Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Nova Geração (S01, Ep 07), Justiça. Interpretações Da Lei.

Dando sequência às análises de episódios de Jornada nas Estrelas, voltamos a TNG, mais especificamente ao sétimo episódio da primeira temporada, intitulado “Justiça”.

O plot é o seguinte. A Dra. Crusher acha que a tripulação precisa de uma licença, depois de uma cansativa missão. Foi encontrado um planeta de Classe M, Rubicon III, a princípio perfeito: uma população amável e hospitaleira. Picard pergunta várias vezes aos seus tripulantes que estiveram na superfície do planeta se não há algum problema lá e eles são categóricos em dizer que não.

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Um planeta hedonista…

Um grupo avançado chega ao planeta e é recebido pelos nativos com abraços e muito carinho. Enquanto isso, a Enterprise detecta um estranho e gigantesco objeto. Uma forma de vida energética entra na nave e pergunta o que a tripulação faz no planeta. Picard diz que é uma visita pacífica. A forma de vida pergunta se eles vão deixar tripulantes no planeta, assim como o fizeram no planeta anterior (a missão descrita acima foi a colonização de um planeta desabitado). Picard diz que não. A forma de vida diz para não interferirem com os habitantes de Rubicon III, encosta na testa de Data e faz o robô desligar.

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Curtindo os prazeres da vida…

Na superfície do planeta, Riker tenta contato com a Enterprise, mas não consegue. Ele e Troi vão procurar Wesley (sempre ele!), que está com um grupo de adolescentes, para retornar à nave. Worf vai procurar Tasha e, ao encontrá-la, escuta dos habitantes locais que há muito tempo não há desrespeito às leis no planeta e que elas são punidas com a morte. Percebendo que Wesley pode estar em apuros, Worf e Tasha vão atrás dele também. Mas Wesley, num joguinho de bola, acaba caindo em cima de umas plantinhas. Dois mediadores (a polícia local) chegam, assim como todo o grupo avançado. Assim que os mediadores vão aplicar a pena de morte, com uma seringa e um veneno indolor, todo o grupo avançado aponta seus phasers. O impasse está formado e Riker continua não conseguindo se comunicar com a Enterprise.

Na Enterprise, a forma de vida energética ainda está sobre a testa de um Data inerte. Picard acredita em algum tipo de troca de informação. A forma de vida se ergue da testa de Data e desaparece. Imediatamente, o grupo avançado entra em contato e Riker solicita a presença do capitão para resolver um problema com um membro do grupo e as leis locais. Picard desce e ordena que Data (ainda desativado) seja levado para a enfermaria e monitorado por Crusher.

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Conhecendo os hábitos locais…

Picard chega e fica a par da situação. Os nativos perguntam se há pena de morte no planeta de Picard e ele disse que já houve mas que hoje não há mais. Os nativos falam então para a Enterprise usar a força e levar Wesley, com os nativos registrando o “garoto” como criminoso condenado fora de seu alcance. Picard evoca a Primeira Diretriz, já explicada aos habitantes do planeta por Riker, e pergunta se Wesley corre algum risco naquele momento. Os habitantes dizem que Wesley precisa ser executado até o pôr-do-sol. Picard também pergunta pela nave em órbita que a Enterprise encontrou. Os habitantes dizem, pela descrição de Picard, que essa nave, meio virtual, é Deus. Crusher entra em contato com Picard e diz que Data já recobrou a consciência e precisa falar urgentemente com ele. Picard, Troi e uma habitante do planeta sobem à Enterprise, sendo esta última à pedido de Picard para ver a tal nave. Ao mostrar a nave para a moça, ela se ajoelha. É o Deus dela. A nave se aproxima e ordena que a “filha” dela seja entregue. Picard coloca o comunicador na moça e ordena que ela seja teletransportada imediatamente para a superfície do planeta. A nave se afasta da Enterprise. Uma desesperada Crusher pergunta o que se vai fazer sobre o seu filho. Picard diz que ele está protegido até o pôr-do-sol. Crusher busca se controlar e diz que está com medo. Picard diz que também está e lembra a ela o que a nave ia fazer com a Enterprise. Crusher se recompõe e diz que Data está na Enfermaria, querendo falar com o capitão. Data diz que essa nave é gigantesca e é de uma entidade alienígena que é vista pelos edos (os habitantes do planeta abaixo) como uma divindade. Esses alienígenas, por terem interagido com Data, conhecem a Primeira Diretriz e achariam os humanos não dignos de confiança se eles violassem sua própria lei, o que implicaria aplicar a pena em Wesley. Os alienígenas ainda se acham os donos daquele aglomerado de estrelas e seria melhor não colocar colônias lá.

Picard desce com Crusher para a superfície do planeta e, depois de um debate, decide subir com o grupo avançado da nave, violando a Primeira Diretriz e as leis do planeta. Mas o “Deus” dos Edos não deixa que o grupo avançado se teletransporte. Picar então começa um discurso para o “Deus” dizendo que nenhuma lei é justa se ela for absoluta. O “Deus” dos Edos aceita o argumento e o grupo avançado é teletransportado.

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Wesley cometendo um crime mortal…

Na Enterprise, Picard diz à nave que a colônia humana será removida do planeta adjacente se a nave sinalizar para isso. Ela desaparece. A tripulação entendeu como um sinal. Fim do episódio.

O que podemos falar do episódio “Justiça”? Em primeiro lugar, é um episódio que fala da aplicação da Primeira Diretriz, mais especificamente, questionando se a mesma é sempre aplicável em todas as circunstâncias. Vimos que havia um beco sem saída no episódio, pois Wesley foi condenado à morte por cair num canteirinho de plantas. As leis eram muito rigorosas justamente para que os crimes parassem de ser praticados e Rubicon III se tornar o paraíso de amor e prazer que era. Assim, violar as leis do planeta colocaria em risco toda a civilização a voltar para a barbárie. Somente para cimentar isso, a Primeira Diretriz daria o aval para o cumprimento das leis do planeta e ainda havia uma entidade alienígena entendida pelos Edos como uma divindade que olharia com desconfiança os humanos da Federação que desrespeitariam suas próprias leis. Tudo indicava que Wesley estaria ferrado. Mas a Primeira Diretriz e as leis do planeta são chutadas para escanteio graças a um discurso de Picard para a entidade alienígena vista como divindade, que dizia que nenhuma lei cumprida de forma absoluta pode ser justa. Ou seja, sempre há margem para interpretações da lei. Essa entidade alienígena, que já deve ter passado por estágios de desenvolvimento vistos tanto nos Edos quanto nos humanos, aceitou o argumento e liberou os humanos sob os olhos dos Edos, que devem ter entendido que essa intervenção divina permitia exceções no cumprimento de leis tão rigorosas, não desgraçando aquela sociedade e condenando-a a voltar ao estágio de barbárie. De qualquer forma, esse seria um episódio que começaria a questionar mais efetivamente a Primeira Diretriz, algo considerado um pouco mais imaculado na série clássica (e muito violada na prática também). Esse episódio e os futuros que questionariam a aplicação da Primeira Diretriz seriam responsáveis por trabalhar muitas reflexões.

Justice" (S1:E8) Star Trek: The Next Generation Episode Summary
Picard debate com os nativos…

Dessa forma, “Justiça” é um episódio marcante de “Jornada nas Estrelas, A Nova Geração”, pois começaria a questionar mais efetivamente a aplicação da Primeira Diretriz, assumindo, nesse viés, um comportamento um pouco mais independente com relação à série clássica. Vale a revisita.

Star Trek: The Next Generation – Justice (Review) | the m0vie blog
Uma nave alienígena fazendo as vezes de divindade…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Voyager (S01, Ep 06), O Buraco Da Agulha. Um Romulano Legal.

