHOR MIXAGEM DE SOM

Premiado: Bohemian Rhapsody

Pantera Negra

O primeiro homem

Roma

Nasce uma estrela

MELHOR TRILHA SONORA

Premiado: Pantera Negra

Infiltrado na Klan

Se a rua Beale falasse

Ilha dos cachorros

O retorno de Mary Poppins

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Premiada: Shallow (Nasce uma Estrela)

All the Stars (Pantera Negra)

I’ll Fight (RBG)

The Place Where Lost Things Go (O Retorno de Mary Poppins)

When A Cowboy Trades His Spurs For Wings (The Ballad of Buster Scruggs)

MELHOR DOCUMENTÁRIO

Premiado: Free Solo

Hale County

Minding the Gap

Of Fathers and Sons

RBG

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

Premiado: Absorvendo o tabu

Black Sheep

End Game

Lifeboat

Uma noite do Jardim

MELHOR CURTA-METRAGEM DE FICÇÃO

Premiado: Skin

Detainment

Fauve

Marguerite

Mother

MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMADA

Premiada: Bao

Animal Behaviour

Late Afternoon

One Small Step

Weekends