Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (Temporada 2, Episódio 12) “Pelo Vale Das Sombras”. Encarando Uma Dura Realidade.

L’Rell de volta…

E chegamos ao décimo-segundo episódio de “Jornada nas Estrelas Discovery”, “Pelo Vale das Sombras”. O que pode ser dito do antepenúltimo episódio? Foi melhor que o anterior, mas teve o problema de desenvolver pouco a história. Na prática, só foi obtido um cristal do tempo para se enviar os dados da esfera para o futuro. Entretanto, apareceu mais um fator complicador, que é o procedimento de autodestruição da nave. Será que ele irá para a frente? Confesso que esse desfecho me deu vontade de assistir ao próximo episódio. Mas ainda os nobres roteiristas jogam muita informação nova e as coisas já deveriam ser mais bem trabalhadas para se encaminhar para um desfecho bem amarrado.

Vamos ao plot. Surge o quarto sinal sobre o planeta klingon Boreth, onde Tyler deixou seu filho. Burnham diz que perseguir o sinal é perda de tempo e eles devem ir atrás de Leland.  Mas Saru lembra que os dados da esfera estão na Discovery e ir atrás de Leland é colocar os dados nas mãos dele. Pike diz que irá atrás do sinal, pois precisa focar na missão. Tyler fala da presença do monastério a Khalexxx (pois é, os klingons dessa série não dizem Khaless de jeito nenhum) e diz que irá pedir autorização a L’Rell para a Discovery chegar ao planeta. Michael fala a Tyler que ele está escondendo algo e ele conta toda a história do filho em Boreth, para que Burnham (que carrega toda a responsabilidade do Universo em suas costas) possa levar esse fardo junto com ele. Durante a conversa, Tyler vê que uma nave da Seção 31 não se apresentou no seu local designado. Burnham quer investigar. L’Rell chega à Discovery e diz que o monastério é o local mais sagrado do Império Klingon e de difícil acesso. L´Rell também diz que o monastério existe lá, pois ele protege um cristal muito precioso, o cristal do tempo (e sabemos que a Discovery precisa do cristal para transferir os dados da esfera para o futuro). L´Rell diz que manipular o tempo é uma arma muito poderosa e que os klingons não a usam mais por causa disso (hein? Klingon que é klingon raiz seria o primeiro a usar uma arma poderosa numa guerra; pode-se até discutir qual é a honra em usar uma arma mais poderosa que o inimigo, mas se Kruge quis usar o torpedo Gênese como arma…). Tyler se oferece para ir e L´Rell discorda, pois colocaria a vida do filho deles em risco. Tyler insiste em descer para ver o filho (parece que ele foi infectado pelo vírus de petulância e desrespeito à hierarquia de Burnham). Os dois começam uma DR em klingon. Pike não aguenta isso e acaba se oferecendo para ir. L’Rell diz que é perigoso ir lá e nem ela, que é chanceler, consegue controlar os monges. Ela alerta que ninguém tirou um cristal do tempo de lá sem um enorme sacrifício.

DR com Tyler…

Michael leva o caso do atraso da nave da Seção 31 a Saru e lhe pede para investigar com uma nave auxiliar. Saru dá a permissão numa boa, pois acha que eles devem atacar primeiro (consequência da queda dos gânglios). Mas ele pede a ela que não deixe que sua “compreensível” raiva afete suas decisões (como sempre, todo mundo dando razão a Michael).

Pike chega ao monastério e encontra o guardião dos cristais (T’Navik) que, obviamente, diz que tirar um cristal de lá é perda de tempo. Ele diz ainda que todos que tentam tirar algum cristal de lá precisam fazer um teste, chegam cheio de convicções mas saem arrasados. Pike insiste em fazer o tal teste. Sei não, esperava um pouco mais de resistência de T’Navik aí. Talvez uma cena de lutinha caísse bem nesse contexto. Em tempo, T’Navik é o filho de Tyler (efeito dos cristais do tempo).

Enquanto isso, Spock insiste em ir com Michael, não sem a oportunidade de irritá-la um pouco, o que sempre é hilário. Mas os dois vão juntos. A nave auxiliar de Michael e Spock chega à nave da Seção 31 e encontra a tripulação expelida para o espaço e congelada. Um dos corpos está vivo e é transportado para a nave auxiliar. É o tenente Gant, ex-oficial tático da Shenzhou. Ele disse que estava limpando uma sub-rotina suspeita (poderia ser algo do Controle) quando foram expelidos da nave. Gant teve tempo de entrar num traje espacial antes de ser expelido. Dá para perceber como é uma História da Carochinha desde cedo. Michael insiste em inspecionar a nave da Seção 31 e Gant precisa ir, pois ele conhece os protocolos.

T’Navik

No refeitório, todos riem menos Stamets, por motivos óbvios. Reno (de volta depois de um milhão de episódios, uma boa personagem jogada e desperdiçada pela nave) senta com ele e nota que Stamets ainda não superou a perda de Culber. Reno vai à enfermaria dizendo que está com a cutícula para cortar, pois precisa de um “pretexto” para dizer a Culber como ele está sendo babaca com o Stamets. Culber nota que ela tem uma aliança e é casada. Reno fala que tinha uma companheira, mas que ela morreu na guerra klingon. Reno diz que Culber tem uma segunda chance mas não pode durar para sempre e que não é para estragar isso.