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, vamos revisitar Voyager, mais especificamente o sexto episódio da primeira temporada, intitulado “O Buraco da Agulha”.

Star Trek, Voyager 1.6 Eye of the Needle' (1995)

O plot é o seguinte. A Voyager encontra indícios de um buraco de minhoca, o que pode ser uma chance de encurtar sua longa viagem. Mas, para atestar que há realmente um buraco de minhoca, a nave vai ter que se desviar de seu curso. Ao chegarem ao buraco de minhoca, ele era muito pequeno (cerca de trinta centímetros) e estava se fechando. Foi lançada uma sonda nele para ver se, pelo menos poderia se enviar uma mensagem para a Frota Estelar, mas a sonda ficou presa lá e foi escaneada, sinal de que havia uma inteligência do outro lado do buraco de minhoca. Janeway decide insistir em se comunicar com essa inteligência, ordenando que Kim envie um pulso para a sonda e esperar uma resposta. A resposta vem e é do Quadrante Alfa.

Kes procura Janeway para lhe informar que o Doutor está sendo muito maltratado pela tripulação. Janeway diz que também tem recebido reclamações que o Doutor trata  mal as pessoas. Kes insiste que o Doutor é agora o médico da nave e que não deve ser tratado como um holograma e sim como um tripulante, e que ele pode aprender a tratar as pessoas bem. Janeway promete que vai analisar o caso e fica pensativa depois da saída de Kes. Janeway vai à Enfermaria e pergunta se o Doutor precisa de alguma coisa. Ele diz que as pessoas têm o poder de ativá-lo ou desativá-lo a hora que querem, o que é algo irritante. Janeway diz que vai arrumar um jeito dele mesmo se ativar e desativar.

The Angriest: Star Trek: Voyager: "Eye of the Needle"
Janeway encontra um pequeno buraco de minhoca…

A Voyager consegue contatar a nave do outro lado do buraco de minhoca. É uma nave romulana no Quadrante Alfa que não acredita que a Voyager está no Quadrante Delta e encerra as comunicações. Janeway insiste que a comunicação seja retomada.

O romulano restabelece contato e desconfia que a Voyager esteja espionando a nave. Com muito jogo de cintura, Janeway diz que somente quer que os romulanos transmitam uma mensagem da Voyager para a Frota Estelar, com mensagens da tripulação para seus familiares. O romulano diz que há uma possibilidade das duas naves fazerem contato visual. As duas naves entram em contato e o romulano diz que enviou o caso de Janeway para ser discutido no senado romulano, o que não pode ter uma resposta imediata. Janeway diz que há somente quarenta e oito horas para a sonda no buraco de minhoca deixar de funcionar e pergunta se o romulano tem família. Ele alega que sim, que está há um ano no espaço e que não viu sua filha nascer, além de que só vai vê-la com dois anos. Janeway fala de sua tripulação, que vai demorar setenta anos para voltar à Terra e que, se o romulano puder fazer algo para enviar as mensagens da tripulação, ela ficaria muito grata. Torres, por sua vez, descobre que um feixe de teletransporte pode passar pelo buraco de minhoca e transportar toda a tripulação para o Quadrante Alfa. Janeway pede para Torres trabalhar nisso.

Star Trek: Voyager Rewatch: “Eye of the Needle” | Tor.com
Um romulano muito legal…

Janeway e o capitão romulano combinam em fazer o teste de teletransporte com cilindros experimentais. O teste é bem sucedido, mas a tripulação não pode ser teletransportada para a nave romulana. O capitão romulano se oferece para se teletransportar para a Voyager e diz que, caso dê certo, ele vai pedir que uma nave militar venha para receber a tripulação. O romulano é teletransportado com sucesso para a Voyager. Mas Tuvok, ao analisar o romulano, descobre que ele é de vinte anos no passado (o buraco de minhoca, além da distorção espacial, tem também distorção temporal). E assim a tripulação da Voyager não pode voltar ao quadrante alfa. Janeway pede que o capitão romulano não diga nada ao Imperio Romulano para não alterar o passado. O romulano sugere que, em vinte anos, ele alerte a Frota Estelar para a Voyager não viajar. Mas Chakotay diz que a presença da Voyager no Quadrante Delta já provocou muitas alterações e a nave precisa estar lá para que elas continuem a existir. Janeway só pede que o romulano transmita as mensagens da tripulação para a Frota Estelar em vinte anos. O romulano dá o seu nome e diz para contatá-lo quando chegarem ao Quadrante Alfa. Ele é teletransportado com sucesso para a sua nave. Mas Tuvok descobre pelos registros que o romulano morreu quatro anos antes de transmitir os dados da tripulação para a Frota Estelar. Aí, ficou no campo da especulação. O romulano deixou um testamento pedindo a transmissão dos dados? Ele deixou isso a cargo do Império Romulano? Restou à Voyager retomar seu curso para o Quadrante Alfa. O episódio termina com o Doutor chamando a atenção de um tripulante que o ignora, fazendo este respeitar-lhe. O Doutor pede a Kes que envie a Janeway um pedido de materiais para a Enfermaria. E ele também quer um nome.

Star Trek: Voyager – Eye of the Needle (Review) | the m0vie blog
Um romulano na Voyager…

O que podemos dizer do episódio “O Buraco da Agulha”? Mais uma vez vemos aqui uma boa ficção científica escrita nos episódios iniciais de Voyager. A ideia de tentar passar por um buraco de minhoca para cortar caminho até o Quadrante Alfa é a primeira coisa que nos vem à cabeça quando pensamos no problema que a Voyager tem que enfrentar. Mas a coisa do buraco ser muito estreito e a nave ainda fazer contato com o Quadrante Alfa, sendo esse contato um romulano foi a grande graça do episódio, pois se o romulano, no início, se mostrou muito desconfiado e ressabiado, com o tempo, o jogo de cintura de Janeway fez com que ela conquistasse a confiança do capitão romulano, algo que até ficou um pouco exagerado (como o fato de o capitão romulano se oferecer para o teste do teletransporte), mas que levou a uma relação muito interessante e amistosa entre duas espécies que se consideram inimigas. Não é à toa que o romulano era um cientista, ainda mais astrofísico (yes!) e não um militar, onde talvez a relação fosse bem menos amistosa. Foi muito interessante ver também que a tripulação não podia ser teletransportada por haver uma distorção temporal e algumas medidas precisarem ser tomadas para não se provocar paradoxos temporais. A cereja do bolo foi o fato do romulano ter morrido quatro anos antes de transmitir para a Frota Estelar as mensagens da Voyager. E de ficar em aberto se essas mensagens chegaram à Frota ou não. Tudo isso deu uma baita qualidade a um episódio bem escrito e bem bolado.

Star Trek: Voyager Rewatch: “Eye of the Needle” | Tor.com
Kes e o Doutor, numa boa dobradinha…

No mais, outros passos na construção do Doutor. Visto como uma ferramenta, ele era tratado com um certo desprezo pela tripulação, o que o levava a um comportamento amargo e agressivo. Mas Kes, fazendo uma boa dobradinha com ele nesse início de série, levou o caso à capitã, que mediou a situação e começou a tratá-lo como um ser consciente e não uma espécie de máquina. E o público cada vez mais se afeiçoando a esse novo outsider da franquia.

Dessa forma, “O Buraco da Agulha” é mais um bom episódio de Voyager que merece ser revisitado, pois apresentou uma boa ficção científica, onde a relação entre Janeway e o capitão romulano deu as cartas, regadas a um problema de ordem temporal onde houve o cuidado a não se cometer paradoxos temporais. O episódio ainda trabalhou mais o personagem do Doutor, já tendo um destaque todo especial desde o início da série.

