A Editora Aleph lançou no ano de 2015 o livro “Troopers da Morte”, de Joe Schreiber (um bom nome para escritor, já que schreiber em alemão significa justamente escritor), que faz parte do famoso Universo Expandido de “Guerra nas Estrelas”, sob o selo “Legends”. Confesso a vocês que esse foi o livro que de cara menos me interessou para ler e somente o fiz agora, depois de esgotar todas as outras possibilidades de leitura. E o porquê disso? É que esse livro mistura “Guerra nas Estrelas”, que mais se aproxima do gênero da fantasia espacial e um pouco menos da ficção científica, com o gênero do terror, mais especificamente no tema dos… zumbis!!! Como não sou muito fã de terror, muito menos de zumbis, protelei a leitura desse livro até o último momento. Por isso, acredito que minha análise desse livro pode ser um pouco tendenciosa.
Mas, vamos lá. Do que se trata a história? Uma nave prisão do Império, a Purgação, se encaminha para uma espécie de penitenciária para entregar quinhentos presos. Entretanto, quando a nave sai do hiperespaço, ela sofre um defeito e não pode seguir viagem numa velocidade satisfatória. Porém, a nave encontra um destroier imperial no espaço, sem formas de vida, algo muito estranho para uma gigantesca nave que pode abrigar milhares de pessoas. Uma equipe da Purgação vai ao destroier para procurar peças que ajudem a consertar a nave prisão. Essa equipe se divide em duas para procurar as peças mais rápido. Mas somente uma dessas equipes retorna à nave de origem. E, ainda, alguns de seus integrantes voltam com sérios sintomas de uma doença grave. A médica da nave prisão, Zahara Cody, de repente vê sua enfermaria repleta de pessoas doentes, já que o grau de contágio da doença é muito rápido e mata a todos. Chega uma hora que pouquíssimos sobreviventes restam, pois estranhamente eram resistentes à doença, e cabe a eles fugir da nave. Mas os mortos acordariam… e com muita fome.
Dá para imaginar o resto. Quem gosta desse gênero de terror e zumbis vai se deliciar com as inúmeras perseguições e tensões de um monte de mortos-vivos correndo atrás de você para se alimentar de sua carne viva. Mas, para quem não gosta muito do gênero, essa leitura fica um tanto cansativa e enfadonha. Isso quando não é muito nojenta, pois o autor descreve com destreza toda a repugnância de ferimentos infeccionados, gangrenas, cheiros de podre, cadáveres em putrefação, etc., algo que também cansa. Mas o livro tem uma grande vantagem. Sua leitura consegue ser muito rápida, pois ele é dividido em quarenta e quatro capítulos e um epílogo, divididos em trezentas e vinte e seis páginas, cujos capítulos são relativamente curtos, o que diminui o número de páginas final do livro e torna a leitura bem mais ágil. Eu só tenho tempo para ler dentro de ônibus ou vans (um péssimo hábito, diga-se de passagem, pois faz mal à vista) e meu ritmo de leitura acaba sendo mais lento. Esse livro, no entanto, acabou sendo uma leitura mais rápida que eu previa.
O leitor pode me perguntar: há personagens do cânone oficial? Sim, há, mas não vou dizer aqui para não dar mais “spoilers”. Entretanto, a aparição deles se faz somente na segunda metade da história, e não foi realmente muito desenvolvida. Parece que o autor optou por dar mais desenvolvimento e ação a seus próprios personagens, o que foi uma pena, a meu ver, pois creio que o fã de “Guerra nas Estrelas” quer ver mais coisas que se remetam aos filmes. Outra coisa que não fica bem clara é onde tal história se situa no tempo de “Guerra nas Estrelas”, ou seja, entre qual e qual episódio. Isso é outro ponto lamentável, que dá a noção de que a trama está solta e descolada de todo o resto, reforçando a aparência de “Legends” da coisa.
Assim, se você é mais fã de terror do que de “Guerra nas Estrelas”, provavelmente vai gostar de “Troopers da Morte”. Porém, se você é mais fã de “Guerra nas Estrelas” do que de terror, talvez se decepcione. Mas, como eu disse ao início desta resenha, pode ser que minha análise seja um pouco tendenciosa. Enfim, somente lendo o livro para você emitir a sua opinião. Eu não curti muito não.