Pike e T’Navik chegam a uma sala cheia de cristais. T’Navik pede para que Pike toque em um cristal. Ele o faz e vivencia o acidente que ainda irá sofrer (boa referência da série clássica). Pike se vê na cadeira, com o rosto derretendo e pira na batatinha. T’Navik diz que se ele desistir do cristal, ele foge desse futuro. Mas se pegar o cristal, estará com o futuro selado. Pike diz que é um capitão da frota, acreditando em servir, se sacrificar, na compaixão e no amor (que fofo!) e pede o cristal a T’Navik, que o dá e admira a sua honra.

Michael, Spock e Gant entram na nave da Seção 31, que se liga sozinha e entra em dobra

Um capitão encarando seu destino…

O Controle tem a posse da nave da Seção 31. Michael e Spock decidem “prender” o Controle em uma armadilha e assumir a nave de volta. Enquanto Spock monta a armadilha, Michael fica sozinha com Gant, que é o Controle (eu disse que era História da Carochinha Gant vestir um traje espacial enquanto era expelido para o espaço). Michael percebe isso quando Gant elogia a Seção 31 e o Controle. Gant diz que a atraiu para a nave para que ela seja “assimilada” pelo Controle e possa trazer os dados da esfera para ele. Começa um tiroteio de phasers a la Star Wars, ou seja, de feixe não contínuo, lembrando sempre que os feixes dos phasers de Jornada nas Estrelas são contínuos, mas fazer o que? Gant domina Michael (umas porradinhas para não perder o hábito) e tenta injetar nano sondas nela. Spock tanta salvá-la com o toque neural em Gant, mas ele não tem terminações nervosas e torce o braço de Spock, atirando-o longe. Michael fuzila Gant com dois phasers aos berros (bem ao estilo do Rambo) e as nano sondas (ou nano bots, segundo Spock) saem dele para ir em direção a Michael. Spock magnetiza o chão onde estão as nano sondas e elas pifam. Spock, ao saber que o Controle tentou transformar Michael, a vê como a variável que o Controle não consegue dominar. Michael conclui (não sei por que) que os sinais podem terminar o que a mãe dela começou.

Pike conta a L’Rell que viu o filho deles e que ele pediu para devolver a eles o símbolo de Portador da Chama que Tyler deixou em Boreth junto ao filho. O símbolo ajudou T’Navik a achar o seu caminho e agora não precisa mais dele. Pike disse que o filho deles tinha que estar lá para guiá-lo, como se tudo estivesse predestinado.

Michael, de volta a Discovery, diz que o Controle pode entrar em qualquer um e que a nave que ele capturou foi para além da fronteira da Federação. Muitas naves da Seção 31 aparecem no tático. Burnham argumenta que não há outra opção a não ser destruir a nave. Pike dá a ordem para a evacuação e autodestruição da Discovery.

Como podemos ver, mais um episódio em que surgem informações novas (T’Navik, autodestruição da Discovery) e, para desenvolvimento efetivo do plot principal, somente a obtenção do cristal do tempo. Mas esse episódio teve algo muito bem, que foi dar ao Pike a chance dele ver o seu futuro trágico e, ainda assim, optar por enfrentá-lo, pois ser um capitão da Frota Estelar implica em sacrifícios. Tá bom que a parte do amor ficou piegas demais. Entretanto, ainda assim a cena assumiu um tom solene que valeu a pena. E foi num momento em que a aparição de Michael era zero. Ou seja, a coisa melhorou quando se deu espaço para um personagem, ainda mais da série clássica, onde o fan service foi muito bem executado.

Esse também foi um episódio onde os klingons foram bem trabalhados. Apesar de ainda falarem Khalexxx, e de serem pouco agressivos (casos de L’Rell achar uma arma temporal perigosa demais ou T’Navik deixar Pike fazer o teste dos cristais muito facilmente), neste episódio não ficou muito exagerada a forma klingon de Discovery, com conversas intermináveis sobre religião, por exemplo. O Universo klingon foi usado para dar suporte à história de uma forma bem enxuta, sem exageros.

A guerra contra o Controle continua…

Por fim, a autodestruição da Discovery. Isso abre margem para várias especulações. Linhas do tempo alternativas, relações com o short trek Calypso, etc. Ainda não dá para falar muita coisa (embora já tivesse que dar, pois faltam só dois episódios para o fim da temporada), mas fica aqui uma certeza: como esse povo que escreve Jornada nas Estrelas (seja de Discovery, seja das séries mais antigas), gosta de apertar o botão de autodestruição da nave! E, cá para nós, seria muito esquisito uma série Discovery sem Discovery. Será que vem uma NCC-1031-A por aí???

Pois bem. Mais dois episódios. E pouco vislumbre de desfecho à vista. Só quero ver se vão deixar tudo para o último episódio e, caso isso aconteça, como todas essas pontas serão amarradas. Vamos ver o que vem por aí.

Um comentário em “Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Discovery (Temporada 2, Episódio 12) “Pelo Vale Das Sombras”. Encarando Uma Dura Realidade.”

  1. Bom, pelo menos na sombra a L’Rell tá começando a parecer uma klingon de verdade.

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