Star Trek: Voyager | Netflix
O Doutor se impõe como um tripulante…

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas DS9 (S01, Ep06), O Lance de Q. E Surge Q.

Star Trek: Deep Space Nine 1 X 4 "Babel" Jennifer Hetrick as Vash | Star  trek, Trek, Hollywood
Uma trambiqueira da marca maior…

Dentro de nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, chegamos ao sexto episódio da primeira temporada de Deep Space Nine, intitulado “O Lance de Q”.

Qual é o plot do episódio? Sisko tenta tirar dois tripulantes de uma nave auxiliar que atracou na estação quase sem energia, com os suportes de vida falhando. O’Brien consegue fazer a porta abrir e, dentro da nave, havia uma terceira tripulante, Vash (vista no episódio Captain’s Holiday, de TNG (S03, Ep19). Dax disse que ela estava no quadrante Gama há dois anos. Imediatamente reconhecida por O’Brien, ele pergunta como ela foi parar no quadrante gama. Vash somente diz que foi um amigo que a deixou lá. Todos vão para a enfermaria e nem notam que um tripulante mexe na porta. É Q.

Sisko pergunta a Dax como um humano pode estar no quadrante Gama por dois anos sem passar pelo buraco de minhoca. Dax diz que ela é arqueóloga. Sisko ordena que Dax investigue. Vash guarda vários artefatos arqueológicos num cofre da estação e, depois disso, Sisko a aborda, perguntando se ela não quer voltar para a Terra para conversar sobre o quadrante Gama no Instituto Daystrom. A moça foi expulsa do Conselho Arqueológico do Instituto duas vezes por venda ilegal de artefatos. Vash deixa bem claro que quer lucros das vendas de artefatos. Mas essa é uma oportunidade para ela retornar à Terra e ao Instituto. Ela diz a Sisko que está interessada.

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Q está de volta…

O’Brien diz que não consegue entender o que aconteceu com a nave auxiliar. Sobre Vash, ele diz a Sisko que ela foi um antigo caso de Picard, algo que provoca estranhamento em Sisko. De repente, há uma queda de força na estação. Dax percebe uma falha que também aconteceu na nave auxiliar quando esta perdeu energia.

Em seus aposentos, Vash recebe a visita de Q, mas ela não quer mais saber dele. Os dois fizeram uma associação que fez Vash parar no quadrante Gama. Quark bate à porta e Vash exige que Q saia para ela conversar com o ferengi. Quark já sabe dos artefatos de Vash e lhe propõe fazer um leilão onde ele vai receber uma comissão de 50%. Mas Vash começa a acariciar as orelhas dele, baixando a comissão do ferengi para 22%. Depois que ela despacha Quark, ainda recebe a visita de Bashir convidando-a para jantar, sempre com Q à espreita e zoando a cara dela, que não quer mais saber de Q. Ela diz que sabe se virar sozinha e Q diz: “Veremos”.

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Uma ligação complicada…

No Bar do Quark, Q dá uma de garçom e induz Bashir a ir tirar uma soneca, só que O’Brien vê tudo. O’Brien comunica o fato a Sisko, que já sabe da existência dele (houve uma reunião na Frota para se falar de Q). A estação continua tendo quedas de energia que logo acabam. Sisko desconfia que Q esteja por trás delas.

Quark e Vash negociam ferozmente pelos artefatos na organização do leilão. Mas Sisko interrompe a conversa porque ele quer conversar com a moça. Ele quer saber de Q, mas o próprio está ali e começa a conversar com Sisko, sempre no espírito de zoação dele. Mas Sisko não está para brincadeira e fala muito grosso com Q, que simula uma luta entre os dois. Sisko o atinge com dois socos e Q fica surpreso, porque Picard nunca havia batido nele. Sisko retruca dizendo que não é Picard. Q diz que é melhor, pois é mais fácil provocar Sisko.

A estação sofre novas quedas de energia e, agora, rupturas no casco. Sisko começa a achar que Q não tem nada a ver com isso, pois não é o estilo dele. Este continua a ameaçar Vash, colocando-a em estados onde ela provavelmente estaria caso Q não a ajudasse quando estivesse em apuros, fazendo-a depois voltar ao normal. E diz que vai esperar ela reconsiderar.

Watch Star Trek: Deep Space Nine Season 1 Episode 7: Q-Less - Full show on  Paramount Plus
Outra ligação complicada…

Sisko toma uma série de medidas para tentar salvar a estação e Q aparece. Todos reagem de forma bem agressiva e Q diz que o verdadeiro perigo na estação é Vash e que ela retrocede a ética da Federação em duzentos anos. Os defeitos da estação fazem-na ir em direção ao buraco de minhoca.

O leilão começa e Q, no meio da plateia, avisa que a estação será destruída, mas Quark faz umas promoções e segura o leilão. Vash diz que Q vai matar a todos na estação para se vingar dela. Ele diz que a estação já tem problemas suficientes sem ele e que, se ela quiser sua ajuda, ele está lá.

A equipe de Sisko descobre a fonte que está provocando todo o caos da estação. É um dos artefatos do leilão. Sisko vai ao leilão, coloca seu comunicador no artefato e ordena a O’Brien que teletransporte o artefato a quinhentos metros da estação. No espaço, o artefato se transforma numa forma de vida embriônica e vai para o buraco de minhoca.

Vash vai para a Terra, trabalhar no Insituto Daystrom. Mas Quark sugere que ela vá explorar os artefatos arqueológicos de outro planeta. Q aparece por trás dela e diz que a exploração é uma boa ideia, pois a Terra está muito chata. Ela consegue despachar Q, mas depois, pegando as orelhas de Quark, pergunta sobre o tal planeta. Dax vê tudo rindo e depois, ri mais ainda quando um sonolento Bashir aparece perguntando se perdeu alguma coisa. Fim do episódio.

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Poderes de sedução…

O que podemos falar do episódio “O Lance de Q”? Em primeiro lugar, temos a feliz presença de Q, combinada com a de Vash, uma trambiqueira que conquistou o coração de Picard em TNG. O que foi muito curioso ver como a tripulação da estação, muito mais estressada que a da Enterprise, aturaria as peripécias de Q. E aí, a reação agressiva a Q foi óbvia, o que só deu a ele mais combustível para provocações, como ele mesmo disse à respeito de Sisko. Só que, ao contrário do que poderia parecer (e, seria um tanto óbvio), nosso Q não tinha nada a ver com a deterioração da estação. E ele ainda chegou para chamar a atenção da tripulação de que o verdadeiro perigo ali era Vash, que estava retrocedendo a ética da Federação em duzentos anos e, justamente um dos seus artefatos era o motivo da destruição iminente da estação, tudo em nome dos lucros. Aliás, falando em lucros, a sintonia entre Vash e Quark foi o grande alívio cômico do episódio. Uma vigarista que usava seu poder de sedução com o ferengi para conseguir seus objetivos. E, até Q balançou com a mutreteira, Ponto para a lindíssima Jennifer Hetrick, que deu muito carisma à sua personagem Vash, sendo uma atração à parte num episódio cheio de falas deliciosas entre os personagens.

Dessa forma, “O Lance de Q” é um baita episódio de DS9, pois traz a presença de Q e Vash interagindo com essa tripulação um tanto estressada da estação. A simples presença de Q já é garantia de que vamos ter diálogos muito engraçados e divertidos. E a química entre Quark e Vash acabou sendo uma atração à parte. Vale muito a pena a revisita.  

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Nova Geração (S01, Ep 06), Solidão. Jogo De Sete Erros.

