Batata Movies – De Volta. Em Busca De Um Passado Perdido.

                 Cartaz do Filme

Quando a gente fala da atriz iraniana Golshifteh Farahani, a gente baba. E muito, em virtude da beleza estonteante dessa atriz, que consegue expressar toda a sua beleza até quando lhe colocam uma maquiagem para lá de exótica como vimos em “Piratas do Caribe, A Vingança de Salazar”.  Mas é legal ver Farahani não em Hollywood, onde a cultura WASP a coloca como um bibelô para brancos desbotados verem, e sim em sua verdadeira área de atuação, que é o cinema lá do Oriente Médio, onde essa maravilhosa e bela atriz desabrocha em toda a sua plenitude. Só é de se lamentar que tais filmes às vezes demorem muito para chegar aqui. É o caso de “De Volta”, realizado no já longínquo ano de 2015 e que somente chega por aqui três anos depois.

                                   Uma moça em busca de identidade…

Vemos a história de Nada (interpretada por Farahani), uma moça que nasceu no Líbano e que tem apenas vagas memórias de sua infância. Ela saiu de seu país, ficando fora por muitos anos. Agora ela está de volta ao Líbano e a seu vilarejo de origem, onde a antiga casa da família está em ruínas. Nada passa a viver lá dentro e a reconstruir de alguma forma a casa, para espanto da vizinhança local. Mas esse não é apenas o único problema ali. Seu avô desapareceu misteriosamente e as vagas memórias de sua infância apontam que ele foi espancado pelos vizinhos. Eram os tempos difíceis da guerra civil e ela acreditava piamente que seu avô tinha sido injustamente assassinado e enterrado no quintal da própria casa. Mas, seria isso mesmo?

                              Irmão traz o conforto do seio familiar..

Esse é basicamente um filme que aborda a temática da memória e dos traumas do passado. Nada tinha abandonado o seu país e um passado de muitas turbulências, onde tudo havia ficado muito turvo em suas recordações. Retornar ao seu país, recuperar sua casa e o nome de sua família soavam como uma obrigação de ajustar as contas com seu passado e sua identidade. Mas nossa protagonista parece que vai ter a tarefa inglória de fazer tudo isso sozinha, já que nem o seu irmão compactua com os valores familiares exaltados pela moça e há muito perdidos.

Apesar de um elenco variado, esse é um filme que gira totalmente em torno de Farahani. A atriz consegue expressar desde uma angústia latente, provocada pelo inconformismo de ter o nome de sua família jogado ao lixo, até momentos bem íntimos e ternos com seu irmão, que a colocam um pouco de volta ao conforto do seio familiar. Mesmo com o semblante cansado e sofrido de sua personagem, Farahani continua arrancando suspiros com sua beleza magistral.

O único problema da película é que ela peca por seu ritmo muito lento e arrastado, tornando a coisa um pouco enfadonha e que dispersa nossa atenção. De qualquer forma, essa não é uma película em que você pode esperar ação. Talvez essa estivesse um pouco  nas muitas memórias em flash-back da personagem Nada, colocadas de forma suficientemente coerente ao longo da película.

                                  Exilada em sua própria cidade…

Assim, se “De Volta” é um filme de ritmo lento, ainda assim ele vale a pena ser visto, pois trata da questão do resgate da memória e da identidade, além de contar com a presença estonteante de Farahani, uma das mais belas atrizes do cinema mundial contemporâneo. Exaltemos a diva no seu melhor campo de atuação, que é o cinema do Oriente Médio.

 

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