Batata Séries – Jornada Nas Estrelas Picard (Episódio 9) Et In Arcadia Ego, Parte 1. Retornando Ao Mito De Frankenstein.

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As orquídeas espaciais…

Chegamos ao nono episódio de “Jornada nas Estrelas Picard” com um gosto de cabo de guarda-chuva na boca e uma tremenda cara de anticlímax. Quando esperávamos que haveria um plot mais desenvolvido com a ação final da série mais instigante e distribuída ao longo de um intervalo de tempo maior, tivemos um desenvolvimento de história mais lento e a sensação de que apenas o décimo e último episódio não será suficiente para fechar toda a trama, ficando algumas questões a serem resolvidas numa eventual segunda temporada. Para falarmos desse episódio, os spoilers serão necessários.

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Picard e Sete de Novve. Destinos diferentes…

O episódio começa com a La Sirena saindo do conduíte de transdobra. O planeta dos andróides é o quarto planeta do Sistema Ghulion. Soji diz que esse planeta se chama Coppelius. Tudo parece muito calmo quando a nave de Narek sai do conduíte e começa uma batalha de naves espaciais. A nave de Narek aparentemente é inutilizada, com o pulso de Narek fraco e Soji sugere que não o ajudem, pois seria um truque (esse é o primeiro sinal do mito de Frankenstein que se avizinha e que veremos pululante ao final do episódio). Picard diz que há uma diferença entre matar um inimigo que ataca e ver um ferido morrer, num dos arremedos de utopia que buscam despistar o mar de distopia da série. Picard pede a Raffi para que Narek seja transportado à enfermaria da La Sirena e, subitamente, a nave do romulano volta a atacar. Ou seja, para cada boa ação, uma punição, bem ao espírito distópico da série. Enquanto a La Sirena está sob ataque, o cubo borg sai do conduíte de transdobra. O cubo carrega suas armas e, subitamente, cinco orquídeas gigantes (?!?!?!) vêm do planeta e envolvem as naves e o cubo.  A energia cai na La Sirena, com os tripulantes perplexos com aquelas flores gigantes espaciais. Logo vem uma trepidação e as naves e o cubo caem na atmosfera. Picard parece em transe e possuído por algo, agradecendo aos demais tripulantes por terem vindo. Esse transe ficou somente nisso e não teve mais nenhuma utilidade na história. A tripulação socorre o velho almirante. Começa a abertura. Após a abertura, Picard é acordado por Jurati na enfermaria (isso mesmo, a Jurati que matou Maddox há alguns episódios atrás, está sozinha com Picard na enfermaria!). A nave está sem energia e na superfície do planeta (como o impacto da queda foi atenuado? Alguns estão defendendo que isso foi por obra e graça das orquídeas. Enfim…). Jurati examinou Picard com um tricorder médico antigo e descobriu a doença do almirante, ficando com os olhos marejados perante um Picard cônscio de que descobriram seu segredo. Picard convoca a tripulação para dizer que está entregando Soji aos andróides e irá comunicá-los que os romulanos vêm para atacá-los. Picard ainda fala de sua doença para a tripulação, causando uma comoção geral, isso depois de ser chutado que nem um cachorro morto sarnento por quase toda a série por alguns dos personagens presentes. Pelo menos Picard disse que o assunto de sua doença estava encerrado e que se alguém voltasse a mencioná-lo, o almirante ficaria puto da vida. Há um povoado de andróides a cinco ou seis quilômetros de distância, que Soji diz que viveu por lá por um tempo, embora suas lembranças disso sejam nebulosas. Mas, antes de irem à cidade, eles decidem ir ao cubo borg, que também caiu e miraculosamente não se espatifou (as orquídeas?). Sei não, mas o cubo no solo me remeteu aos restos da Estrela da Morte em Endor no Episódio IX de Guerra nas Estrelas. Enfim… Ao chegarem ao cubo, constataram que o pouso do mesmo não foi tão suave assim, mas encontraram um monte de xBs vivos, sendo que um até chamou Picard de Locutus, provocando um desconforto temporário no velho almirante. Do nada, aparece Elnor abraçando Picard e, depois, Sete de Nove, chutando uns cadáveres para abrir espaço, numa cena de extremo mau gosto. Só se espera que, dentro do espírito de vingança da série, Annika tenha chutado cadáveres de romulanos e não de xBs. Mesmo se isso tenha acontecido, a coisa não ficou bonita, muito pelo contrário. No cubo, a energia funciona e, ao se ligar os sensores de longo alcance, foi descoberto que 218 naves romulanas se dirigem ao planeta. Esse foi um ponto que despertou muita polêmica, pois se a supernova destruiu os romulanos, eles teriam quatorze anos para fazer 218 naves? Outra questão que surgiu é a de que essas naves não poderiam existir antes e evacuar a população? Foi falado que era gente demais para ser evacuada por apenas 218 naves. Mas ainda a questão central permanece: como um império poderoso e vasto como o romulano não teria condições de evacuar apenas dois planetas?