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A Enterprise recebe estranhas espécies…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, voltemos a TNG, mais especificamente para o sexto episódio da primeira temporada, intitulado “Solidão”, e escrito por Dorothy Fontana.

Qual é o plot? A Enterprise recebe representantes de duas espécies inimigas, os anticanos e os selays, que querem fazer parte da Federação e vão para um planeta cuja espécie é especializada em resolver conflitos. Picard, Tasha e Riker recebem os selays, que já sentem a presença dos anticanos na nave e exigem distância dos inimigos. Picard conversa com Riker e não entende por que essas duas espécies têm rixas por questões como costumes, religião e “até sistemas econômicos”. Data detecta uma forma estranha de energia à frente e em dobra. Picard ordena a varredura da fonte de energia e Worf é atingido por uma descarga de energia que sai do painel, ficando desacordado. La Forge chama a Doutora Crusher para atender Worf que, num reflexo, age violentamente. La Forge consegue imobilizar Worf a ponto da Doutora sedá-lo. La Forge diz a Picard que conseguiu ver algo com seu sensor visual mas não sabe bem o que era.

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Worf recebe uma estranha descarga…

Crusher examina Worf e a energia que penetrou o corpo do klingon passa para ela. A Doutora, imediatamente, passa a agir de forma estranha. Já Worf acorda e volta ao normal. Crusher vai para seus aposentos e pergunta sobre teoria de dobra para Wesley, matéria que o jovem estudava. Ela também quer saber do leme da nave e vai para a ponte. Crusher parece possuída por algo. Ela diz a Picard que precisa de mais dados sobre os klingons para diagnosticar Worf e usa os painéis da ponte. A forma de energia entra neles e Crusher não sabe mais por que está na ponte. Data identifica um defeito no painel que Crusher usou. De repente, toda a nave acusa problemas. Picard faz uma reunião e exige dos seus comandados uma explicação para os motivos dessa pane da nave. Já os anticanos estão andando com armas pela nave e estas foram confiscadas, num sinal de que essas duas espécies ainda vão dar problemas.

A Enterprise sai de dobra. Como ela está novinha em folha, Data acredita que o problema não é da nave e sim de alguém que a esteja sabotando. Os suspeitos imediatos são os anticanos e os selays. Picard faz muitas perguntas e o tema de detetives particulares e Sherlock Holmes veio à tona, despertando a curiosidade de Data.

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Ser energético que se manifesta pela nave…

Wesley conversa com a mãe e percebe que ela não se lembra da conversa que tiveram sobre a teoria de dobra. Enquanto isso, um assistente da engenharia é atingido pela descarga elétrica que passeia pela nave e morre. La Forge, Worf e Wesley examinam os controles da engenharia que agora fornecem dobra à nave e Wesley diz que eles não estavam daquele jeito quando o rapaz estava com o assistente da engenharia. La Forge disse que deve ter sido o assistente de engenharia que mudou os indicadores dos controles, algo que Wesley não acredita muito por questões de tecnobabble. A nave entra em dobra.

Tasha interroga os anticanos, que reagem de forma suspeita. Ela vai conversar com Riker e Data que, se comportando como Sherlock Holmes, acha que os alienígenas não são suspeitos, pois estão preocupados demais em um prejudicar o outro, depois de investigar onde os alienígenas andaram pela nave.

Na enfermaria, Troi pretende hipnotizar Cruhser e Worf para conseguir recuperar alguma lembrança deles da amnésia que tiveram. Ao conversar com os dois hipnotizados, Troi conclui que ambos foram invadidos por algo com consciência. Eles levam isso ao capitão e, como as hipóteses dos culpados serem os alienígenas ou a tripulação estão descartadas, Data cita o axioma de Sherlock: “Quando o impossível é eliminado, o que restar, não importa o quanto é improvável, deve ser a verdade” (já ouvi alguém de orelhas pontudas falando isso num longa depois desse episódio).

A nave continua dando problemas. Picard coloca a mão no leme e a descarga de energia passa para ele, mas agora La Forge percebe algo estranho. Picard também começa a se comportar de forma esquisita.  Picard manda dar meia volta, provocando estranheza em todos. Perguntado por Riker sobre a mudança de curso, Picard diz que quer ver a nuvem de energia de novo. Todos estranham o comportamento de Picard.

Star Trek: The Next Generation – Lonely Among Us (Review) | the m0vie blog
Um Picard possuído…

Enquanto isso, os alienígenas se encontram e se estranham, tudo isso bem na frente de… O’Brien!!! Sempre ele, coitado, até na Enterprise. Troi, Riker, Crusher, Data e La Forge conversam sobre o comportamento estranho (e perigoso, segundo Troi) do capitão. Somente Riker pode retirá-lo do cargo e Crusher pode mandar fazer exames médicos para respaldar a decisão de Riker. Crusher e o Primeiro Oficial vão solicitar que Picard faça exames psiquiátricos, mas ele inverte o jogo e usa de sua autoridade para obrigar Riker e Crusher a fazerem exames psicológicos. Crusher retorna com o exame psiquiátrico dela e finalmente faz a entidade que domina Picard falar. Ela diz que está “voltando para casa”.

A Enterprise chega novamente à nuvem. A entidade dentro de Picard disse que foi capturada quando a nave passou na nuvem e que quer retornar à nuvem junto com o capitão. Riker e Crusher se negam. Picard coloca novamente a mão no leme e a descarga de energia que sai dele imobiliza a todos. Picard sai da ponte e vai para a sala de teletransporte, se teletransportando somente em energia. Não há nenhum sinal do capitão depois de muita procura e Riker decide ir embora para o planeta onde os anticanos e os selays vão discutir a paz e a entrada na Federação. Mas Troi sente somente a presença de Picard. A entidade e o capitão ficaram incompatíveis e agora, o capitão está na nuvem, somente em forma de energia. Data diz que o capitão pode entrar na nave, assim como a entidade acabou parando lá quando a nave passou pela nuvem. Riker pede a La Forge que a Enterprise mergulhe na nuvem novamente. De repente, o painel de leme de La Forge escreveu um “P”. Data chama Riker para a sala de teletransporte. Como Picard foi o último a ser teletransportado, seu padrão ficou no teletransporte. Se Picard viajou pelos circuitos da nave e foi até o teletransporte, ele poderia ser recuperado no teletransporte, segundo Data. E foi o que aconteceu. O capitão não se lembra de nada do que aconteceu e Crusher pediu para ele ir à enfermaria. Enquanto isso, um anticano matou um selay para comer. Picard, tentando fugir da confusão, vai fazer o exame médico com Crusher e deixa a bomba na mão de Riker, que olha perplexo para uma Troi sorridente. Fim do episódio.

