Batata Antiqualhas – Spock e Leonard. Dualidade Que Se Completa (Parte 1)

Um grande ícone da cultura ocidental de todos os tempos!!!

A perda do grande ator Leonard Nimoy, no dia 27 de fevereiro  de 2015, deixou órfãos os fãs da série de tv americana “Jornada nas Estrelas” em todo o mundo. Nimoy interpretava Spock, o oficial de ciências vulcano, que era o personagem mais amado e cultuado da franquia e foi um dos ícones mais adorados da cultura ocidental. Houve muita dor naqueles dias e fica a saudade hoje. Infelizmente, os anos de cigarro causaram uma doença pulmonar que, com a idade, ficou irreversível. A morte de Nimoy provocou, na época, manifestações de vários setores. O então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que Nimoy era um “defensor das artes e das humanidades, um defensor das ciências, generoso com o seu talento. E, claro, Leonard foi Spock. ‘Cool’, lógico, de orelhas grandes e sangue frio, o centro da visão otimista e inclusiva de ‘Jornada nas Estrelas’ sobre o futuro da humanidade”. William Shatner lamentou a perda do amigo: “Eu o amava como a um irmão. Sentimos falta de seu humor, seu talento e sua capacidade para amar”. A NASA (Agência Espacial Americana) emitiu uma nota dizendo que “muitos de nós da NASA fomos inspirados em ‘Jornada nas Estrelas’” e o executivo-chefe da Fundação Espacial, Elliot Pulham disse em comunicado que “Leonard Nimoy criou um modelo positivo que inspirou inúmeros telespectadores a aprender mais sobre o Universo. Hoje, muitas pessoas são entusiastas do espaço e líderes da indústria”. Nimoy, em seu último tuíte, deixou uma mensagem um tanto nostálgica: “A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem ter acontecido, mas não preservados, exceto na memória”.

Em 2015, já muito debilitado…

Por que Spock marcou tanta presença e foi tão importante na vida de tanta gente? Como Nimoy lidou com isso? Onde terminava o artista e começava o vulcano? A morte de Nimoy e a participação em uma mesa num evento do finado site “Abacaxi Voador” me estimularam, na época, a reler o livro “Eu Sou Spock”, de Nimoy, a fim de ter em mãos a voz do próprio ator. Infelizmente, não pude participar do debate, pois naquele dia 14 de março de 2015, eu havia perdido a minha mãe, vítima de uma embolia pulmonar, duas semanas depois da morte do grande ator. Dois eventos muitos dolorosos. Momentos de muita tristeza e resignação. Resolvi lidar com isso escrevendo. Não quis desperdiçar minhas leituras e anotações. E, portanto, decidi escrever alguns artigos para o “Abacaxi Voador” baseados na leitura de “Eu Sou Spock”. Uma forma de homenagear não só o ator que deu vida a um personagem que muito admirei, mas também de homenagear a pessoa mais importante de minha vida. Decidi reproduzir esses 21 artigos agora em meu site Batata Espacial, cerca de dois anos e meio depois. Assim, espero que essa coletânea de artigos ajude a apresentar mais Leonard Nimoy e Spock aos não iniciados em “Jornada nas Estrelas” e, para os iniciados, que os artigos tragam boas recordações. Afinal, recordar é viver.

                 Muitas homenagens em vida…

O texto de “Eu Sou Spock” nos ajuda muito a entender o fenômeno do vulcano e a carreira desse grande ator que, ao contrário do que muitos podem imaginar, não se limitou apenas ao personagem Spock. Vamos agora fazer uma compilação das ideias principais do livro.

Em primeiro lugar, devemos falar de um vacilo publicamente reconhecido por Nimoy: seu livro “Eu Não Sou Spock”, que tinha como objetivo não falar somente do personagem, mas também do ator Leonard Nimoy e de sua carreira, num esforço de se lembrar às pessoas que Nimoy não é um “ator de um personagem só”. Ele teve a ideia de escrever para seu livro um capítulo intitulado “Eu Não Sou Spock” (que logo se tornaria o título do próprio livro) depois que uma criança no aeroporto não o reconheceu como o vulcano ao ser interpelada pela mãe, já que o ator não estava maquiado como tal. Os editores do livro diziam que as pessoas não gostam de títulos negativos, ao que Nimoy, sabichão como ele só (como ele mesmo disse!) retrucou: “E o que acham de ‘E O Vento Levou’?”. O livro foi editado com o título de “Eu Não Sou Spock”, e foi um fracasso, já que as reprises de “Jornada nas Estrelas” em meados da década de 1970 popularizaram demais a série e as pessoas queriam novos seriados. O título do livro veio em péssima hora. E Nimoy foi acusado de não gostar de “Jornada nas Estrelas” sendo, inclusive, odiado por isso. Quando Nimoy escreve “Eu Sou Spock”, é justamente para desmentir as acusações de que ele não gosta da série e, principalmente, do vulcano.

No próximo artigo, continuaremos destrinchando a vida do ator e do vulcano, que merecem longas homenagens. Até lá!

                     Eu sou Spock… ou não???