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Condição terminal de Picard deixa de ser um segredo…

Picard se despede de Elnor e Sete de Nove, recomendando que eles liguem o sistema de defesa do cubo e protejam os xBs. Sete diz para que Picard continue salvando a galáxia e ele retruca que isso agora está nas mãos dela. Gancho para um spin off da Sete de Nove? Muitos falaram sobre tal possibilidade e devem desejar isso. Mas, se for uma série para escrever de forma esculachada a Sete de Nove, eu confesso que prefiro que nem isso aconteça. Ainda, deixxar um gancho para um spin off não significa que ele se concretize. Depende muito do sucesso do que vemos atualmente na tela. E aí…

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Chegando a uma civilização diferente…

Picard e sua trupe chegam a cidade dos andróides, um mundo idílico cheio de robôs com direito a voos de borboletas artificiais. Vemos muitos andróides gêmeos. Uma andróide chamada Arcana dá as boas vindas de volta a Soji, que se sente em casa. Arcana reconhece Picard como capitão de Data e diz que essa surpresa é comovente. Soji comunica o iminente ataque romulano e há apenas dez orquídeas para defesa. Um homem de cabelos brancos aparece. É o Doutor Altan Ingo Soong, filho do Doutor Soong, que criou Data. Outra andróide igual Soji aparece. É Sutra, irmã de Jana, por quem Rios havia se apaixonado. Sutra conversou com Picard e este lhe contou sobre a situação de Jurati com a advertência e de como ela matou Maddox por causa disso. Sutra desconfia que a advertência só é tolerável para mentes sintéticas e, como estudiosa da cultura vulcana, sugere fazer um elo mental com Jurati para ter conhecimento da advertência. Aqui é necessário abrir um parêntese. Muitos fãs reclamaram (e com razão, a meu ver) de que um elo mental é uma coisa feita por um vulcano, ou seja, um ser vivo com consciência, algo que seria vedado a um andróide, por se tratar de uma máquina. Sutra é uma andróide ao estilo do Data, não orgânica, e, portanto, menos desenvolvida que Soji. Como ela teria capacidade de fazer um elo mental, uma coisa que tem a consciência de um ser vivo senciente em questão? E, para colocarmos um pouco mais de lenha nessa fogueira, o físico Marcelo Gleiser diz em seus livros que, mesmo que fizéssemos uma máquina com a mesma capacidade de um cérebro humano, ainda assim, não poderíamos dizer que um ser vivo foi replicado mecanicamente, pois há a questão da consciência que é algo que a ciência ainda não entende. Ou seja, fazer um cérebro humano mecânico em sua totalidade não significa que vamos criar um ser com consciência.

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Descobrindo um mundo aparentemente idílico…

Bom, o elo mental revelou que as formas de vida orgânica buscam a perfeição e, por isso, criaram as vidas sintéticas, mas ao perceberem que as vidas sintéticas não envelhecem e se perpetuam, veem as vidas sintéticas como uma ameaça e decidiram destruí-las e, por isso, destroem a si mesmos. Há uma vida sintética mais avançada que aguarda o sinal da vida sintética desenvolvida pelos orgânicos. Uma vez que os sintéticos desenvolvidos pelos orgânicos convoquem a vida sintética mais desenvolvida, esta virá para destruir os orgânicos. Ou seja, mais do Mito de Frankenstein que Asimov já rechaçou lá pelos anos 30, 40 com as suas Três Leis da Robótica, sendo reciclado aqui em pleno 2020. Esse mito acaba sendo legitimado na série quando Sutra fala “Fascinante” ao ver toda a visão, sendo uma dolorosa ironia ver essa expressão consagrada por Spock para ressuscitar uma ficção científica bem distópica pré-Jornada nas Estrelas. Ou seja, para testemunharmos andróides como máquinas destruidoras da humanidade, basta ver “Metrópolis”, de Fritz Lang, realizado lá no longínquo ano de 1926.