Star Trek: The Next Generation – Season 1 Episode 7 – Lonely Among Us |  Earl Grey Jot
Data de cachimbo de Sherlock. Sofrível…

O que podemos dizer do episódio “Solidão”? Em primeiro lugar, essa história de Dorothy Fontana pareceu uma enorme colcha de retalhos. Inicialmente, parecia que íamos ver um episódio que falaria de diversidade cultural. Duas espécies inimigas, que queriam entrar para a Federação, com o conflito sendo arbitrado por uma terceira espécie. Seria uma oportunidade de ouro para Picard exercitar a sua diplomacia, que já era bem conhecida nos cinco episódios anteriores. Um episódio muito bom, também, para exercitar na mente do fã os ideais da Federação na nova série. Mas tudo isso simplesmente não foi aproveitado. As espécies inimigas foram reduzidas a uma beligerância que não vimos e até uma espécie de alivio cômico. De supetão, a história tomou outro rumo quando passou pela tal nuvem de energia e trouxe uma espécie energética para a nave. E aí, o episódio adquiriu contornos de filme de terror, com personagens e nave sendo possuídos por essa entidade, parando em Picard, onde a incorporação chegou a tomar contornos macabros. O pior disso tudo é que a tripulação não sabia muito o que fazer para destituir o capitão possuído de seu cargo sem isso caracterizar um motim. Confesso que senti falta do Dr. McCoy, que tinha poderes sobre o capitão nas questões de ordem médica. Mas aqui, a destituição ficou a cargo de Riker, que precisava do amparo médico da Dra. Crusher, embolando um pouco o meio de campo. E aí, nosso capitão se funde com a forma de vida energética e vai para a nuvem, dissociando-se da entidade por uma incompatibilidade que não foi explicada. Um Picard energético foi “pescado” por uma Enterprise que não sabia muito bem onde seu capitão estava exatamente dentro da nuvem. Complicado, não? E pensar que foi Dorothy Fontana que escreveu esse episódio. Ficasse a história na querela entre os alienígenas. Para piorar a situação, Data ainda se comportou como um Sherlock Holmes, com direito a cachimbo e tudo, depois que Picard citou o detetive enquanto a tripulação investigava o que tinha acontecido. Ficou uma piada sem graça que o próprio Picard fez questão de dar um fim quando ele ordena que Data deixe esse cachimbo para lá. Não é à toa que a primeira temporada de TNG nem sempre traz boas lembranças para os fãs.

Dessa forma, “Solidão” é um episódio de TNG que parece mais uma sucessão de equívocos do que de qualquer outra coisa. Um roteiro de filme de terror, com umas situações um pouco forçadas e até ridículas, quando víamos uma boa ideia a se desenvolver no início do episódio que não foi aproveitada. Uma pena.

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, A Série Clássica (S01, Ep 06), O Inimigo Interior. Defeitos De Teletransporte.

Star Trek: The Original Series" The Enemy Within (TV Episode 1966) - IMDb

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos à série clássica no sexto episódio da primeira temporada, intitulado “O Inimigo Interior”.

Qual é o plot? Um grupo avançado está na superfície de um planeta, onde já está anoitecendo, quando o frio é insuportável (cento e vinte graus abaixo de zero). Um tripulante cai e se machuca, ficando com sua roupa coberta por um pó amarelo. Kirk ordena que ele se teletransporte para a nave. Quando isso acontece, o aparelho de teletransporte dá um problema e Scotty precisa usar energia auxiliar. O rapaz chega à nave e Scotty rastreia a roupa dele, percebendo que a poeira tem energia magnética. Logo depois, Kirk sobe. O teletransporte dá problema de novo e Kirk aparece meio zonzo. Scotty o ampara e deixa a máquina sozinha, que funciona mais uma vez, aparecendo outro Kirk, com a cara mais maligna. Ele vai à enfermaria e exige, de forma bem agressiva, conhaque sauriano a McCoy. E sai bebendo pelos corredores da nave. Entra nos aposentos da Ordenança Rand (sempre ela, coitada), mas a moça não está. O Kirk verdadeiro está em seus aposentos e recebe a visita de Spock que diz que McCoy pediu para o vulcano ver o capitão, pois este agiu de forma selvagem na engenharia. Kirk diz que provavelmente McCoy pregou uma peça em Spock.

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O episódio do cachorrinho com antenas e chifrinho…

Scotty chama Kirk e lhe comunica que o teletransporte quebrou depois de teletransportar um animal (na verdade um cachorrinho pequinês com antenas, um chifrezinho e um rabo parecido com de peixe). O animal se duplicou, com um sendo calmo e o outro agressivo. O problema é que a equipe ficou na superfície e o frio vai matar a todos (o leitor mais atento pode se perguntar: e as naves auxiliares? Pelo visto, elas ainda não existiam nesses primeiros episódios da primeira temporada).

Rand entra em seu aposento e é atacada pelo Kirk agressivo. Ela lhe arranha o rosto e consegue pedir que um tripulante fale por rádio com Spock. Ele procura o capitão que diz que esteve nos aposentos dele o tempo todo. Os dois vão falar com McCoy. Na enfermaria, Rand diz que foi atacada por Kirk e lhe arranhou o rosto. Kirk mostra a Rand que não tem arranhão nenhum no rosto. Mas Rand não acredita e diz que o outro tripulante também o viu. Fica um detalhe aqui: Rand diz a Kirk que não queria lhe causar problemas, dando a entender que não ia falar nada. Mais um elemento datado daquela época, como se atacar uma mulher não pudesse ser divulgado para não se prejudicar o varão. Algo visto de forma extremamente lamentável hoje, repugnante até. O detalhe é que o tripulante que também foi atacado pelo Kirk agressivo está na enfermaria e confirma o ataque de Kirk. Spock dispensa a ordenança e diz que só há uma explicação: que há um impostor a bordo.

Star Trek – The Enemy Within (Review) | the m0vie blog
Kirk maligno. Overacting…

Kirk, com o cachorrinho no colo, diz a Scotty que é necessário consertar o teletransporte, caso contrário, todo o grupo avançado morrerá congelado. Mas KIrk começa a dar sinais de indecisão ao ordenar que a tripulação o cace com phasers em tonteio. Ele diz que vai fazer um comunicado à tripulação contando o ocorrido e Spock diz que ele não deve fazer isso, pois um capitão não pode mostrar vulnerabilidades à tripulação. Outro sintoma macho alfa da década de 60 nesse episódio. A verdade é que a parte de liderança e capacidade de decisão de Kirk estão na sua versão má. E Kirk se ressente da falta delas.

Kirk comunica à tripulação que há um impostor na nave e pede que usem os phasers em tonteio, se reportando para Spock. Kirk ainda diz que o impostor está com arranhões no rosto. A versão maligna de Kirk está nos aposentos do capitão e pega a maquiagem dele (???) para disfarçar os arranhões. Ele pede um phaser a um dos tripulantes e lhe dá um golpe, colocando o tripulante para dormir.

TOS] The Enemy Within - Let's Watch Star Trek
Rand pagando o pato do machismo da época…

Kirk e Spock conversam sobre como localizar o impostor e Spock pergunta para onde Kirk iria se ele quisesse se esconder na nave. O capitão responde que na engenharia. E os dois vão para lá, com os phasers em tonteio. Spock e Kirk se separam. O capitão encontra sua parte agressiva apontando um phaser para ele. Kirk diz que um precisa do outro e que sua parte agressiva não pode feri-lo. A parte agressiva diz que não precisa dele e, na hora que atira, é imobilizado por Spock com seu toque neural. O Kirk agressivo atira mas erra o alvo. O phaser estava ajustado para matar. Eles levam o Kirk agressivo para a enfermaria e McCoy sugere que ele seja amarrado antes de acordar. Kirk concorda, sentindo que não consegue tomar qualquer decisão. Spock, que é mais inteligente que todo mundo, diz que o poder de decisão está no lado maligno de Kirk, assim como sua liderança, e que ele deve ser controlado por seu lado bom para ser usado de forma positiva. Se a parte boa e a parte má de Kirk não forem unidas, o capitão pode perder totalmente o seu poder de decisão. Para piorar a situação, o Kirk agressivo, ao atacar Kirk com o phaser, acertou na engenharia os circuitos de teletransporte, destruindo-o e não ficando pronto em menos de uma semana. E, no planeta, o grupo avançado já congela.

O Kirk agressivo acorda e grita. Seus índices corpóreos estão altos. McCoy conclui que ele está enfraquecendo e morrendo. Kirk pega a mão de sua versão maligna e os índices corpóreos voltam ao normal. Kirk começa a ter uma crise de identidade: precisa de sua parte má, mas sente repugnância por ela. McCoy oferece ao capitão um conhaque sauriano e diz que ele precisa de sua parte má, que isso é algo humano, repetindo o discurso de Spock de que o poder de decisão do capitão está em seu lado ruim. McCoy ainda fala que o lado bom de Kirk tem inteligência e lógica, não tendo medo, ao contrário de sua parte ruim, que possui medo.

