A DC lançou mais uma de suas apostas para o upgrade de suas franquias e estreou o audacioso “Liga da Justiça”, onde foram apresentados novos super-heróis (leia-se Aquaman, Ciborgue e Flash). O negócio agora será fazer filmes solo para esse povo todo. Mas, por enquanto, esse filme mostra todo o rosário de super-heróis trabalhando em conjunto.
E qual foi o resultado de tudo isso? Creio eu que “Liga da Justiça” foi um bom filme, mesmo que tenha sido um pouco arrastado em alguns momentos (o mesmo aconteceu com o filme solo da Mulher Maravilha). Talvez isso aconteça, pois a pegada da DC é a de encarar o Universo de heróis com um pouco mais de seriedade e o clima fica mais pesado (me desculpem leitores, mas a comparação com a Marvel é inevitável). Tal clima atrapalha um pouco o processo de construção dos personagens. E eram vários personagens a serem apresentados, causando uma boa quantidade de micro-histórias que o espectador era obrigado a assistir, quando o público desse filme quer uma pegada maior de ação. Entretanto, não sejamos injustos. “Liga da Justiça” traz uma história instigante e é legal ver os heróis trabalhando em equipe ou se desentendendo, como aconteceu em alguns momentos. Cá para nós, as cenas de conflito foram muito mais interessantes que as cenas de trabalho em equipe, mas não dá para contar em detalhes aqui sem ser alvejado pelos caçadores de divulgadores de spoilers.
O que podemos falar dos novos heróis? Tivemos dois casos muito bons e um mediano. Aquaman foi uma grande surpresa, sendo um personagem muito carismático. Só me causaram estranheza (e grande curiosidade) dois fatores. Em primeiro lugar, por que um Aquaman de grandes cabelos e barba negra? A minha ignorância retumbante em quadrinhos me faz ver esse Aquaman mais com um visual de Deus Netuno. Cadê o louro de olhos azuis? Em segundo lugar, seu visual um tanto rústico me pareceu gerar também um Aquaman meio vaca brava, que salva os fracos e oprimidos e depois os arremessa contra o balcão de um bar e ainda toma uma branquinha (os mais maliciosos diriam que tem tudo a ver o Aquaman ser um pau d’água). Queria saber de onde vem esse visual e toda essa crueza.
Já o nosso Flash faz o papel do pós-adolescente deslumbrado com o meio dos super-heróis, uma fórmula que é repetida por aí (não vou falar o nome da Marv…, ops!). Mesmo não sendo algo muito original, esse Flash mais engraçadinho foi muito simpático e trouxe bons momentos de humor para a película, num ambiente pouco afeito a piadas. Assim, creio que o Flash foi uma ótima contribuição.
O mesmo não se pode falar do Ciborgue. Um homem atormentado por uma experiência um tanto frustrada, coordenada pelo próprio pai, tinha tudo para ser um ótimo personagem. Mas pareceu que a coisa ficou um tanto mal desenvolvida para ele, meio travada, mesmo que a Mulher Maravilha tenha descambado mais para seu lado mãezona com relação a ele. Esperemos que Ciborgue seja mais bem aproveitado e bem desenvolvido.
Num ponto podemos dizer que a DC acertou maravilhosamente. Ela deixou um lance totalmente escondido dos trailers e divulgações. Uma coisa que ficou guardada e que se revelou uma boa surpresa e um grande trunfo. Alguns podem até achar que essa carta na manga deveria ser usada num filme próximo, mas do jeito que ficou, creio que valeu a pena usar isso já nesse filme. Quem prestar um pouco mais de atenção nessas linhas deve entender do que estou falando. Só é pena que possa ter havido um furo de roteiro aí. Mas nada que atrapalhe muito.
Assim, “Liga da Justiça” é um bom filme que está mostrando a melhora progressiva das películas da DC. Se o filme solo da Mulher Maravilha já foi bom, “Liga da Justiça” traz algo a mais e a possibilidade de novas histórias e películas. Vá e, principalmente, não implique. E não deixe de desfrutar das duas cenas pós-créditos.