Batata Books – Almanaque Jedi. De Fãs Para Fãs.

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Capa do Almanaque

Editora Leya lançou a primeira publicação de autoria de um grupo de fãs no Brasil, o Almanaque Jedi, um livro com o selo do Conselho Jedi Rio de Janeiro. Escrito por Brian Moura e Henrique Granado, o almanaque é um prato cheio para todos aqueles que curtem o Universo de “Guerra nas Estrelas”. Como os próprios autores enfatizam, é um livro feito por fãs para os fãs, e que se estende em conhecimento e conteúdo também inspirado em amigos dos demais Conselhos Jedi existentes no Brasil. Então, podemos ter a certeza absoluta de que o trabalho foi feito com muito amor e de forma espontânea, sendo por isso mesmo muito bem realizado e com um ótimo resultado. É um livro de leitura rápida e agradável, onde ficamos impressionados com algumas informações, rimos muito com outras e nos deliciamos com todas.

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Um livro de leitura rápida…

E o que vemos, afinal, nesse bom almanaque? Lá podemos compartilhar muitas informações preciosas como, por exemplo, quem são os Sith e os Jedi, o que é Cânone e Universo Expandido, quais são as preciosas dicas para se formar um fã-clube, um quiz que tem desde perguntas muito fáceis, passando por várias “pegadinhas” e chegando até àquelas perguntas que somente um fã de carteirinha sabe responder, etc. Um capítulo muito especial é o que fala do histórico dos efeitos especiais. Nunca podemos nos  esquecer que o grande cartão de visitas de “Guerra nas Estrelas” foram os efeitos especiais, considerados revolucionários para a época em que foram feitos (1977) e que mudaram a forma de se encarar o cinema.

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Tem quiz!!!

Outro capítulo muito importante responde uma pergunta muito frequente nas redes sociais, que é a de quais seriam as melhores formas de se começar a tomar contato com o Universo Expandido, falando inclusive da antiga república e do surgimento dos Sith. Você gosta de colecionar “action figures”? Muito bem! Há um capítulo que fala só disso, dizendo quais são os mais antigos e raros, lançados à época do Episódio IV, quais são os mais fáceis e difíceis de achar, o que você deve fazer para não levar gato por lebre, etc. Há, nesse capítulo, até o cuidado de se lembrar que, apesar de uma coleção ser algo legal, você deve preservar o seu bolso e que há coisas mais importantes do que os bonequinhos como, por exemplo, as contas de casa e não ser um chato com as pessoas com quem você convive entupindo a casa com os “action figures”. E se você gostar de videogame? Tem toda uma descrição dos jogos de “Guerra nas Estrelas” para todos os tipos, desde aqueles em que você dá os seus tirinhos até os inspirados em RPG. É falado também dos RPGs em si, não somente dos jogos de “Guerra nas Estrelas”, mas também descrevendo em linhas gerais o que é um jogo de RPG para quem não o conhece. Os filmes feitos por fãs (“fanfilms”) têm um capítulo especial, onde podemos ver excelentes enredos que, se bem trabalhados com todos os recursos, poderiam render ótimas películas. E, é claro, a parte engraçada da coisa, que são as loucuras que os fãs como a petição de 30 mil assinaturas enviadas à Casa Branca pedindo a construção da Estrela da Morte ou sacar seu FGTS para ver a estreia do Episódio I (ainda esse!) nos Estados Unidos. Bom, pelo menos ficou o prazer da viagem e de conhecer um novo país. Não sejamos tão severos assim…

Até a Princesa Leia já comprou!!!

O interessante é que o livro tem curiosidades por todo o canto, seja em letras de música, seja em curiosidades sobre as filmagens (o cachê de Harrison Ford para o Episódio IV foi de apenas dez mil dólares!), seja em pequenos detalhes como, a existência de um material resistente ao sabre de luz.

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Falando de colecionáveis…

Esses são alguns dos detalhes presentes no “Almanaque Jedi”, mais um presente que Brian Moura e Henrique Granado dão aos fãs de “Guerra nas Estrelas” e à cultura pop nerd em geral. Mais uma vez a gente deve agradecer ao trabalho desses incansáveis fãs, que querem compartilhar o prazer de gostar de uma saga que é amada em todo o mundo e que, no Brasil, sofreu uma espécie de hiato em meados dos anos 90, quando ninguém falava de “Guerra nas Estrelas”, onde um grupo de fãs decidiu se unir para começar a cultuar conjuntamente os filmes de George Lucas. Esse pequeno grupo foi crescendo e hoje conta com muitos integrantes, numa prova de que o amor por “Guerra nas Estrelas” existia e somente estava, digamos, numa espécie de “limbo”, que a criação do Conselho Jedi do Rio de Janeiro ajudou a desvanecer. Um dos grandes frutos gerados pela iniciativa de se fundar o Conselho Jedi acabou sendo a ressurreição, ainda que por algum tempo, da velha tradição cine clubística, um pouco esquecida desde os tempos do intrépido Cosme Alves Neto, que fundou a Cinemateca do MAM. Certa vez, Henrique Granado, um dos autores do almanaque, em sessão do Cineclube Sci-Fi, perguntou ao público quem já havia aparecido em outras sessões. Depois de ver as pessoas que levantaram o braço, ele disse: “É, sempre as mesmas pessoas”. Mas isso é exatamente o que um cineclube se propõe a fazer: formar um grupo fixo de pessoas que vão aos filmes não somente para assisti-los, mas também para debatê-los ao fim da sessão com palestras e discussões reflexivas. E quanto mais pessoas fazendo isso, melhor, pois ajuda a manter essa tradição altamente sadia, principalmente num país com uma escassez cada vez maior de cabeças pensantes em todos os setores. Por essas e por outras que devemos sempre louvar tais iniciativas e Brian Moura e Henrique Granado o fazem de forma impecável, ainda mais com o lançamento do “Almanaque Jedi”, motivo de orgulho visível para os dois. Não deixem de conferir.

O autor deste artigo (em pé) com os autores do Almanaque Jedi (Henrique Granado, à minha direita e Brian Moura, à minha esquerda)

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