The Enemy Within - Star Trek: The Original Series Image (16372193) - Fanpop
Cada lado precisa do outro…

Spock (sempre ele) arruma uma tecnobabble para consertar temporariamente o teletransporte e sugere testá-lo com o cachorrinho (não!!!), que foi duplicado no teletransporte. Eles colocam os dois bichinhos no teletransporte e volta um só, morto. Spock acredita que o cachorrinho morreu por um choque de ter as suas duas metades sendo unidas, mas sem saber o que acontecia. Já o capitão, ao ter suas duas metades reunidas, saberia o que está acontecendo e não sofreria o choque. McCoy, por sua vez, prefere fazer uma autópsia no cachorro e pedir para Spock rever os circuitos de teletransporte. A decisão caberá a Kirk, que não consegue tomar decisão. Por outro lado, há o grupo avançado congelando na superfície do planeta. Spock usa o próprio exemplo de ser meio humano e meio vulcano, em constante conflito e usando sua inteligência para mediá-lo. McCoy acha que existe a possibilidade do teletransporte continuar funcionando mal e matar o capitão. Kirk, coitado, não sabe o que fazer e pede ajuda aos dois. Spock pergunta se o capitão abre mão de seu comando e ele diz que não. McCoy diz que então eles não podem ajudá-lo e que a decisão é dele. Kirk opta pela alternativa de Spock mas fala para McCoy continuar a autópsia. Kirk, atordoado, volta para o leito onde está a sua parte ruim, que ataca o capitão e lhe arranha o rosto. A versão má de Kirk vai para a ponte e pede para a nave ir embora, abandonando o grupo avançado. Chega outro Kirk (o verdadeiro) com McCoy, mas como agora os dois estão com o rosto arranhado, surge a dúvida do Kirk verdadeiro. Mas logo isso é elucidado, pelo comportamento dos dois. O Kirk agressivo ameaça atirar no capitão, mas este diz que se ele morrer, os dois morrem. O Kirk agressivo começa a gritar de medo e implora por sua vida. O capitão diz que os dois vão viver. Todos vão para a sala de teletransporte e Kirk fica agarrado a seu duplo na máquina. Spock aciona o teletransporte. Os dois Kirks desaparecem. Spock reverte o teletransporte e Kirk retorna normalmente já ordenando o resgate do grupo avançado. Na ponte, a ordenança fala ao capitão que o impostor falou com ela de todo o ocorrido. Quando ela ia dizer algo ao capitão, ele cortou com um “Obrigado”. A ordenança entrega o relatório para Spock assinar e ele diz a ela que o impostor tinha qualidades interessantes, e pergunta sarcasticamente se ela concorda, perante o olhar de desaprovação da ordenança (mais uma manifestação machista da época, agora em cunho de piada).

O que podemos falar do episódio “O Inimigo Interior”? Em primeiro lugar, esse foi um episódio para testar o bom talento (ou não) de William Shatner para interpretar. A parte má e a parte boa complexas de Kirk colocaram Shatner em várias situações diferentes de interpretação. Na minha modesta opinião, Shatner se saiu melhor interpretando sua parte boa. A parte má ficou um tanto caricata, com algumas caras e bocas exageradas que mais convenceram ao final do episódio, quando sua parte negativa mostrou um pavor real na situação da fusão com a parte boa do capitão. A grande virtude da atuação de Shatner nesse episódio ficou por parte da indecisão da parte boa do capitão, sendo bem convincente. Às vezes ele parecia estar expressando até uma dor física pelo sofrimento da sua indecisão, sendo algo um pouco exagerado, mas ainda assim foi uma boa atuação.

Boa, também, foi a ideia de atribuir outras características às partes boas e más do capitão. Por exemplo, a parte boa era inteligente e lógica, ao passo que à parte ruim cabia o poder de decisão e a liderança, o que ajudou a complexificar a discussão do episódio, não caindo numa mera dicotomia banal. No fim das contas, Kirk precisava de suas duas metades e uma controlava a outra.

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O famoso toque neural vulcano…

O momento mais delicado do episódio foi quando a parte boa de Kirk precisou tomar uma decisão; usar o teletransporte ou não? Com Spock e McCoy defendendo perspectivas diferentes, Kirk acabou sendo obrigado a tomar uma decisão, ou seja, a proposta de Spock, mas não abandonando a opção de McCoy.

A questão do machismo foi, talvez, a mais delicada até agora em nossa análise dos episódios da série clássica, com a Ordenança Rand pagando o pato mais uma vez. A tentativa de estupro que ela sofreu, acrescida da sua fala de que ela não queria prejudicar o capitão é algo inadmissível hoje em dia. E a piadinha de Spock para cima dela ao final do episódio não caiu nada bem. Ficou a impressão de que a personagem “gostou” de ser atacada. Infelizmente, como já foi dito aqui, fica impossível para um produto cultural de uma determinada época, por mais bem intencionado que seja, ficar totalmente incólume às visões de mundo de seu tempo. Que esse episódio continue a ser visto para a gente ter a noção de como as mentalidades precisam se modificar ao longo do tempo, embora elas demorem para fazer isso.

Dessa forma, “O Inimigo Interior” é um episódio que deu uma oportunidade a Shatner mostrar sua versatilidade para a atuação, mostrou um bom debate entre bem e mal que não caiu numa dicotomia simplória e, infelizmente, exibiu mais uma vez o machismo latente da época, de uma forma até mais desagradável do que já vimos em outros episódios.  

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Enterprise (S01, Ep 07), Quebrando O gelo. Aprendendo Um Com O Outro.

Watch Star Trek: Enterprise Season 1 Episode 8 - Breaking the Ice Online Now
Um cometa no caminho da Enterprise…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, revisitemos Enterprise e seu sétimo episódio da primeira temporada, intitulado “Quebrando o Gelo”.

Qual é o plot? A Enterprise acha um cometa, deixando todos maravilhados. Ele tem cerca de oitenta quilômetros de diâmetro, sendo o maior cometa visto. O cometa tem em grande quantidade uma substância chamada Eisilium, um mineral raro, mas está enterrado fundo no cometa. Uma nave auxiliar pousará no cometa para extrair eisilium com uma perfuratriz. Ainda, uma nave vulcana intercepta a Enterprise. O capitão vulcano se chama Vanik e está interessado em observar a exploração humana do núcleo do cometa. Archer fica ressabiado e diz a T’Pol que se sente observado pelos vulcanos, pois essa situação já aconteceu outras vezes. A vulcana desconversa.

Travis e Reed vão para a superfície do cometa com a nave auxiliar. Hoshi, por sua vez, encontra uma transmissão codificada da nave vulcana a T’Pol. O fato é comunicado a Archer que fica desapontado, pois T’Pol prometeu a ele sempre entrar em contato com o capitão antes de falar com os vulcanos. Archer pede a Hoshi que a transmissão seja decodificada.

Star trek: Enterprise - Breaking the ice - CIA
A Enterprise irá extrair uma substância valiosa…

Um parênteses na trama para testemunharmos Archer fazendo uma vídeo aula (acho que já ouvi isso em algum lugar) para responder às perguntas das crianças de uma escola. E as perguntas são muito semelhantes às que fazemos hoje (o que um astronauta come? Como eles eliminam as fezes e urina? Existem germes no espaço?). Foi muito bacana ver Archer respondendo as perguntas e passar as perguntas mais complicadas para seus subordinados. Hoshi ficou com a pergunta de comunicação com alienígenas. Trip ficou todo sem jeito para responder a pergunta sobre as fezes e urina. E Phlox prontamente respondeu com um tratado sobre os germes, precisando ser cortado por Archer. Ficou a impressão que Archer estava muito pouco à vontade de fazer aquilo, mas foi muito bacana ver essa vídeo aula.

