Batata Literária – Golfinhos na Baía de Guanabara

Ei, José?
O que foi, Renê?
Olha o pneu!
Ufa, desviei, obrigado!
Caramba, José!
O que é agora, Renê?
São as garrafas pet!
Desviando, upa, upa, ops! Acertei uma!

Até que a água está clarinha hoje, né Renê?
Ô, José, está ótima!
Visibilidade de vinte centímetros à frente!
Pois é! Tem dias que só dando nossos saltinhos para enxergar!
Olha lá, Renê! A barca!
Ops, ops! Cuidado com a marola!
Lá vem ela, Renê!
TCHÁÁÁÁÁÁ!!!!!

Ai, José, que chatice!
Por que você resmunga tanto, Renê?
Estou cansado de nadar nessa baía suja!
Você ainda não se acostumou?
E dá para acostumar, José?
É, Renê, realmente é muito difícil…
Por que nossos parentes da terra firme são tão porcalhões?
Sabe-se lá, Renê… sabe-se lá.

Acho que só a gente ainda nada por aqui, José…
Todos os outros já desistiram, Renê…
E pensar que na época dos nossos tataravós, tudo isso aqui era muito frequentado
Já pensou como devia ser, Renê?
Ah, José, não dá nem para imaginar…
Será que limpam tudo até as Olimpíadas?
E você acredita em milagre, José?
Esquece o que eu falei, Renê… vamos nadar…

 

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