Eles gritam!
Como gritam!
E se agridem!
Como agridem!
O que podemos fazer?
Chamar um no canto?
Conversar no pé do ouvido…
E aconselhar…
Será que vão escutar?
Vejo uma juventude
A se anular…
A se acabar…
A se extinguir…
E assim, o mundo cai…
Energias desperdiçadas
Vidas eliminadas…
Sonhos que nem existiram
Será, mesmo, a ignorância uma bênção?
Você sofre e nem percebe!
O pouco que saber esquece…
O nacionalismo perece
E lá vem a cultura da violência
Animalismo em imanência
Em cruz, feito penitência…
Contra o mundo, não estão preparados…
Em pouco tempo, estarão liquidados
Cairão nas engrenagens da exploração
Ou, numa cova rasa, em breve acabarão…
Não consigo deter essa vil onda
Ela é mais forte do que eu
Explode em cima de mim como bomba
Pior do que o destino de Prometeu
As linhas da poesia acabam em vermelho sangue
O aluno mexe na minha mesa enquanto escrevo
Pernas pantanosas no mangue
É o que sinto no meu calvário longevo…
Tudo irá se acabar
Espero não aqui estar mais…