Todos para mim são insignificantes.
Pessoas com pensamentos irritantes.
Criaturas sem maneiras
que só falam baboseiras.
Não reconheço virtudes em outrem.
Só em mim e em mais ninguém.
Não, não é falta de humildade!
É o reconhecimento nos outros de total incapacidade.
Mas minha perversidade tem outra faceta:
quando quero atingir a quem me corteja,
passo a ignorar totalmente a vítima.
Nunca mais ela tem a minha estima.
Eu rio com o seu desespero.
Me delicio com o seu destempero.
E, quando a graça passa,
me esqueço de tudo de foma devassa.
Já me reconheceram?
Isso mesmo! Sou o desprezo!
O pior jeito de tratar aqueles que comigo se meteram,
como para alguém que fica surpreso
de se deparar com um ser indesejável
e, por isso, toma uma atitude odiável
que é a de machucar, de ser o algoz
de seu alvo, de jeito tão atroz!
Depois que passo pela vida de uma pessoa,
pouco sobra, ela deixa de ser boa.
O inferno se instaura
com o simples objetivo de corroer a aura.
É assim que você acaba com o seu inimigo.
Primeiro finge ser amigo,
depois, para você, ele nem existe,
acabando com ele, deixando-o todo triste.