Jurati conversa com Soong sobre Maddox. Este diz que a moça tem uma enorme dívida por ter tirado a vida de Maddox e sugere a ela uma forma de reparar isso. Ele mostra um corpo de um sintético para Juraati e fala que só faz os corpos mas tem interesse em estudar a transferência mental. Ou seja, a transferência de consciência de um corpo para a máquina (algo que, como vimos acima nas explicações de Gleiser, é impossível por não sabermos o que é uma consciência; mais uma vez a ficção científica dá um voo mirabolante demais e se aproxima muito da fantasia). Obviamente, uma consciência vai ser transferida para essa máquina. Aí as conversas de nosso fandom se abrem a mil especulações. Seria Data? Seria a forma de preservar Picard, já que ele está doente e desenganado? Seria Lore, o irmão maligno de Data, agora que o Mito de Frankenstein pulula alegremente pela série?

Sutra e Soji discutem o que fazer frente a uma possível investida romulana. Soji pensa numa solução que não leve a uma guerra aberta com muitas mortes, mas Sutra não vê outra alternativa e prefere o combate franco e aberto. Nisso, aparece Narek sendo trazido pelos robôs.

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O filho do Dr. Soong. Ô genética boa!!!

Rios fala com Jurati que vai retornar para a La Sirena para tentar religar a nave, pois Picard acha que eles podem ir embora. Rios também diz que não confia nos andróides. Jurati diz que vai ficar para trabalhar com Soong. O mais estranho é que Rios desconfia dos andróides e não faz nenhuma objeção a Jurati ficar, justamente a moça com quem ele tem um caso. Ou seja, mais um furo de roteiro de algo mal escrito. Rios e Raffi vão embora, mas antes Arcana dá uma ferramenta a Raffi que “conserta coisas”. Raffi pergunta como a ferramenta funciona e Arcana diz: “use a imaginação” (mais um flerte da ficção científica com fantasia? Essa afirmação me pareceu “pirlimpimpim” demais). Não podemos deixar passar aqui: Raffi dá um abraço em Picard, diz que o ama e agradece por tudo o que ele fez para ela. Isso depois dela esculachar o almirante por boa parte da série. Bipolaridade, como eu falei quando ela apareceu na série pela primeira vez? É impressionante como a proximidade da morte inverte drasticamente as opiniões e visões de mundo das pessoas.

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Estranhamento entre robôs e humanos…

Picard tenta entrar em contato com a Frota Estelar e relatar o ocorrido requerendo permissão para estabelecer negociações diplomáticas para evitar o ataque romulano. Na prisão, Narek pede para Saga (a irmã gêmea de Arcana) que lhe dê a água que está em sua mochila. A robô disse que nunca tiveram prisioneiros e que não sabem como tratá-los. Mas, vem cá, as orquídeas espaciais não imobilizam as naves invasoras e as pousam sem matar ninguém? É claro que eles deveriam ter um protocolo de como se tratar prisioneiros nesse caso. A robô ia abrir a cela quando Soji a interrompe e diz para não fazer isso. Narek tenta enrolar Soji novamente, mas ela não cai na conversa dele desta vez. Ele então a ameaça dizendo que os romulanos matarão todas as formas de vida do planeta e ela reage dizendo que isso não vai acontecer. Poderia ter sido nesse momento que ela deixou de optar por uma solução pacífica e aderir à visão belicista de Sutra. Mas logo depois Soji vai conversar com Picard e diz que não entende a lógica do sacrifício que Jurati abraçou ao matar Maddox com o intuito de salvar vidas. Picard diz que não gostou da expressão “lógica do sacrifício” e disse ainda que o cálculo da vida e da morte depende de ser você ou não quem segura a faca. Soji ainda se pergunta se pode existir um caso em que matar seja a única garantia de sobrevivência, o que deixa Picard assustado. Pode ter sido aqui que Soji finalmente tenha ficado do lado de Sutra. Esta chega na cela de Narek, dispensa Saga e solta o romulano, deixando implícito que os dois farão um trato.

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Sutra. O Mito de Frankenstein revisitado…

Enquanto Picard e Soji conversam, eles escutam um grito e correm para a cela de Narek. Lá encontram Saga morta e Soong lamentando isso. Soji lamenta a chance que teve e desperdiçou de matar Narek, deixando bem claras as suas intenções de agora em diante.