No cometa, Travis faz um boneco de neve com a ajuda de Reed. Archer entra em contato com os dois chamando a atenção de que estão sendo vigiados pelos vulcanos e precisam causar uma boa impressão.

Hoshi decodifica a mensagem que está em vulcano e a entrega, sem lê-la para Trip traduzi-la. O conteúdo era uma carta pessoal a T’Pol. Archer e Trip se sentem culpados e este último decide contar a T’Pol que leu a carta. Ela pergunta se mais alguém leu o conteúdo da carta e ele diz que não, além de pedir desculpas. T’Pol ainda diz que gostaria que ninguém mais lesse o conteúdo.

Star Trek Enterprise - 1x08 Break the Ice
Brincando com bonecos de neve…

Archer sugere a T’Pol que Vanik seja convidado para um jantar na Enterprise para “quebrar o gelo” e o vulcano não suspeitar mais dos humanos, indo embora. T’Pol, por sua vez, não se sente bem e diz a Phlox que não dorme há dois dias. O denobulano sente que há algo incomodando T’Pol e sugere que ela se abra, mas a vulcana se recusa.

O jantar com o capitão Vanik foi um desastre total. O vulcano não se socializava de jeito nenhum e Archer, impaciente, pergunta por que sua nave está sendo espionada. Vanik diz que, se os vulcanos estivessem espionando, que a Enterprise não os detectaria. E que os principais inimigos dos humanos são sua arrogância e inexperiência. Antes de ir embora, Vanik diz uma frase em vulcano para T’Pol. Trip pergunta a ela o que o capitão vulcano disse, mas ela não responde.

Reed e Travis provocam uma explosão na superfície do cometa para usar a perfuratriz. Só que isso deslocou o eixo do cometa e a parte em que os dois estavam ficaria voltada para a estrela que atraía o cometa, aumentando em duzentos graus a temperatura ambiente. Archer recebe essas informações de Hoshi e comunica a Travis e Reed que não demorem para terminar a perfuração.

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Um vulcano mais frio que um cometa…

T’Pol chama Trip para conversar sobre o conteúdo da carta. Ela, pela tradição, precisa abandonar a nave para casar. Trip fala que os humanos têm o direito de decidir por suas próprias vidas e não serem obrigados a fazer o que não querem por causa de uma tradição. Apesar de T’Pol defender a tradição, sente-se que ela não quer casar e Trip fala isso para ela.

Travis machuca a perna. Reed pega uma amostra do eisilium e eles vão em direção à nave auxiliar. Mas a estrela já aparece no horizonte e começa a quebrar o gelo do cometa. Eles entram na nave auxiliar, mas o gelo quebra, com a nave caindo num buraco. A Enterprise tenta içar a nave com um cabo, sem sucesso. Vanik oferece ajuda, mas Archer se nega. T’Pol diz que Vanik espera que Archer negue a ajuda, pois ele acha os humanos arrogantes e orgulhosos. Se ele aceitar a ajuda, provará a Vanik que não é arrogante ou orgulhoso. E ainda diz que Archer é humano e livre para escolher. Archer opta então pela ajuda vulcana, que salva Reed e Travis.

O episodio termina com T’Pol pedindo a Archer autorização para entregar uma mensagem pessoal a Vanik para ser enviada para Vulcano. A moça decide ficar na nave, quando a vemos comendo um pedaço de torta que Trip havia oferecido a ela (uma escolha humana).

Enterprise - "Breaking the Ice" Season 1 Episode 8 | Star trek, Trek,  Episode
Problemas na missão do cometa…

O que podemos falar do episódio “Quebrando o Gelo”, cujo título é uma tradução literal do título original do episódio (“Breaking the Ice”)? Em primeiro lugar, a metáfora entre quebrar o gelo do cometa e quebrar o gelo das relações entre humanos e vulcanos é perfeita. Reed e Travis metiam a mão na massa (ou no gelo) para extraírem o mineral raro usando explosivos e perfuratrizes. Enquanto isso, Archer, sem sucesso, tenta se aproximar do capitão vulcano Vanik e, quando precisa de ajuda dele, se nega, confirmando o orgulho e a arrogância humanas de que o capitão vulcano tanto fala. Será T’Pol que alertará o capitão de que manter essa posição é justamente o que o capitão vulcano quer, só para confirmar o que ele fala. Logo, T’Pol induz Archer a agir logicamente naquela questão, ainda que ela diga que ele é humano e pode fazer sua escolha. Por outro lado, T’Pol quer seguir sua tradição vulcana e abandonar a nave para entrar num casamento arranjado, mas pede conselho a Trip que, no melhor estilo humano, diz que a vulcana tem uma escolha. Assim, a “quebra de gelo” no episódio se materializa na prática no cometa em si, mas também no ato lógico e vulcano de Archer e na escolha humana de T’Pol, que segue o conselho de Trip e se desfaz de sua tradição escolher por sua carreira na Enterprise. É Jornada nas Estrelas mais uma vez trabalhando por metáforas para desenvolver uma reflexão.

Dessa forma, “Quebrando o Gelo” é um bom episódio de Jornada nas Estrelas Enterprise, pois ele dá mais um passo na aproximação entre humanos e vulcanos, duas espécies que, a princípio, não se entendem muito mas que, com a convivência (e a quebra de gelo) se aproximam gradativamente, aprendendo um com o outro. Vale muito a pena a revisita.

Batata Séries – Jornada Nas Estrelas, Enterprise (S01, Ep 06), O Incidente Andoriano. E Surgem Peles Azuis E Antenas, Juntamente Com Mentiras Vulcanas.

Star Trek: Enterprise" The Andorian Incident (TV Episode 2001) - IMDb
Um monastério vulcano…

Dando sequência às nossas análises de episódios de Jornada nas Estrelas, retornemos a Enterprise e seu sexto episódio da primeira temporada, intitulado “O Incidente Andoriano”.

Qual é o plot? A história começa com um templo vulcano sendo invadido por andorianos. Na Enterprise, Archer encontra um planeta com um posto vulcano. Ele pergunta a T’Pol o que é o posto e ela diz que é P’Jem, um monastério onde os vulcanos fazem o Kolinahr. Archer quer fazer uma visita, mas T’Pol crê que os humanos não serão bem vindos. Archer insiste e T’Pol diz que vai fazer os protocolos.

Watch Star Trek: Enterprise Season 1 Episode 7: The Andorian Incident -  Full show on Paramount Plus
Anfitriões pouco simpáticos…

Num almoço, Phlox fala da oportunidade de T’Pol apresentar sua tripulação humana aos vulcanos. Ela acha que isso é algo embaraçante. Phlox lembra então de um lema dos vulcanos: “Infinitas diversidades em infinitas combinações”. E que a missão da nave é destinada aos humanos fazerem contato com espécies. T’Pol é obrigada a dar o braço a torcer.

Eles chegarão sem avisar, pois o templo não tem qualquer aparato tecnológico. T’Pol diz que, se os protocolos forem respeitados, não haverá problemas. E deu uma série de instruções para Archer e Trip não cometerem gafes, muito parecidas com aquelas que as nossas mães nos davam antes de chegar a casa dos avós, como se os humanos fossem realmente crianças. Archer diz ironicamente a Trip que o treinamento da Frota foi mais fácil.