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Um elo mental problemático…

Sutra discursa para os robôs, com o aval de Soong, e defende a idéia de entrar em contato com os sintéticos mais desenvolvidos, que possuem uma Federação que tem contato com outras galáxias, para atacar os romulanos e extinguir a vida dos orgânicos. A advertência teria enviado de forma codificada as frequências subespaciais para contactar os sintéticos mais desenvolvidos. E Soong e Sutra criaram um dispositivo para entrar em contato. O discurso de Sutra é o de eliminar todos os orgânicos para evitar que estes destruam os andróides, inclusive a Federação, já que esta aboliu os sintéticos. Piccard contra-argumenta dizendo para Soji que a profecia se cumpre, já que a destruidora finalmente apareceu. Picard então faz um discurso dizendo que tem como proteger os robôs, que vai falar com a Federação para salvaguardar os andróides, suspender a proibição de fabricar andróides, etc. Nisso, o próprio Doutor Soong desmente Picard, dizendo que a Federação não irá ouvi-lo. Além disso, Soong diz que os andróides não entenderam uma palavra do que Picard disse, pois não conhecem os valores de integridade e caráter que existem na Terra e em Picard. Ainda, Soong fala para os robôs que Picard não foi ouvido depois do ataque a Marte e, por isso, não será ouvido agora também. Picard, continua Soong, deverá ser colocado em prisão domiciliar pois, segundo Sutra, o almirante poderá tirar a convicção dos andróides em atacar os sintéticos. Na base da trairagem pura, Soji (por uma questão de sobrevivência) e Jurati (por ter encontrado o seu lugar que é o auge de sua pesquisa científica de uma vida inteira) ficam do lado dos andróides contra Picard depois de, no início do episódio, se emocionarem com a condição terminal do almirante (você acha que isso encaixa, caro leitor? Eu também não). Picard é então levado para sua prisão domiciliar em mais uma mostra de como o protagonista (?) da série é chutado e esculhambado como um cachorro morto. Vemos Sutra com um semblante triunfante e uma Soji com um olhar de dúvida. O episódio termina com a frota romulana se aproximando do planeta em menos de vinte e quatro horas.

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A advertência tem outra leitura para os sintéticos…

Qual é a primeira palavra que me vem à cabeça sobre esse episódio? Decepcionante. Vimos pouco desenvolvimento de história no sentido de desenrolar a parte final. E, ainda mais: surgiu a questão (óbvia, para alguns) de que os andróides assinaram embaixo toda a agressividade despertada na advertência. Sendo óbvio ou não, a ressurreição do Mito de Frankenstein, onde o ser humano é punido por brincar de Deus incomoda, e muito, pois surge como um castigo ao possibilismo da ciência, uma negação do racionalismo que vimos ali na virada do século XIX para o XX, sobretudo em movimentos artísticos mais subjetivistas como o impressionismo, surrealismo, expressionismo, dadaísmo, etc. Como foi dito acima, será Asimov que vai remar na contramão dessa tendência à demonização do robô com as suas Três Leis da Robótica, onde o robô é, antes de tudo, um aliado do ser humano e não o seu antagonista. Data era o ícone máximo disso, mesmo que seu cérebro positrônico não funcionasse segundo as três leis. E o que vemos agora? Esse Mito de Frankenstein voltando com toda força, praticamente um século depois e, por mais perverso que isso possa parecer, a partir de pedaços do finado Data. Quando dizemos que os escritores atuais de Jornada nas Estrelas parecem querer pisar (no sentido de destruir) toda a utopia que a série representava, esse exemplo do Mito de Frankenstein a partir do Data asimoviano parece ser um exemplo paradigmático. É claro que pode haver um grande plot twist no último episódio, mas a mera menção de que os andróides confirmam a previsão da advertência nesse episódio e se tornam uma ameaça aos orgânicos é algo no mínimo perturbador. Ainda, para piorar, Picard será tratado de uma forma altamente desrespeitosa. Apesar de isso ser uma constante em quase toda a série, aqui a situação foi especialmente revoltante, pois a gente vê a condição de todos contra ele, até os seus aliados mais próximos como Jurati e Soji, quem ele salvou da perseguição e morte certa no cubo. O que resta ao velho almirante agora? Rios, Raffi, Elnor e Sete de Nove. Federação como cavalaria? Em guerra contra uma enorme frota romulana que vai se digladiar contra uma espécie de sintéticos desenvolvidos? Parece um final que promete muito. Mas aí vem outra questão: essa série parece ter um baixo orçamento. Criou-se as condições para um final espetacular, regado a muita ação. Mas houve dinheiro para se fazer isso tudo e se contar uma boa história agora no desfecho? Ou a falta de grana vai descambar para um final simplório e aberto para continuar a ser desenvolvido numa eventual segunda temporada? E eu digo eventual, pois será que ela ocorrerá mesmo? E mais: qual consciência irá para aquele andróide construído por Soong?

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Quem vai ocupar o corpo do robô???

Mais um episódio pela frente apenas. Depois de nove episódios, alguns com suas virtudes, mas vários com muitos problemas, o saldo dessa série parece não ser muito positivo. Uma história que traz uma boa idéia, só que mal desenvolvida. E que parece ter pouco conhecimento do universo de Jornada nas Estrelas por parte de quem escreve. De qualquer forma, vamos ver o que vai rolar no último episódio.

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Picard mais uma vez chutado como um cachorro morto…
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