The Angriest: Free Enterprise #6: "The Andorian Incident"
E surgem os andorianos!!!

Ao chegarem ao templo, eles encontram sinais de que ele foi violado e somente um membro no átrio principal, quando deveriam haver dois. Ele diz a T’Pol que os vulcanos estão em silêncio pelo Kolinahr. T’Pol desconfia da situação e Archer, de forma deliberadamente inconveniente, começa a falar com o membro vulcano. Archer percebe que há um andoriano escondido atrás de um biombo e ele combina com Trip para imobilizá-lo. Só que outros andorianos armados aparecem. Eles são agressivos, não conheciam os terráqueos (a quem chamam de “peles rosadas”) e não gostam de saber que os terráqueos trabalham com os vulcanos. Os andorianos não acreditam em Archer, que diz que só foi ao santuário por curiosidade e que a presença da Enterprise lá só confirma que há algo além do santuário ali. T’Pol diz a Archer que eles são andorianos, vivem num sistema vizinho a Vulcano e que estão em conflito com eles há anos. Um tratado de paz foi negociado, mas nem todos os andorianos acreditam nele (Os andorianos acham que os vulcanos ainda são conquistadores). Os andorianos acreditam que os vulcanos escondem um sensor de longo alcance no templo. Os vulcanos do templo dizem que, geralmente os andorianos aparecem por lá e, quando não acham nada, vão embora. Mas a presença dos humanos aumentou as suspeitas deles dessa vez.

Na Enterprise, Reed percebe outra nave na superfície do planeta e demonstra preocupação. Archer é espancado num interrogatório dos andorianos e demonstra raiva, o que os surpreende. Eles querem saber por que T’Pol está com eles. Archer diz que o Alto Comando Vulcano a selecionou para viajar com eles. O comunicador de Archer toca e este diz ao andoriano que é a Enterprise, a nave dele, que tenta contactá-lo. O andoriano (que é Shran) diz que os humanos estão como reféns dos andorianos e, se a Enterprise tentar atacar, que matará os reféns. E destrói todos os comuniccadores. Reed manda uma nave auxiliar e quer saber o que tem sobre os andorianos no banco de dados da nave.

Star Trek Enterprise S 01 E 07 The Andorian Incident / Recap - TV Tropes
Uma cultura bem agressiva…

Archer é colocado de volta com os demais prisioneiros e disse que os andorianos estão vasculhando os quartos e que pretende matar os reféns para obrigá-los a falar. Tambem diz que os andorianos falaram com Reed e destruíram os comunicadores, e tem certeza que seu oficial tático descerá numa nave auxiliar bem armado. E pede sugestões. Um dos vulcanos diz que há um transmissor muito antigo que não é usado há anos. E que esse transmissor está em catacumbas que não podem ser violadas pelos andorianos. Trip desce às catacumbas com um vulcano numa passagem secreta. Eles pegam o transmissor e levam de volta para a cela. Archer diz a T’Pol que talvez só uma saída violenta salve a vida deles. T’Pol é contra a violência. Archer pergunta se pode contar com T’Pol. Ela diz, com raiva, que nunca desobedeceu as ordens de Archer.

Trip consegue fazer contato com a Enterprise e pede para que Reed não ataque e aguarde, pois isso pioraria muito a situação. Eles procuram uma saída pelas passagens secretas e descobrem que um dos túneis leva ao átrio principal, onde há um grande rosto de pedra. Archer consegue despistar os andorianos e atesta que a saída do túnel é pelo rosto de pedra. Ele ordena que Reed e alguns seguranças desçam via teletransporte para o planeta. Os tripulantes estão receosos, pois o teletransporte é só usado para carga, mas Reed é taxativo e ordena que eles se posicionem. Os andorianos, que não conhecem a tecnologia de teletransporte, detectam uma energia flutuante e voltam correndo para a cela. O grupo avançado se esconde na passagem secreta. T’Pol fala que a flutuação de energia que os andorianos detectaram pode ser um problema nos instrumentos deles. Shran deixa um andoriano vigiando a cela.

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Beligerância com os vulcanos…

Reed explode a face de pedra e o grupo avançado ataca os andorianos. Alguns deles fogem em direção às catacumbas. Na cela, Archer está em luta corporal com o andoriano que ficou para vigiar os prisioneiros, conseguindo imobilizar o alienígena. Reed chega e diz que os andorianos fugiram às catacumbas. O líder vulcano critica a atitude violenta dos humanos, mas um vulcano se arma e diz que eles precisam defender o templo, indo com os humanos. Os andorianos foram justamente para o relicário, o local mais sagrado das catacumbas. Começa um tiroteio no relicário, que revela uma porta de metal que guarda um enorme sensor de longo alcance. Archer, revoltado, ordena a T’Pol que escaneie tudo e entregue as informações ao andoriano, pois os vulcanos violaram o tratado e os andorianos precisam saber. Archer pergunta se T’Pol tem alguma objeção e ela pega o comunicador para dar a ordem a Enterprise de deixar os andorianos irem embora sem ataques, para aliviar a desconfiança de Shran, que diz a Archer que os andorianos lhe devem uma. O episódio termina com a nave auxiliar deixando o templo.

O que podemos falar do episódio “O Incidente Andoriano”? Em primeiro lugar, é um baita de um episódio, pois nos apresenta os andorianos como bons antagonistas e sua querela com os vulcanos. Uma herança de “Jornada para Babel”, episódio de TOS. Os humanos não conheciam os andorianos e sentiram na pele essa versão bem agressiva desses alienígenas, o que trouxe um elemento interessante para essa série, até porque sabemos que os andorianos seriam importantes em muitos episódios de Enterprise. A saída para que os reféns fossem resgatados também trouxe elementos interessantes, pois um grupo avançado teve que descer com o teletransporte para a superfície do planeta, algo que não era utilizado para transportar humanos, somente cargas, e que era visto com muita desconfiança pela novidade. Para se ter uma ideia, os andorianos não conheciam a tecnologia de teletransporte. A questão dos interrogatórios sob tortura e as cenas de tiroteios deram um quê de ação ao episódio. Mas o grande destaque aqui foi o fato de que os vulcanos mantinham realmente um transmissor de longo alcance no templo para espionar os andorianos, violando um tratado que eles mesmo estabeleceram juntamente com o povo inimigo. Se a gente via, em TOS, Spock dizendo categoricamente que os vulcanos não mentem no século 23, os vulcanos do século 22 mentem, e muito. Isso provocou uma baita de uma revolta em Archer contra os vulcanos, a ponto dele entregar de mãos beijadas a Shran todas as informações que ele buscava no templo sobre o sensor de longo alcance. Tal situação também deixou T’Pol muito surpresa e ela não teve outra alternativa a não ser obedecer o seu capitão. Ou seja, se os vulcanos vestiam uma carapuça de totalmente lógicos e que tinham autoridade suficiente para tutelar humanos, este episódio nos mostra que os vulcanos não são tão virtuosos assim, o que vai afetar as relações de T’Pol com a tripulação da Enterprise, pois ela não poderá ser mais tão arrogante para com os humanos.

Star Trek: Enterprise (2001) – The Andorian Incident, and Breaking the Ice  – The Mind Reels
Shran e Archer iniciarão um relacionamento que seria muito importante para a série…

Dessa forma, “O Incidente Andoriano” é mais um bom episódio de Enterprise, o que mostra como a série começava muito bem lá nos idos de 2001. Ao apresentar os andorianos de uma forma mais agressiva que o esperado, se colocar defeitos nos vulcanos e Archer apoiar os andorianos perante a mentira vulcana, houve uma abertura de possibilidades para episódios muito bons na série como veríamos futuramente. Vale a pena revisitar esse ótimo episódio.